31 de Julho

31 de Julho – Santo Inácio de Loyola
Iñigo Lopez de Loyola nasceu no Castelo de Loyola, cidade de Azpeitia, província basca de Guipuzcoa, Espanha, no ano de 1491. A família era rica, nobre e cristã, e ele foi o último de 13 filhos. Em 1506, sua família servia ao tesoureiro do reino de Castela, de quem Iñigo era parente.

Assim, com oito anos, Iñigo passou a frequentar a corte como pagem e cresceu numa atmosfera mundana, que adotou. Mas estudou, adquirindo grande cultura, bem como tornou-se excelente cavaleiro. De modo não incomum para a situação e local, Iñigo desenvolveu um temperamento forte, orgulhoso, violento, dado a conflitos.

Em 1517, com 26 anos, tornou-se militar, servindo a outro importante parente, o duque de Najera e vice-rei de Navarra. Participou de inúmeras batalhas, militares e diplomáticas. Em 1521, defendendo a cidade de Pamplona dos franceses, recusou-se a aceitar os termos da trégua, considerados vergonhosos, oferecida pelos adversários, alegando ser melhor morrer com honra. Forçou assim a sua tropa à resistência, e foi ferido gravemente na perna por uma bala de canhão.

Os vencedores o enviaram para o castelo de Loyola, onde permaneceu convalescendo por longo tempo. Após um primeiro e penoso tratamento, a perna ficou deformada. Ordenou então que os médicos a quebrassem e recuperassem perfeitamente. O resultado da cirurgia não lhe agradou, e ordenou que fizessem outra. Não queria se apresentar manco diante das donzelas da corte…

Embora mal orientadas para falsos valores mundanos, sua firmeza de caráter, força de vontade e aspirações grandiosas lhe seriam necessárias para os planos de Deus, que começaram a despertar nele durante o obrigatoriamente prolongado período de recuperação. Através da leitura, que lhe ocupava o tempo de convalescênça, sua alma foi tocada mais a fundo que o corpo pelo obus. Inicialmente desejava romances de guerra com narrações fantasiosas, mas os únicos dois livros no castelo, disponibilizados por sua irmã, eram “A Vida de Cristo” e “O Ano Cristão”, esta a biografia dos santos de cada dia.

Começou a perceber então a verdadeira grandeza, à qual aspirava sem saber, reconhecendo nas batalhas espirituais de santos como São Francisco de Assis e São Domingos os grandes feitos a serem desejados.

Considerou que estes gigantes da Fé também eram “feito de barro” como ele mesmo, e começou a se perguntar por que não conseguiria imitá-los, chegar também ao elevado grau de grandeza verdadeiramente humana (e portanto relativa ao espírito e não ao mundo) que eles alcançaram. “Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta vos será aberta. Pois todo aquele que pede, recebe; quem busca, acha; e a quem bate, a porta será aberta” (Mt 7,7-8). Passou a ansiar pela realização de grandes feitos, não mais proezas de cavalaria profana, “mas para a máxima glória de Deus”, o que veio a ser o seu lema.

As ideias amadurecendo, no silêncio de uma noite prostrou-se diante da Virgem Maria e ofereceu-se a Jesus como Seu fiel soldado. No mesmo instante, o castelo, com grande estrondo, foi violentamente abalado, até os fundamentos, e no quarto de Iñigo, o local mais atingido, abriu-se uma larga rachadura, existente até hoje. A fúria do demônio manifestava-se diante desta sua primeira simples mas convicta consagração. Então, com propósito definitivo, Iñigo prometeu fazer, com a graça de Deus, o que os santos haviam feito.

Tão logo curado, peregrinou ao Santuário de Nossa Senhora de Montserrat, em Barcelona, Catalunha. Fez uma confissão geral, trocou suas ricas vestes pelas de um mendigo, e deixou no altar a sua espada. Abandonou ali o mundo, a corte e as aparências.

Seguiu para o povoado de Manresa, a 15 quilômetros de distância, para orar e fazer penitência, durante um ano, de 1522 a 1523. Vivia numa gruta, solitário, mendigando para sobreviver e passando sérias necessidades. Recebeu o dom do discernimento dos espíritos, pelo qual se sabe o que se passa no íntimo de cada pessoa e quais os conselhos necessários para que ela distinga o Bem do Mal. Desenvolveu e praticou também a base dos seus famosos “Exercícios Espirituais”, livro que posteriormente seria um tesouro de bênçãos para a Humanidade.

Partiu em seguida para a Terra Santa, pregando energicamente a conversão dos muçulmanos, durante outro ano. Voltou à Espanha e estudou Latim, Física, Lógica e Teologia, em Barcelona, Salamanca, Alcalá, Veneza, Paris. Nesta cidade reuniu um grupo de sete amigos, com Pedro Fabro, Diogo Laynes, Afonso Salmerón, Simão Rodrigues, Nicolau Bobadilha e Francisco Xavier, este último futuro e famoso santo evangelizador no Oriente, dispostos a realizar os Exercícios Espirituais, depois do que estavam decididos a tudo sacrificar pela máxima glória de Deus.

Em 15 de agosto de 1534, festa da Assunção de Maria, na igreja de Montmartre, em ato solene pronunciaram os votos religiosos de pureza, pobreza e obediência, comprometendo-se a estar sempre à disposição do Papa para o que ele entendesse como o melhor para a glória de Deus. Estava fundado assim o primeiro esboço da Companhia de Jesus, que Iñigo pensou inicialmente em chamar de Companhia de Maria, pois depois da sua conversão Nossa Senhora lhe aparecera por 30 vezes.

Dividiram-se para as primeiras atividades apostólicas. Buscaram cidades onde as universidades atraíam os jovens: Bolonha, Ferrara, Siena, Pádua, Roma. Trabalharam em universidades e colégios. Suas conferências espirituais eram para toda classe de pessoas, e em Roma Iñigo aplicava os Exercícios Espirituais e catequizava o povo.

Em janeiro de 1537, Pedro Ortiz, ex-professor em Paris e embaixador do Imperador Carlos V junto ao Papa Paulo III, obteve junto a este uma audiência para Iñigo e companheiros. O Papa admirou-se com a ciência e humildade do grupo, deu-lhes a bênção e autorizou os que ainda não eram sacerdotes a serem ordenados, ocasião na qual Iñigo assumiu o nome de Inácio. E distribuiu funções entre eles, como cadeiras de Escolástica e Escritura Sagrada no Colégio Sapiência. Inácio ficou encarregado de pregar em Roma.

Em 27 de setembro de 1540 Paulo III aprovou definitivamente, por uma bula, a Ordem da Companhia de Jesus, também conhecida como Jesuítas. Comentou, a respeito das suas Constituições: “O dedo de Deus está aí”.

Inácio foi eleito superior-geral, dirigindo a casa de Roma e sempre mantendo contato com todas as casas e colégios da Ordem espalhados pelo mundo, supervisionando a todos com detalhe. Ao mesmo tempo lidava com o Papa e os cardeais sobre as atividades da Igreja, correspondia-se com soberanos da Europa, organizava novas fundações, sem por isso interromper suas obras de misericórdia na cidade. Uma atividade que se pode dizer milagrosa.

De apenas seis jesuítas em 1541, chegou-se ao número de 10 mil em 1556, espalhados por toda a Europa, Índia e Brasil. A contribuição dos jesuítas para a Igreja é incalculável. Foram o exército do Papa na restauração contra o protestantismo na Europa; levaram o Catolicismo aos extremos do Oriente e do Ocidente. Santo Inácio pessoalmente enviou os seis primeiros missionários jesuítas para o Brasil em 1549, com o Padre Manoel da Nóbrega, que foi o primeiro superior da província jesuíta do Brasil.

Em 1553 um novo grupo chega trazendo o jovem e futuro São José de Anchieta. O sólido início do catolicismo no país, a maior nação católica do mundo, está diretamente ligado à Companhia de Jesus. Muitos são os jesuítas canonizados.

 Depois de assumir como superior geral da Ordem, a saúde de Inácio piorou gradativamente, e ele faleceu em 31 de julho de 1556 em Roma, aos 65 anos de idade. A bula da sua canonização numera 200 milagres por sua intercessão. É o padroeiro dos retiros espirituais.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Aventurosa, e venturosa, foi a vida de Santo Inácio. Embora com aspectos bem imperfeitos, mesmo antes da conversão ele buscava valores altos, que contudo, associados às grandezas do mundo, não o satisfaziam. Era corajoso, honrado, honesto, leal, mas sua dedicação era voltada para as criaturas, não para o Criador, o que tornava suas virtudes, indiscutíveis, meramente superficiais. Os objetivos, para serem verdadeiramente nobres, devem ser orientados pelo motivo certo, e para a única razão verdadeira, a plena comunhão com Deus. O seu combate por feitos discutivelmente grandiosos o levou a ser seriamente ferido no corpo, o que Deus conduziu para que lhe fosse curado o machucado da alma. E esta cura foi tão completa que o diabo quis atingi-lo, mas, assim como o canhão, só abalou e deixou marcas no corpo do castelo, não na morada do espírito, que com isso lhe ficou ainda mais resoluto. Não há rachadura numa alma que se entrega, totalmente, a Deus. Santo Inácio converteu-se lendo livros espirituais, um sobre Cristo, o outro sobre os santos, que na sua vivência militar bem caracterizam o general e seu exército – talvez não mera coincidência em relação à estrutura da Ordem que viria a fundar. A importância da leitura espiritual é indescritível. Talvez ainda mais nos tempos de séria crise de mundanismo atual. E Inácio deu a sua inspirada contribuição para esta biblioteca. Sem dúvida, “Exercícios Espirituais” é obra inspirada por Deus, uma das que mais levou a conversões na História da Igreja: São Francisco de Sales, um século depois do autor, afirmou com exatidão: “Os ‘Exercícios Espirituais’ converteram tantas pessoas quantas são as letras escritas neles”. A partir de um questionamento básico para o ser humano, “o que desejo?”, o livro esclarece qual é a finalidade da nossa vida, o motivo pelo qual existimos, e portanto pelo que devemos lutar. O Homem foi criado para amar e servir a Deus; logo, se o que fazemos não é por e para Deus, ainda que em si mesmas possam ser boas, honradas e virtuosas, não têm sentido. Uma vida sem sentido é contraditória, repugna à Razão, ao bom senso e à vivência factual, pois todos os sentimentos, esforços e amores evidenciam um “por quê”, e portanto tal vida leva ao desespero – a depressão é hoje a pandemia do mundo ateizado. “Os Exercícios” levam à descoberta do óbvio, de que estamos nesta terra para amar e servir a Deus e assim alcançarmos a glória – à máxima grandeza, que Inácio aspirava, e todos nós – do Céu. Por isso o seu lema, “Tudo para a maior glória de Deus”. E o meio para este fim é entender que tudo o que foi criado materialmente, mas não só, é bom apenas na medida em que nos levam a Deus. Assim fica claramente resolvido o conflito de Inácio, e também nosso, da insatisfação e sensação de desperdício no empenho desordenado pelas coisas mundanas. Os “Exercícios Espirituais” são assim o nosso “dever de casa” nesta vida. Todas as circunstâncias servem, como meio para fazer somente a vontade de Deus, buscar só o que nos conduz à Salvação. E só na companhia de Maria chegamos, todos nós, e Inácio, à companhia de Jesus. Não foi só na redação dos “Exercícios” que se destacou Santo Inácio, mas em todas as suas atividades como fundador, pregador, administrador, etc., atividades apostólicas baseadas na santidade de vida – dando o exemplo prático da proposta dos “Exercícios”, de trabalhar com as criaturas na medida certa para o encontro com Deus. Sua têmpera também nos é exemplo de que não é possível seguir a Deus de modo tíbio. Temos um objetivo, o mais elevado possível, e um tempo limitado para alcançá-lo – não há sentido (desepero…) em não sermos resolutos. Neste sentido, cabem duas de suas sentenças: “Orai como se tudo dependesse de Deus, e trabalhai como se tudo dependesse de vós”; “Ninguém sabe o que Deus faria de nós, se não opuséssemos tantos obstáculos à sua graça”.

Oração:
Ó Senhor, que desejais que nos exercitemos sempre mais no caminho da santidade, auxiliando-nos para isso com a companhia de Maria Vossa Mãe e nossa, concedei-nos por intercessão de Santo Inácio de Loyola a graça de largarmos aos pés do altar da Vossa Cruz a espada do pecado que Vos produz chagas, e receber cada vez mais profundamente na alma os projéteis de amor com que quereis nos alvejar, e alvejar, de modo que com esta santa troca tudo façamos para a Vossa maior glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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30 de Julho

30 de Julho -São Pedro Crisólogo
Pedro nasceu em Ímola, uma província de Ravena, Itália, no ano de 380. Filho de pais cristãos, foi educado na fé, e cedo ordenado diácono. A imperatriz romana Galla Plácida o apoiava, fazendo dele seu conselheiro pessoal, e influenciando para que se tornasse arcediácono de Ravena, que na época era a capital do Império Romano no Ocidente e a metrópole eclesiástica.

Por volta de 433, o imperador romano do ocidente Valentiniano III, filho de Galla Plácida, favoreceu sua indicação a vigário-geral, e o Papa Sisto III o nomeou bispo de Ravena. Foi o primeiro bispo ocidental a ocupar essa diocese.

Pedro já era popularmente conhecido como o “doutor das homilias”, por seus sermões breves mas profundos. Consta que ele os preparava curtos para não cansar os fiéis. O apelido de Chrysologus, “das palavras de ouro”, teria vindo da imperatriz Galla Plácida depois de ouvir a sua primeira homilia como bispo. Ele é considerado um dos maiores pregadores da História da Igreja, também pela sua produção escrita.

São 176 homilias de natureza doutrinária, numa linguagem que explica tópicos difíceis de modo simples, claro, objetivo e atrativo, e portanto de fácil acesso ao grande público, o que gerou inúmeras conversões. Os temas incluem a Virgem Maria, São João Batista, dogmas, liturgia, a oração do Credo dos Apóstolos, o Mistério da Encarnação, a condenação das heresias ariana e monofisita, etc..

Mas foi também um pastor prudente, lúcido e seguro. Defendia que os fiéis tomassem a Eucaristia diariamente, algo incomum na época, e incentivava a confiança no perdão de Deus oferecido por meio da obra de Salvação de Cristo. Escutava solicitamente humildes ou poderosos. Era amigo próximo do Papa, e depois santo e Doutor da Igreja, Leão Magno (440-461).

Além das invasões bárbaras ao império romano e da disputa de poder da Igreja de Constantinopla com a Igreja de Roma, um terceiro grande desafio do período foi a proliferação de heresias. Pedro lidou de modo respeitoso mas firme com Eutíquio, superior de um mosteiro em Constantinopla que propunha o monofisitismo, isto é, que em Cristo havia apenas uma natureza, advertindo-o a obedecer ao Papa e às decisões do Concílio de Calcedônia (451).

São Pedro Crisólogo faleceu em Ímola, talvez em 450 ou 451, talvez em 30 ou 31 de julho. A Igreja definiu sua festa no dia 30 pois em 31 já se comemorava Santo Inácio de Loyola.

 Ele é considerado um modelo de pastor, pelo seu contato com o povo e pela excelência da sua pregação. Tem o título de Doutor da Igreja.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Não há dúvida de que São Pedro Crisólogo destacou-se pela sua pregação, particularmente oral, daí a sua alcunha. As homilias, pelo seu conteúdo verdadeiro, sem ambiguidades doutrinais, já seriam suficientes para lhe dar reconhecimento, mas a sua estudada brevidade, com a preocupação carinhosa de não cansar os fiéis, e em linguagem acessível – não banal ou empobrecida, mas simples e clara na sua profundidade – mostram um cuidado a mais que está na essência da multiplicação dos seus vastos frutos. Mas, acima de tudo, o testemunho da sua coerência de vida com o que falava, e escrevia, é com certeza a pedra fundamental que Pedro alicerçou nas suas pregações como razão do seu êxito evangelizador. De fato, sem a correspondência entre a palavra e a ação, não pode haver santidade nem sucesso no apostolado, mas apenas a crítica de Jesus aos fariseus hipócritas, resumido no dito popular “faça o que eles dizem, mas não faça o que eles fazem” (cf. Mt 23,1-4). A maior prova do testemunho de Cristo é justamente a perfeita conformidade entre o que disse e o que fez, incluindo o anúncio e a realização da Sua morte e Ressurreição. Não apenas pela excelência da sua pregação, portanto, mas pelo seu contato com todos, recebendo com a mesma atenção a nobreza e o povo, convenciam e conduziam para Deus, que é a função de todo batizado e mais ainda dos religiosos. Apesar das dificuldades da época, Pedro Crisólogo contou com algo em extrema necessidade hoje em dia, o apoio dos governantes. No contexto do desenvolvimento e consolidação das nações católicas na Europa, especialmente na Idade Média, e ainda que o pecado e as suas consequências estejam sempre presentes na História, a noção de que os governos religioso e civil devem estar associados pela base nos valores que provêm da Verdade de Deus foi fundamental para construir a sociedade civilizada. Na medida em que esta base de valores é dicotomizada, e a verdadeira Fé começa a ser desvaloriza e/ou perseguida pelas administrações políticas, a cultura entra em colapso e qualquer progresso nas atividades humanas irá inevitavelmente se voltar contra os próprios homens, porque perderá a razão e a objetividade dos corretos valores morais. As profundas crises éticas e morais contemporâneas são a constatação cabal desta divisão, no momento de maior desenvolvimento tecnológico da humanidade, que apesar deste nome se comporta de modo bestial. Sem Comunhão, obviamente não pode haver união… “diabo” significa, literalmente, “dividir”. Não por acaso, São Pedro Crisólogo, já na sua época, enfatizava os dois elementos que solucionam estas crises: a confiança no perdão de Deus, oferecido por Ele a todos através da Redenção em Cristo, e a Eucaristia, Comunhão, diária.

Oração:
Ó Senhor, Deus Único mesmo na Trindade, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Crisólogo o conhecimento e o acesso da Palavra que mais vale, mais que todo o ouro mundo, e que submete o mundo ao preço infinito do Seu Sangue, Jesus Cristo; de modo que os corações e as nações possam ouvir e se juntar por fim às vozes dos anjos celestiais no infinito louvor a Vós. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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29 de Julho

29 de Julho -Santa Marta
Marta era irmã de Maria e Lázaro, um amigo que Jesus iria ressuscitar, morando os três juntos em Betânia, a cerca de três quilômetros de Jerusalém. A família foi abençoada com uma proximidade preferencial do Senhor, que a procurava para convivência e descanso.

Duas são as passagens que destacam a figura de Marta no Novo Testamento. Na primeira, ela recebe uma bondosa mas importante repreensão de Jesus, pois ao recebê-Lo em casa preocupou-se mais com as providências materiais relativas à Sua chegada do que com a atenção direta à Sua pessoa (Lc 10,38-42).

Na segunda, relativa à doença, morte e ressurreição de Lázaro, ela demonstra a intimidade que sua amizade permitia com o Senhor, expondo-Lhe seu sofrimento, expectativa, confiança, mas sobretudo sua profissão de Fé na divindade de Cristo (Jo 11,1-44).

 Santa Marta é padroeira do lar, das donas de casa, dos anfitriões, hoteleiros, nutricionistas e cozinheiros.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Belíssima é a amizade de Jesus com Marta, Maria e Lázaro. A proximidade dos três com o Senhor nos daria mesmo uma “santa inveja”, não fosse a realidade de que, pela Eucaristia, temos com Ele essa mesma graça. Exatamente por isso devemos estar bem à vontade para expressarmos claramente a Ele os nossos sentimentos, as nossas dúvidas, as nossas fraquezas, e alegrias, e expectativas, sonhos, ideias… a oração verdadeira nada mais é do que este diálogo direto, em que ouvimos e somos ouvidos, com Aquele que nos procura, nos vem visitar justamente para esta conversa individual e exclusiva. A falta de confiança num melhor amigo é algo triste, grave e contraditório. Se Cristo mesmo nos procura para estarmos juntos em profunda união, é no mínimo uma grosseria com o nosso melhor Amigo ocultar ou dissimular Dele o que realmente somos, tentando nos esconder sob aparências artificiais. Em relação a Deus, além disso ser impossível, é uma fraqueza que facilmente se torna pecado. Santa Marta nos ensina que, se crermos e formos sinceros com Jesus, também presenciaremos a ressurreição, Dele, nossa e dos nossos irmãos… As atenções práticas e materiais de Marta para com Jesus eram certamente importantes e necessárias, e o Senhor não as condenou ou desprezou. Porém deixou claro que as coisas materiais, que passam, não podem ter prioridade sobre as espirituais, sobre o Espírito Santo, trazido Nele e por Ele. Há hierarquia de valores, é preciso amar a Deus sobre todas as coisas, como ensina o Primeiro Mandamento, e Jesus é Deus Encarnado. Primeiro Deus, depois, encarnado. Por isso a compreensão de que a vida contemplativa, representada por Maria, é mais importante do que a vida ativa, figura por Marta, como explicita o próprio Jesus: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada” Lc 10,41-42). Ele a advertiu, com carinho mas em verdade, por que a amava. Também ama a nós.

Oração:
Senhor, que nos fizestes à Vossa imagem e semelhança, assim desejando desde sempre que participemos do âmago da Vossa vida Trinitária, concedei-nos por intercessão de Santa Marta não descuidar das obras materiais, mas submetê-las à primazia das espirituais, alcançando assim tamanha intimidade com Jesus que nosso coração seja a casa onde Ele venha conviver e descansar, nos proporcionando o descanso e a vivência infinita com Ele. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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28 de Julho

28 de Julho – Santo Inocêncio I
Inocêncio nasceu na Itália e é o 40º Papa da Igreja Católica. Governou a Igreja por dezesseis anos, de 401 a 417.
Ele é lembrado como um homem muito enérgico e ativo, grande defensor da doutrina dos apóstolos, da disciplina eclesiástica, da unidade da Igreja e da paz do mundo.

Segundo o Liber Pontificalis, ele nasceu em Albano numa data desconhecida e cresceu entre o clero romano e no serviço à Igreja Católica.

Na época de seu pontificado, Roma estava cercada pelos bárbaros godos que eram liderados por Alarico, e só não tinha sido invadida graças às intervenções do papa junto a Alarico.

O papa tentou mediar a negociação entre o imperador Honório e o invasor bárbaro, mas não conseguiu e a cidade foi saqueada. Foram três dias de roubo, devastação e destruição. Os bárbaros respeitaram apenas as igrejas, por causa dos anos de contato e mediação com o Papa Inocêncio I. Mesmo assim, a invasão foi tão terrível que seria comentada e lamentada depois, por Santo Agostinho e São Jerônimo.

Inocêncio enfrentou muitas dificuldades, mas conseguiu manter a disciplina e tomou decisões litúrgicas vigentes até hoje. Elas se encontram nas correspondências deixadas pelo papa Inocêncio I. Com essas cartas se formou o primeiro núcleo das coleções canônicas, que faz parte do magistério ordinário dos pontífices, alvo de estudos ainda nos nossos dias.

Também foi ele que estabeleceu a uniformidade que as várias Igrejas devem ter com a doutrina apostólica romana. Sua influência política obteve do imperador Honório a proibição das lutas de gladiadores. Durante o seu pontificado difundia-se a heresia pelagiana, condenada no ano 416 pelos concílios regionais de Melevi e de Cartago, convocados por iniciativa de Santo Agostinho e com aprovação do Papa Inocêncio I, que formalmente sentenciou Pelágio e seu discípulo Celestio.

Ele também é conhecido por defender São João Cristóstomo, Bispo de Constantinopla, da perseguição do Patriarca de Alexandria, Teófilo.

O Papa Inocêncio I morreu em 28 de julho de 417, foi enterrado numa basílica sobre as catacumbas de Ponciano e venerado como um santo.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A vida de Santo Inocêncio foi uma constante luta pela paz e pela pregação da Palavra de Deus. Suas ações na Igreja e no mundo político sempre tiveram como objetivo a luta pela dignidade humana. Que a vida de Santo Inocêncio inspire-nos ações de respeito e solidariedade com as pessoas.

Oração:
Deus eterno e todo poderoso quiseste que Santo Inocêncio I governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
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27 de Julho

27 de Julho – São Pantaleão
Pantaleão nasceu em Nicomédia (atual Izmit), Turquia, no século III. Seu pai era gentio, sua mãe cristã, que o educou na Fé católica. Porém deixou-se levar pelo paganismo. Após a morte da mãe, seu pai o encaminhou para o estudo da Retórica, Filosofia e Medicina, tornando-se um médico de prestígio.

Pantaleão conheceu o virtuoso sacerdote Hermolau, que explicou a ele que Cristo é o verdadeiro Senhor da vida e da saúde, incentivando-o a conhecer “a cura que vem do alto”. Aconteceu então a Pantaleão encontrar-se diante de um menino morto pela picada de uma víbora.

Resolveu testar se era verdade o que Hermolau dizia, e disse: “Em nome de Jesus Cristo, levanta-te; e tu, animal peçonhento, sofre o mal que fizeste”. Imediatamente a criança se pôs de pé, e a serpente morreu. Pantaleão converteu-se e foi batizado, passando a atender os doentes em nome de Deus, e a curar gratuitamente aos pobres.

A época era de dura perseguição aos cristãos, promovida pelo imperador romano Diocleciano, e chegou à Nicomédia. A inveja dos médicos pagãos pelas suas curas milagrosas os levou a denunciá-lo às autoridades. Acabou por ser condenado à morte e decapitado em 303, a 27 de julho, entre os 20 e 30 anos de idade.

Parte das relíquias do seu corpo foram guardadas na Sé da cidade do Porto, em Portugal, e porções do seu sangue são conservadas em Istambul (Turquia), Ravello (Itália) e no Real Mosteiro da Encarnação em Madri (Espanha). Neste último, o sangue, em estado sólido durante a maior parte do ano, liquefaz-se próximo à data da sua festa, fato observado pelo público.

 São Pantaleão é padroeiro dos médicos e da cidade do Porto. Na Argentina está o primeiro Santuário a ele dedicado.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Pode um incrédulo intencionalmente realizar milagres? Claro, é só Deus que os realiza, mas sem dúvida Ele tem o poder de usar como instrumento de Sua ação também um incrédulo, pois as más escolhas da legítima liberdade humana não superam a capacidade divina de tirar o Bem de um mal. Mas nestes casos não há intenção participativa da pessoa, somente a graça de Deus que supera o pecado. Portanto, a expectativa de Pantaleão já era de Fé, no sentido de que de fato aceitou como possibilidade real a ressurreição do menino, e deixou livre o caminho para que fluísse a ação de Deus. É esta a atitude que devemos ter ao pedir qualquer coisa ao Senhor. O ouvir da Boa Nova através de Hermolau já criara em Pantaleão a boa disposição de alma; o apostolado nunca é vão. A cura mais milagrosa é a conversão da alma, pois significa ressuscitar da mordida da “antiga serpente”, o diabo (cf. Ap 12,9). A cada Confissão a dureza do pecado se liquefaz, seu veneno transformado em sangue novo de vida na alma. A cada Sacramento, ocorre a mudança da solidez de um barro sem vida na participação humana no vivo Sangue do Cristo Ressuscitado, de onde escorrem as boas obras da Salvação. Mas os Sacramentos só estão disponíveis, encarnados, na casa própria da realeza de Deus, a Igreja, Seu Corpo Místico, estabelecida por exemplo no Real Mosteiro da Encarnação. Na Igreja e com os Sacramentos devemos nos levantar da morte do pecado, e com autoridade denunciar a inveja do Mal que mata a si mesmo, condenando-se ao inferno: “Retira-te satanás, nunca me aconselhes coisas vãs, é mal o que tu ofereces, bebe tu mesmo o teu veneno” (parte final da oração da Medalha de São Bento).

Oração:
Senhor Deus da Vida, por intercessão de São Pantaleão, dignai-Vos solidificar o Sangue de Cristo no nosso coração, para que Ele flua em boas obras no corpo da nossa alma e todos possam por eles ver o milagre da nossa ressurreição ao Céu. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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26 de Julho

26 de Julho – Santa Ana e São Joaquim (pais de Nossa Senhora)

As informações sobre os pais da Virgem Maria, São Joaquim e Santa Ana, incluindo seus nomes, não se encontram na Bíblia, mas vêm de referências de textos apócrifos, como o Protoevangelho de Tiago e o Evangelho do Pseudo-Mateus, além da Tradição. Tais fontes indicam que moravam em Jerusalém, eram judeus exemplares e piedosos, e assim esperavam a vinda do Messias.

Ana era filha de Achar e irmã de Esmeria, a mãe de Isabel e avó de São João Batista. Joaquim era um homem piedoso e muito rico, da tribo de Davi. Depois de casados, não tiveram filhos, o que, para a mentalidade judaica, era sinal de falta da bênção de Deus e condição humilhante. Suplicaram então a Deus, com orações, lágrimas e jejuns, a graça de gerarem um filho, mesmo já tendo chegado à velhice. O pedido foi atendido, e à filha deram o nome de Mirian (Maria), que significa “a amada”, “a esperada”, “a desejada”.

Até os três anos de vida, Maria morou com os pais numa casa próxima à piscina de Betesda (ou Betzaeda, Betezatá, Betsata, Betzada), onde Jesus anos depois curou milagrosamente um paralítico (Jo 5,1-9). Os Cruzados construíram no local, no século XII, uma igreja dedicada a Santa Ana, ainda existente. Foi então levada pelos pais ao Templo de Jerusalém, para ser consagrada a seu serviço, em sinal de gratidão.

 Só em 1969 a Igreja definiu um dia único para venerar o casal, 26 de julho. Anteriormente, apenas Santa Ana era festejada, e em datas diferentes no Ocidente e no Oriente. Ela é invocada como padroeira das mães (que pedem um parto feliz, filhos saudáveis e leite suficiente para amamentar) e das viúvas, nos partos difíceis e contra a esterilidade conjugal. Santana ou San’Ana é também nome de muitas localidades e adotado igualmente como sobrenome familiar.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Independentemente da exatidão dos dados históricos sobre os pais de Nossa Senhora, que contudo não são necessariamente falsos e condenáveis e podem ser aceitos com razoabilidade, o que unicamente importa é que foram especialmente abençoados por Deus. E seus nomes conhecidos, em Hebraico, exprimem coerentemente as suas pessoas: Ana é “graça”, e Joaquim “Javé prepara” ou “Javé fortalece”. Imensa é a graça, a fortaleza, e o preparo, necessários para alguém ser responsável por Nossa Senhora! E para nós, que A queremos levar no coração por toda a vida, não menores são a graça, o preparo e a fortaleza indispensáveis para viver responsavelmente qualquer devoção e consagração a Ela oferecidas. A vida espiritual não pode ser leviana. Deus nos pedirá contas do modo como tratamos a Sua Mãe. Mesmo para quem não Lhe é devoto, ao menos um santo respeito é exigido, mas sobretudo é o amor filial, íntegro, simples, verdadeiro, que basta na relação com a mais acolhedora das mães. Não gerar vida, diante de Deus, é sim algo humilhante, não em relação à do corpo, mas à da alma… Logo, como Joaquim e Ana roguemos incessantemente a Deus, entre lágrimas sinceras e jejum dos pecados, da indiferença e da acomodação, para sermos solo fecundo. Caso contrário, o tempo inevitavelmente passará, e a velhice de alma, que corresponde a uma paralisia no trato com Deus, nos tornará estéreis na caridade, as boas obras que são o sinal de vida eterna. Somente na intimidade fecunda com o Espírito Santo é que poderemos gerar esta vida. Mas toda vida que nasce precisa crescer, e por isso deve ser consagrada ao Senhor, para que, imersa na piscina de Suas bênçãos, se torne “Mirian”: a vida amada, a vida desejada, isto é, a vida infinita. A união da alma com Deus gera frutos de caridade, que crescem e se transformam na vida celeste que esperamos. É natural que contemos com esta sabedoria nas pessoas mais velhas (embora atualmente o hedonismo e o ateísmo corrompam mesmo muitos dos que mais deveriam estar atentos à inevitabilidade da morte), e sobretudo que a saibam transmitir às novas gerações. É um dos maiores bens que os idosos podem fazer, santificando-se e aos demais, pois a autoridade deste seu apostolado tem profunda repercussão na formação dos jovens e crianças. O seu exemplo de fidelidade aos verdadeiros valores, sob as mais diferentes circunstâncias, através de um longo período de tempo, é em si uma santificação. Por isso os mais idosos, no contexto bíblico, estão associados a referência de respeitosa veneração (cf. 2 Mc 6,23). São Joaquim e Santa Ana são portanto modelo na santidade vivida em idade avançada. A eles devemos rogar, pedindo pelo resgate da valorização dos mais velhos na sociedade atual, que senil e estéril de comunhão com Deus, induz crianças, jovens e adultos a menosprezarem e mesmo promoverem o “desfazer-se” dos anciãos, pelo crime da eutanásia.

Oração:
Deus Pai, que criastes a vida, concedei-nos por intercessão de São Joaquim e Santa Ana a graça de sermos como eles tão familiares a Nossa Senhora que, ignorados em tudo o mais, baste esta referência em nossa vida, para sermos plenamente conhecidos no Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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25 de Julho

25 de Julho – São Tiago Maior –
As informações sobre São Tiago Maior vêm do Novo Testamento. Nasceu em Betsaida da Galileia, em Israel, por volta do ano 5 a.C.. Era filho de Zebedeu e Salomé e irmão mais velho de São João Evangelista, este o mais jovem dos Apóstolos. É sempre citado como um dos três primeiros dos 12 Apóstolos, com Pedro e André.

É chamado de “maior” para não ser confundido com outro dos Apóstolos, também de nome Tiago porém mais novo, e por isso identificado como “menor”, filho de Alfeu e Maria de Cléofas e primo de Jesus. Zebedeu, Tiago e João eram sócios de Pedro e André no trabalho da pesca.

No mesmo dia, Jesus chama Pedro e André, e logo depois Tiago e João, para segui-Lo como “pescadores de homens”, e todos imediatamente largam tudo, até mesmo o pai dos dois últimos, Zebedeu, para ir com o Senhor (Mt 4, 17-22).

Tiago, Pedro e João foram particularmente íntimos de Jesus, pois só os três estavam presentes com Ele em certos momentos importantes, como a ressurreição da filha de Jairo (Lucas 8,51), a cura da sogra de Pedro (Mc 1,29), a Transfiguração no Monte Tabor (Mt 17,1) e a agonia no Horto das Oliveiras (Mt 26,37).

O temperamento exaltado de Tiago e João lhes valeu de Jesus o apelido de boanerges, isto é, “filhos do trovão”, como se evidencia quando ambos perguntam ao Senhor se quer que “mandem”(!) descer fogo do céu para matar os samaritanos que não O acolheram bem (Lc 9,51-56). Um outro traço de que os irmãos eram exagerados (e ainda com mentalidade muito mundana) é o pedido que fazem à própria mãe de interceder a Jesus por eles, para reservar-lhes no Seu reino os principais lugares (Mt 20, 20-28).

Conta a Tradição que depois de Pentecostes Tiago foi evangelizar a Espanha, voltando depois a Jerusalém, onde está registrada a sua morte por decapitação a mando do rei Herodes Agripa (At 12,2), nos inícios das perseguições à Igreja. Foi o primeiro mártir entre os Apóstolos.

Seu corpo teria sido levado para a Espanha. Em 831, segundo a Tradição, o bispo de Iria, cidade espanhola (atualmente Iria Flávia), viu uma estrela iluminando particularmente um campo, e ali foi encontrado um sepulcro com a inscrição: “Aqui jaz Jacobus, filho de Zebedeu e de Salomé”. (Jacobus, ou Jacó, é traduzido por “Tiago”). O local foi batizado de Campus stellae (“campo da estrela”), nome que originou a cidade de Santiago de Compostela.

Construiu-se lá uma catedral e basílica dedicada a ele, um santuário que é local de peregrinações desde a Idade Média, quando a Igreja concedia indulgência plenária a todos aqueles que fizessem peregrinação ao local com espírito de penitência, arrependimento e conversão. Este benefício espiritual atraiu cada vez mais fiéis ao longo do tempo, com aumento gradativo das rotas de peregrinação, atualmente com cerca de 800 quilômetros.

Normalmente esta devoção é feita a pé, mas também de bicicleta ou outro veículo que exija esforço humano, e hoje há ampla organização e infraestrutura para acolher os peregrinos do mundo todo ao longo das várias vias de acesso.

Na Espanha há três datas anuais comemorativas do santo: 23 de maio, quando da sua aparição na batalha de Clavijo em 844 (contra os muçulmanos invasores da Europa, montando um cavalo branco); 25 de julho, quando do seu martírio; e 30 de dezembro, quando da transladação dos seus restos mortais para a Galícia, região onde fica Compostela. Esta última referência indica que não apenas a Tradição é fonte da sua passagem pela Espanha.

São Tiago Apóstolo, Santiago ou Santiago de Compostela deu nome a muitas cidades e é padroeiro da Espanha, Guatemala, Chile e Nicarágua, dos peregrinos e cavaleiros, bem como dos exércitos espanhol e português (em honra da sua coragem em dar testemunho do Cristo; por isso foi criada a famosa Ordem de Santiago, valorizando honra, lealdade, coragem e fé).
Colaboração: : José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
São Tiago Maior tinha forte personalidade, como os outros Apóstolos, mas cada qual diferente. Por isso, aliás como também outros Apóstolos e outros santos, seguiu imediatamente a Jesus, quando foi por Ele chamado. Seguir a Jesus é sempre um desafio, e muitos o fazem gradativamente, aos poucos, até se aproximarem Dele o suficiente para poderem acompanhar os Seus passos, e assim será a longa fila que chega no Paraíso; mas Tiago foi um dos que não hesitou, trocando o pai terreno pelo Pai do Céu. Desenredar-se instantaneamente de toda uma vida para seguir uma Palavra ou é uma insensatez ou um ato heroico, mas a ação que exprimia o Verbo de Deus era identificável como sublime, embora misteriosa, e os santos são exatamente os heróis da Fé. Marcante é a especial proximidade, ou especial preferência, de Tiago com Jesus, para que tenha participado de situações mais exclusivas com o Mestre. Certamente, de alguma forma pessoal, isto era importante para a missão de vida que Jesus lhe destinou, mas não deve ser o único motivo. Particularmente a Transfiguração e a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras são únicos e também singularmente intensos, em significado, profundidade espiritual e dramaticidade. Tiago foi o primeiro mártir entre os Apóstolos, o primeiro entre os escolhidos por Jesus para concretamente dar o exemplo de total adesão à Sua Cruz, a seguí-Lo de mais perto na essência da Obra da Salvação; talvez uma singularidade do plano de Deus para si que explique a sua seleta participação naquelas situações. Pois Pedro seria o primeiro Papa, a pedra sobre a qual Jesus construiu a Igreja, e João o evangelista que de modo mais profundo nos apresentou o Cristo, além de ter escrito o Apocalipse – portanto, ambos com outras missões também muito específicas e grandiosas. De certa forma um alento para nós, que participamos da mesma humanidade falha dos Apóstolos, os quais apesar disso alcançaram e nos dão exemplo de privilegiada santidade, é a pergunta quase cômica de Tiago e do irmão a Jesus, oferecendo-se para “mandar” descer um fogo punitivo do Céu. Certamente isto indica um grande amor a Cristo, uma indignação legítima e sentida ao vê-Lo desprezado, mas para além de uma ingenuidade descabida, mostra que ainda não haviam mesmo entendido a proposta de Jesus, e evidencia principalmente o lado da soberba humana, a sua pretensão de domínio. Por que pensaram ter poder para decidir sobre a vida e a morte de outros, e o motivo desta sentença? A quem eles iriam “mandar”? Aos anjos? A Deus Todo Poderoso – que ainda não haviam identificado com Jesus? Verdade é que, antes deste episódio, já haviam vivido a experiência de até expulsar demônios quando enviados em missão por Jesus (cf. Lc 10,17-20), e quiçá, como também nós, convenceram-se de que o faziam, ou qualquer boa obra, por si mesmos… Os boanerges igualmente somos nós, em muitas ocasiões de destempero, enquanto Cristo nos ensina a ser como Ele mansos e humildes de coração (cf. Mt 11,29). Mas certamente nos lábios de Jesus esta expressão não tem conotação de crítica agressiva, sim de admoestação carinhosa, simpática, e verdadeira e bem humorada. Que tenha esta mesma acepção no referente a nós… A ambição e desejo de poder neles aparece no não menos absurdo e quase cômico pedido que fazem à própria mãe, de interceder por eles ao Mestre uma garantia dos lugares mais destacados no Seu reino – que ainda também não haviam entendido ser o celeste – que devemos modificar radicalmente: não a intercessão da mãe humana para um pedido mundano, mas a intercessão da Mãe Celeste por um pedido de absoluta humildade, que é o maior poder junto ao Pai para que estejamos com Ele no Céu. Identifiquemo-nos com São Tiago Maior, transformando como ele nossas faltas e veleidades em santidade, ao seguir perseverantes a Jesus, com nossos erros e acertos. Pois se o fizermos até o fim, partilharemos literalmente da doação da vida por Cristo, e os Céus trovejarão de alegria quando da nossa entrada.

Oração:

Deus Pai, que nos criastes para estarmos Convosco, concedei-nos por intercessão de São Tiago Maior a têmpera de ter verdadeira intimidade com Jesus, acompanhando-O exclusivamente, nos momentos de excelsa transfiguração e nos de pavorosa agonia, para que ao final desta peregrinação terrestre, tendo definitivamente decepado o apego ao corpo de pecado, possamos ser verdadeiramente chamados Filhos de Deus e não Filhos do Trovão. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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24 de Julho

24 de Julho – Santa Cristina  –
Santa Cristina nasceu em Tiro, Itália perto do lago de Bolsena, em 288 D.C., filha de um rico e poderoso magistrado, chamado Urbano. Ela é considerada protetora contra os males da depressão.

Seu pai era pagão e perseguia os cristãos impondo-lhes os piores castigos e torturas, às vezes dentro de sua própria casa. Cristiana via tudo, e ficava abismada com a crueldade do pai e a serenidade e alegria com que os cristãos enfrentavam a perseguição. Através do testemunho dos cristãos, ela começou a conhecer Jesus e quis conhecer mais profundamente esta fé que tantos perseguiam.

Uma escrava cristã ficou presa na casa de Cristina por um bom tempo. Ao vê-la, percebeu que a menina tinha interesse em conhecer mais sobre os cristãos e sentiu que o seu coração estava aberto e que queria conhecer Jesus, a escrava preparou-a para receber o batismo. Terminada sua preparação, ela foi batizada sem que o pai soubesse. Ela passou a defender os cristãos e a se interessar pela comunidade cristã local.

Ao ver que o comportamento de Cristina havia mudado, Urbano começou a pressioná-la pedindo que preste culto aos ídolos romanos e ofereça sacrifícios a eles. A filha, porém, disse não. Pressionada pelo pai, ela respondeu: “Tolo é vosso medo, tola a vossa advertência; diante de um deus cego aos sofrimentos do povo, surdo ao clamor dos fracos, eu não peço favores e não acendo uma vela. Ao Deus vivo ao Senhor do céu e da terra que nos enviou seu Filho Jesus, a este, sim, apresento sacrifícios de verdade e amor”.

O pai, inconformado, ameaçou Cristina, porém, ela respondia a isso participando da celebração da Eucaristia e de outras reuniões dos cristãos, visitando os encarcerados, dando esmola aos pobres. Sua coragem e caridade fizeram-na vender as imagens dos ídolos que tinha em seu quarto para adquirir bens em favor dos pobres. O pai ficou furioso. Por isso, Cristina foi chicoteada. Muitos de sua casa lhe pediram para que ela aceitasse a vontade do pai, mas ela respondia: “Deixar a vida não me custa; abandonar minha fé, isto nunca”.

Seu pai, cada vez mais furioso e inconformado, continuou com as torturas, amarrando a filha e lançando-a ao fogo. A história conta que, nesse momento, um anjo protegeu-a e as chamas não lhe fizeram mal. Mais irado ainda, mandou prender a filha. Cristina permaneceu em oração, entregando seu coração e sua vida ao Senhor. Então, mandou amarrá-la a uma pedra de moinho e jogá-la no lago. Conta-se que, milagrosamente, a pedra boiou e Cristina não se afogou. A fúria do pai foi tão forte que seu coração não resistiu e ele morreu.

Cristina foi acusada pela morte do pai e foi presa. Dio, o sucessor do seu pai, nada conseguiu e submeteu Cristina a terríveis torturas como jogá-la ao fogo. Porém, mais uma vez, o fogo não a queimou. Ordenou, então, que ela fosse jogada às víboras, mas nenhuma picou a menina. Mandou cortar sua língua, mas, mesmo assim, ela continuou cantando louvores ao Senhor.

A essa altura, os cristãos se fortaleceram na fé e vários outros se converteram a Jesus vendo o testemunho inacreditável de uma menina de apenas doze anos. Então, Dio ordenou que ela fosse morta a flechadas. Ela faleceu no dia 24 de julho do ano 300.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Deus escolhe aquele que é pequeno, fraco, indefeso, para confundir os fortes e poderosos. Através da fragilidade física desta menina, o Senhor mostrou que a verdadeira força vem d’Ele. Que o Senhor nos dê a graça para enfrentarmos todos os obstáculos desta vida, perseverando na fé e prontos para testemunhar que pertencemos a Ele.

Oração:
Sede para todos nós, ó Deus Altíssimo, exemplo de fidelidade e de espírito resoluto para que possamos imitar a vida de Santa Cristina, que sofreu e morreu professando a fé cristã. Dai-nos, por sua intercessão, a Graça que ousamos pedir. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
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23 de Julho

23 de Julho – Santa Brígida   –
Brígida nasceu no ano de 1303 em Finsta, Suécia, de pais muito nobres e piedosos, com parentesco na família real. Com 18 anos de idade, Brígida se casou com o nobre Ulf Gudmarsson, governador de um importante distrito do Reino e também um cristão fervoroso. Brígida e Ulf tiveram quatro filhos e quatro filhas, uma delas Santa Catarina da Suécia. O casal, especialmente Brígida, cuidava esmeradamente da educação moral, formal e religiosa dos filhos.

Guiada por um erudito religioso, estudou a Bíblia, a ponto de ser apreciada por sua pedagogia, e por isso, a chamado do rei, Magnus, acompanhou sua jovem esposa Bianca de Namur (Bélgica), para que a formasse na cultura sueca.

Junto com seu marido adotou a Regra das Terciárias Franciscanas e fundou um pequeno hospital. Quando um dos filhos morreu, fizeram uma peregrinação até o Santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. Na volta, em 1341, Ulf adoeceu gravemente; recuperou-se, e logo depois foi viver num mosteiro, de acordo com o plano que fizeram de viver em continência. Ele faleceu em 1344.

Viúva, Brígida despojou-se dos seus bens e se fez monja cisterciense em Alvastra. Ali começaram as revelações divinas, que a acompanharam durante o resto da sua vida. Essas foram ditadas por Brígida a seus secretários-confessores, que as traduziram do sueco para o italiano em uma edição de oito livros, intitulados Revelationes (Revelações), com um suplemento, Revelationes Extravagantes (Revelações Suplementares).

Tais obras, de conteúdo e estilo muito variado, ainda hoje são consultadas por teólogos, historiadores e fiéis. “Não há dúvida que a Igreja, ao reconhecer a santidade de Brígida, mesmo sem se pronunciar sobre cada uma das revelações, acolheu a autenticidade do conjunto da sua experiência interior” – São João Paulo II.

Mas o ponto central da sua experiência de Fé foram a Paixão de Cristo e a Virgem Maria. Testemunhas disso foram o “Rosário Brigidino” e as orações, ligadas às graças particulares prometidas por Jesus a ela, para quem os praticasse.

Em 1349, Brígida deixou para sempre a Suécia e foi em peregrinação a Roma acompanhada pela filha Catarina. Queria participar do Jubileu de 1350, mas principalmente conseguir do Papa a aprovação da Regra de uma Ordem Religiosa que chegou a fundar, a Ordem do Santo Salvador, composta por monges e monjas sob a autoridade da abadessa e da regra de vida de Santo Agostinho (na Idade Média, existiam fundações monásticas com um ramo masculino e um ramo feminino, mas com a prática da mesma regra monástica, que previa a direção da abadessa).

Decidiu estabelecer-se na Cidade Eterna, em uma casa na Praça Farnese, que ainda hoje é sede da Cúria Geral das Brigidinas. Nesta residência, recebeu a maior parte das suas revelações, mas também em diferentes igrejas de Roma.

Ela, que era nobre, vivia na pobreza, a ponto de pedir esmolas nas portas das igrejas. Apoiada por Catarina, Brígida dedicou-se a uma vida de caridade, intenso apostolado e oração pela moralização dos costumes resultante da degradação generalizada da cidade. Neste período, por divisões dentro da Igreja, os Papas moravam em Avignon, na França, e Brígida dirigiu-se severamente a eles, a fim de que voltassem à sé romana de Pedro; em 1367, o Papa Urbano V chegou a voltar, porém só por breve tempo.

Finalmente Gregório XI estabeleceu-se, definitivamente, em Roma, mas alguns anos depois da morte de Brígida. Outra linha de ação de Brígida era a paz na Europa, intercedendo para que terminasse a Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra.

De Roma, peregrinou a diversos santuários italianos, em particular Assis, pois tinha grande devoção a São Francisco. Em 1371 foi à Terra Santa, seu maior desejo, já com quase 70 anos, em companhia de um grupo dos seus filhos espirituais.

Santa Brígida faleceu em Roma, a 23 de julho de 1373. No ano seguinte, seus filhos Birger e Catarina a transladaram à Suécia, para o mosteiro de Vadstena, sede da Ordem religiosa por ela fundada e agora dirigida por Santa Catarina, e que teve uma notável expansão.

 Santa Brígida é a padroeira da Suécia, e copadroeira da Europa com São Bento, São Cirilo, São Metódio, Santa Catarina de Sena e Santa Teresa Benedita da Cruz.
 Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR 
 Reflexão:
Orientada pela Igreja e iniciando em família, Santa Brígida desenvolveu uma eficaz pedagogia de apostolado. Então foi evangelizar a corte. Assim sempre deveria ser, o santo ensinando ao rei, isto é, a Igreja ensinando os valores que os governos devem seguir, e levar a eles, se não a conhecem, a cultura pátria, da Pátria Celeste. Infelizmente, as similaridades da época conturbada em que viveu a santa com os nossos conturbados tempos, de crises secularistas e materialistas na Igreja e no mundo, também no mundo católico, não incluem este aspecto educacional, tão necessário, mas também não impossível. Santa Brígida é mais uma das almas canonizadas que tinham por especial devoção a Virgem Maria e a Paixão de Cristo, incluindo naturalmente a Eucaristia. Nunca será demais enfatizar este caminho de santificação para o povo de Deus, de maior excelência e eficácia que vários outros (obviamente não desprezíveis, pois Deus oferece muitos caminhos). Mas como só por Maria se chega a Cristo, e a Comunhão é o cerne da vida católica, é mais do que justifica e desejável que tenham destaque as devoções a elas, e como prova estão os muitos santos que as praticaram, além da recomendação explícita da Igreja. A pureza e a castidade são também marcas típicas da santidade, e por isso, ainda que legitimamente casados, Brígida e Ulf livremente escolheram a continência como amadurecimento da vida em comum. Grande lição para o atual mundo hedonista e erotizado, e sério alerta para os católicos nas suas decisões. Da mesma forma, do luxo legítimo para a pobreza, que chegou em casos à mendicância, foi livre a escolha de Brígida, como fruto de coerência no processo de elevação espiritual. Porém muito mais importante do que estas duas decisões, que dependem claramente de missão e vocação individual, foi a vivência da caridade, manifesta ao longo de toda a sua vida, em qualquer condição social e estado de vida. A caridade, esta sim é fundamental para se chegar à santidade, ao Céu. Brígida foi agraciada com revelações místicas, mas igualmente não depende disso a santidade. A oração e o apostolado, formas essenciais da caridade, são possíveis a qualquer católico.

Oração:
Senhor Deus, que nos proporcionais inúmeros e acessíveis caminhos para chegar a Vós, concedei-nos por intercessão de Santa Brígida a graça de obter de Vós um período de paz, da Vossa paz, para o mundo, fortalecendo o Papa para que esteja sempre em santidade, que é o seu lugar próprio, e que como ela combatamos com a oração e o exemplo para a moralização dos costumes no nosso tempo, de modo a que a última viagem desta nossa peregrinação terrena seja para Terra Santa celestial. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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22 de Julho

22 de Julho – Santa Maria Madalena  –
A origem desta Maria é Magdala, pois o apelido “Madalena” significa “aquela que veio de Magdala”, que por sua vez significa “torre”. Esta cidade, às margens do Lago de Genesaré, perto de Cafarnaum na Terra Santa, de fato tem indícios arqueológicos do que parece ter sido um farol.

No tempo de Jesus era localidade importante, com indústrias de barcos e peixes em conserva, e tintureiros e pescadores possuíam lá bairros específicos. Certa qualidade de excelente lã era ali muito vendida.

De Maria Madalena sabe-se com certeza apenas que foi curada por Jesus de possessão demoníaca, seguindo depois o Senhor e O auxiliando com suas posses (Lc 8,2). Deve ter sido abastada – Magdala era um centro próspero –, não só por esta indicação, mas também porque providenciou os unguentos aromáticos para o corpo de Cristo (Mc 16,1), e estes eram muito caros.

Mas sua heroica fidelidade a Jesus é destacada no relato da Sua Paixão: está junto à Cruz no Calvário, com Nossa Senhora e outras duas mães (Mt 27, 56), enquanto os demais Apóstolos tinham fugido; permaneceu atenta durante Seu sepultamento (Mc 15,40.47), para verificar como poderia depois encontrar e cuidar do Seu corpo; comprou o que era preciso para isso (Mc 16,1) e depois do sábado foi lá com esta intenção, e diligentemente, porque bem cedo (Mt 28,1).

Em seguida, avisou imediatamente a Pedro e João sobre o sumiço do corpo (Jo 20,2). Voltou ao sepulcro e chorava pelo acontecido (Jo 20,11), e ali estando teve a recompensa de saber da Ressurreição, pelo próprio Jesus (Jo 20,12-16). Por fim recebeu Dele a missão de avisar aos Apóstolos (Jo 20,17-18). A Tradição atesta que Maria Madalena foi uma grande anunciadora do Evangelho, depois de Pentecostes.

 É padroeira dos pecadores arrependidos, dos convertidos, das mulheres, das pessoas ridicularizadas por sua piedade e dos fabricantes de perfumes.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Maria Madalena, com frequência associada sem qualquer comprovação à mulher acusada de adultério (Jo 8,3-11) e à pecadora que lhe perfumou os pés (Lc 7,36-38), foi a primeira testemunha ocular da Ressurreição de Jesus mencionada na Bíblia; há base teológica para crer que Ele tenha Se mostrado primeiro à Virgem Maria, mas isto não está registrado em nenhum texto. Excetuando-se Nossa Senhora, então, por que este privilégio a Maria Madalena, e não, por exemplo, a São Pedro? De fato, foi ela quem avisou aos Apóstolos que Cristo ressuscitara, e por isso foi chamada por São Tomás de Aquino de Apóstola dos Apóstolos. O que ela fez de tão particular para ser a primeira a ver a glória celeste de Jesus? Ora, depois de ter sido curada por Ele, tudo o que é mencionado de Maria Madalena é exemplar. Antes desta cura, era atormentada por sete demônios, agindo de acordo com a vontade deles. A palavra inspirada dos Evangelhos faz questão de indicar que eram sete. Este número, na Bíblia, é usado como sinal de “perfeição, plenitude”, em geral no bom sentido. Mas aqui pode ser entendido como uma referência de posse total ao demônio, isto é, a nossa condição antes do Batismo. Só depois de batizados é que podemos, como ela, seguir Jesus e servi-Lo com os nossos bens, ou seja, as nossas riquezas individuais, os dons, que Deus nos dá. Maria Madalena representa a todos nós, todos os batizados, a quem Deus quer igualmente Se manifestar. Não a alguém privilegiadamente (Nossa Senhora, evidentemente, tem outra condição e não se enquadra neste contexto), mas a toda a Humanidade, que é chamada por Ele à vida celeste – e por isso a necessidade absoluta do nosso apostolado, que ela igualmente exemplificou e sem o qual não seremos salvos. Depois de ter sido buscada por Deus, pois é Ele sempre que nos procura primeiro como ensina a Doutrina, Maria Madalena passou então a unicamente seguir a Cristo – é só o que se registra da sua vida – e O acompanhou até a Sua morte, estando aos pés da Cruz. Continuou atenta a aonde Ele foi, para vê-Lo, isto é, estar com Ele, com a intenção de continuar a servi-Lo com os aromas. Que no futuro se possa também registrar de nós que nesta vida unicamente seguimos a Cristo, buscando-O atentamente mesmo quando ocultado, não morto!, para lhe oferecer no Seu Corpo Místico o perfume das nossas obras! Santa Maria Madalena de fato nos representa, como exemplo do que devemos ser. E de como devemos agir: buscar Jesus, para vê-Lo e servi-Lo. Mas não apenas individualmente, pois no exemplo bíblico de Maria Madalena ela está acompanhada em diferentes passagens, especialmente por Nossa Senhora. Como Igreja, e indispensavelmente com a Virgem Maria, é que servimos Jesus. Este serviço inclui, como já mencionado, anunciá-Lo. Mesmo que não acreditem. Mesmo que debochem. Santa Maria Madalena é padroeira das pessoas ridicularizadas pela sua piedade, um patronato até certo ponto surpreendente, porque, sendo a primeira evangelizadora da vitória de Cristo sobre a morte, recebeu como imediata reação dos apóstolos a incredulidade, e por um motivo que sugere alguma ironia: “Mas eles achavam que essas palavras eram delírio e não acreditaram” (Lc 24,11-12). Muitos católicos fervorosos conhecem bem a pressão de ambientes que desfazem de tudo referente à Igreja, através de zombaria mais ou menos educada e/ou agressiva. Mas ela anunciou e manteve o anúncio; e Pedro e João, apesar da reação inicial, logo correram ao sepulcro. Só Deus sabe as consequências da evangelização nas almas, e nunca podemos deixar de fazê-lo por respeitos humanos ou desânimo. A evangelização tem que ser fiel à Verdade – naturalmente. No encontro de Jesus com Maria Madalena, fora do sepulcro, Ele lhe disse: “Noli Me tangere”, “não Me retenhas” (cf. Jo 20,17), porque devia subir ao Pai. Anunciamos o Cristo vivo, fora do sepulcro, que leva nossa humanidade redimida para o Céu: não podemos deturpar esta mensagem, apresentando quaisquer outras interpretações particulares que queiramos forjar sectariamente e egoisticamente, hereticamente. Não é o ser humano que “segura” Deus nas suas mãos, para literalmente manuseá-Lo como quiser, mas é Deus que tem o universo nas mãos, incluindo o cosmo imensurável de cada alma. Enfim, Maria Madalena é a figura e o exemplo dos batizados, o que pode ser resumido em: buscar e servir a Cristo, com Nossa Senhora. Por isso é a ela que Jesus glorificado aparece em primeiro lugar, e que seu nome está entre os primeiros na Ladainha de Todos os Santos.

Oração:
Deus Pai, que nos procurastes primeiro, pelo dom da existência, da vida e da Salvação, concedei-nos por intercessão de Santa Maria Madalena viver exatamente o seu exemplo de Batismo, fiel e amorosamente buscando Jesus para vê-Lo, servi-Lo e anunciá-Lo, abrigados na Torre de Davi que é Nossa Senhora, e, deixando enterrados no passado os pecados, alcançarmos o farol da luz divina no Paraíso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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21 de Julho

21 de Julho – São Lourenço de Brindisi  – 
Júlio César Russo nasceu em 1559 na cidade de Brindisi, Itália, recebendo dos fervorosos pais ótimas raízes religiosas. Já na primeira infância demonstrava piedade incomum, possuindo também inteligência acima da média.

Por isso, a admiração dos franciscanos, mesmo os mais observantes, do convento de São Paulo Eremita em Brindisi, para onde foi encaminhado aos quatro anos para receber sólida formação, diante da sua seriedade, compenetração e brilhantismo nos estudos.

Com apenas seis anos, memorizava e declamava várias páginas de textos, iniciando o estudo da Bíblia. Também repetida com exatidão, desembaraço e espírito os sermões ouvidos, e por tal motivo frequentemente os frades o chamavam para pregar nos Capítulos do convento. Por sua fama, quis ouvi-lo o Arcebispo Dom Francisco Alcander, disfarçando-se entre os fiéis para deixá-lo à vontade.

Ao final da prédica, encantado com a sabedoria e desenvoltura do menino, abençoou-o e lhe concedeu ampla licença para pregar em toda a diocese, especialmente no púlpito da catedral, para isso convocando o povo pelo toque dos sinos.

Aos oito anos entrou para a escola dos meninos oblatos, espécie de pequeno seminário dos frades franciscanos, pouco depois da morte do pai. Ali também os seus dons o destacavam, mas seus sábios formadores não o enalteciam publicamente, para evitar-lhe a vaidade. Aprendeu as ciências humanas e a divina, incluindo a humildade, saindo naturalmente de uma pregação para fazer serviços como varrer o pátio e esfregar o assoalho.

Com o falecimento da mãe teve que se mudar para Veneza com 14 anos, aos cuidados de um tio virtuoso, Pedro Rossi, que dirigia uma escola particular preparatória à Universidade de São Marcos, e o incentivou para uma vida de santificação. Júlio decidiu-se a entrar no convento dos freis capuchinhos, e para já se exercitar neste tipo de vida consagrada e austera intensificou a vida de piedade e penitência.

Jejuava três vezes por semana, dormia pouco e sobre tábuas, usava cilício e disciplinava-se frequentemente. Foi admitido como noviço em Verona, um período que lhe trouxe provações espirituais e físicas, com várias doenças, mas sofria com serenidade por amor a Deus e a Nossa Senhora, a Quem fizera sua consagração.

Estudou profundamente Latim, Hebraico, Grego, História, Filosofia e Teologia, e chegou a memorizar toda a Bíblia. Foi encarregado de pregar antes mesmo da sua ordenação sacerdotal, conseguindo muitas conversões tanto antes quanto depois. Estudou Filosofia na Universidade de Pádua para receber com 23 anos a ordem presbiteral, que ocorreu em 1582.

Em 1586 foi para Veneza como mestre dos noviços da Ordem; em 1587, foi eleito Guardião (Superior do Convento) de Bassano del Grappa; em 1590, Vigário, ou Guardião, Provincial da Toscana e depois de Veneza; em 1596, Definidor, ou Vigário, Geral da Ordem (um dos mais elevados cargos); e como Provincial da Suíça visitou as províncias transalpinas da mesma.

Nesta função, viajou a pé, por vezes mais de 40 quilômetros por dia, sob sol, chuva ou neve, durante um ano, na França, Holanda e Espanha. Zelou então energicamente pela austeridade tradicional da Ordem, especialmente na questão da pobreza. No Império Austro-Húngaro, enfrentou o fraco imperador Rodolfo e seus auxiliares protestantes, que pretendiam expulsar os missionários franciscanos de lá, conseguindo fundar três conventos, em Praga, Viena e Gratz.

Como Capelão das tropas imperiais e conselheiro do chefe do exército romano, Filipe Emanuel de Lorena, na guerra contra a invasão dos turcos muçulmanos, levava apenas uma cruz de madeira com várias relíquias incrustadas, animando a todos e pregando, e realizando milagres (com testemunhos oculares), como fazer voltar as balas inimigas contra eles próprios, fazendo o Sinal da Cruz.

Como embaixador do Papa Paulo V intermediou a paz entre vários governantes católicos, evitando guerras fratricidas, e por isso recebeu do Sumo Pontífice em 1606 permissão oficial para pregar em qualquer lugar sem necessidade da autorização dos bispos locais. E de fato convertia multidões, como em Nápoles, Mântua, Gênova, Pádua, Verona, Milão, etc.; por falar perfeitamente Hebreu, converteu também muitos judeus de Roma.

Lourenço foi fundamental na formação de uma Liga Católica, obtendo a adesão de vários governantes católicos, para combater a Liga Protestante. Polemizando com os hereges, escreveu um manual extraordinariamente bem feito, a partir dos textos originais gregos e hebreus da Bíblia, em confronto com as obras de Lutero, demolindo suas ideias.

Suas atividades eram muito frequentemente acompanhadas de milagres: curas de cegos, paralíticos, surdos, esterilidade. Até lenços tocados por ele tinham poder de curar. Constam 97 milagres em vida no seu processo de canonização.

Suas duas maiores devoções eram: Nossa Senhora, de Quem afirmava: “…aquele que se confia a Maria, que se entrega a Maria, não será jamais abandonado, nem neste mundo nem no outro”, e para Quem escreveu um livro, Mariale, do qual se disse ser o melhor e mais completo sobre a Virgem; e a Sagrada Eucaristia, “o centro não somente de sua vida espiritual, mas de toda sua existência”.

Frequentemente entrava em Êxtase na celebração da Missa, e em qualquer lugar que fosse garantia que pudesse celebrá-la. Mesmo nos seus últimos anos, sofrendo muito com a gota, fazia questão de celebrar, e durante este tempo conseguia ficar de pé. Terminando, voltavam as dores e era preciso ser carregado de volta ao leito.

Faleceu em 21 de julho de 1619, data do seu aniversário de 60 anos, após um ataque agudo de gota e febre, quando estava em missão na cidade de Lisboa, Portugal.

Sua obra é gigantesca: pregador, administrador, diplomata, cruzado, apologista, taumaturgo, escritor, arauto de paz entre os governantes católicos e paladino contra os hereges e muçulmanos, bem querido por regentes eclesiásticos e civis, foi venerado ainda em vida como santo.

Depois da morte, passou a ser chamado de Lourenço de Brindisi para não causar confusão com São Lourenço mártir. Foi proclamado Doutor da Igreja.
Colaboração: : José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
As realizações de São Lourenço de Brindisi são tão imensas quanto o seu coração. Recebeu dons excepcionais, mas os complementou literalmente ao longo de toda a vida através da ascética, do estudo e principalmente pelo entrelaçamento entre humildade e as duas devoções mais típicas dos santos (recomendadas com ênfase da Igreja para todos), à Nossa Senhora e à Eucaristia. Com este amplo e sólido suporte, pôde se destacar na pregação, nos escritos, nas batalhas – espirituais, contra as heresias por exemplo, e em campo, armado de Deus. Entre as inúmeras graças que lhe foram concedidas, está a de ter tido santos mestres. O cuidado que tiveram em lhe prevenir desde cedo a vaidade, não exagerando nos elogios a uma criança, ainda que genial, é uma prova. E é exatamente pelo orgulho que o diabo mais facilmente corrompe, com especial facilidade a quem é concedida destacada inteligência. Para São Lourenço, ainda outra forte via de tentação para a soberba poderia ter sido o reconhecimento do povo em geral, pois era comumente recebido nas diversas localidades por multidões entusiasmadas. Este entusiasmo é sem dúvida bom como reconhecimento da santidade de alguém, mas sempre perigoso. Ainda pior quando as aclamações são por atividades mundanas, que o digam as figuras públicas, os governantes, os artistas, os desportistas, etc., que sem a santidade de Lourenço muitas vezes agem com a pretensão de deuses. Os ídolos são adorados por idólatras… sobre o que seria espiritualmente salutar (ideal, não resistindo ao jogo de palavras) que as massas de “fãs” (fanáticos…) procurassem meditar. São Lourenço combateu o bom combate na época do Renascimento, movimento pagão. Hoje devemos nos movimentar para combater o renascimento do paganismo. Os pagãos adoravam ídolos como os deuses mitológicos, por exemplo, mas atualmente estes deuses são mais conceituais, ideológicos, e portanto mais sutis e perigosos. Rezemos ao Senhor, sempre providente, que suscite por toda a parte santos como Lourenço, humildemente preparados para vencer o combate espirital e em campo, munidos da Eucaristia e nas legiões de Nossa Senhora.

Oração:
Senhor Deus, cujas obras maravilhosas se manifestam na grandeza dos Vossos santos, e em todas as épocas protege os Vossos filhos, concedei-nos pela intercessão de São Lourenço de Brindisi a graça da sua mesma humildade, sem a qual não poderemos limpar o assoalho imundo das nossas almas, pisadas pelo pecado, nem pacificar as disputas fratricidas das ambiciosas paixões no coração; e igualmente a memória viva de Vós, para podermos recitar na vida prática as virtudes, e na vida celeste o Glória em Vossa honra. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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20 de Julho

20 de Julho – Santa Margarida de Antioquia  –

Santa Margarida, Virgem e Mártir, nasceu no ano de 275, em Antioquia da Pisídia, na Ásia Menor, onde seu pai era sacerdote pagão. Órfã de mãe, Margarida foi amamentada e cuidada por uma ama cristã muito piedosa e a menina abraçou o cristianismo e consagrou a sua virgindade a Deus.

Seu pai a renegou e a mandou para o campo trabalhar ao lado dos escravos. Enquanto trabalhava no campo, o prefeito romano luxurioso chamado Olibrius ficou atraído por sua grande beleza, tentou torná-la sua esposa.

Ela se recusou e como não cedeu às ameaças e chantagens, ele a levou a um tribunal aberto onde foi ameaçada de morte a menos que renunciasse à fé cristã. Diante das autoridades negou-se a abandonar a fé cristã.

O sofrimento da jovem foi tão terrível e de resultados tão fantásticos que se tornou uma das páginas mais transmitidas através dos séculos da tradição cristã.

Foram horas de pressão e tortura psicológica que, por fim, viraram tortura física. Margarida foi açoitada, depois teve o corpo colocado sobre uma trave e rasgado com ganchos de ferro. Dizem que a população e até mesmo os carrascos protestaram contra a pena decretada.

No dia seguinte, ela apareceu, sem o menor sinal de sofrimento, na frente do governante, que, irado com o estranho fato, determinou que ela fosse assada viva sobre chapas quentes. Novamente, a comoção tomou conta de todos, pois nem assim a jovem morria ou demonstrava sofrer. Diz a tradição que Margarida teria sido visitada no cárcere pelo satanás, em forma de um dragão que a engoliu.

Mas Margarida conseguiu sair do seu ventre, firmando contra ele o crucifixo que trazia nas mãos. Ela foi, então, jogada nas águas de um rio gelado. Quando saiu de lá viva, com as correntes arrebentadas e sem sinal das torturas aplicadas, muita gente ajoelhou-se, converteu-se e até se ofereceu para morrer no lugar dela. Mas o prefeito enfurecido mandou que a decapitassem.

Ela morreu no dia 20 de julho de 290, com apenas quinze anos. O seu corpo foi recolhido e levado para um lugar seguro, onde foi enterrado pelos cristãos convertidos. No século X, foi transferido para a Itália e desde então sua história se propagou também em todo o Ocidente. De tal forma, que Santa Margarida é protetora das grávidas nos partos complicados e de pessoas com complicações no estômago.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A vida breve de Santa Margarida nos mostra que apesar de seu sofrimento ela soube colocar o amor a Deus e sua fé como prioridade. Muitos de nós desanimamos no primeiro obstáculo que a vida nos traz e nos deixamos abater por coisas extremamente insignificantes. Lembremo-nos de Santa Margarida e peçamos sua intercessão nos momentos de dor.

Oração:
Deus de amor e misericórdia derramai sobre nós, pela intercessão de Santa Margarida, as graças necessárias para enfrentarmos as dificuldades do dia a dia. Que o nosso sofrimento se una ao do Cristo Crucificado e nos aproxime cada vez mais das glórias do Reino do Céu. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!
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