27 de Fevereiro

27 de Fevereiro – São Leandro
Leandro, irmão dos santos Fulgêncio e Isidoro, bispos, e Florentina, abadessa, nasceu em Cartagena, Espanha, por volta de 520. A sua família, distinta na posição social e na espiritualidade, o formou no Catolicismo, e jovem fez-se monge no primeiro mosteiro beneditino da Espanha.

Nos séculos V e VI o país, por 170 anos, foi dominado pelo arianismo. Esta heresia, que não reconhecia a divindade de Cristo, veio com os bárbaros que venceram o Império Romano do Ocidente, e que não eram mais pagãos, pois um bispo ariano chamado Ulfilas havia pregado este erro entre várias tribos germânicas, incluindo os visigodos que chegaram à Espanha (e outros povos fizeram o mesmo nos diversos países europeus, de modo que o arianismo afetou toda a Europa, e também o Oriente).

Em Sevilha reinava o rei ariano Leovigildo, que se opôs ao apostolado de Leandro, feito bispo provavelmente em 579. Leandro havia criado uma escola na qual se ensinavam as artes conhecidas daquele tempo, mas também a catequese, e entre os alunos estavam Hermenegildo e Recaredo, filhos do rei. Muitos pagãos e arianos, incluindo Hermenegildo, se converteram ao Catolicismo; por isso o rei, em 584, iniciou uma guerra civil contra este seu filho mais velho e natural sucessor, acabando por condená-lo à morte. Hermenegildo não renegou a fé e tornou-se mártir. São Leandro foi forçado ao exílio pela perseguição do rei, indo a Constantinopla pedir auxílio ao imperador; lá ficou amigo do futuro Papa São Gregório Magno. Ali escreveu livros contra o arianismo, defendendo a ortodoxia católica.

O desterro terminou em 586. Voltando à Sevilha, continuou no seu zelo missionário, e afinal o rei, arrependido, e reconhecendo que é necessária a coerência entre a Fé e a vida prática, antes de morrer pediu ao santo a educação católica dos filhos. O seu filho Recaredo, convertido e novo rei, atraiu muitos súditos para a Igreja, e aconselhado por Leandro convocou o Concílio III de Toledo; este e o Concílio de Sevilha, também com a influência de Leandro, finalmente levaram a Espanha visigótica a abjurar do arianismo, em todas as suas formas (pois foram várias as sutilezas que esta heresia assumiu).

Outras muitas atividades de São Leandro foram a regra monástica que escreveu para a irmã, o impulso para a fundação de mosteiros, o estabelecimento de paróquias, junto com uma vida de oração, penitência e jejum. Acrescentou o Credo Niceno-Constantinopolitano à Liturgia espanhola, onde fica clara a negação ao arianismo, na afirmação da verdadeira divindade e humanidade de Cristo.

 Já idoso, Leandro sofreu muitas enfermidades, principalmente a gota. Faleceu por volta do ano 600 aos 80 anos, sucedido no bispado pelo irmão Santo Isidoro. Ficou conhecido como o “Apóstolo dos Godos”.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
O nome Leandro significa “força do Leão”, e, de acordo com isto, este santo batalhou com a força do Leão da tribo de Judá, isto é, o Cristo. Isto implica em dizer que ele em tudo se empenhou pela causa da Igreja, porém consciente de que é necessário para isto a ajuda sobrenatural de Deus, conseguida pela mediação de Maria – nenhum ser humano consegue sucesso apostólico apenas com seus próprios esforços. E o apostolado, tanto a nível pessoal quanto social, é indispensável para que se possa viver com menos erros e mais paz, uma condição essencial para que Cristo reine na Terra, a partir dos corações. O primeiro campo de apostolado é o próprio coração: a partir desta conversão, pode-se ter verdadeiramente a conversão das comunidades. Uma situação prática disto é justamente o legado de São Leandro, pois quando Recaredo, por ele convertido, assumiu o trono, auxiliou na obra do santo bispo, com proveito para toda a nação espanhola, um admirável exemplo de colaboração entre a Igreja e o Estado. Para estas condições devemos igualmente trabalhar também nós, os católicos de hoje, de modo que, levando uma coerente vida de Fé no dia-a-dia, emprego, família, lazer, dificuldades e sucessos, contribuamos para a santidade das nossas almas e consequentemente da sociedade.

Oração:
Senhor Deus, perfeito e imutável, concedei-nos por intercessão de São Leandro a coragem e estabilidade na Fé, para lutar contra as heresias do nosso tempo, isto é, todas as ideias mundanizantes na área religiosa, cultural, ideológica, política, econômica, morrendo para o pecado e os respeitos humanos, incluindo, se for o caso, os familiares, para sermos fiéis ao nosso Credo e imitarmos Jesus na Sua humanidade, e assim Dele recebermos também a comunhão com a Divindade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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26 de Fevereiro

26 de Fevereiro – São Porfírio de Gaza   –

Nasceu na Tessalônica em 353 e morreu em Gaza em 420. São Porfírio nasceu de uma família rica e com vinte e cinco anos mudou-se para o Egito, onde entrou no monastério de Esquete, no deserto. Cinco anos depois ele viajou para a Palestina, para visitar os lugares santos, e residiu numa caverna perto do Rio Jordão por mais cinco anos, em profunda solidão.

Neste período ele adoeceu profundamente e resolveu gastar seus últimos dias em Jerusalém, onde poderia estar perto dos lugares onde Jesus Cristo viveu. Sua austeridade era tão grande que a doença agravou e ele só podia visitar os lugares santos apoiado num pedaço de madeira.

Um amigo seu, chamado Marcos, propôs a ajudá-lo, oferecendo seu braço, mas Porfírio recusou a ajuda dizendo: “Eu vim até a Palestina para procurar o perdão dos meus pecados e não devo procurar o conforto de ninguém”, dizia Porfírio.

Neste sofrimento ele viveu alguns anos, com olhar sereno e feliz. Só uma coisa ainda o incomodava: sua riqueza deixada na Tessalônica. Um dia, chamou seu amigo Marcos e lhe deu ordens para ir até sua casa e vender suas propriedades. Três meses depois, seu amigo retornou trazendo grande quantia em ouro. Porfírio o recebeu com alegria, pois estava completamente recuperado de sua enfermidade.

O santo explicou ao amigo que, dias antes, durante um acesso de febre, ele tinha sentido vontade de caminhar até o Calvário. Lá chegando, ele teve uma queda como um desmaio e pensou ter visto Cristo na cruz. Implorou ao Mestre que o levasse com Ele para o Paraíso. Jesus então apontou-lhe a cruz e pediu que ele a carregasse. São Porfírio tomou então a cruz nos ombros e quando acordou estava completamente recuperado da doença.

O santo distribuiu, então, seus bens entre os pobres da Palestina. Para sobreviver, Porfírio aprendeu a fazer sapatos e tornou-se um grande sapateiro.

No fim da vida, Porfírio retornou para Gaza, foi ordenado bispo e passou a defender a fé contra o ataque constante dos pagãos. Diz a história que, em Gaza, terrível seca assolava os campos. Os pagãos culpavam os cristãos e não queriam receber Porfírio entre eles. Às portas da cidade, Porfírio rezou a Deus e a chuva caiu com abundância. Assim, ele foi reconhecido pelos cidadãos de Gaza e pôde entrar na cidade.

Porfírio retirou do maior templo da cidade os ídolos pagãos e construiu uma grande Igreja, consagrada em 408. Na ocasião de sua morte, sua diocese era toda cristã, conforme o testemunho de seu amigo Marcos, que escreveu a biografia do santo.Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:
A vida de São Porfírio está cercada de lendas e tradições. Ele fascinava o povo. As pessoas simples encontravam em São Porfírio a expressão de sua alma. Nosso santo foi um eremita, mas nunca deixou de caminhar ao encontro do Cristo. Faleceu muito idoso, sempre no exercício zeloso de suas funções pastorais. Nós também somos chamados a seguir o caminho de Jesus Cristo, seja assumindo nossa vocação à vida ministerial, consagrada ou leiga. O importante é ter Jesus Cristo como meta de nossa vida. Só com Ele somos capazes de carregar nossas cruzes.

Oração:

Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Porfírio de Gaza, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
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24 de Fevereiro

24 de Fevereiro – São Sérgio

Este Sérgio, um dos vários santos com o mesmo nome, foi monge e mártir no século IV, e tinha por profissão o trabalho de magistrado antes de se consagrar somente a Deus, num eremitério. Na cidade de Cesaréia da Capadócia (hoje Turquia), o governador Saprício executava as ordens de perseguição à Igreja do cruel imperador Dioclesiano, em 304.

Ordenou então que todos os cristãos da cidade fossem levados para diante do templo pagão, onde seriam prestadas as homenagens anuais a Júpiter; se não comparecessem e fossem denunciados, seriam presos e condenados à morte. Poucos conseguiram fugir, a maioria foi ao local indicado.

 Não houve lembrança de Sérgio, por viver afastado, mas um chamado interior o convidava a ir à cidade. Ali chegando, encontrou um sacerdote pagão invocando as divindades tutelares de Cesaréia diante do templo. Sérgio compreendeu que havia sido chamado por Deus para dar testemunho da Verdade, e diante do povo denunciou a mentira, condenando a crença em falsos deuses, a inutilidade dos sacrifícios a eles direcionados, e a falsidade dos sacerdotes pagãos, passando a anunciar a Boa Novo do Evangelho.

A sua presença fez com que os fogos preparados para os sacrifícios se apagassem; os pagãos atribuíram imediatamente a causa do fenômeno aos cristãos, que com suas recusas haviam irritado ainda mais os “deuses”. Sérgio foi então agarrado pelos soldados e ali mesmo decapitado.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
São Sérgio buscou a verdadeira Justiça, tanto na vida leiga quanto na religiosa, e por isso, na oração e intimidade com Deus, soube apagar os fogos das tentações mundanas que, a ele como a nós, pedem o sacrifício do nosso amor a Deus e o das nossas almas, para que queimem no inferno. Não adianta servirmos aos deuses deste mundo, o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ganância, tendo um brilho fugaz como o dos fogos de artifício, que logo se apaga para sempre, na escuridão infinita onde não estará Deus. Na comunhão pessoal com Deus, o anúncio da Boa Nova é um dever de alegria, que possibilita aos irmãos a firmeza e/ou a conversão à Fé: não há nada melhor que possamos dar ao próximo, se o amamos por amor a Deus.

Oração:
Senhor, Justo e Bom, concedei-nos pela intercessão de São Sérgio jamais resistirmos aos Vossos chamados no interior dos nossos corações, para que cortando radicalmente, como que por uma espada, o pecado das nossas vidas, não fiquemos presos aos templos do mundanismo, e sejamos por Vós agarrados para o Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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23 de Fevereiro

23 de Fevereiro São Policarpo   – 
Policarpo nasceu em 69, em local não indicado, de pais cristãos. Santo Ireneu, seu discípulo do século II, escreveu sobre ele, esclarecendo que Policarpo conviveu diretamente com alguns dos Doze Apóstolos, especialmente São João: “Poderia reproduzir o que nos contava do seu trato com São João Apóstolo e os demais que tinham visto o Senhor e como repetia suas mesmas palavras…”.

Por testemunhar pela vida e pelos escritos a Fé recebida diretamente dos Doze, Policarpo, junto a São Clemente Romano, Santo Inácio de Antioquia e São Pápias são chamados de “Padres Apostólicos”, e foram o elo entre a Igreja primitiva e a Igreja do mundo greco-romano, na passagem do primeiro para o segundo século. Imensa importância têm estes Padres, pois na sua época havia inúmeras interpretações sobre o que Jesus havia feito e dito; assim puderam esclarecer e autenticar com autoridade a verdadeira mensagem dos Apóstolos.

São Policarpo foi sagrado bispo de Esmirna pelo próprio São João Evangelista. Por suas muitas qualidades era estimado e respeitado em todo o Oriente. Em 107 Policarpo acolhe em Esmirna Santo Inácio de Antioquia, de passagem e sob escolta, indo a Roma para ser julgado. Escreveu muitas cartas, mas somente uma, endereçada aos Filipenses em 110, foi preservada. Nela exalta a fé em Jesus Cristo, a qual precisa ser confirmada no trabalho árduo, diário e no dia a dia dos cristãos, incutindo em cada um a lembrança de suas obrigações particulares. Ela também cita trechos da Carta de São Paulo aos Filipenses e os Santos Evangelhos, além de repetir as muitas e preciosas informações que ele próprio recebera diretamente dos Apóstolos, especialmente de São João Evangelista. São Policarpo parece ter sido um dos que compilaram, editaram e publicaram o Novo Testamento.

Por volta do final de 154, Policarpo vai a Roma como representante dos cristãos da Ásia Menor, para tratar com o Papa Aniceto sobre diversas questões, mas principalmente sobre a data da Páscoa, que nas Igrejas Orientais era celebrada no dia 14 do mês judaico de Nisan, enquanto que, na capital do Império, no domingo seguinte. Não se chega a um acordo, mas eles celebraram juntos a Eucaristia, mostrando que uma mera questão disciplinar não devia desunir a Igreja.

 Marcião, numa carta que os fiéis de Esmirna enviaram para a cidade de Filomélio na Frígia (atual Turquia) em 23 de fevereiro de 156, e conhecida como Martyrium Polycarpi, descreve o martírio de São Policarpo em 155. É considerada como uma dos mais antigos relatos genuínos de martírios cristãos, e um dos poucos relatos sobreviventes compostos na época das perseguições. Também é a primeira obra que define como mártir aquele que morre pela Fé. Policarpo, já com 86 anos, diante da perseguição do Imperador Antonino Pio, havia se ocultado, mas foi delatado e preso. Diante do pró-cônsul que o instigava a renegar a Fé, resistiu e foi condenado à fogueira. Subiu espontaneamente os degraus que a ela levavam, mas o fogo não lhe fez mal algum, sendo então morto à espada. Ele é o padroeiro dos que sofrem queimaduras.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
São Policarpo de fato vivenciou o significado do seu próprio nome (poli = muitos; carpo = fruto – muitos frutos), pois, permanecendo unido à Videira, que é Cristo, através da ortodoxia da Doutrina recebida diretamente pela Tradição dos Apóstolos, por suas obras, testemunhos e martírio muito enriqueceu a Igreja. Os nossos nomes pessoais também estão inscritos no Coração do Pai com o de Cristo, o único Nome pelo Qual podemos ser salvos (Jesus = Deus salva, Cristo = ungido; é Aquele que Deus ungiu para nos salvar, cf. Catecismo da Igreja Católica nos 430-440). Se permanecermos fiéis ao que ensina o Espírito Santo na Igreja, a qual Ele mantém na Verdade como prometido em Pentecostes (cf. Jo 16,13-14; CIC nos76-83 e 767), daremos os mesmos frutos. É preciso crer de fato no Evangelho, para podermos vivê-lo, dar a vida por Ele. Isto significa normalmente o pequeno martírio diário de cumprir com amor e zelo nossas obrigações normais, na paciência com os irmãos, no arrependimento sincero dos nossos pecados, no serviço aos necessitados de corpo e espírito.

Oração:
Senhor Deus da Verdade, que não pode nunca enganar, por intercessão de Vosso servo São Policarpo concedei-nos a firmeza da Fé que recebemos legitimante dos Apóstolos pela Igreja, iluminada infalivelmente pelo Espírito Santo, para caminharmos espontaneamente ao chamado do Fogo do Vosso amor – e, na certeza do que cremos, praticarmos corajosamente a caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém
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22 de Fevereiro

22 de Fevereiro – Santa Margarida de Cortona   –  
Margarida nasceu em Alviano, Itália, ano de 1247. Aos oito anos ficou órfã de mãe, que lhe havia ensinado rudimentos da Fé, e a desorientação do pai e da madrasta na sua educação, com más influências, a levaram às tentações chamativas mas sem sentido do mundo. Aos 16 de idade, bela, atraente, jovial e expansiva, deixou a casa para juntar-se ilicitamente com um jovem.

Assim viveu nove anos, quando seu companheiro, viajando a negócios, foi assaltado e morto. Seu corpo, ao ser finalmente encontrado, já estava em adiantado estado de decomposição. Diante da realidade da putrefação física, Margarida, abalada, passou a considerar a finitude e fugacidade da vida material, a insegurança e instabilidade dos amores e garantias terrenos, a futilidade e vazio das vaidades em que vivia. A semente de religiosidade cristã que a mãe plantara na sua primeira infância então desabrochou.

Seguindo um impulso interior, foi para a cidade vizinha de Cortona, buscando o convento franciscano para confissão e orientação espiritual. Recebeu entre lágrimas o perdão dos pecados, e pediu para ser admitida, como penitente, na Ordem Terceira franciscana. Foi aceita, mas somente depois de dar provas de constância nestes bons propósitos: a Igreja procura ser prudente para não deixar que apenas fortes emoções sejam motivo para que se assumam responsabilidades, sem as verdadeiras condições de cumpri-las. Assim, aceitou viver três anos num regime de retiro e penitência.

Só se alimentava de pão e água, disciplinava e mortificava o corpo diariamente, passava grande parte da noite em oração, dormia no chão e tinha por travesseiro uma pedra. Entrando para a Ordem Terceira, continuou levando uma vida de austeras penitências e constante oração. Aceitava com humildade e paciência os sofrimentos que Deus lhe permitia padecer, e a meditação da Paixão e Morte de Cristo nela despertou o desejo de penas cada vez maiores, com Ele e por Ele. Teve muitas tribulações interiores, vencidas pela orientação espirital do seu confessor, orações perseverantes e firme confiança na misericórdia divina.

 Sua vida espiritual foi se fortalecendo cada vez mais, a par com a sua purificação pelos sofrimentos e penitências. Faleceu em 1297, e seu corpo se conserva milagrosamente intacto.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Nem todos os que sofrem, na infância e juventude, com as más orientações que afastam de Deus têm a felicidade de uma conversão tão grande como a de Santa Margarida; mas todos os que, principalmente na infância, recebem as bases do amor a Deus podem, em qualquer fase da vida, desenvolvê-la… donde se evidencia a importância primordial na boa formação religiosa das crianças, e no perigo e monstruosidade de negligenciar a espiritualidade na educação. Sinal do quão foi agradável a Deus a vida de arrependimento de Santa Margarida é a incorruptibilidade do seu corpo. Ele está milagrosamente intacto: mas também no sentido de que, intactos do pecado, a alma e o corpo serão perfeitos no Céu; Margarida não sofreu a decomposição do corpo nem a putrefação da alma, por causa do seu zelo no arrependimento, nas penitências, nas orações e na confiança na misericórdia de Deus. Sempre podemos e devemos sinceramente nos arrepender dos pecados, pois somos imperfeitos, mas nunca deixará de nos acolher a misericórdia amorosa de Deus.

Oração:
Pai de amor, cuja bondade quer sempre nos perdoar, dai-nos a graça da sincera e perseverante conversão ao longo de toda a vida, por intercessão de Santa Margarida de Cortona, para que o pranto pelos nossos pecados na Terra sejam transformados na alegria infinita do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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21 de Fevereiro

21 de Fevereiro -São Pedro Damião – 
Pedro nasceu em Ravena, Itália, por volta de 1007, e era o último de sete filhos. Sofreu muito na infância, com a orfandade e maus tratos de alguns irmãos. Finalmente sob os cuidados do irmão primogênito, Damião, arcipreste em Ravena, recebeu cuidados e condições de estudar.

Como agradecimento, Pedro acrescentou o nome do irmão ao seu. Aos 21 anos, entrou para a Congregação dos Camaldulenses, fundada por São Romualdo. Buscou a vida de contemplação e solidão no convento de Fonte Avellana, nos confins da Úmbria. Em breve tornou-se diretor espiritual daquele grupo de eremitas, e sua fama difundiu-se rapidamente, sendo convidado como docente de Teologia e Direito Canônico em outros mosteiros. Em 1043 foi nomeado prior de Fonte Avellana, cargo que ocupou até o fim da vida.

Além do espírito contemplativo, Pedro também era muito rigoroso na ascese pessoal, e modificou para maior severidade a disciplina do clero e de mosteiros, muitos fundados por ele e seguindo com certas variações a reforma camaldulense.

É um dos grandes reformadores da vida monástica do século XI, junto a São Nilo, São Romualdo, etc. Desejava devolver o sentido da consagração total a Deus na vida religiosa, pela austeridade na solidão e penitência.

Mas a partir de 1046 a fama da sua santidade, sua cultura e prestígio na Itália e no Império chamaram a atenção de mais altas autoridades eclesiásticas, até que em 1057 foi feito Bispo e Cardeal de Óstia, próximo a Roma, e administrador da diocese de Gubio. O Papa Estêvão IX queria a sua ajuda para reformar o clero, pois na época a Igreja sofria com dois grandes males: a simonia, ou seja, a compra de cargos eclesiásticos com dinheiro ou favores temporais, um abuso imoral, que também colocava a hierarquia da Igreja sob o controle e arbítrio de pessoas sem qualquer vocação, espírito, competência, obediência ou escrúpulo religioso; e o nicolismo, quer dizer, a inobservância do celibato.

Efetivamente, São Pedro Damião auxiliou sete Papas, de Gregório VI (1045-1046) a Gregório VII (1073-1085), atuando através de vários escritos, como Legado Papal em delicadas missões, e como Bispo e Cardeal. Em todo este período combateu a simonia e o nicolismo; bispos corruptos; dois antipapas (Bento X que se opôs ao Papa Nicolau II e Honório II que se opôs ao Papa Alexandre II); a prepotência do arcebispo local sobre os monges da famosa abadia beneditina de Cluny na França; impediu o divórcio do rei Henrique IV do Sacro Império Romano-Germânico da sua virtuosa esposa Berta; combateu as investiduras (nomeação de bispos e abades), ilegais, do imperador Henrique IV da Alemanha; e reconciliou a população excomungada de Ravena, por ter apoiado o antipapa Honório II.

Além destes trabalhos, escreveu muitas obras, incluindo vários tratados (67 sobreviveram), cartas, sermões, preces, hinos e textos litúrgicos, pelo que foi proclamado Doutor da Igreja.

 Voltando da sua missão de reconciliação em Ravena, Pedro adoeceu perto de Faenza, e faleceu no mosteiro beneditino de Santa Maria em 21 de fevereiro de 1072.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A atividade de São Pedro Damião é impressionante, particularmente para quem tinha um espírito contemplativo e buscava preferencialmente a solidão. Mas uma parte da sua grandeza é justamente, por obediência, ter sabido abrir mão das suas preferências pessoais para servir à necessária reforma de que a Igreja carecia na época. Entre várias das suas missões, quando era possível, voltava ao convento de Fonte Avellana, e sem dúvida, nestas ocasiões, podia alimentar a alma com o silêncio e a meditação. Exemplo de que, por maiores e mais intensas que sejam nossas obrigações, só as podemos realizar bem buscando sempre o tempo necessário para estar na intimidade com Deus através da oração. Ação sem contemplação leva ao ativismo raso, que breve sofre as consequências da falta de direção a Deus, e tende necessariamente a se esvaziar de sentido e conteúdo, desvirtuando-se e levando ao cansaço, frustração e confusão. Nos piores casos, acaba afastando de Deus.

Oração:
Deus Pai, que buscais a nossa companhia com infinito amor, concedei-nos por São Pedro Damião o desejo sincero de estar sempre Convosco, e a partir desta convivência não poupar esforços para servir à Igreja, Vosso mesmo Corpo Místico, em tudo o que for necessário, começando pelo empenho da busca da nossa própria santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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20 de Fevereiro

20 de Fevereiro – SSanto Eleutério

Nascido por volta de 470, Eleutério viveu em Tournai, então norte da França e hoje Bélgica. Este foi um período difícil na região, com povos em conflito pela disputa de terras e apenas início da estruturação eclesiástica local. E, sem a ação da Igreja, a obediência popular era obtida normalmente por mera força militar, representa pelos reis e generais.

Um dos primeiros registros da história eclesiástica na França foi de São Gregório de Tours, que menciona ter Eleutério, ainda menino, ouvido a predição de que seria bispo. De fato, seguiu ele a carreira eclesiástica e foi em tempo eleito o primeiro bispo de Tournai, dez anos antes da conversão de Clodoveu, rei dos francos, ao Catolicismo. Portanto coube a ele organizar, em meio às populações beligerantes e sem maiores auxílios civis e administrativos, o funcionamento inicial da diocese (hoje uma das maiores do mundo, com 550 paróquias).

Além das dificuldades normais para estabelecer o clero, construir igrejas, formar núcleos de evangelização, havia o imenso esforço de pacificação dos habitantes. Além disso, um outro enorme problema era comum na época, as conversões “obrigatórias” das nações por causa da conversão dos reis. A ideia era a de que a unidade da nação deveria seguir a postura do rei, também na área religiosa.

Na prática, significava muitas pseudo-conversões, puramente exteriores e com fins políticos, e não adesões sinceras à Fé. Eleutério muito trabalhou para que houvesse veracidade nestas atitudes, contando com a ajuda de poucos padres e monges. Cuidou com enorme zelo e perseverança para evitar a infiltração de heresias, agindo com bondade e energia.
 Em 532, não se sabe ao certo como, foi ele martirizado por hereges.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A lógica do Evangelho, a História, e a observação do senso comum testemunham que a ação da Igreja promove a pacificação e união das pessoas e dos povos. Como esta ação é obra do Espírito Santo, mesmo uns poucos homens podem com sucesso iniciar e desenvolver uma grande obra evangelizadora, e este é o caso de São Eleutério, a exemplo dos 12 Apóstolos com os quais se iniciou formalmente a atividade da Igreja, em Pentecostes. A condição é a abertura da alma ao chamado de Cristo, em obediência e verdadeiro amor a Deus e ao próximo. Não há ser humano que não possa servir ao Pai Celeste: os frutos sempre serão abundantes, a curto ou a longo prazo, em maior ou menor quantidade segundo as disposições divinas, mas inevitáveis quando nós, os ramos, estamos conectados à árvore da Vida: “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em Mim, e Eu nele, produz muito fruto, porque, sem Mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5). E o fruto da videira, a uva, produz o vinho, o qual, consagrado, é o Sangue de Cristo, que sacia a sede da alma. Assim, também, podemos ter participação, com Jesus, nas boas obras que levam ao Céu.

Oração:
Senhor Deus, que sempre nos assistis em tudo o que nos pedes, concedei-nos por intermédio de São Eleutério a sinceridade de conversão, para que então vivendo em santidade possamos contribuir para a verdadeira paz na alma, na família, no país e no mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, e Nossa Senhora. Amém.
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19 de Fevereiro

19 de Fevereiro – São Conrado de Placência   –

São Conrado era casado e vivia na cidade de Placência, na Itália. Certo dia em que estava caçando lebres e faisões, causou um incêndio acidental que provocou grandes danos. Em seguida, ele fugiu para escapar da justiça. Ao saber que um inocente fora condenado em seu lugar, apresentou-se, confessou sua responsabilidade e ofereceu todos os seus bens para indenizar os prejuízos. Este gesto fez Conrado gastar todo seu dinheiro e ele acabou ficando pobre.
Mas ninguém conhece os caminhos do Senhor. O caçador incendiário ingressou num Convento, na Ordem Terceira de São Francisco, abandonando a esposa, que também retirou-se para um mosteiro. Apesar destes gestos bruscos, Conrado era muito bom e piedoso.

Em 1343, chegou a Siracusa e estabeleceu-se na cidade de Noto. Escolheu como habitação uma cela ao lado da igreja do Crucifixo. A fama de sua santidade foi aumentando e comprometia a paz e o silêncio de que tanto gostava. Quando percebeu que as muitas visitas perturbavam sua vida de oração, frei Conrado levantou acampamento e foi humildemente para uma solitária gruta dos Pizzoni, que foi depois chamada de gruta de são Conrado.

Morreu a 19 de fevereiro de 1351. Frei Conrado foi sepultado entre as esplêndidas igrejas de Noto. Viveu 40 anos na oração e na penitência.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:
São Conrado foi um homem decidido e profundamente marcado pelas ações radicais. Seu temperamento forte levou-o a abandonar a família, os bens e sua terra natal, para dedicar-se à oração e a contemplação dos mistérios de Deus. Tornou-se um místico. O exemplo de são Conrado convida-nos a buscar Deus de todas as maneiras. O desapego das coisas passageiras facilita o diálogo com o Pai e abre nosso coração para a caridade fraterna com o próximo.

Oração:
Meu querido Pai, celebrando hoje a memória de São Conrado, permita-nos seguir seu exemplo e buscar Deus em todos os momentos da vida. Que nossa vida seja cercada de oração e de ações amorosas em favor do próximo, sobretudo os mais abandonados. Isso pedimos por Cristo, nosso Senhor. Amém.
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18 de Fevereiro

18 de Fevereiro – São Simeão

São Simeão foi bispo de Jerusalém. Filho de Cleófas, São Simeão era primo de Jesus. Ele foi um dos primeiros apóstolos, tendo inclusive recebido o Espírito Santo no dia de Pentecostes.

Depois do assassinato de São Tiago, o menor, pelos judeus, os apóstolos e discípulos se reuniram para escolher seu sucessor na sede de Jerusalém. O escolhido foi Simeão. No ano 66 começou na Palestina a guerra civil em consequência da oposição dos judeus aos romanos e parece que os cristãos de Jerusalém receberam do céu o aviso de que a cidade seria destruída e que deviam sair dela sem demora, refugiando-se com o santo na cidade de Péla.

Depois da tomada e destruição de Jerusalém, os cristãos voltaram e se estabeleceram nas ruínas. Simeão voltou e recomeçou com os fiéis a reconstrução das casas. Houve muitas conversões, pois o acontecimento fez muita gente refletir sobre a mensagem evangélica. Numerosos judeus converteram-se ao cristianismo devido aos milagres feitos pelos santos. Os imperadores Vespasiano e Domiciano mandaram matar todos os membros descendentes de Davi, mas Simeão conseguiu escapar.

Contudo, durante a perseguição do Imperador Trajano, foi denunciado às autoridades, torturado, crucificado e morto. Simeão recebeu ordem de prisão e intimação de prestar homenagem aos deuses. O santo negou-se corajosamente a trair aquele que era seu único Mestre e Senhor. No meio da cruel flagelação, Simeão louvou e bendisse o nome de Deus e de Jesus Cristo. Do alto da cruz, ainda confessou o nome do divino Mestre, rezou pelos inimigos e entregou o espírito nas mãos de Deus. Morreu com 120 anos, depois de ter governado durante 43 anos a Igreja. Sua simplicidade e a fidelidade uniu os cristãos em torno do Evangelho de Jesus.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:

Histórias de amor ao Cristo são comuns no início da Igreja. São Simeão, já na velhice, conservou sua fidelidade ao seu Mestre Jesus e entregou sua vida por amor a Igreja. Ele era membro da primeira geração de cristãos, conheceu Jesus e aprendeu dele a virtude da caridade e da fidelidade. Hoje somos convidados a reafirmar nossa profissão de fé em Jesus Cristo. Que nossa vida, na juventude e na velhice, seja sempre uma testemunha da Ressurreição.

Oração:

Querido Pai, Deus Uno e Trino, pela intercessão do bispo São Simeão, conserve em nós a fidelidade ao projeto de amor aos mais abandonados e sofredores e que o testemunho deste apóstolo seja alimento de nossa fidelidade ao evangelho. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
https://www.a12.com/

18 de Fevereiro – São Simeão   –

São Simeão foi bispo de Jerusalém. Filho de Cleófas, São Simeão era primo de Jesus. Ele foi um dos primeiros apóstolos, tendo inclusive recebido o Espírito Santo no dia de Pentecostes.

Depois do assassinato de São Tiago, o menor, pelos judeus, os apóstolos e discípulos se reuniram para escolher seu sucessor na sede de Jerusalém. O escolhido foi Simeão. No ano 66 começou na Palestina a guerra civil em consequência da oposição dos judeus aos romanos e parece que os cristãos de Jerusalém receberam do céu o aviso de que a cidade seria destruída e que deviam sair dela sem demora, refugiando-se com o santo na cidade de Péla.

Depois da tomada e destruição de Jerusalém, os cristãos voltaram e se estabeleceram nas ruínas. Simeão voltou e recomeçou com os fiéis a reconstrução das casas. Houve muitas conversões, pois o acontecimento fez muita gente refletir sobre a mensagem evangélica. Numerosos judeus converteram-se ao cristianismo devido aos milagres feitos pelos santos. Os imperadores Vespasiano e Domiciano mandaram matar todos os membros descendentes de Davi, mas Simeão conseguiu escapar.

Contudo, durante a perseguição do Imperador Trajano, foi denunciado às autoridades, torturado, crucificado e morto. Simeão recebeu ordem de prisão e intimação de prestar homenagem aos deuses. O santo negou-se corajosamente a trair aquele que era seu único Mestre e Senhor. No meio da cruel flagelação, Simeão louvou e bendisse o nome de Deus e de Jesus Cristo. Do alto da cruz, ainda confessou o nome do divino Mestre, rezou pelos inimigos e entregou o espírito nas mãos de Deus. Morreu com 120 anos, depois de ter governado durante 43 anos a Igreja. Sua simplicidade e a fidelidade uniu os cristãos em torno do Evangelho de Jesus.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:
Histórias de amor ao Cristo são comuns no início da Igreja. São Simeão, já na velhice, conservou sua fidelidade ao seu Mestre Jesus e entregou sua vida por amor a Igreja. Ele era membro da primeira geração de cristãos, conheceu Jesus e aprendeu dele a virtude da caridade e da fidelidade. Hoje somos convidados a reafirmar nossa profissão de fé em Jesus Cristo. Que nossa vida, na juventude e na velhice, seja sempre uma testemunha da Ressurreição.

Oração:
Querido Pai, Deus Uno e Trino, pela intercessão do bispo São Simeão, conserve em nós a fidelidade ao projeto de amor aos mais abandonados e sofredores e que o testemunho deste apóstolo seja alimento de nossa fidelidade ao evangelho. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
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17 de Fevereiro

17 de Fevereiro – Os sete fundadores da Ordem dos Servitas   – 
Nos séculos XII e XIII, desenvolveram-se na Europa “comunas” de adeptos das artes liberais, nas quais o gosto pelos prazeres, luxo, ganância e domínio inevitavelmente cresceu, gerando conflitos e contrastando com os valores cristãos então vigentes na sociedade. A reação de muitos leigos foi unirem-se em confrarias de penitência ou movimentos propondo uma vivência radical do Evangelho, como por exemplo os Humilhados, os Valdenses, os Pobres Lombardos, mas principalmente as iniciativas de São Francisco de Assis e São Domingos de Gusmão.

Na Itália, em Florença, surgiram os Laudesi, que se encontravam para, diante de uma imagem de Nossa Senhora, rezar e a Ela cantar louvores. Dentre os participantes havia os que mais seriamente queriam se comprometer com uma renovação da vida cristã, através de obras de caridade e de penitência. Sete amigos das mais aristocráticas e tradicionais famílias florentinas, da confraria chamada Associação-mor de Santa Maria, decidiram por este caminho: Amadeo degli Amidei, Manetto dell’Antella, Giovanni Buonagiunta, Alessio Falconieri, Buonfiglio Monaldi, Gherardion Sostegni e Ricovero dei Ugoccioni.

Eram todos prósperos comerciantes de lã, mas deixaram os negócios e venderam todos os seus bens, deixando o suficiente para suas famílias e distribuindo o resto aos pobres. Em seguida mudaram-se para uma casa abandonada na periferia da cidade, mais tarde conhecida como Santa Maria de Caffagio. Ali viviam em perfeita comunhão, numa vida austera dedicada à oração, contemplação, penitência, mendicância e obras de caridade junto aos pobres e doentes.

O bispo de Florença abençoou a iniciativa e solicitou que o governo municipal respeitasse a atuação daqueles “homens de paz”, um testemunho fundamental: a situação social era de guerras, e intrigas entre os guelfos, partidários do Papa, e os gibelinos, partidários do Império Germânico.

Nesta casa, logo acorreram muitas pessoas, animadas com o seu exemplo. Nasceu assim a Ordem dos Servos de Maria, ou Servitas, com hábito negro em sinal de luto, em devoção à Nossa Senhora das Dores ao pé da Cruz. Procurando uma situação mais solitária e contemplativa, eles se mudaram em 1245 para o Monte Senário, numa casa rústica com um oratório dedicado a Maria. Mas mesmo a 18 quilômetros da cidade, as visitas continuavam, e muitos queriam participar da comunidade (dentre eles o futuro São Filipe Benício, que viria a ser o grande defensor, organizador e propagador da Ordem).

A partir de então, novos conventos foram sendo criados. Dos sete fundadores, apenas Alessio não foi ordenado sacerdote; foi também o último a falecer, com 110 anos. Foram canonizados juntos, como se fossem um só, algo único na História da Igreja. Suas cinzas estão na mesma urna em Senário.

 Em 1267, São Filipe Benício, então Prior Geral, reformulou os Estatutos da Ordem, transformando-a em ordem mendicante. Junto com Santa Juliana Falconieri, sobrinha de Alessio, criou a Ordem Terceira da Congregação dos Servitas.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão
O que mais imediatamente chama a atenção nos santos fundadores dos Servitas é a sua profunda amizade, enraizada no Evangelho e na devoção a Maria. Sem dúvida a amizade é um dom de Deus, e os Sete quiseram demonstrá-lo cabalmente com o seu exemplo de vida. Esta perfeita amizade é bem expressa pelo número sete, que na Bíblia indica perfeição… Mas o seu legado vai muito além: demonstra como a verdadeira mentalidade católica torna possível que comerciantes ricos tornem-se mendicantes, por não se apegarem às riquezas materiais, e valorizarem corretamente o tesouro da caridade, multiplicadoinfinitamente no Céu; e como esta mesma mentalidade levou, numa época onde o mundo civilizado era cristão, à reação espontânea não apenas dos Sete, mas de muitos cidadãos por toda a Europa, a combater as guerras de então e o surgimento das “comunas” liberais, de estilo mundano, com o empenho na formação de grupos, confrarias e movimentos voltados para uma vivência mais radical dos ensinamentos da Igreja. Hoje também vivemos muitas guerras e a ameça de “comunas” mundanas, e também surgiram muitos movimentos católicos. Que não apenas estes movimentos, mas toda a Igreja, se dediquem a viver melhor o Evangelho, pois esta é a garantia única da boa – e possível – transformação da sociedade, a partir do revigoramento da santidade, pessoal e comunitária.

Oração:
Deus Pai, que quereis Vossos filhos numa única família de mesmo Sangue, o de Cristo, concedei-nos vivenciar a amizade que juntou os Sete Santos Fundadores dos Servitas aos pés da Cruz, com Maria; por sua intercessão, sabermos nos desapegar dos bens materiais para viver a riqueza da caridade para com os irmãos; e pelo exemplo deles reagir com os ensinamentos evangélicos às guerras, tentações, pecados e perseguições deste mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora, que no cenário do Monte Gólgota venceram as dores pelo Amor e levaram à perfeição o seguimento da Vossa vontade. Amém.
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16 de Fevereiro

18 de Fevereiro – São Simeão   –   

São Simeão foi bispo de Jerusalém. Filho de Cleófas, São Simeão era primo de Jesus. Ele foi um dos primeiros apóstolos, tendo inclusive recebido o Espírito Santo no dia de Pentecostes.

Depois do assassinato de São Tiago, o menor, pelos judeus, os apóstolos e discípulos se reuniram para escolher seu sucessor na sede de Jerusalém. O escolhido foi Simeão. No ano 66 começou na Palestina a guerra civil em consequência da oposição dos judeus aos romanos e parece que os cristãos de Jerusalém receberam do céu o aviso de que a cidade seria destruída e que deviam sair dela sem demora, refugiando-se com o santo na cidade de Péla.

Depois da tomada e destruição de Jerusalém, os cristãos voltaram e se estabeleceram nas ruínas. Simeão voltou e recomeçou com os fiéis a reconstrução das casas. Houve muitas conversões, pois o acontecimento fez muita gente refletir sobre a mensagem evangélica. Numerosos judeus converteram-se ao cristianismo devido aos milagres feitos pelos santos. Os imperadores Vespasiano e Domiciano mandaram matar todos os membros descendentes de Davi, mas Simeão conseguiu escapar.

Contudo, durante a perseguição do Imperador Trajano, foi denunciado às autoridades, torturado, crucificado e morto. Simeão recebeu ordem de prisão e intimação de prestar homenagem aos deuses. O santo negou-se corajosamente a trair aquele que era seu único Mestre e Senhor. No meio da cruel flagelação, Simeão louvou e bendisse o nome de Deus e de Jesus Cristo. Do alto da cruz, ainda confessou o nome do divino Mestre, rezou pelos inimigos e entregou o espírito nas mãos de Deus. Morreu com 120 anos, depois de ter governado durante 43 anos a Igreja. Sua simplicidade e a fidelidade uniu os cristãos em torno do Evangelho de Jesus.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:
Histórias de amor ao Cristo são comuns no início da Igreja. São Simeão, já na velhice, conservou sua fidelidade ao seu Mestre Jesus e entregou sua vida por amor a Igreja. Ele era membro da primeira geração de cristãos, conheceu Jesus e aprendeu dele a virtude da caridade e da fidelidade. Hoje somos convidados a reafirmar nossa profissão de fé em Jesus Cristo. Que nossa vida, na juventude e na velhice, seja sempre uma testemunha da Ressurreição.

Oração:
Querido Pai, Deus Uno e Trino, pela intercessão do bispo São Simeão, conserve em nós a fidelidade ao projeto de amor aos mais abandonados e sofredores e que o testemunho deste apóstolo seja alimento de nossa fidelidade ao evangelho. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
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15 de Fevereiro

15 de Fevereiro – SSanto Jovita e São Faustino

Estes dois irmãos nasceram na Lombardia. Receberam o batismo quando eram ainda pequenos e tornaram-se de15 de Fevereirofensores dos valores cristãos. Faustino foi ordenado presbítero e Jovita tornou-se diácono da Igreja.
A ordenação confere aos irmãos ainda mais amor ao nome de Cristo e responsabilidade pelos outros irmãos da comunidade cristã.
A bondade de Faustino e Jovita começa a atrair muitas pessoas para ouvir as maravilhas do amor de Jesus. Muitos pagãos, atraídos pelos ensinamentos destes dois jovens, destroem seus ídolos religiosos e pedem o batismo cristão.
Entretanto, a perseguição do Império Romano chega até os irmãos Faustino e Jovita. São acusados de incitar o povo contra o Império e de não adorar o Imperador e seus deuses. Por causa deles os templos imperiais esvaziam-se e os deuses são abandonados.
Os relatos sobre estes santos nos dizem que foram convidados a adorar o deus-sol num templo romano. Conduzidos ao local da adoração com promessas de riquezas e cargos públicos, os dois irmãos puseram-se a rezar ao Deus Único e Verdadeiro.
A estátua do deus-sol, cujo brilho dourado ofuscava os olhos daqueles que a contemplavam, tornou-se escura e fria com a oração de Faustino e Jovita. Os chefes religiosos, ao tocar no ídolo, perceberam que o ouro tinha se convertido em cinzas.
Revoltados com os irmãos, os levaram para uma jaula com quatro leões. As feras, porém, pareciam cordeiros mansos diante dos jovens cristãos. Diante destes fatos miraculosos, e com medo de que a fama de santidade dos irmãos se espalhasse, o governador romano da Lombardia mandou cortar-lhes a cabeça. Era o 
ano de 122.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:
Ouvir o relato da vida dos santos Faustino e Jovita leva-nos a pensar sobre nossa própria vida. Estes santos foram homens de oração e de ação missionária. O ideal de vida era o amor a Jesus Cristo e por isso, eles não tiveram medo de entregar seu sangue para o fortalecimento da Igreja. Esta mesma fidelidade Deus pede de cada um de nós. Sejamos realmente missionários de Cristo, levando a mensagem do evangelho àqueles que estão mais afastados de Deus e da Igreja.

Oração:
Querido Deus, Pai de Misericórdia, dá-nos, sob a inspiração dos santos Jovita e Faustino, proclamar a fé em Jesus Cristo e colaborar na grande tarefa de transformação da humanidade. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
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