19 de Janeiro

19 de JaneiroSão Mario

São Mário foi um cristão do século III, que partiu com a sua família da Pérsia para visitar os túmulos de São Pedro e São Paulo, em Roma. Já em Roma, encontraram o sacerdote Valentim, que trabalhava perto da estrada, dando sepultura aos restos mortais de 270 mártires, que jaziam decapitados à beira da estrada. 

A família de Mário era formada por Marta, sua esposa, e seus filhos Audífax e Ábaco. Flagrados pelas autoridades enquanto ajudavam Valentim, os quatro foram presos junto com ele. Enquanto os quatro homens morreram decapitados na Via Cornélia – primeiro Mário e seus filhos, e Valentim um mês depois – Marta, que tinha ainda sido batizada, foi afogada num poço.

Todos eles resistiram a renegar a própria fé e prestar um culto de adoração ao imperador romano. Por essa razão foram martirizados. A esses dois motivos, no caso de Valentim, se acrescenta o fato de ter persistido no seu hábito de celebrar o matrimônio dos casais cristãos, o que era proibido pelas leis de Roma.

Os corpos dos mártires foram recolhidos por uma cristã devota, que lhes deu santa sepultura em um cemitério da sua família. Nesse local, até os dias de hoje, podem encontrar-se as ruínas de um antigo templo cristão. Por volta do ano 1590, foram feitas escavações no local e foram encontrados os restos mortais dos mártires, que foram levados para diversas igrejas da Itália e da Alemanha, para serem venerados como relíquias.

A devoção a São Mário e aos seus companheiros mártires se espalhou rapidamente durante o século III, o que foi favorecido também pela realização de um Concílio entre os anos 268 e 270, durante o governo do Imperador Cláudio, no qual houve uma sensível diminuição das perseguições aos cristãos.

A devoção ao santo permitiu que seu nome também se tornasse popular tanto na Europa como em outras terras, onde depois foi anunciado o Evangelho e mais pessoas se tornaram cristãs.

A história de São Mário nos mostra a importância da Fé vivida em família, do apoio que uns podem dar aos outros para manter a perseverança e a coerência evangélica.
Também nos ensina a complementaridade entre leigos
https://www.a12.com/

Ler +

18 de Janeiro

18 de Abril Santa Margarida da Hungria

Margarida nasceu em Turoc, Hungria, em 1242, filha do rei Bela IV e da rainha Maria. Seus pais haviam feito um voto de consagração da filha ao Senhor, e criança ainda ela foi encaminhada para um convento dominicano em Vesprin. Em 1261 fez os votos definitivos, num outro convento da Ordem, construído pelo pai na ilha de Lebres, no rio Danúbio. Sua extraordinária devoção lhe mereceu comunicações particulares do Espírito Santo.
De fato, Margarida destacou-se por uma vida de humildade e penitência incomuns. Dormia no chão, sobre uma pele rude, com uma pedra por travesseiro. Fazia questão de nada possuir, apesar da sua condição de princesa. Praticava uma especial devoção a Jesus Crucificado e à Eucaristia, chegando às lágrimas no momento da Comunhão: na véspera das Missas, alimentava-se somente de pão e água, passava a noite em oração, e no dia do Santo Sacrifício fazia jejum quase absoluto. Além disso, por amor a Cristo, amava especialmente também a Nossa Senhora, com rara piedade e fervor. Tratava as irmãs do convento com admirável doçura.
Sem qualquer apego às coisas deste mundo, ansiava pelo momento de unir-se definitivamente a Deus, o que aconteceu após uma doença: faleceu em 18 de janeiro de 1271. Na sua sepultura, foram registradas graças e milagres, pelo que virou um local de peregrinação.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
É difícil para um rico entrar no Reino dos Céus (cf. Mt 19,23), mas não impossível. Não é a posse dos bens materiais que Jesus condena, mas o apego a eles. Santa Margarida teve sua maior riqueza na fé, e nobreza verdadeira na alma, não dependendo de mais nada para, já neste mundo, viver numa condição antecipada do Paraíso. Se não temos a sua mesma vocação, nem por isso estamos autorizados a deixar as coisas materiais, incluídos aí prazeres, prestígio, poder, etc., tomarem o lugar primordial que pertence a Deus, nesta passagem pela Terra. Crescer no amor à Eucaristia, à Paixão de Jesus e à Nossa Senhora é caminho certo de felicidade e realização, aqui e no futuro infinito.

Oração:
Deus de amor, que por nós e com o desejo de nos salvar Vos despojastes até mesmo do direito de Vos apresentar na condição divina de Criador, assumindo a humanidade de simples criatura, concedei-nos por intercessão e exemplo de Santa Margarida a graça e a sabedoria de nos desapegarmos de tudo deste mundo, para que sem qualquer peso possamos subir ao Céu, buscando somente a Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
https://www.a12.com/

Ler +

17 de Janeiro

17 de Janeiro – Santo Antônio do Deserto

Antão nasceu em 251 no Egito, em família cristã e abastada. Seus pais morreram quando contava entre 18 e 20 anos, deixando para ele e sua única irmã, bem mais nova, uma certa fortuna material, e outra espiritual muito maior. Entrando numa igreja, ouviu o Evangelho que diz: Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres, depois vem, segue-me e terás um tesouro no céu”(Mt 19,21). Decidiu então doar os seus bens aos pobres e dedicar-se radicalmente à vida eremítica e ascética, mas reservou algo para garantir o sustento da irmã.

Porém, novamente, entrando na igreja, ouviu a passagem: “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). Então doou também esta reserva, e entregou a irmã aos cuidados de virgens conhecidas e de confiança.

Era comum aos que procuravam a vida eremítica retirar-se para alguma região isolada próxima da cidade onde habitavam, e assim fez Antão. Procurou contudo aprender sobre este tipo de vida visitando outros ascetas, só voltando para o seu retiro depois de absorver ensinamentos espirituais.

Santo Antão foi terrivelmente tentado pelo demônio, que, conforme Santo Atanásio, biógrafo de Antão, não suportava a sua decisão de vida radicalmente santa. Inicialmente o diabo tentou fazê-lo abandonar a vida ascética com a recordação da sua irmã, dos seus bens, da boa mesa e coisas agradáveis da vida, mas nada conseguiu. A seguir foram as tentações do prazer sensual, quando o diabo chegou a aparecer como mulher durante a noite. Antão permaneceu casto, perseverando na oração, jejuns e mortificações; e decidiu mudar-se para os sepulcros de um cemitério próximo à aldeia, numa região, portanto, mais afastada.

Ali vários demônios o açoitaram selvagemente numa noite, de modo que Antão ficou no chão, sem fala por causa da dor. Assim o encontrou um parente seu no dia seguinte, ao lhe levar pão, e o transportou para a igreja da aldeia, onde ficou prostrado como morto até a noite seguinte. Antão pediu para ser levado de volta ao sepulcro, e depois de rezar, ainda deitado pela fraqueza, gritou ao diabo que estava de volta, não acovardado com os golpes; os demônios retornaram, agora sob a forma de animais ferozes que o ameaçavam, mas ele debochou deste ataque, afirmando que, se de fato tivessem poder sobre ele, bastaria que viesse um só deles. Então um raio de luz baixou pelo teto sobre Antão, e os demônios sumiram. Antão, já sem dores, levantou-se e rezou, com o corpo mais forte do que antes.

Depois disso, ele se retirou para um deserto. Mas sua santidade atraía discípulos, e, muito procurado, internou-se ainda mais no ermo, numa gruta. Ainda assim, formou-se ao seu redor uma comunidade cenobítica, onde cada monge vivia sozinho e isolado, mas em contato e sob a sua direção espiritual. Pela terceira vez, Antão aprofundou-se no deserto, a três dias de caminhada, vivendo completamente só por 18 anos. E novamente vieram discípulos. Então ele compreendeu que a caridade é superior à solidão e à própria oração. De toda a forma, sempre que novos discípulos perguntavam por ele no cenóbio, a resposta era procurar a pessoa mais alegre, sorridente e espontânea do local: austero consigo mesmo, ele era afável com os irmãos.

Apesar da busca de vida solitária, Antão nunca deixou de ajudar pessoalmente os demais, quando necessário. Assim, durante a perseguição de Dioclesiano, foi a Alexandria para apoiar a fé dos cristãos e, se necessário, ser martirizado. Aí voltou para combater os arianos, em auxílio do amigo Santo Atanásio, perseguido por estes hereges.

 Santo Antão faleceu em 17 de janeiro de 356, com 105 anos, e é considerado o pai do monaquismo cristão.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Ainda que a vocação particular de Santo Antão seja incomum, o seu exemplo de radicalidade no seguimento ao chamado de Deus – qualquer que seja – pode e deve ser seguido. A qualidade de sua vida é maior do que a quantidade de anos que viveu: se é tão conhecido, e de fato tem enorme fama no mundo católico, é por causa da virtude da sua intimidade com Deus, e não por seus escritos, habilidades ou capacidades pessoais, como afirma Santo Atanásio.

Oração:
Senhor, concedei-nos pela intercessão de Santo Antão o desejo sincero de buscar, no silêncio da alma, a Vossa vontade para a nossa vida, e a radicalidade de segui-la, bem como a fortaleza contra todas as tentações e intimidações do demônio, que normalmente se manifestam das formas mais sutis e agradáveis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora, vencedores do diabo e do mundo. Amém.
https://www.a12.com/

Ler +

16 de Janeiro

16 de Janeiro – São Marcelo
Marcelo, de origem romana, era sacerdote, e assumiu a Cátedra de Pedro em 308, após um período de quatro anos de “vicatio”, isto é, sem Papa eleito. Neste período, de duríssimas perseguições aos cristãos sob o imperador Dioclesiano e depois Maxêncio, até os pagãos ficavam horrorizados com as crueldades, e o edito mais favorável aos fiéis incluía, “por especial doçura”, “somente a perda do olho direito e mutilação do pé esquerdo, com trabalho forçado nas minas”.

Marcelo teve que lidar com a desordem na Igreja, agravada pela atuação de heréticos e dos “lapsis”, ou renegados, cristãos que haviam publicamente renunciado à Fé por causa das perseguições. Quanto a estes, muitos bispos do Oriente queriam a sua excomunhão sumária, particularmente dos que haviam sido do clero. Contudo, Marcelo, agindo de forma prudente e clemente, ainda que severa, optou por recebê-los de novo na comunhão da Igreja, após um período de penitência. Apesar das terríveis condições, conseguiu ele reorganizar as 25 paróquias de Roma. E também definiu que nenhum concílio poderia ser convocado sem autorização papal.

 Preso por ordem de Maxêncio, São Marcelo foi exilado e obrigado a trabalhar com os escravos no estábulo, em que fora transformada a sua própria igreja, dos cavalos do exército imperial. Por consequência de maus tratos, o Papa, mártir, faleceu em 16 de janeiro de 309.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Contrastante é, ainda hoje, a “especial doçura” que os governos mundanos e ateus reservam aos católicos (e outros), em muitas partes do globo, e a “severidade” de Deus e da Igreja para com os pecadores. É sempre inevitável a constatação de que, em nome de “direitos humanos” fundados em filosofias que excluem a Trindade e Maria Santíssima, seres humanos são tratados pior que cavalos, enquanto que as sábias e salutares medidas punitivas da Igreja são quando muito impedimento de recepção dos Sacramentos ou afastamento, por excomunhão ou outro tipo de interdição, sempre com a possibilidade de retorno à comunhão eclesiástica após um sincero arrependimento – medidas que impedem, por um lado, profanações de fato inadmissíveis, e por outro lado clamam à consciência para que esta se arrependa. “Suave é o Meu jugo”, diz o Senhor Jesus (cf. Mt 11,30); é preciso lembrar disso quando as propagandas se voltam para a crítica infundada à Igreja e à exaltação de administrações mundanas das sociedades.

Oração:
Ó Deus, que nunca abandonais os Vossos filhos, mesmo nas mais difíceis provações, dai-nos a coragem e firmeza de São Marcelo I na vida de Fé, para que não cedamos às pressões do mundo, e para que arrependidos voltemos à comunhão Convosco se por acaso fraquejarmos; e concedei-nos pela intercessão deste mesmo santo a diligência de nunca deixar de trabalhar corretamente, para as necessidades da alma e do corpo, em quaisquer circunstâncias. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora, que em tudo Vos serviram com perfeição. Amém.
https://www.a12.com/

Ler +

15 de Janeiro

15 de Janeiro – Santo Amaro, amigo de São Bento

Origens
Santo Amaro nasceu em Roma e entrou muito cedo para a vida religiosa. Filho espiritual e grande amigo de São Bento, tornou-se um beneditino com apenas 12 anos de idade. Realidades daquele tempo, mas que apontam para uma necessidade dos tempos atuais. 

Exemplo de Silêncio
Ele foi apontado, desde muito cedo, como um exemplo de silêncio e também de correspondência às exigências da vida monacal. Vida de austeridade, de ação, de oração; 
“ora et labora” de fato.

Amigo de São Bento
Grande amigo de São Bento, viveu momentos que ficaram registrados. São Gregório foi quem deixou o testemunho de que, certa vez, São Bento, por revelação, soube que um jovem estava para se afogar em um açude. Disse ao então discípulo Amaro que fosse ao encontro daquele jovem. Ele foi. Sem perceber, com tanta obediência, ele caminhou sobre as águas e salvou aquele jovem; só depois ele percebeu que havia acontecido aquele milagre. Retribuíram a ele, mas, claro, ele atribuiu a São Bento, pois só obedeceu.

Santo Amaro: uma bela história de vocação e santidade 

Vocação
História ou lenda, isso demonstra como Deus pode fazer o impossível aos olhos humanos na vida e por meio da vida naqueles que acreditam e buscam corresponder à vocação. Todos nós temos uma vocação comum, a mesma que Santo Amaro teve: a vocação à santidade. Esse santo foi quem sucedeu São Bento em Subiaco, quando este foi para Monte Casino. Ele foi exemplo de virtude, obediência e abertura à ação do Espírito Santo.

Páscoa
Ele morreu em 15 de janeiro de 584, aos 72 anos. Rezado contra resfriados, reumatismo e gota, contra dores musculares, Santo Amaro tornou-se muito querido pelo povo e venerado como santo taumaturgo. 

Devoção
Aliás, na viagem para França conta-se o milagre da multiplicação dos pães num pobre convento que o acolheu, aliás os pobres monges, para acolher o santo peregrino, deram-lhe o único pão que restava na despensa, mas na manhã, por milagre, encontraram a despensa cheia de pão fresco e em abundância por mais de um mês, o símbolo da Eucaristia e da caridade está aqui claro; em muitos países ainda é costume abençoar os sanduíches, símbolo de partilha, na festa do santo.

Minha oração
Fiel seguidor de São Bento, rogai por todos os que circundam sob esse mesmo carisma, de modo especial pelas vocações beneditinas e pelos monges que ali vivem, para que também sejam fiéis ao fundador até o fim do mundo. Amém.”

Santo Amaro, rogai por nós!
https://santo.cancaonova.com/


Ler +

14 de Janeiro

14 de Janeiro – Santa Elisabete Ana Bayley Seton

Primeira norte-americana a ser canonizada, Santa Elisabete foi reconhecida santa no ano de 1975 sob o pontificado do Papa Paulo VI. Nasceu nos Estados Unidos, no ano de 1774, dentro de uma família cuja mãe era uma cristã não católica, e o pai conhecido como médico muito atarefado e famoso. A mãe faleceu e, infelizmente, a madrasta fazia sofrer Santa Elisabete. Seu refúgio era a oração e a Palavra de Deus. Era alguém que buscava cumprir os mandamentos do Senhor, responder como Cristo respondeu aos sofrimentos do seu tempo.

Santa Elisabete Ana Bayley Seton chegou a casar-se, teve vários filhos, mas, por falência de seu esposo, tiveram que entrar no ritmo da migração dos Estados Unidos para a Itália. Com as dificuldades da viagem e a fragilidade de seu esposo, ele faleceu. Ela continuou até chegar à Itália e ser acolhida por uma família amiga. Era uma família feliz, porque seguiam a Cristo como católicos praticantes. Tudo aquilo foi mexendo com o coração de Santa Elisabete e ela quis se tornar católica. Não se sabe ao certo quando se tornou católica, se ali na Itália ou nos Estados Unidos, mas o fato é que retornou para os Estados Unidos, foi acolhida pela Igreja Católica, mas pelos familiares que eram cristãos não-católicos não foi bem acolhida; foi até perseguida.

De fato, o ecumenismo é uma conquista de cada dia e em todos os tempos. Santa Elisabete Ana Bayley teve uma dificuldade (como uma minoria católica nos Estados Unidos) de tal forma, pois não encontrava espaço para a educação dos filhos, que, inspiradamente, começou uma obra que chegou a ser uma Congregação das Irmãs de São José, com o objetivo de formar as crianças numa fé cristã e católica.

Santa Elisabete, com apenas 47 anos, faleceu, mas deixou para todos os cristãos católicos do mundo inteiro o testemunho de um coração que buscou a obediência ao Senhor em tudo.

Santa Elisabete Ana Bayley, rogai por nós!
https://santo.cancaonova.com/

Ler +

19 de Novembro

19 de Novembro – São Rafael de São José

José Kalinowski nasceu no dia 1 de setembro de 1835, na Polônia, filho de um casal de nobres. A sua vida e a sua fé desabrocharam à sombra do santuário carmelitano de Nossa Senhora de Ostra-Brama. Nos estudos, foi sempre aluno brilhante. Entrou na Academia Militar, de onde saiu graduado como tenente e engenheiro, e com apenas 25 anos foi promovido a Capitão do Estado Maior.

Em 1863 a Polônia insurgiu-se contra a Rússia, e José foi nomeado Ministro da Defesa da Lituânia, o que aceitou com a contrapartida de não haver condenações à morte. Conseguiu o fim da insurreição, mas ainda assim foi preso e condenado à morte, pena que acabaria por ser comutada para prisão perpétua, na Sibéria.

Tinha-se então afastado de Deus, mas confessou-se, o que valeu a sua verdadeira conversão. Na prisão, nunca se queixava, por maiores que fossem os tormentos, e estava sempre pronto a esquecer-se de si para ajudar os outros. Desenvolveu uma vida de intensa espiritualidade e devoção a Jesus, José e Maria. Suas únicas companhias foram um crucifixo e o livro “Imitação de Cristo”. Liberto e repatriado, entrou na Ordem dos Carmelitas Descalços, e tomou o nome de Rafael de São José, aos 42 de idade. Foi ordenado sacerdote, e através dele a Ordem refloresceu na Polônia.

 Faleceu em Wadowice, muito doente, no dia 15 de novembro de 1907. O seu túmulo tornou-se lugar de peregrinação, e onde muitas vezes rezou o seu compatriota, Papa São João Paulo II, que o canonizou.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

São Rafael de São José levou uma vida agitada, e os sucessos no mundo o levaram, apesar da boa formação católica, em certo período, a algum afastamento de Deus. Porém as boas raízes não deixaram que se sentisse feliz longe “de casa”, e o Sacramento da Confissão, ao qual depois, como sacerdote, muito enfatizou, lhe restituiu a paz e abriu caminho para a santidade. Que os pais não deixem de valorizar e cuidar esmeradamente da formação espiritual dos seus filhos, em especial da importância capital dos Sacramentos, fonte das graças que sempre tornarão possível qualquer necessária volta para Deus, a felicidade e paz nesta vida, e o prêmio da salvação.

Oração

Ó Deus, que destes a São Rafael de São José o espírito de fortaleza nas contrariedades da vida, concedei-nos, por sua intercessão, a disposição de jamais abandonar a fé e de sempre buscarmos a reconciliação Convosco, de modo a podermos viver a verdadeira caridade para com os irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Sua Mãe Santíssima, e Seu pai José. Amém.
https://www.a12.com

Ler +

17 de Novembro

17 de Novembro – Santa Isabel da Hungria

Isabel era princesa na Hungria, foi rainha na Alemanha, e se fez santa na Terra e para o Céu.

Nasceu no ano de 1207, e desde então já foi prometida em casamento para o duque Ludwig da Turíngia, na Alemanha. Cresceu e foi educada junto com o futuro marido. Ele a amava sinceramente, e a apoiava nas suas iniciativas de espiritualidade. Porém a sogra e demais parentes do esposo tinham ciúmes e procuraram prejudicá-la por quase toda a sua curta vida.

Embora em nada descuidando do seu papel de esposa e mãe, o que mais caracterizou Isabel foi a sua vida de espiritualidade e particular caridade aos pobres. Como a eles dedicava não só o próprio serviço, pessoalmente lavando-os, alimentando-os e vestindo-os, mas também utilizava dinheiro para as suas necessidades, a sogra tentou indispor Ludwig, alegando que Isabel esbanjava as riquezas da coroa. Numa ocasião, saindo ela com alimentos para distribuir aos necessitados, ele a questionou e ela disse que só levava rosas – esquecendo ser inverno – e, ao abrir a sacola, de fato apareceram rosas.

De outra vez, a sogra o avisou de que Isabel estava a cuidando de um leproso no seu próprio quarto, mas ao entrar Ludwig encontrou sobre o leito Cristo crucificado, em quem o leproso se transformara.

Apesar das dificuldades, o casamento foi muito feliz. Ludwig porém faleceu de peste, na Itália, quando ia para as cruzadas na Terra Santa. Então a sogra e parentes do marido a expulsaram da corte com os filhos, pretextando de que ela esbanjava os bens da família, quando Isabel, por causa de um período de carência de víveres na região, sustentou pelos cofres públicos a centenas de pobres.

Acolhida finalmente, sem nada mais ter, no Convento Cisterciense de Ktizingen, onde uma sua tia era abadessa, Isabel decidiu confiar a seus parentes a educação dos filhos, Hermano, Sofia e Gertrudes, e tomou o hábito da Ordem Terceira de São Francisco.

Confrontados por companheiros de Ludwig nas cruzadas, os seus irmãos, os príncipes, arrependeram-se, pedindo perdão a Isabel e restituindo-lhe os bens. Ela porém preferiu viver na pobreza, numa modesta residência em Marburg, onde, com o valor da sua herança, mandou construir um hospital. Morreu em 1231, aos 24 anos: foi noiva aos 14, mãe aos 15 e viúva aos 20. Por causa dos milagres ocorridos no seu túmulo, foi canonizada já em 1235, e declarada padroeira da Ordem Terceira Franciscana.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão

Santa Isabel foi tão especial quanto singular foi a sua vida, curta e responsável. Desde nova demonstrou extraordinária espiritualidade, que a levou a ser a única soberana recusando-se a usar a coroa na cerimônia de casamento, dentro da igreja, alegando que não poderia usar objeto tão precioso e símbolo da realeza diante de Cristo, nosso Rei coroado de espinhos. De origem real, sua maior nobreza foi a santidade, que partilhava com outras pessoas da família (Santa Edwiges, Santa Inês da Boêmia, etc.), manifesta especialmente na caridade com os pobres. Dela disse o Papa Bento XVI: “E como tinha descoberto realmente a Deus, e Cristo não era para ela uma figura distante, mas o Senhor e o Irmão da sua vida, encontrou a partir de Deus o ser humano, imagem de Deus. Essa é também a razão porque quis e pôde levar aos homens a justiça e o amor divinos. Só quem encontra a Deus pode também ser autenticamente humano”. (Da homilia na igreja de Santa Isabel da Hungria de Munique, 2 de dezembro de 1981).

Oração

Deus, nosso Pai, Santa Isabel foi um conforto para os pobres e defensora dos desesperados. A ninguém negava sua caridade e o apoio nas horas difíceis. Colocou a serviço dos necessitados todas as suas riquezas. Transformai também o nosso interior, para que sejamos luz para o mundo de hoje, como Santa Isabel o foi para o seu tempo.
https://www.a12.com

Ler +

16 de Novembro

16 de Novembro – Santa Gertrudes

Nascida na Saxônia, em 1256, era filha de fervorosos pais cristãos. Aos cinco anos de idade foi entregue ao mosteiro cisterciense de Hefta, onde, descobrindo a vocação religiosa, permaneceu até a morte. cresceu adquirindo grande cultura cristã. Possuidora de grande carisma místico tornou-se religiosa consagrada.

Sua vida contemplativa era sinal de perseverança para as outras religiosas. Aos 25 anos de idade teve a primeira das visões que a introduziu em elevada vida mística, comparável às de Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz. Tais revelações ela as escreveu no livro “Mensageiro do Divino Amor”, importante obra cristã de teologia mística e praticamente a única fonte sobre a sua vida diária.

O conteúdo das suas revelações e visões era o entendimento do amor de Cristo pelos homens. Dedicava-se à penitência corporal e, especialmente, à meditação da sagrada Paixão e Morte de Cristo, à oração diante do Sacrário, e à devoção a Nossa Senhora. O amor à humanidade de Cristo a levou a descobrir a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, antecipando-se assim às revelações dessa devoção a Santa Maria Alacoque.

 Foi eleita abadessa, cargo que exerceu até o fim de seus dias. Adoeceu e sofreu muitas dores físicas por mais de 10 anos, falecendo, como num êxtase de amor, em 1301.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão
A vida contemplativa foi a vocação de Santa Gertrudes. Relativamente poucos são chamados a esta vida, e menos ainda às visões e revelações divinas. Contudo, da oração devota e mais pura destes poucos, muito depende a misericórdia de Deus para com a humanidade, e mais deveriam ser reconhecidas e valorizadas tais vocações. É no silêncio e recolhimento que podemos ouvir a Deus, e onde Ele mais intensamente Se manifesta à nossa alma. Mesmo na vida comum, não podemos deixar de dedicar o tempo necessário a este encontro íntimo e transformador com Deus. Caso contrário, a nossa vida espiritual tenderá à superficialidade, rotina, e, por fim, desinteresse, pois só amamos o que conhecemos, e só bem conhecemos a Deus no recolhimento da alma.

Oração
Ó Senhor, que amastes Santa Gertrudes com amor eterno, falando ao seu coração, dá-me ouvidos para escutar Vossa voz, e fé para responder ao Vosso chamado, com entrega comparável à desta apaixonada do Vosso Santo Coração. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

https://www.a12.com/
Ler +

15 de Novembro

15 de Novembro – Santo Alberto Magno

Nascido em 1193, na Alemanha, Alberto pertencia a uma família de tradição militar. Piedoso desde a infância, cedo interessou-se pelos estudos e pela ciência. Aos 16 anos, foi para a Universidade de Pádua onde completou os estudos superiores.

Em 1229, tornou-se frade dominicano, de conduta modelar, e em 1254 foi eleito superior provincial na Alemanha. Para visitar os conventos, viajou a pé por grande parte da Alemanha, vivendo de esmolas. Fundou vários conventos, além de renovar os já existentes; em 1260 foi nomeado Bispo, ocupando o cargo somente por três anos e depois retornando ao mosteiro. Em 1274 teve participação decisiva na união da Igreja grega com a latina, no Segundo Concílio de Lião.

Alberto distinguiu-se como um homem da ciência. Cultivou de forma eminente as ciências naturais, junto com a Filosofia e a Teologia: abordou todo o conhecimento da época, e o ampliou, dominando a física, química, astronomia, meteorologia, mecânica, arquitetura, mineralogia, zoologia, botânica, e também a artes práticas da tecelagem, navegação, agricultura, etc. Suas obras escritas sobre tais temas somam mais de 22 grossos volumes. Seu conhecimento universal e profundo rendeu-lhe, ainda em vida, o título de Magno.

De fato, foi grande em tudo o que fez – frei dominicano, pregador eloquente, magistral professor das ciências naturais e das doutrinas da fé (lecionou em vários conventos e universidades, especialmente na de Paris, onde tinha milhares de alunos – entre eles São Tomás de Aquino – de forma que as aulas tinham que ser em praça pública), escritor, fundador, Bispo. Por isso o Papa Pio XI lhe deu o título de Doutor da Igreja e o declarou patrono dos estudiosos das ciências naturais.

Embora profundo observador e amante da natureza, escrevia que “Minha intenção última está na ciência de Deus”. Por isso permaneceu, coerentemente, humilde em meio às aclamações do mundo científico e ovações dos discípulos, amigo da oração, com grande amor a Jesus na Eucaristia e à Nossa Senhora. Sua vida foi inteiramente consagrada a Deus, por via da ciência e da santidade. Faleceu em 15 de novembro de 1280 e, 50 anos depois da sua morte, seu corpo foi encontrado incorrupto.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão

A partir da Criação, pode-se chegar à noção de Deus, como ensina São Paulo (cf. Rm 1, 18-23). A Ciência, a Razão e a Fé, oriundas do mesmo e único Deus, são caminhos que se complementam harmoniosamente e conduzem a Deus, não sendo possível a oposição entre eles (como muitos errônea e, até mesmo absurdamente, propõem). A perfeição de tudo o que existe, incluindo a perfeição das relações entre tudo o que foi criado, procede do Criador, e São Alberto Magno, cultivando sem soberba o conhecimento das obras de Deus, caminhou para a santidade reconhecendo a obra do Pai e transmitindo amorosamente este conhecimento.

Oração

Deus, Criador e Pai amoroso, dá-nos a graça de, como São Alberto Magno, buscarmos o conhecimento e a vivência da “ciência de Deus”, na humildade e no serviço ao próximo, para fazermos jus à beleza com que nos criastes, nesta vida e especialmente na Paraíso infinito que para nós preparastes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Vossa Mãe a Virgem Maria. Amém.

https://www.a12.com/
Ler +

14 de Novembro

14 de Novembro – São Serapião

A Igreja venera pelo menos dois santos com o nome de Serapião. Um deles foi monge dos primeiros séculos e viveu vida de solidão no encontro com Deus. O segundo, aqui apresentado, era filho de nobres ingleses e viveu no século XII.

Serapião ainda jovem seguiu o pai na carreira militar, auxiliando nas esquadras do lendário rei Ricardo Coração de Leão. Durante um naufrágio próximo de Veneza o jovem foi aprisionado pelo duque da Áustria. Entretanto, o duque gostou da inteligência e da vida cristã exemplar do jovem, e o conservou na corte como assessor.

Após a morte dos pais, Serapião resolveu ficar na Áustria e passou a combater junto aos exércitos cristãos contra os muçulmanos. Conheceu assim o exército do rei Afonso III da Espanha e ingressou nas fileiras de combate. Como militar, lutou em várias cruzadas.

Em 1220, morando na Espanha, conheceu São Pedro Nolasco, fundador da Ordem de Nossa Senhora das Mercês. Esta se dedicava à defesa da fé, buscando libertar os cristãos cativos dos muçulmanos. Serapião ingressou na Ordem e recebeu o hábito mercedário em 1222.

Numa campanha de libertação, acabou preso. Como não tinha dinheiro para pagar a liberdade, e nem renegou a fé, Serapião foi martirizado. Em 14 de novembro de 1240, foi colocado numa cruz e teve todas as juntas dos seus ossos quebradas.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão

A vida de são Serapião foi uma luta constante. Seu espírito militar não o impediu de lutar também pela fé em Cristo. Seu prêmio foi o martírio. No seu sangue derramado a Igreja encontra forças para continuar proclamando a fé no Cristo, que é o único Senhor da Vida. Hoje também são muitas as pessoas a derramar o sangue em nome de Jesus. E nós, como estamos vivendo nosso cristianismo?

Oração

Deus Todo-Poderoso, que na Vossa imensa bondade destes aos homens, pelo exemplo de São Serapião, a certeza de que Convosco a vida tem sentido, dai-nos forças para lutar contra o pecado e propagar a Vossa santa Palavra. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
https://www.a12.com/

Ler +

13 de Novembro

13 de Novembro – São Diogo de Alcalá

Diogo nasceu em Alcalá do Porto, em Sevilha, por volta do ano de 1400. Filho de pais muito pobres e simples, viveu como monge eremita, em penitência e oração. Alimentava-se somente com os produtos da pequena horta que cultivava e se vestia remendando os panos que o povo lhe dava em troca de pequenos trabalhos artesanais. Por ser muito considerado, atraiu muitos doadores, e, para manter melhor o recolhimento optou por fazer-se franciscano.

Frei Diogo trabalhava como porteiro e cozinheiro no convento. Privava-se do seu próprio pão para dá-lo aos mendigos, e aconteceu de encontrar a cesta dos pães cheia de rosas; este milagroso carinho de Deus para com ele foi diversas vezes retratado em pinturas, incluindo várias de Murillo.

Em 1441, Diogo foi enviado como missionário às Ilhas Canárias. Seu trabalho dedicado valeu-lhe o cargo de superior da ordem, embora fosse apenas irmão leigo. Mas sua atuação em prol dos indígenas não era bem vista pelos colonizadores, que os mantinham como escravos, e tornaram sua atuação difícil a ponto de ter que voltar para a Espanha, em 1449.

No ano seguinte ficou retido em Roma por causa de uma grave epidemia, e neste período dedicou-se a cuidar dos doentes, com grande caridade e utilizando os dons carismáticos de cura que possuía. De volta à Espanha, recomeçou o trabalho de porteiro e cozinheiro em vários mosteiros, sendo o último deles o de Alcalá de Henares, onde faleceu em 12 de novembro de 1463.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão

São Diogo é um dos santos mais populares da Espanha e das Américas. De fato, seu nome em Espanhol, Diego, deu origem à famosa cidade norte americana, San Diego. Nele encontramos a humildade, simplicidade, caridade, desejo de estar com Deus e de servir ao próximo, que formam a essência da vida cristã, virtudes estas exercidas em quaisquer circunstâncias e local, desde superior a porteiro, em grandes cidades civilizadas ou ilhas incultas com população idólatra. Santos são os exemplos que a Igreja nos propõe: em casa, em viagem, no trabalho, no lazer, na escola, pais, filhos, vizinhos, colegas, amigos, desconhecidos, necessitados… somos chamados a viver as mesmas virtudes de San Diego.
Oração

Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de São Diogo de Alcalá, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em Vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
https://www.a12.com/

Ler +