01 de Fevereiro

01 de Fevereiro – Santa Veridiana

Veridiana nasceu em 1182 em Castelfiorentino na Toscana, Itália, em família nobre e de posses. Jovem inteligente, trabalhou para um seu tio, comerciante e rico, como administradora do seu negócio de cereais no atacado. Contudo, ela não tinha ambições materiais, e sim espirituais, dedicando-se à caridade para com os pobres.

Conta-se que neste período, em certa época de carestia, Veridiana distribuiu aos carentes o cereal que o tio havia já vendido. Decepcionado, o comerciante muito a recriminou, mas ela lhe pediu o prazo de um dia para repor a mercadoria. E após uma noite de oração e penitências, o tio encontrou o armazém cheio, podendo concluir a venda. Este fato, que em parte parece ser lendário, atesta de qualquer modo a caridade e a fé de Veridiana.

Sentindo vocação para uma vida celibatária e solitária, Viridiana deixou o trabalho com o tio e, inicialmente, fez uma peregrinação ao santuário de Compostela de Santiago na Espanha, e depois aos túmulos de São Pedro e São Paulo em Roma. Tais peregrinações eram comuns às almas penitentes daquele tempo, e significavam grande humildade e perseverança nas exigências de viver de esmolas, expor-se ao tempo e aos perigos, andar descalça. Voltou a Castelfiorentino com a saúde abalada.

Construiu uma minúscula cela próxima a uma capela, de onde assistia à Missa pela única e diminuta janela, e por onde recebia o alimento trazido por pessoas piedosas – apenas pão e água, e somente o suficiente para manter-se viva. Passou ali 34 anos em oração e penitência, falecendo em 1 de fevereiro de 1242. Conta-se que a sua morte foi anunciada pelo repicar dos sinos de Castelfiorentino, sem que estes tivessem sido tocados.

 Santa Viridiana é padroeira da Toscana, e também protetora do presídio feminino de Florença, por causa da sua clausura voluntária.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Veridiana quis ser prisioneira do Senhor, tanto espiritual como fisicamente, valorizando tanto a vida de recolhimento e oração como a virgindade, mas sem deixar de praticar a caridade (principalmente espiritual, mas igualmente material) com os mais necessitados. A “servidão” a Deus é o oposto daquela que ocorre entre os homens: garante a liberdade nesta vida e a felicidade na futura. Já a prisão ao pecado e aos vícios oferece apenas a morte do corpo e da alma como recompensa. Em qualquer tipo de vocação católica, é necessário proceder segundo este exemplo de Nossa Senhora, adotado literalmente por Santa Veridiana: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em Mim segundo a Vossa palavra” (Lc 1,28).

Oração:
Senhor, que em Vossa casa acolheis os servos como filhos, dá-nos a graça de, por intercessão de Santa Veridiana, e seguindo o seu exemplo, dedicarmos nossas vidas primeiramente à comunhão espiritual Convosco, no silêncio da alma, para podermos então praticar a caridade verdadeira e salvadora com os irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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30 de Janeiro

30 de Janeiro – Santa Jacinta de Marescotti   –  

Clarisse era a segunda de três irmãs da família Marescotti, pertencente à nobreza italiana. Nasceu em 1585 em Vignanello, província de Viterbo próximo a Roma. Recebeu requintada educação e boa formação cristã, que a princípio valorizou. Mas, crescendo, agradou-se das vaidades do mundo. E, embora posta para ser educada no mesmo convento de religiosas onde sua irmã mais velha (que levou uma vida santa) já estava, não demonstrava desejo de ser religiosa, entretendo-se apenas com futilidades.

Voltou para casa e, bonita, culta, independente, levava uma vida cheia de luxo e vaidades, frequentando as diversões e festas da alta sociedade. Desejava se casar, e interessou-se pelo jovem marquês de Capizucchi. Este, porém, veio a desposar sua irmã mais nova, o que lhe causou grande decepção, despeito e inveja. E também revolta contra o pai (na época, os casamentos muitas vezes eram decididos pelas famílias), numa atitude altiva e insolente, aborrecendo-o com intratáveis caprichos.

O pai a intimou a fazer-se religiosa, ao que ela afinal acedeu, tornando-se Terciária franciscana (para não ficar enclausurada), no Mosteiro de São Bernardino em Viterbo, onde recebeu o nome de Jacinta. Mas os seus gostos e caráter não mudaram com o seu estado, mesmo dentro do convento vivia em vaidade. Manteve o voto de castidade, porém desprezou os de obediência e pobreza: mandou construir um quarto particular, que mobiliou com luxo e decorou com suntuosidade, onde muitos amigos iam visitá-la; usava roupas de seda e era servida por duas noviças. Quanto aos deveres que a regra lhe impunha, somente os cumpria com negligência e por simples obrigação.

Os defeitos, contudo, não haviam obscurecido totalmente algumas qualidades. Tinha um amor particular à pureza, um profundo respeito aos mistérios da religião e uma grande submissão à vontade dos pais, o que aliás a levou ao convento. Manifestações, certamente, da boa educação espiritual recebida na infância e abafadas, mas não mortas, na alma.

Jacinta viveu assim, escandalosamente, por muitos anos. Mas Deus dispôs as condições que a poderiam levar de volta ao bom caminho. O assassinato do pai, que a fez questionar a segurança proporcionada pela nobreza e pela riqueza, e depois uma grave doença, levaram Jacinta a mudar de vida.

O perigo da morte a fez querer confessar-se, mas o sacerdote, chocado com o luxo absurdo e inoportuno do seu quarto, recusou-se a nele entrar para atendê-la, e a repreendeu severamente. Assustada, impressionada e sinceramente arrependida, ela então fez entre lágrimas uma confissão geral da sua vida. Pediu humilde e heroicamente perdão às irmãs de comunidade, recebendo delas a promessa de orações e ajuda para perseverar na conversão. O que foi realmente necessário, pois não tão rapidamente a conseguiu. Ficou curada quase milagrosamente, e afinal, pela graça e pelos remorsos da consciência, tornou-se exemplo heroico de mortificação, pobreza e doação ao próximo, até a morte.

No convento, esteve atenta ao bem que também podia fazer fora. Durante uma epidemia que devastou Viterbo, fundou e dirigiu duas associações, os “Oblatos de Maria”, com a ajuda financeira de velhos amigos: uma recolhia esmolas para os convalescentes, os mendigos e os presos; e na outra os “Sacconi” (assim eram chamados por usarem sacos de estopa durante o serviço), enfermeiros, ajudavam os doentes num hospital especialmente construído. As duas associações ainda existem em Viterbo. Tudo o que Jacinta recebia, oferecia aos pobres. Seu exemplo levou muitos a retornarem à fé, da qual tinham se distanciado.

 Faleceu em 30 de janeiro de 1640 em Viterbo, com 55 anos, de um mal agudo e violento que em algumas horas a levou para o Céu.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
O que mais chama a atenção na vida de Santa Jacinta Marescotti é, naturalmente, a sua radical mudança de vida, da futilidade vazia à heroica caridade. Caminho difícil, sempre, mas deve-se lembrar que não é preciso esperar por situações trágicas que nos motivem a sermos santos, ainda que muitas vezes as tragédias sejam, talvez, um misericordioso último recurso de Deus para salvar uma alma, como aconteceu com ela. É preciso atenção para que a juventude, a beleza, as posses, a nobreza, enfim, boas coisas, não acabem se tornando ruins por nos afastarem de Deus, se as buscamos antes do que a Ele. Porém há um aspecto mais sutil da vida de Santa Jacinta, que deve também nos chamar a atenção. É o valor da fervorosa educação religiosa das crianças, que planta insuspeitas sementes, propícias a florescer mesmo muito depois e em circunstâncias adversas. Não fosse por estas boas raízes, talvez Jacinta nem entrasse no convento, correndo ainda maior risco na vida leviana do mundo, até e também na sua castidade. Mas foi com este pouco, esta “recordação espiritual”, que Deus trabalhou a sua alma, até a salvação. Não negligenciem os pais católicos de educar bem os filhos na Fé, pelo exemplo e pela palavra, pois não só esta vida depende deste cuidado, que é também obrigação.

Oração:
Senhor Deus e nosso Pai, que sempre nos quer educar na Verdade, concedei-nos por intercessão de Santa Jacinta Marescotti a permanente coragem do arrependimento e conversão sinceras, a graça de resistir aos apelos do mundo, e a humildade de cumprirmos fielmente todas as nossas tarefas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria, Vossa Mãe, que em tudo foram obedientes a Vós. Amém.
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29 de Janeiro

29 de janeiro – São Valério de Treviri   –

Valério nasceu na Alemanha do século III. Era auxiliar do primeiro bispo de Treviri (atual Tries), Eucario, e depois do seu sucessor, Materno, ambos canonizados como grandes apóstolos da Alemanha. Por fim, ele mesmo assumiu o bispado. Registros do Vaticano afirmam que converteu multidões de pagãos, e que realizou milagres “singelos e expressivos”, o mais importante dos quais provavelmente foi a ressurreição de Materno, com o toque do bastão episcopal.

O já falecido Eucario o teria avisado, em sonho, da sua morte em 29 de janeiro. Ele realmente faleceu neste dia, mas em ano ignorado, no início do século IV. É padroeiro de muitas cidades.

Hoje também se comemora São Valério, bispo de Ravena, Itália, falecido em 15 de março de 810, por causa do erro de um copista que, em 1286 no Vaticano, excluiu a data de março, confundindo os dois bispos como sendo o mesmo e assumindo que a data mais antiga, de janeiro, já bem conhecida e comemorada por peregrinos e devotos, era a correta. São Valério de Ravena combateu a heresia ariana.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:

Nos inícios do Catolicismo, era comum que os Papas fossem santos, em grande parte mártires, e de São Pedro a São Félix IV, pontífice entre 526-530, todos foram canonizados (54 em sequência ininterrupta). Muitos bispos deste período, igualmente, também foram elevados à honra dos altares. Firmar a Igreja no mundo pagão de então era obra de gigantes da Fé, e a suma importância dos bispos, sucessores dos Apóstolos, como pastores do rebanho, exigia elevada correspondência às graças a Deus. Assim vemos três santos bispos em sucessão direta nas terras germânicas do III século, que tiveram o privilégio de se conhecer e trabalhar proximamente, auxiliando-se mutuamente. Exemplo forte e necessário para a Igreja atual, pois independentemente dos séculos, a origem e função dos pastores diante de Deus e do rebanho é a mesma. Como são necessários os bispos que convertam multidões e sejam canais para os milagres do Senhor, na atualidade de novos ídolos pagãos e perseguições à Igreja. Rezemos pelos nossos bispos e sacerdotes, pelo Papa, por muitas, novas e santas vocações, bem como pela nossa própria e diária conversão.

Oração:

Senhor Deus, nosso Pai e Bom Pastor, concedei-nos pela intercessão de São Valério de Treveri ressuscitarmos para a Vida em Cristo, pela confissão sincera dos pecados e pelo empenho em levar a Vossa Boa Nova a todos os irmãos, rejeitando e combatendo – como São Valério de Ravena e por suas preces – os erros que tentam se infiltrar na Doutrina que pelo Espírito Santo Vos dignastes a nos transmitir. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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28 de Janeiro

28 de Janeiro – São Tomás D’Aquino   –

A vida e obra de Tomás de Aquino são tão grandiosas que mesmo um resumo apenas razoável é difícil. Viajou muito, conseguindo ainda assim escrever extraordinariamente em quantidade e principalmente qualidade. Professor, pregador, filósofo, teólogo, consultor e conselheiro brilhante, recebeu ainda a graça de visões, e da levitação. São Tomás de Aquino deixou para a Igreja, praticamente, a síntese do pensamento católico.

Tomás nasceu em Roccasecca, no condado de Aquino, região do Lácio, Itália, em 1225 ou 1227. Sua nobre família desejava para ele algum alto cargo civil ou eclesiástico, e tudo fizeram para impedi-lo de seguir a vocação na ordem mendicante dos Dominicanos – até mesmo prendendo-o e levando uma prostituta para tentá-lo. Mas nada disso adiantou e ele foi ordenado sacerdote em 1244, em Nápoles.

No ano seguinte estudou com São Alberto Magno em Paris, que o levou para lecionar em Colônia, Alemanha. Em 1252 voltou a Paris, onde se formou mestre em teologia e lecionou durante três anos. Seguiram-se Nápoles, Orvieto (onde completou a “Suma contra os Gentios”), Roma, e novamente Paris. Em 1272, Tomás pediu licença da Universidade de Paris quando os dominicanos de sua província natal o convocaram para fundar um studium general, espécie de universidade, na cidade de Nápoles.

Em 1273 terminou a “Suma Teológica”, que só foi completada até a questão 90 da terceira parte, pois em 6 de dezembro Tomás comunicou ao padre Reginaldo de Piperno, seu amigo e secretário, que não escreveria mais, porque na igreja, após uma revelação sobrenatural, havia entendido (por comparação) que tudo o que escrevera não passava de “palha”.

Em 1274, convocado pelo Papa Gregório X, viaja para participar do Concílio de Lyon. No caminho, montado num burro, bateu a cabeça num galho de uma árvore tombada, ficou seriamente ferido e foi levado às pressas para Monte Cassino. Depois de descansar por algum tempo, tentou seguir viagem, mas teve que parar, doente, na abadia cisterciense de Fossanuova. Faleceu sem completar 49 anos, em 7 de março de 1274. Sua festa em 28 de janeiro comemora o traslado do seu corpo para Tolosa.

Foi proclamado Doutor da Igreja (Doutor Angélico), e é patrono de todas as universidades, academias e escolas católicas do mundo. Para a sua canonização houve a contestação de que não havia milagres que a comprovassem, ao que o Papa João XXII respondeu: “Quantas proposições teológicas ele escreveu, tantos são os milagres que fez”. Contudo, são verídicos os testemunhos de sua levitação em êxtase, em Nápoles, Orvieto e Paris.

A importância do legado teológico de São Tomás aparece em destaque na síntese coerente da racionalidade presente na filosofia de Aristóteles com os princípios e tradição católicos. Defendia também que a política deveria estar subordinada à Igreja, pois possui um conteúdo ético (busca pelo bem comum, respeito aos direitos dos seres humanos e busca pela moral). Esta linha de pensamento, a filosofia Tomista, une harmoniosamente a Fé e a Razão (perspectiva abandonada, ignorada ou combatida por outras propostas). Das suas talvez 50 eminentes obras, podem ser consideradas principais “Verdade e Conhecimento (1256-1259)”, “Summa contra Gentiles” (“Suma contra os Gentios”, 1261-1263) e “Summa Theologiae” (“Suma Teológica”, 1265-1273); e também os maravilhosos textos litúrgicos para a festa de Corpus Christi (1261-1265), compostos a pedido do Papa Urbano IV, usados até hoje.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A teologia do Aquinate (como também é conhecido São Tomás pela sua origem em Aquino; por Aquinate entende-se igualmente o conjunto da sua obra) é obrigatória e fundamental para o Catolicismo, e de tal forma que nas palavras do Papa Bento XV “a Igreja declarou os ensinamentos de Tomás como seus próprios”. Não pode haver maior elogio, considerando que a Igreja é instruída pelo Espírito Santo. A grandeza de São Tomás, proporcional à sua obra, pode igualmente ser aquilatada por outro enunciado, dele próprio: “O primeiro degrau para a sabedoria é a humildade” (lembremos de Maria, a mais humilde das criaturas, que exatamente por isso mereceu ser Mãe do Verbo divino). Decorrente desta sua postura de vida, segue-se a simplicidade do que pode ser avaliado como o seu entendimento sobre o Saber: “Para aqueles que têm fé, nenhuma explicação é necessária. Para aqueles sem fé, nenhuma explicação é possível”.

Oração:
Ó Deus, que ilustrais a vossa Igreja com a admirável erudição de S. Tomás, vosso Confessor, e a fecundais pela santidade das suas obras, concedei-nos a graça, Vos pedimos, de penetrar com inteligência no que ele ensinou, e, imitando-o, fazer o que ele fez. Por Nosso Senhor Jesus Cristo”. (Missale Romanum de 1943, festa de São Tomás de Aquino, 7 de março).
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27 de Janeiro

27 de Janeiro – Santa Ângela de Mérici   –  

Ângela nasceu em 1474 na cidade de Desenzano, Itália, numa família pobre de bens e riquíssima de espiritualidade. Desde a infância desejava a vida religiosa, gostando de ler sobre a vida dos padres do deserto e imitar, como podia, as suas duras penitências. Cedo ficou órfã de pai e mãe, e foi morar, junto com sua irmã menor, na casa de um tio. Porém estes dois faleceram também. Dedicou-se então, já na plena juventude, a desenvolver o projeto de educar as meninas e as jovens, particularmente às mais expostas aos perigos morais. Acompanhada de outras jovens, visitava as prisões e hospitais, e cuidava dos pobres e abandonados.

Impressionada com a decadência dos costumes familiares, uma trágica consequência do espírito pagão da Renascença, focou seus esforços na educação das moças, das quais dependia largamente a saúde moral das famílias. Para isso criou a comunidade das Servas de Santa Úrsula – em homenagem a esta mártir que com suas companheiras morreu por defender sua religião e castidade. Queria assim formar as futuras mães de acordo com a doutrina da Igreja. A característica da instituição, inovadora para a época, era a forma maleável, adaptável às circunstâncias de tempo e lugar, com apenas um mínimo de vida comum.

Para fortificar-se espiritualmente nesta missão, Ângela, no ínicio da sua obra, peregrinou à Terra Santa. Na viagem, adoeceu e perdeu a vista, de modo que nada pôde enxergar do lugar, a não ser pela fé. Na volta, o navio, providencialmente, perdeu o rumo e atracou na ilha de Cândia – Creta – onde havia próximo ao porto um santuário, e nele um crucifixo milagroso. Ângela foi até lá e rezou pedindo a Deus a cura, e foi imediatamente atendida. Em agradecimento, ela fez uma outra peregrinação, a Roma, no jubileu de 1525, onde o Papa Clemente VII a recebeu e abençoou sua obra.

Em 27 de janeiro de 1540, aos 75 anos, Ângela faleceu, e no seu túmulo foram constatados muitos milagres. Sua obra continuou e, em 1903, as várias comunidades se reuniram numa federação, mantendo a proposta inicial de educar a juventude feminina, especialmente as futuras mães de família, conservar os bons costumes, e dar assistência aos pobres e enfermos.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Quão atual é a necessidade da obra de Santa Ângela! Sem dúvida um dos pilares da sociedade bem
estruturada é a família, e nesta a posição e função da mulher como mãe é fundamental e indispensável. A cultura atual contudo só promove a ideia de que a mulher não tem mais nenhuma responsabilidade como mãe, ao contrário deve viver de forma independente do marido e da família, ou nem sequer deve ter uma família organizada, além de priorizar um pretenso direito à “liberdade sexual” – em termos simples, mera e baixa promiscuidade – que inclui aberrações sexuais e a “opção” de matar o próprio filho através do aborto. Nestas condições, não é preciso grande esforço para perceber que nenhum projeto social pode ser bem sucedido; uma casa construída sobre a areia será facilmente derrubada (Mt 7,26-27), e seus moradores perecerão. As graças evidentes que Deus proporcionou à obra de Santa Ângela são um claro aviso de qual caminho é o certo.

Oração:
Ó Deus, que desde o princípio dispusestes para o ser humano a felicidade na vida familiar, baseada no amor fiel e na geração e cuidado aos filhos; e que quisestes Se encarnar numa família e ter, também Vós, uma Mãe, dai-nos na Vossa infinita misericórdia e por intercessão de Santa Ângela de Mérici a conversão das mentalidades, para que os povos responsavelmente sigam Vossa vontade quanto ao Sacramento do matrimônio, os governos defendam as famílias no molde católico, e as sociedades, principalmente as mulheres, zelem pelos bons costumes e pelo amparo à maternidade. Pela Sagrada Família, Jesus, Maria e José. Amém.
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26 de Janeiro

26 de Janeiro – São Timóteo  –  Assim como São Tito, cuja festa também é hoje, São Timóteo foi discípulo e colaborador de São Paulo.

Nasceu em Listra, Ásia Menor, de pai pagão e mãe judia, a qual se converteu na primeira passagem de Paulo por esta cidade. Quando tinha 20 anos, Timóteo seguiu Paulo depois da sua segunda visita ao local. A partir daí, será colaborador constante do Apóstolo dos Gentios, e seu amigo muitíssimo considerado: é citado nas cartas de São Paulo como “meu diletíssimo filho”, “meu fiel colaborador”, “servo em Cristo”, “meu irmão e servo em Deus no Evangelho”, “aquele que não procura a si mas a Cristo”. Recebeu do mestre duas epístolas, presentes no Novo Testamento.

Timóteo acompanhou São Paulo em viagens a Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso, Roma, e sofreu com ele todas as dificuldades destas jornadas. Paulo também tinha nele confiança para realizar missões em seu nome (“E foi justamente para isso que vos enviei Timóteo, meu filho amado e fiel no Senhor. Ele vos recordará as minhas normas de conduta em Cristo, do modo como as ensino em toda parte por todas as igrejas”(1Cor 4,17)), e o tornou o primeiro bispo de Éfeso.

A Igreja considera Timóteo mártir, através da Tradição, mas as circunstâncias não são muito claras. Teria sido apedrejado durante uma procissão pagã, ao tentar converter os idólatras, por volta do ano 96.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Seguir fielmente o mestre e crescer na Fé e nas obras, eis o exemplo prático de São Timóteo. Deus tem confiança em nós e nos envia para transmitir Sua Palavra – Jesus – ao mundo.

Oração:
Deus e Pai amoroso, que tanto nos considera e nos quer, concedei-nos a mesma disposição de São Timóteo de Vos seguir aonde nos quiserdes enviar, e por sua intercessão dai-nos a graça de acolher no coração as mensagens do Espírito Santo, para que as vivamos no dia a dia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima Vossa Mãe. Amém.

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25 de Janeiro

25 de Janeiro – Conversão de São Paulo

O dia próprio de São Paulo é 29 de junho, junto com São Pedro, e assim, de certa forma, a gigantesca figura de Paulo fica em segundo plano diante da primazia do Príncipe dos Apóstolos. Mas a pessoa de Paulo é tão importante para a Igreja que o dia da sua conversão é também celebrado. (Para nós brasileiros, esta data também marca a fundação da maior cidade do país, São Paulo, em 1554).

Saulo, seu nome antes da conversão, nasceu na cidade de Tarso, região da Cilícia, na Turquia. Seu pai era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim. Por causa da fidelidade ao imperador, a família de Saulo tinha recebido a cidadania romana. Logo, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente e culto. Estudou na conhecida Escola de Gamaliel, mestre judeu distinguido pelo saber e integridade de vida.

O sincero zelo religioso de Saulo o levou a perseguir furiosamente os cristãos, que considerava traidores da pátria e do judaísmo. É citado na Bíblia pela primeira vez no martírio de Santo Estêvão, quando guardava as roupas dos apedrejadores. As orações deste mártir em favor dos seus algozes certamente favoreceram a sua conversão.

Em missão para prender os cristãos de Damasco e levá-los a julgamento em Jerusalém, Saulo foi surpreendido por uma luz vinda do céu que o envolveu, e uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” Desta intervenção direta de Deus (cf. At 9,4-18) seguiu-se a conversão e batismo de Saulo em Damasco, por intermédio de Santo Ananias (cuja festa também é hoje). Tomando o nome de Paulo, o agora apóstolo inciou sua imensa obra de viagens de evangelização, particularmente junto aos gentios. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Por ser cidadão romano, teve o privilégio de ser decapitado e não crucificado, a pena usual para os cristãos.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CssR; revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Espetacular foi a conversão de São Paulo, bem como a sua ação missionária, que inclui 14 cartas integrantes do cânon da Bíblia – a escrita é uma pregação continuada ao longo do tempo. Apesar de suas atitudes um tanto fanáticas pelo judaísmo, que levaram à morte de cristãos, é importante lembrar que sua radicalidade, ainda que mal orientada no início, é uma grande virtude na vivência da Fé, e Deus quis aproveitá-la para salvar não apenas o próprio Saulo, mas inúmeras outras almas, naquela época, hoje e certamente no futuro. E para nós importante é o questionamento de termos claro até onde somos radicais no seguimento de Cristo: porque disto depende toda a nossa vida. Ou chegaremos a dizer como Paulo, “não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (cf. Gl 2,20), ou seremos cortados da Cabeça do Corpo Místico, que é Jesus, num martírio infinito.

Oração:
Deus Todo-Poderoso, cuja misericórdia é capaz de quaisquer prodígios em nosso favor, concedei-nos pela intercessão de São Paulo a irrefreável coragem de tudo enfrentar na Vossa busca e na realização das Vossas boas obras, para permanecermos sempre em comunhão Convosco, já na Terra e infinitamente no Céu. Por Jesus Cristo Vosso Filho, que nunca deixa de nos chamar para o Vosso amor, e Nossa Senhora, cujas súplicas por nós não podeis deixar de atender. Amém.
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24 de Janeiro

24 de Janeiro – São Francisco de Sales

IFrancisco (François) de Sales nasceu aos 21 de agosto de 1567 em Thorens-Glières, província da Sabóia, na época um país independente; atualmente a região, de Ródano-Alpes, pertence à França, Itália e Suíça. Foi ele o primogênito de 13 filhos da nobre e antiga família dos Barões de Boisy. Muito cedo fez voto de viver a castidade e buscar sempre a vontade do Senhor, colocando-se sob a proteção da Virgem Maria, por Quem tinha especial devoção.

Estudou nos melhores colégios franceses e aprendeu várias línguas. Na juventude Francisco mudou-se para Paris, onde fez estudos universitários com os jesuítas – Filosofia, Retórica e Teologia. Para satisfazer o sonho de seu pai, doutorou-se em Direito na Universidade de Pádua. Regressou à França em 1592, com 24 anos, e se inscreveu na Ordem dos Advogados.

Sua família já lhe tinha arrumado um cargo como Senador de Sabóia e escolhido, para sua noiva, uma jovem rica e nobre. Mas ele recusou, pois queria ser padre. Assim, foi ordenado sacerdote aos 26 anos e, com a ajuda de um tio, Cônego em Genebra, foi nomeado para o posto de capelão da catedral de Chambéry nesta cidade.

Sua primeira missão como sacerdote foi reevangelizar a região calvinista de Chablais. Ali encontrou muita resistência e fanatismo, mesmo emboscadas, insultos e ameaças. Criou então um sistema de publicação, ou seja, fixar em lugares públicos ou levar de porta em porta folhetos impressos, com a explicação das verdades da fé, com muito tato e simplicidade. Com paciência e persuasão respeitosa procurava também dialogar em palestras e encontros. A longo prazo, este método levou a milhares de conversões.

Em 1599, Francisco foi nomeado Bispo coadjutor de Genebra com sede em Annecy, nos alpes franceses, assumindo definitivamente a diocese três anos depois. Ali desenvolveu intensa atividade: visita às paróquias, formação do clero, reorganização de mosteiros e conventos, fundação de escolas, pregação e catequese de crianças e adultos, incluindo membros da nobreza, mesmo da casa real da Sabóia. Por causa da sua doçura e perseverança, Francisco conseguiu inúmeras conversões e uma grande mudança religiosa na região.

Em março de 1604, durante uma pregação quaresmal em Dijon, conheceu e fez grande amizade com (Santa) Joana Francisca Fremyot de Chantal. Juntos fundaram a Congregação da Visitação de Santa Maria, em 1610, em Annecy, com a finalidade de visitar e socorrer os pobres.

Além da doçura, Francisco ficou muito conhecido também pelos seus livros. Escreveu “Filotéia” ou “Introdução à vida devota” em 1608, dedicado à Santa Joana de Chantal. Nesta obra, voltada para quem vivia no mundo e tinha tarefas civis e sociais, resume os princípios da vida interior e ensina a amar a Deus na vida diária. Em 1616, escreveu especialmente para as filhas da Visitação “Teótimo” ou “Tratado do Amor de Deus”, uma obra de denso e extraordinário conteúdo teológico, filosófico e espiritual, que ensina os melhores meios para um encontro pessoal com Deus.

 Francisco faleceu com a idade de 52 anos, no dia 28 de dezembro de 1622, em Lyon, França. Porém a Igreja celebra sua festa em 24 de janeiro, dia do traslado dos seus restos mortais para Annecy em 1623. Dez anos após sua morte, seu corpo foi exumado e encontrado incorrupto, sem os sinais de decomposição. É reconhecido como Doutor da Igreja e padroeiro dos jornalistas e escritores católicos, devido ao seu estilo e à redação de diversos folhetos e livros como instrumentos de evangelização (4.000 sermões, 21.000 cartas de direção espiritual e várias obras de doutrina e ascética). É também padroeiro dos que têm dificuldade auditiva, por ter desenvolvido uma linguagem de símbolos para se comunicar com um jovem deficiente. Ainda, é titular e patrono da Família Salesiana, Congregação fundada por seu admirador Dom Bosco (santo) para a educação dos jovens.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“A medida de amar a Deus é amá-Lo sem medida”. Esta é a ideia do “Tratado do Amor de Deus”, e São Francisco de Sales a colocou em prática através da extrema gentileza no trato com as pessoas, nas suas imensas atividades pastorais. Dizia que “mais abelhas se apanham com uma gota de mel do que com um barril de vinagre”. Mas pouco conhecido é o seu heroico esforço de controlar o próprio gênio. Descobriu-se após a sua morte que a parte de baixo da sua mesa estava marcada pelo raspar das unhas, o que fazia durante o atendimento e diálogo com as difíceis consciências defensoras de erros e heresias. Extravasa ele na madeira a sua tensão, para nunca perder a paciência com os irmãos e tratá-los sempre afavelmente. Este “pequeno grande detalhe” espiritual é fortíssimo testemunho da santidade de Francisco, à medida da sua gigantesca obra evangelizadora.

Oração:

Deus de bondade e infinita doçura, que nos deseja a paz, a concórdia e o carinho, dai-nos por intercessão de São Francisco de Sales a grandeza e o heroísmo da santidade nos menores gestos e ações, na consciência de que é a partir deles, assim realizados, que Vós mesmo fazeis em nós as grandes obras de caridade e salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

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23 de Janeiro

23 de Janeiro – Santo Ildefonso

Nasceu Ildefonso em Toledo, Espanha, no ano 607. Foi discípulo de Santo Isidoro de Sevilha, Doutor da Igreja. Jovem, entrou para o mosteiro de São Cosme e Damião em Agali, próximo a Toledo. Herdando a fortuna dos pais, destinou-a para o auxílio aos pobres. Escolhido abade, dirigiu em 636 o IV Sínodo de Toledo. Em 657, é feito bispo de Toledo, a maior e mais importante diocese do país, cargo que ocupou por 10 anos. Distinguiu-se pelo zelo na evangelização das áreas ainda pagãs desta diocese, pelo culto litúrgico bem cuidado na melhor tradição beneditina, e na defesa da Fé, pela grande eloquência e pelos muitos escritos de valor dogmático e histórico. Era prudente e afável, mas enérgico quando necessária a reivindicação da justiça.

Dentre os seus principais livros, estão o “Livro sobre o Batismo”, “O Progresso Espiritual” (uma catequese pós-batismal aos fiéis, para a educação permanente na Fé) e especialmente “A Perpétua Virgindade de Maria, Mãe de Deus”. Nesta obra defende a virgindade de Maria antes, durante e depois do parto, contra as negações dos hereges e dos judeus, com erudição e com autoridade episcopal.

Faleceu em 23 de janeiro de 667, e recebeu o título de Doutor da Igreja. É considerado como o último Padre do Ocidente, isto é, um dos grandes representantes da Igreja que, entre os séculos II e VII, consolidaram tanto no Ocidente como no Oriente conceitos fundamentais da doutrina católica.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
“Ildefonso” significa “pronto para a batalha”, e sem dúvida estava preparado este santo para a lide que Deus lhe destinou. Necessária sem dúvida foi a sua formação teológica e doutrinária para esclarecer questões da Fé, litúrgica para valorizar a beleza que eleva as almas nos ritos da Igreja, e zelo pela conversão dos que estavam afastados ou não conheciam a Deus. Conhecimento, elevação da alma e caridade são o que também nós precisamos, hoje e sempre, pois se temos a certeza de que deveremos manter o combate espiritual por toda a vida, mais certeza ainda temos de que não sabemos quando este combate vai acabar. Quando Deus chamar, partiremos desta Terra; preparemo-nos constante e empenhadamente para esta última e definitiva batalha, a qualquer momento.

Oração:
Pai de bondade, que desejais apenas o bem maior dos Vossos Filhos, dai-nos a graça de manter a pureza de coração nas lutas desta vida, para que, pela intercessão de Santo Ildefonso, estejamos bem preparados no momento de Vos encontrar definitivamente. Por Jesus Cristo Nosso Senhor e Vossa Mãe a Virgem Maria. Amém.
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22 de Janeiro

22 de Janeiro – São Vicente Pallotti –

Nascido em Roma, em 1795, Vicente foi o terceiro de 10 filhos. Desde muito pequeno demonstrava grande piedade, e particular sensibilidade para com os pobres; mesmo no inverno, era frequente voltar à casa sem os sapatos ou o casado que dera aos desvalidos de rua. Sua vocação sacerdotal foi muito natural, e ordenou-se em 1818, doutorando-se depois em Filosofia e Teologia. Ocupou cargos de importância na hierarquia e instituições da diocese de Roma.

Seu carisma especial foi a defesa, apoio e desenvolvimento do apostolado dos leigos. Na época, entendia-se que o apostolado fosse dever e direito do clero, e só a hierarquia podia delegar aos leigos a permissão de fazer este serviço. Vicente antecipou a visão do Concílio Vaticano II nos anos 1960, da participação efetiva de todo batizado na missão evangelizadora da Igreja, no caso dos leigos de acordo com os seus deveres de estado e capacidade pessoal.

Para efetivar este conceito, fundou a Obra do Apostolado Católico, que incluía leigos, religiosos e padres, de modo a que todos pudessem difundir a mensagem de Cristo por todos os meios possíveis. Como centro e força motriz deste movimento, fundou duas congregações, masculina e feminina (os padres palotianos e irmãs palotianas). Estas suas fundações preparavam os leigos nas suas atividades e associações caritativas e evangelizadoras.

 Por esta obra, o Papa Pio XI o declarou “Precursor da Ação Católica”. Faleceu em 22 de janeiro de 1850, com 55 anos, em Roma.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Hoje em dia pode parecer óbvio que os leigos devem participar ativamente da organização e execução de iniciativas apostólicas, mas no século XVIII não era tão claro, para a Igreja, que certas atribuições deveriam ocorrer “independentemente” da tutela clerical. Em parte, havia despreparo por parte dos fiéis, e isto certamente deveria ser levado em conta, para evitar erros e abusos. Por outro lado, o apostolado é algo natural, no sentido de que qualquer atividade, santamente realizada, é exemplo e divulgação do Evangelho, o que a Igreja deseja e apoia, e certamente não quer impedir. Tratava-se antes de uma questão organizativa, e o reconhecimento da ação mais direta dos leigos é uma riqueza para a Igreja. Porém, infelizmente, nota-se hoje que há ainda grande despreparo, e não só dos leigos, além dos riscos de ideias heréticas, como por exemplo a “Teologia da Libertação”, formalmente condenada pelos últimos Papas, que pretende reduzir a ação da Igreja a uma perspectiva social e econômica, confundindo a verdadeira caridade com uma mera filantropia estatal, ao sutilmente enfatizar as questões materiais em detrimento da primazia espiritual. Sem que seja coibida a legítima participação dos leigos no apostolado, o que é um seu direito e dever, é necessária e urgente a melhor formação de todos os católicos, hierarquia inclusa, no conhecimento da verdadeira Doutrina da Igreja, para que se mantenha sem confusão (e suas nefastas consequências) a fidelidade aos ensinamentos de Jesus.

Oração:
Ó Deus, que és Caminho, Verdade e Vida em Cristo Jesus, dai-nos por intercessão e exemplo de São Vicente Palloti a necessária formação para o apostolado que conduz à salvação e não à confusão. Pelo mesmo Cristo Senhor Nosso, e pela Virgem Maria Vossa fidelíssima Mãe. Amém.
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21 de Janeiro

21 de Janeiro – Santa Inês

Inês nasceu numa nobre família romana que deveria ser cristã, pois desde cedo ela, por amor a Cristo, O escolheu por esposo e a Ele consagrou a sua virgindade. Porém já aos 13 anos era muito atraente, e com esta idade recebeu pedidos de casamento de vários pagãos, incluindo o filho do prefeito de Roma. Recusou dizendo-se esposa de Cristo, e por isso foi acusada, pois estava em pleno desenvolvimento nesta época a perseguição de Dioclesiano aos cristãos.

Diante do juiz, que tentou convencê-la à apostasia primeiro por persuasão, e depois com a ameaça de tortura e morte, respondeu que Cristo velava pela sua pureza e que não conseguiriam profanar o seu corpo. Foi arrastada para a frente de um ídolo, para que lhe oferecesse incenso, o que ela não fezEntão a levaram para um prostíbulo – mas nenhum homem ousou se aproximar dela.

Ordenou-se por fim o seu martírio, por decapitação, a 21 de janeiro de 304. Neste dia da sua festa, são abençoados dois cordeirinhos na basílica romana que leva o seu nome, como símbolos da inocência, e da lã deles são confeccionados os pálios que o Papa dá aos arcebispos.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
O nome Inês tem origem numa palavra grega que significa “casta”, um sinal profético da sua vida de pudor e pureza. A virgindade não era valorizada no mundo pagão (antigo e moderno), mas é uma dos mais altas virtudes dos que seguem a Cristo, seja na vida consagrada, seja na espera do sacramento do Matrimônio. Por sua firmeza, Inês teve o privilégio de, com outras santas mulheres, ter seu nome citado no cânon da Missa, numa clara exaltação da Igreja à excelência e predileção de Deus por esta virtude. A própria Mãe de Deus é a Sempre Virgem Maria; Cristo deu o Seu exemplo pessoal da castidade. Essencial para nossos dias é a preparação das crianças e jovens católicos neste sentido, pois um dos pecados atuais que mais tornam caótica a sociedade e levam ao inferno é a sensualidade exacerbada e corrompida, conforme diversas manifestações sobrenaturais a muitos videntes. E enorme é a pressão sobre a castidade e a virgindade na mídia, na cultura, nas ideias, e até nos locais de formação como escolas e universidades. Que os pais estejam atentos à pureza dos seus filhos, pela qual também são responsáveis, e pelo que deverão prestar contas a Deus.

Oração:
Deus de pureza, concedei-nos desposar a inocência e a castidade do corpo e da alma, a exemplo e pela intercessão de Santa Inês, para que possamos manter a juventude de espírito necessária às bodas definitivas com a Vossa santidade, na vida da Trindade eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e a Virgem Maria nossa Mãe. Amém.
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20 de Janeiro

20 de Janeiro – São Sebastião

Sebastião nasceu em Narbona, França, em 256, num lar cristão. Ainda pequeno, a família mudou-se para Milão, na Itália, onde ele cresceu e estudou. Sebastião seguiu a carreira militar do pai. No exército romano, chegou por méritos a ser Capitão da primeira coorte da guarda pretoriana, ou seja, do próprio imperador Dioclesiano, que muito o estimava, sem saber que ele era cristão.

Embora fidelíssimo nas obrigações do exército, Sebastião não participava das manifestações idólatras aos deuses pagãos nem das perseguições, prisões e execuções dos cristãos; antes, discretamente, a eles visitava levando ânimo e conforto nas provações, protegendo-os quando possível. Seu cargo permitia também acesso a muitos lugares e pessoas, do que ele se utilizava para fazer profícuo apostolado.

Identificado e denunciado como cristão, compareceu ao julgamento do imperador, que procurou dissuadi-lo da Fé, com promessas e depois ameças. Resistindo Sebastião, foi condenado a morrer flechado, como punição exemplar. Abandonado pelos soldados e dado como morto, Sebastião foi encontrado ainda vivo, à noite, amarrado a um tronco e cravado de flechas por (Santa) Irene. Ela, viúva do mártir Cástulo, que procurava o seu corpo para lhe dar sepultura, o levou para sua casa e o tratou.

Depois de curado, Sebastião corajosamente apresentou-se ao imperador, reprovando-lhe a iniquidade da perseguição aos cristãos. Dioclesiano, estupefato e enraivecido, novamente o condenou à morte, por espancamento com bolas de chumbo. O martírio aconteceu a 20 de janeiro de 288, e seu corpo foi jogado nas fossas do esgoto de Roma, para não ser encontrado.

Porém Santa Luciana conseguiu resgatá-lo e o sepultou nas catacumbas, e posteriormente o imperador Constantino mandou construir uma basílica em sua homenagem em local próximo, junto à Via Appia. Nesta época Roma foi assolada pela peste, que desapareceu quando do translado das relíquias do mártir. Desde então São Sebastião é venerado como protetor contra a peste, a fome e a guerra, sendo um dos santos mais conhecidos no Ocidente (mas sua memória também é cultuada na Igreja Ortodoxa).

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Sebastós, nome de origem grega, significa divino, venerável; o que é perfeitamente adequado à grandeza da vida de morte de São Sebastião. Militou ele tanto no exército regular quanto no exército de Cristo, cumprindo sempre o seu dever, mas repeitando a hierarquia correta, como ensina São Pedro – “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens” (At 5,29).

Oração:
Ó Deus dos Exércitos, que combateis o erro e o pecado, dai-nos a graça da intercessão, e a coragem, de Vosso glorioso Capitão, São Sebastião, para que saibamos obedecer à divina ordem de confortar os irmãos nas suas necessidades e denunciar sem respeitos humanos os erros deste mundo. Por Jesus Cristo Nosso Senhor, Vosso Filho obediente até a morte de Cruz, e Nossa Senhora, poderosa como um exército em linha de batalha. Amém.
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