12 de Maio

12 de Maio  – São Pancrácio   –

 

Intercessor
Invocado, segundo a tradição, contra cólicas e dores de cabeça.

Resumo conciso
Sobre Pancrácio, sabe-se que ele herdou dos pais a fé, coragem e admiração pelo imperador. Ao tornar-se órfão, teve de morar com um santo tio chamado Dionísio, que morreu mártir antes do sobrinho. Diante da perseguição promovida pelo imperador, Pancrácio, que era muito jovem, começou a ver pessoas testemunhando Jesus até o sangue, como o seu tio e amigo.

Persuadido pelo próprio imperador, que recordava o amor aos pais, São Pancrácio manteve-se fiel a Jesus, mesmo diante das promessas e ameaças de morte.

Martírio
Portanto, com apenas 15 anos, São Pancrácio soube dizer ‘não’ ao poder opressor e ‘sim’ à vida eterna, na qual entrou depois de ser decapitado, ou seja, martirizado com Nereu e Aquiles.

Outros santos amigos
Sobre Nereu e Aquiles, sabe-se que viveram no século III. Foram severamente torturados e morreram durante a perseguição militar, com a qual deu início a era de Diocleciano. Uma das marcantes representações de martírio é a gravura de Santo Aquiles atingido pelo verdugo.

A minha oração
“Senhor Jesus, tantas são as tentações que nos seduzem para que a negativa à Sua Vontade se instale em nossa alma. Pedimos-vos, pela intercessão dos Santos Pancrácio, Nereu e Aquiles, a coragem para irmos até às últimas consequências na busca do seu santo seguimento. Assim seja.”

Santos Pancrácio, Nereu e Aquiles, rogai por nós!
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11 de Maio

11 de Maio – Beato Zeferino Namuncurá,  – 

Nascimento e escola salesiana
Zeffirino Namuncurá nasceu em 26 de agosto de 1886, em Chimpay, às margens do rio Negro. Seu pai Manuel, o último grande cacique das tribos indígenas araucanas, havia se rendido três anos antes às tropas da República Argentina. Depois de onze anos de vida rural livre, Manuel Namuncurá envia Zeffirino para estudar em Buenos Aires, para que pudesse defender a sua raça. A atmosfera familiar no colégio salesiano fez com que ele se apaixonasse por Dom Bosco.

Crescimento espiritual
A dimensão espiritual cresceu nele e ele começou a desejar ser sacerdote salesiano para evangelizar seu povo. Escolheu Domingos Sávio como modelo e, durante cinco anos, através do esforço extraordinário de entrar numa cultura totalmente nova, ele próprio tornou-se outro Domingos Sávio. O compromisso com a piedade, a caridade, os deveres diários e o exercício ascético é exemplar.

Aspirante salesiano
Esse menino, que achou difícil “entrar na fila”, gradualmente se tornou um verdadeiro modelo. Como queria Dom Bosco, estava certo em cumprir seus deveres de estudo e oração. Ele foi o árbitro nas recreações: sua palavra foi bem recebida pelos camaradas em disputa. A lentidão com que ele fazia o sinal da cruz, como se estivesse meditando em cada palavra, era impressionante; e, com seu exemplo, corrigiu os seus companheiros, ensinando-os a fazê-lo devagar e com devoção. Em 1903, Dom Cagliero o aceita no grupo de aspirantes em Viedma, capital do Vicariato Apostólico, para começar o latim.

Itália
Por causa de sua saúde precária, o bispo salesiano decide levá-lo à Itália, para que continue seus estudos de maneira mais séria e em um clima que parecia mais adequado. Na Itália, ele conhece o padre Rua e o Papa Pio X, que o abençoam com emoção. Ele frequentou a escola em Turim e, depois, no colégio salesiano de Villa Sora, em Frascati. Ele estuda muito para ser o segundo da classe.

Morte
Mas um mal não diagnosticado a tempo, talvez porque nunca reclamou, minou-o: tuberculose. Em 28 de março de 1905, ele foi levado ao hospital Fatebenefratelli, na Ilha Tiberina, em Roma. Ele morreu pacificamente em 11 de maio. A partir de 1924, seus restos mortais descansam em sua terra natal, em Fortín Mercedes, onde multidões de peregrinos vêm venerá-lo.

Os altares
– Tornou-se venerável em 22 de junho de 1972;
– Beatificado em 11 de novembro de 2007 sob o pontificado de Bento XVI.

A minha oração
“Senhor Jesus, o Beato Zeferino Namuncurá rendeu-se ao amor de Deus e abriu mão de sua cultura e costumes para responder ao seu apelo de doação. Que cada um de nós que lemos essa oração, abramos o nosso coração para dizer ao Senhor: Jesus, crava em nosso coração um amor ardente por Ti. Amém.”

Beato Zeferino Namuncurá, rogai por nós!
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10 de Maio

10 de Maio – São João de Ávila

Contextualizando
Era comum, na Antiguidade, que o azeite fabricado nas primeiras prensas do fruto da oliveira fossem destinados aos fins mais nobres: o peso da primeira pedra que produzia o azeite mais puro era usado nos ritos de consagração, as cerimônias de unção. Também o azeite que se fabricava a seguir era utilizado para queimar as lâmpadas “continuamente diante do Senhor” (Lv 24,2). As forjas mais duras produzem o melhor produto, de mais nobre fim!Na Igreja…

Assim também é na vida da Igreja: ao longo de sua história, as forjas da vida produziram, pelo auxílio da graça, verdadeiros dons; homens e mulheres que, mesmo diante das intempéries da existência humana, se deixaram moldar por Deus e se tornaram modelos de seguimento de Cristo. Um desses ‘azeites’ fabricados na forja dos santos, celebramos no dia 10 de maio. Estamos falando de São João D’Ávila, proclamado doutor da Igreja pelo Papa emérito Bento XVI em outubro de 2012.

Sobre o santo
João de Ávila nasceu em 6 de janeiro de 1499, em Almodóvar del Campo, na Espanha. Estudou Direito na Universidade de Salamanca, mas passou por uma profunda experiência de conversão, decidindo abandonar os estudos, voltar para casa dos pais e tornar-se sacerdote. Com 27 anos, foi ordenado padre em 1526. Nutria em si o desejo de ser missionário na América, mas a vontade de Deus era outra, e ele acabou exercendo seu ministério no seu país natal. Começava a experimentar na vida as prensas de Deus.

Vida
Outra prensa veio pouco tempo depois de ordenado. Em 1931, por causa de uma má interpretação de uma pregação, João foi preso pela Inquisição Real. Passando dois anos no cárcere, deu início à primeira versão da sua obra “Audi, filia”, em que fala do amor esponsal entre Cristo e a sua Igreja, em conselhos de ascética a uma jovem que acompanhava. Segundo Bento XVI, foi ali, naquele tempo de privação, de perseguição injusta e de incompreensão, que João “recebeu a graça de penetrar com profundidade singular no mistério do amor de Deus e no grande benefício feito à humanidade pelo Redentor Jesus Cristo”. 

Vontade de Deus
Absolvido em 1533, retoma com fervor a pregação do Evangelho na Espanha em  várias cidades. O seu único desejo era converter as almas. Era sensível às inspirações do Espírito à Igreja de sua época, que passava por difíceis provas, provenientes do humanismo e do processo de reforma que se instalava na Europa. Atendia incessantemente os penitentes através do Sacramento da Reconciliação.

Particularidade
Na vida interior, prezava pela pobreza e pela instrução das crianças e dos jovens, sobretudo daqueles que se preparavam para o sacerdócio. Além de Audi filia, classificado por Bento XVI como um clássico da espiritualidade, escreveu “O Catecismo, ou Doutrina cristã”, “O Tratado do amor de Deus”, “O Tratado sobre o sacerdócio”, “Os Sermões e Homilias”, além de comentários bíblicos da Carta aos Gálatas à Primeira Carta de João. 

Méritos
Tornou-se um grande teólogo, mas, como filho de seu tempo, também deu contribuições humanistas como invenções de algumas obras de Engenharia, fundação de colégios menores e maiores que, depois do Concílio de Trento, se transformaram em seminários conciliares, criação da Universidade de Baeza, além da proposta da criação de um Tribunal Internacional de arbitragem para evitar as guerras.

Frutos
Foi responsável pela conversão de São João de Deus e São Francisco Borgia. No seu processo de beatificação, consta que “nunca pregou um sermão sem que várias almas se convertessem a Deus”. A eficácia de sua oratória estava, segundo o próprio João dizia, em amar muito a Deus, em dedicar-se muito mais à oração que aos livros: em perder-se na presença do Senhor. Era, nas palavras de Paulo VI, que o canonizou, “uma cópia fiel de São Paulo”.

Amigos santos
Foi contemporâneo e amigo de outros santos: Inácio de Loyola, Pedro de Alcântara, Teresa de Jesus, João da Cruz… Sinais de que uma vida cercada de santas amizades nunca é estéril. “Um grande Amigo, que é Deus, o qual arrebata os nossos corações para o seu amor […] e Ele pede-nos que tenhamos muitos outros amigos, que são os seus santos”, escreveu João de Ávila (Carta 222).

Uma dessas amizades lhe levaria a viver mais uma prensa. Pela proximidade com Santo Inácio de Loyola, pensou em se tornar jesuíta, mas o projeto foi inviabilizado pelo comprometimento da saúde de João de Ávila. O Mestre de Ávila, como ficou conhecido, passou os últimos 16 anos da sua vida gravemente doente. Quase cego, morreu com 79 anos, em 10 de Maio de 1569, com um crucifixo na mão, na cidadezinha de Montilla. 

A minha oração
“Senhor Jesus, assim como escreveu o santo: ‘que a cruz é elemento inegociável da vida de um cristão; que as prensas quando são vividas por um coração apaixonado por Deus produzem os mais nobres azeites dos altares do Senhor’, dá-me a graça de passar pela cruz crendo em Ti.”

São João D’Ávila, rogai por nós!
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09 de Maio

09 de Maio – Beato Estêvão Grelewski   –
Estêvão Grelewski –
Nasceu na comuna de Dwikozy, centro-sul da Polonia, em 1899. Tornou-se sacerdote no ano de 1921 e, em 1924, obteve doutorado em direito canônico na universidade de Estrasburgo, França. 

Zelo apostólico
Na França, o jovem padre cuidava das paróquias em que os imigrantes poloneses estavam inseridos. Ao regressar para a sua terra natal, isto é, na Polônia, Padre Estêvão obteve grande influência intelectual, sobretudo pelos meios de comunicação que a sua época dispunha. Foi assim que se tornou secretário geral da Ação católica operária de Radom, colaborou com os Correio de Varsóvia, com a voz do povo e com os jornais católicos.

Defensor da fé católica
Com grande ardor, o Padre Estêvão defendeu a fé católica escrevendo diversas obras, principalmente contra o protestantismo e as seitas presentes na Polônia.

O calvário e o martírio de Estêvão Grelewski
O padre polaco enfrentou o início das dores provocadas pela segunda guerra mundial na Europa. No ano de 1941, foi preso, juntamente com o seu irmão de sangue, o Abade Casimiro Grelewski. Padre Estêvão sofreu os tormentos no campo de concentração de Dachau, na Alemanha, e acabou morrendo de fome.

Beatificação
Padre Estêvão Grelewski foi beatificado, em 1999, pelo Pontífice Romano João Paulo II. Seu irmão, o Abade Casimiro Grelewski, também foi beatificado no mesmo dia, juntamente com outros mártires vítimas da segunda guerra mundial.

A minha oração
“Amado Jesus, vós que derramaste sobre a vida do Beato Estêvão Grelewski graças incontáveis, dai-me a graça de ser fiel a Ti, servindo-te e amando-te de todo coração, amparado por teu auxílio e a tua misericórdia. Amém.”
Beato Estêvão Grelewski, rogai por nós!

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08 de Maio

08 de Maio – Beata Ulrica   –
Síntese

Virgem das Irmãs da Caridade da Santa Cruz, que nos mais humildes serviços, sobretudo nas tarefas de ajudante de cozinha, mostrou-se incansável serva do Senhor.

Infância e vocação
Ulrika Nisch nasceu em 18 de setembro de 1882 na Alemanha, a primeira de onze filhos de uma família extremamente pobre. Depois da escola, ele teve que ajudar a sustentar a família servindo em várias famílias. Em 1903, foi atingida por uma grave forma de erisipela e internada no hospital de Rorschach, onde conheceu as Irmãs da Caridade da Santa Cruz de Ingenbohl, descobrindo assim sua vocação religiosa.

O Trabalho nas Irmãs da Caridade
Acolhida na Casa Provincial de Hegne, perto de Costanza, mudou o nome de Francesca para Ulrica e, em 24 de abril de 1907, fez a profissão religiosa. Ela foi enviada como ajudante de cozinha no hospital Bühl em Mittelbaden, depois como segunda cozinheira na Casa de São Vicente em Baden-Baden, onde permanecerá por quatro anos até agosto de 1912. “Ela podia ser misericordiosa, sem ferir, podia dar sem esperar nada em troca; soube enriquecer, apesar de pobre (cf. Mt 5, 7)”.

Doença e santidade
O trabalho pesado e uma vida de renúncia esgotaram as forças da Irmã Ulrica, atingida pela tuberculose em maio de 1912, ela foi internada no hospital de Santa Isabel na Casa de Hegne, onde aos 31 anos morreu em 8 de maio, 1913. Foi beatificada por João Paulo II em 1987.

A pobreza
Podemos beatificar a Irmã Ulrika Nisch, porque, nos trinta e um anos de sua vida terrena, foram cumpridas as condições estabelecidas pelas bem-aventuranças do Evangelho. Quem conhece a sua vida sabe da grande pobreza da sua infância, do seu serviço humilde, das provações do seu corpo doente, do período obscuro passado na oração. Essas duras experiências levaram Irmã Ulrika a uma pureza de coração que nos fez ver a mão benevolente de Deus nas pequenas coisas, que recebeu d’Ele em cada momento de sua vida, em ação de graças filial. Ela era verdadeiramente  pobre diante de Deus  (cf.  Mt  5, 3).

A pureza
O amor de Deus não encontrou obstáculo no seu pensamento, no seu sentimento e na sua vontade: tinha um “coração puro”, ao qual já na vida terrena era permitido “olhar para Deus” em união mística (cf.  Mt 5,8  ). Uma oração contínua acompanhou seu trabalho e sua noite de descanso: “tudo se tornou oração nela”, testemunha um observador cheio de espanto. Toda permeada por Deus, Ulrika Nisch tornou-se cada vez mais receptiva ao seu amor que permeou todas as suas ações externas e tornou preciosos até os serviços mais simples para as pessoas ao seu redor. Em sua presença, as pessoas se sentiam “como no céu”. Ela é verdadeiramente bem-aventurada porque não usou de violência, mas se entregou exclusivamente ao poder de um ” amor sem medida ” (cf.  Mt  5, 5). Assim a Irmã Ulrika pôde ser misericordiosa, sem ferir, ela pôde dar sem esperar nada em troca; ela foi capaz de enriquecer, mesmo sendo pobre (cf.  Mt  5, 7).

Testemunho
“Através da Irmã Ulrika, recebi uma  nova alma”, afirma uma mulher que teve um destino muito difícil e que, ao lado daquela ordem de freiras, soube abrir-se novamente a Deus e aos homens. Aqueles que encontraram amor verdadeiro e desinteressado em nosso novo amor abençoado foram os primeiros a considerar esta vida aparentemente modesta, preciosa e grande. Eles reconheceram que as condições estabelecidas pelas bem-aventuranças de Jesus foram cumpridas nela. O próprio Senhor carimbou a Irmã Ulrika Nisch com o selo de bem-aventurada.

A minha oração
“À Beata, pedimos uma vida de santidade com uma pobreza sincera de coração unida à pureza. Dessa maneira, ensina-nos a viver e a dar testemunho da misericórdia divina na vida de nossos irmãos e irmãs. Que sejamos filhos da caridade com a dignidade que nos é necessária.”
Beata Ultica, rogai por nós!
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07 de Maio

07 de Maio – Beato Francisco Paleari,
Família
Francisco Paleari nasceu em Pogliano Milanese, na arquidiocese de Milão, em 22 de outubro de 1863, penúltimo de oito filhos. Sua família carecia de recursos financeiros e não podia enviar o jovem ao seminário diocesano. No entanto, pôde cumprir a sua vocação sacerdotal em Turim, na Pequena Casa da Providência.

Vocação ao sacerdócio
Ordenado sacerdote em 18 de setembro de 1886, foi um sacerdote exemplar ao longo de sua vida. Dotado de uma vasta cultura, foi um apóstolo incansável no cumprimento de tarefas de grande responsabilidade com sabedoria e prudência, como mestre, confessor, diretor espiritual, pregador e responsável geral da arquidiocese de Turim.

Um espírito simples
A vida de Francisco Paleari não foi feita de episódios sensacionais, mas de acontecimentos de encantadora simplicidade e doçura. Pequeno em estatura e esbelto em constituição, ele praticava constantemente as virtudes, que se tornaram uma segunda natureza para ele. Pode-se dizer que em sua existência manifestou a mansidão e doçura de São Francisco de Sales, a pobreza e humildade de São Francisco de Assis, o espírito missionário de São Francisco Xavier, a atenção aos pequeninos de São Vicente de Paula, o dinamismo pedagógico de Dom Bosco. Mas, sobretudo, refletia o rosto de Cottolengo, vivendo seu carisma com entusiasmo e convicção. 
Oração e caridade
O espírito de fé, que se manifestava em ver tudo à luz de Deus, era sustentado pela oração, por um excepcional fervor eucarístico e por uma filial piedade mariana. Da prolongada oração de adoração e contemplação originou-se a sua heroica caridade para com Deus e para com o próximo. Eram as duas chamas que estavam sempre vivas, que emanavam de seu coração: uma se elevava para Deus, a outra se inclinava para o próximo. Passou a maior parte de sua vida na Casinha, visitando amorosamente os doentes a quem confortava com palavras de consolo. Além disso, ele preparou prisioneiros para a Páscoa e ajudou sacerdotes e leigos que acorreram a ele para aconselhamento e orientação. Sua misericórdia na confissão era ilimitada. Na Casinha correu o boato de que Dom Francesco Paleari era um padre santo e que se confessava santo. Os próprios penitentes diziam que com ele se sentiam próximos de Deus, sua alegria tinha uma abertura do céu.

Preparando-se para o céu
A qualquer hora e em qualquer escritório movimentado, o Venerável Servo de Deus poderia ter respondido que estava se preparando para ir para o céu. Desta forma a experiência da cruz não o pegou desprevenido, mas aceitando a longa doença que começou em 1936. A certeza de poder unir os seus sofrimentos com os de Cristo para o bem da Igreja e a esperança de alcançar a recompensa eterna no final da sua peregrinação terrena fizeram-no exclamar: “A cruz é primeiro amarga, depois amarga, depois doce e finalmente sequestra em êxtase”. O Senhor o chamou para Si em 7 de maio de 1939. 

A minha oração
“Ao nosso beato, querido padre, companheiro e amigo, ajuda-nos a viver o teu espírito de simplicidade e doação. A caridade apaga uma multidão de pecados, e foi assim que tu tornas-te bem aventurado, conduza-nos também pelo mesmo caminho. Amém!”
Beato Francisco Paleári, rogai por nós!
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06 de Maio

06 de Maio – São Domingos Sávio,   –

Nascimento

Domenico Sávio, para nós, Domingos Sávio, ou simplesmente Sávio, foi um adolescente fruto do Sistema Preventivo de Dom Bosco. Uma comprovação provinda diretamente do Oratório de Valdocco (Oratório de São Francisco de Sales), ventre de toda a missão dos SDBs (Salesianos de Dom Bosco). Sávio nasceu em 2 de abril de 1842, na Itália, na região de Castelnuovo de Asti em Morialdo. Filho de Carlo Sávio e de Brígida Rosa, uma família simples e pobre, mas com fecunda fé cristã: “Todos os desvelos e preocupações dos pais tinham em mira a formação cristã do filho, que desde essa época era o enlevo do seu coração. A natureza dotara-o de uma índole admirável e de um coração inclinado à piedade”.

Introdução cristã

Sávio teve a graça de já criança receber e até mesmo ter uma compreensão da vivência da fé cristã. Apesar de já vir com certa naturalidade a uma vida cristã, ele não teria crescido tão rapidamente na santidade, se não fosse a sua abertura para as orientações e ações de seu pai espiritual, Dom Bosco. Ele, de fato, foi um tecido nas mãos do alfaiates para fazer um belo terno para Jesus.

Um belo tecido

É esta disposição de um querer a santidade que faz Domingos Sávio ser tão atual. A santidade é a resposta do chamado cristão que reflete em sua realidade, em sua história, e não descarta a si mesmo nem aquilo que acontece em sua volta. Os santos são frutos de sua época. Podemos imitar Domingos? Sim, podemos. Mas não podemos fazer exatamente aquilo que ele fazia ou ser uma cópia, precisamos adaptar para a nossa realidade, e essa readaptação se faz, novamente, em abertura ao Espírito Santo. Sávio nos mostra a importância dessa abertura.  Quando se encontrou pela primeira vez com São João Bosco, isso em outubro de 1854, colocou-se à disposição de um alfaiate para poder ser uma pessoa melhor. Podemos ver esse diálogo, narrado por Dom Bosco, desse modo:

(…) Depois de uma conversa bastante prolongada, antes de eu chamar o pai, disse-me estas textuais palavras:

-Então, que lhe parece? Leva-me para Turim, para eu poder estudar?

-Parece-me que o tecido é bom.

-E para que pode servir este tecido?

-Para fazer um belo terno para oferecer ao Senhor.

-Por conseguinte, seu sou o tecido, seja V. Revª. o alfaiate; leve-me consigo e faça um belo terno para Nosso Senhor.

-Receio que a tua frágil saúde não dê para aguentar os estudos.

-Não tenho medo. Deus, que até hoje me deu saúde e graça, também há de ajudar-me daqui em diante.”

E, assim, o diálogo e o encontro dos dois santos foram acontecendo. Sávio colocou-se à disposição da graça de Deus. Além disso, nos mostra como é importante caminhar com o “acompanhante de viagem” (diretor espiritual) para buscar a santidade. O caminho de santidade não tem como se fazer sozinho, é preciso de um amigo da alma, alguém que nos conheça e nos ajude nesse propósito, pois ele também conhecerá o tecido que tem e saberá qual é a melhor forma de bordar. É um caminho de autocompreensão, de como deve seguir e ser santo, conforme seu perfil chamado, vocação… Sávio demonstra abertura.

Escolha pela santidade

Domingos Sávio escolheu buscar a santidade, sabia que tinha seus limites e sabia que tinha pecado. É, por isso, que ele buscava a Misericórdia, pois nela somos no Amor.

Cada santo tem uma certa receita para percorrer a santidade, obviamente todos se baseiam no Evangelho, em Jesus Cristo. Mas cada um vai adaptando ao seu estilo de ser, assim como Beato Carlo Acutis também fez sua lista, o nosso Domingos também fez. Em sua primeira eucaristia, isso aos 7 anos de idade, ele fez a sua primeira lista, e aqui aparece a sua tão famosa frase:

1- Confessar-me-ei frequentemente e farei a comunhão todas as vezes que o confessor me der licença.
2 – Quero santificar os dias festivos.
3 – Os meus amigos serão Jesus e Maria.
4 – Antes morrer do que pecar.

Escolher a santidade é escolher a radicalidade do evangelho. É seguir a fala de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mateus 16, 24). É exatamente isso que Sávio escolhe ao pensar no antes morrer que pecar, ele não está querendo a morte em primeira mão, ele está querendo seguir a Cristo e ir para o Céu, mas, para isso, ele se disponibiliza por inteiro, dá a sua vida e, se for preciso, entregar-se na cruz. Recordemos que esse “dá a sua vida” acontece no nosso dia a dia, no nosso cotidiano, é aí que a santidade acontece, não pensemos que seremos santos no dia para o outro, ela passa por um processo educativo, ela passa pelas ações da nossa vida e também em nossas limitações e amadurecimentos.

Sávio escreveu esses 4 pensamentos aos 7 anos de idade, mas foi amadurecendo esses propósitos com o tempo e auxílio de Dom Bosco. Em Valdocco pôde dizer “Aqui a santidade consiste em estarmos sempre alegres”.

Aprendeu que não é preciso fazer coisas extraordinárias para ser santo, basta fazer bem as coisas ordinárias com muito amor, é oferecer aquilo que acontece no ordinário: ter paciência, suportar o calor, o frio, o vento e a chuva, o cansaço do trabalho, os incômodos, o ônibus cheio ou o trânsito parado, a educação dos filhos, os estudos. Enfim, tudo o que fazemos no nosso dia a dia e que, muitas vezes, esquecemos que pode ser via de santificação.

Paciência e exercício

Sávio era um típico camponês italiano, tinha uma personalidade forte, teve de ser moldado, assim como foram São Francisco de Sales e São João Bosco. Domingos teve de ter paciência, teve de se conhecer para ser santo. 

Quando ainda era pequeno e morava com seus pais, tendo chegado uma visita sem avisar, na hora do jantar, colocando-se à mesa e comendo como “um porcalhão” (pensamento esse de Sávio), Domingos apenas se levantou e saiu; depois, os seus pais chamaram a sua atenção dizendo que era muita falta de educação se retirar da mesa sem a autorização dos pais e ainda com visita. Mas Sávio rebateu falando que não se sentia bem à mesa com alguém que não reza e que comia como um animal… Seu pai concordou, mas disse então que devemos ajudar os outros com paciência, e não simplesmente se afastando.

Num outro momento, já em Valdocco, tendo praticamente a função de um jovem líder do Oratório, viu que um dos meninos começou a brigar e falava muitos palavrões e, como de costume, interviu na situação, mas a situação terminou diferente: o brigão respondeu à correção de Sávio dizendo para ele não se intrometer na vida dos outros e, dizendo isso, lhe deu um soco nele. Domingos caiu no chão e seus amigos queriam defendê-lo, mas, o nosso santo respondeu: “Não façam isso, vocês não sabem o quanto que me segurei para não revidar o soco nele”. Somente uma pessoa que se conhece bem e que é maduro o suficiente pode agir dessa maneira. Mas Sávio não parou por aí, o agressor viu em suas ações uma verdade, que o levava a uma alegria autêntica. E, por meio dessas ações do santo, o agressor se converteu, buscou os sacramentos e se tornou um grande amigo de Domingos Sávio, e ainda o ajudou na epidemia de cólera que aconteceu em Turim.

É o que São João Paulo II disse em uma homilia em 1997, na paróquia romana de São Domingos Sávio: “Como São Domingos Sávio, sede todos missionários do bom exemplo, da boa palavra, da boa ação em casa, com os vizinhos e com os colegas de trabalho. Em todas as idades, com efeito, pode-se e deve-se testemunhar Cristo! O empenho do testemunho cristão é permanente e cotidiano”.

Domingos, um grande amigo
A amizade é um presente importante e nela aprendemos a ver o dom especial de Deus. Sávio teve grandes amigos, como o Beato Miguel Rua, que foi o primeiro sucessor de Dom Bosco; o Cardeal Missionário Giovanni Cagliero; os amigos da Companhia da Imaculada; Camilo Gávio (foi para esse amigo que Sávio disse que a santidade consistia em estar sempre alegres e fazer bem as coisas); e João Massaglia (ambos faleceram ainda jovens). Todos e muitos outros foram presentes na vida de Sávio. Por amar tanto os seus amigos, chorou dias após a morte de seu melhor amigo, Massaglia. Recordou o próprio Dom Bosco: “Ao perder aquele amigo, Domingos ficou profundamente contristado e, embora resignado à vontade de Deus, chorou-o durante muitos dias. Foi esta a primeira vez que vi aquele semblante angélico entristecer-se e chorar de dor. O único conforto que teve foi rezar e pedir que rezassem pelo amigo”.

Entrega de sua vida a Deus
Domingos Sávio se despediu do Oratório, de seus amigos e de Dom Bosco com muito sentimento, não queria ir para a casa de seus pais para tratar a tuberculose, ele queria morrer ali no Oratório. Mas, mesmo assim, disse aos seus amigos: “Adeus, queridos companheiros, adeus a todos. Rezai por mim. Espero que voltemos a ver-nos no Céu, onde estaremos para sempre com o Senhor”. 

Chegara o dia 9 de março de 1857, Domenico Sávio, disse sua última frase: “Oh! Que belas coisas estou vendo”. Sávio entregou sua breve vida, um pequeno que se fez grande em meio aos seus amigos, ajudando a cada um a ser o melhor que poderia ser em seu cotidiano. A sua vida, pode-se dizer, reflete aquela oração que fez no dia de sua morte:
“Senhor, a liberdade eu dou a Vós, Eis as minhas forças, o meu corpo, mais tudo eu Vos dou, pois tudo é Vosso, ó Deus, na vossa vontade eu me abandono.”
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05 de Maio

05 de Maio – Beato Gregório Frackowiak, mártir guilhotinado por amor aos irmãos e a Cristo

Origens

Boleslao Franckowiak nasceu em Lowecice, na Polônia, em 18 de julho de 1911 em uma família numerosa. Depois de concluir os estudos elementares na escola pública, ingressou no seminário menor dos Missionários do Verbo Divino em Bruczkow e, tendo amadurecido sua vocação religiosa, ingressou no noviciado da congregação em Gorna Grupa em 8 de setembro de 1930. Dois anos depois, como irmão coadjutor, fez votos religiosos. 

Vida religiosa

Na religião, leva o nome de irmão Gregorio. Em 1938 e na mesma data da Natividade da Virgem Maria, faria os votos perpétuos.

Apostolado e missão

Seu trabalho era na gráfica da congregação como encarregado da encadernação. Ele foi designado para a casa de Gorna Grupa quando, ocupada pela Polônia pelos nazistas. Eles a converteram em um centro de detenção para padres e religiosos presos. 

Vida detenta

Os padres de sua comunidade também foram presos, mas não os irmãos, que receberam permissão para sair. Mas o irmão Gregorio preferiu ficar para atender os presos. Uma vez que os presos foram levados para os campos de concentração, o irmão Gregorio teve que deixar Gorna Grupa e retornar à sua cidade natal.

Ardor evangelizador

Dedicou-se a preparar secretamente as crianças para a primeira comunhão e ensinar o catecismo a quantos podia, bem como levar secretamente a comunhão aos doentes e a muitas outras pessoas. Os alemães o forçaram a trabalhar na gráfica Jarocin. 

Martírio

Seu martírio aconteceu quando ele enfrentou a responsabilidade do seguimento de Cristo contrapondo as ordens civis da época. Preso em setembro de 1942, passou por várias prisões até ser levado para Dresden onde foi guilhotinado em 5 de maio de 1943. Seu zelo apostólico, sua dedicação ao bem de todos e sua primorosa caridade lhe valeram o apreço de todos. Foi beatificado em 13 de junho de 1999.

A minha oração

Senhor Jesus, que o meu amor a Cristo e aos meus irmãos me deem a coragem de entregar-me a Ti inteiramente.”

Beato Gregório Frackowiak, rogai por nós!
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04 de Maio

04 de Maio – Santa Antonina de Nicéia, martirizada com ferros em brasa por ser cristã   –
Antonina é o feminino do antigo nome latino Antonius, derivado, provavelmente, do grego Antionos, que
significa “nascido antes”. É um dos nomes mais difundidos entre os povos latinos, que ganhou muitos adeptos entre os cristãos. Mas, antes de Cristo, era muito comum também.

A mártir Antonina morreu em Nicea, na Bitínia, atual Turquia, no final do século III. No Martirológio Romano, ela foi citada três vezes: dia 1o de março, 4 de maio e 12 de junho, e cada vez de maneira diferente, como se fossem três pessoas distintas. Vejamos o porquê.

No século XVI, o cardeal e bibliotecário do Vaticano, César Baronio, unificou os calendários litúrgicos da Igreja, a pedido do papa Clemente VIII, com os santos comemorados em datas diferentes no mundo cristão. A Igreja dos primeiros séculos foi exclusivamente evangelizadora. Para consolidar-se, adaptava a liturgia e os cultos dos santos aos novos povos convertidos. Muitas vezes, as tradições se confundiam com os fatos concretos, devido aos diferentes idiomas, mas assim mesmo os cultos se mantiveram.

O trabalho de Baronio foi chamado de Martirológio Romano, uma espécie de dicionário dos santos da Igreja de Cristo de todos os tempos. Porém ele, ao lidar com os calendários egípcio, grego e siríaco, que comemoravam santa Antonina em datas diferentes, não se deu conta de que as celebrações homenageavam sempre a mesma pessoa. Isso porque o nome era comum e os martírios, descritos de maneira diversa entre si.

O calendário grego dizia que ela foi decapitada; o egípcio, que foi queimada viva; e o siríaco, que tinha morrido afogada. Mais tarde, o que deu luz aos fatos foi um código geronimiano do século V, confirmando que apenas uma mártir tinha morrido, em Nicéia, com este nome.

Antonina sofreu o martírio no século IV, durante o governo do sanguinário imperador Diocleciano, na cidade de Nicéia. Ela foi denunciada como cristã, presa e condenada à morte. Mas antes a torturaram de muitas maneiras. Com ferros em brasa, queimaram e as mãos e os pés dela. Depois, foi amarrada e colocada numa pequena cela com o chão forrado de brasas, onde ficou por dois dias.

Voltando ao tribunal, não renegou sua fé. Foi, então, fechada dentro de um saco e jogada no fundo de um lago pantanoso na periferia de Nicéia. Era o dia 4 de maio de 306, data que foi mantida para a veneração de santa Antonina, a mártir de Nicéia.
Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas
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03 de Maio

03 de Maio – São Filipe e São Tiago, discípulos e apóstolos escolhidos pessoalmente por Jesus   –
A Igreja celebra, no dia 3 de maio, a memória dos apóstolos São Filipe e São Tiago, companheiros leais de Nosso Senhor, escolhidos por Ele para propagar o Evangelho por todo o mundo. Pouco se sabe sobre a vida desses dois apóstolos além do que consta nos Evangelhos, nos Atos dos Apóstolos e em algumas Cartas do Novo Testamento.
São Tiago
Os Evangelhos citam dois apóstolos chamados Tiago: um, comumente chamado de “Tiago Maior”, era o irmão São João e filho de Zebedeu; enquanto o outro, identificado como “filho de Alfeu”, natural de Nazaré, portanto, conterrâneo de Jesus, é uma figura sobre quem pairam algumas dúvidas quanto à identidade. Isso porque com frequência ele também é identificado como “Tiago, o Menor”, que seria filho de Maria de Cléofas e primo de Jesus. Este Tiago Menor teve papel fundamental na Igreja de Jerusalém – foi o seu primeiro bispo –, especialmente ao dizer (cf. At 15,13) que os pagãos podiam ser acolhidos na Igreja sem antes ter de se submeter à circuncisão.  Além disso, São Paulo diz que Jesus apareceu especificamente para ele (cf. 1 Cor 15,7) e o nomeou uma das colunas da Igreja (cf. Gl 2,9). A esse mesmo Tiago Menor é atribuída a Carta que leva seu nome, na qual consta a conhecidíssima afirmação de que “a fé sem obras é morta”. 

O famoso historiador judeu, Flávio José relata a informação mais antiga sobre a morte de São Tiago. Ele narra que o Sumo Sacerdote Anano, filho de Anás, aproveitou o intervalo entre a deposição de um Procurador romano e a chegada do seu sucessor para decretar a pena de morte de Tiago por lapidação, no ano de 62.

São Filipe

Filipe era natural de Betsaida, mesma terra de Pedro e André. Apesar de sua origem hebraica, seu nome é grego, o que indica uma abertura cultural que, ressalta o Papa Bento XVI, não se deve subestimar. Os momentos em que Filipe é citado nos Evangelhos são pontuais, mas significativos: São João diz que ele foi chamado por Jesus e, tendo encontrado Natanael, diz-lhe (Jo 1,45-46):

Encontramos aquele sobre o qual escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus, filho de José, natural de Nazaré.  

De Nazaré pode sair alguma coisa boa? – perguntou Natanael.

Vem e verás, replica Filipe, demonstrando, conforme aponta o Papa Bento XVI em catequese específica sobre esse apóstolo, as características da verdadeira testemunha, que “não se contenta em propor o anúncio, como uma teoria, mas interpela diretamente o interlocutor, sugerindo-lhe que faça ele mesmo uma experiência pessoal do que foi anunciado”.

Filipe aparece novamente por ocasião da multiplicação dos pães, quando Jesus lhe pergunta onde eles comprariam pão para alimentar aquela multidão. Filipe responde de maneira sensata, considerando o número de pessoas ali presentes, dizendo que duzentos denários – ou seja, duzentas vezes o valor da diária de um trabalhador – não bastariam para que cada um comesse um pedaço. Jesus ter se dirigido a Filipe demonstra que ele era uma figura de destaque entre os discípulos, o que é reforçado pelo fato de que ele sempre aparece em quinto lugar nas listas dos apóstolos.

Antes da Paixão de Cristo, Filipe é procurado por alguns gregos, que lhe pediram para ver Jesus (Jo 12,20-22). Muito possivelmente o próprio Filipe falava grego, motivo pelo qual os estrangeiros o procuraram. Por fim, Filipe aparece recebendo uma espécie de reprimenda do Senhor, quando, na Última Ceia, Jesus dissera que conhecê-lo significava conhecer também o Pai (Jo 14,7-11). Filipe replica pedindo: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso basta!”, ao que Jesus responde: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai: Como pedes que te mostre o Pai? Não crês que estou no Pai e o Pai em mim?”

Após a morte de Jesus e o recebimento do Espírito Santo, certamente Filipe creu que quem via Jesus via o Pai, tanto que se tornou um grande evangelizador, tendo anunciado Cristo na Grécia e na Frígia, onde acabou encontrando a morte – pela crucifixão ou lapidação.

O que aprendemos com os dois apóstolos

São Filipe e São Tiago foram privilegiados porque conviveram de perto com Jesus, foram catequizados, formados pelo Senhor. Não podemos esquecer, contudo, que muitos dos discípulos de Jesus não suportaram seus ensinamentos e o abandonaram, como narrado por São João. A santidade desses dois apóstolos não vem do fato de eles terem sido chamados por Jesus e convivido com Ele, mas pela maneira como eles corresponderam ao chamado, desapegando-se da sua vida por amor ao Senhor, gastando a própria vida para anunciar Jesus e, por fim, perdendo a própria vida para ganhá-la, como ensinou seu Divino Mestre.

Minha oração

São Filipe e São Tiago, vós convivestes com tanta proximidade com Jesus. São Tiago, talvez tu brincaste com Nosso Senhor quando éreis crianças, talvez fostes à sinagoga juntos aprender a Lei de Deus. Vós fostes formados pelo Mestre, ouvistes d’Ele tantos ensinamentos, partilhastes o pão, partilhastes também as perseguições e preocupações!

Peço-vos que me ensine, a mim, que só vi a Cristo sob o véu dos sacramentos, a perseverar no seguimento do Evangelho. 
Peço-vos que me ajudeis a ter a coragem de me lançar na evangelização, sem medo dos perigos, das censuras, da humilhação. 
Peço-vos que rogueis para que eu esteja sempre atento para ajudar aqueles que querem conhecer Jesus como tu estiveste, São Filipe.
Peço-vos vossa intercessão para que eu seja firme na defesa da verdade como tu sempre foste, São Tiago.
Peço-vos auxílio para nunca ter uma fé apenas da boca para fora, mas sim uma fé sustentada pelas obras, uma fé de quem realmente conheceu a Cristo e se converteu.

Uno-me, por fim, à Igreja, que hoje reza:
Ó mártires ilustres,
faróis de tanta luz,
na fé e na esperança,
já vemos a Jesus.

E um dia em plena glória,
então sem véu algum,
vejamos face a face
o Deus que é trino e um!”
São Filipe e São Tiago, apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo, rogai por nós
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02 de Maio

02 de Maio – Santo Atanásio, bispo de Alexandria no Egito e doutor da Igreja   –

Desde a infância, Atanásio estava convencido de que um bom teólogo deve necessariamente ser também um bom cristão, um santo. E os contactos com António Abate, patriarca do monaquismo, foram-lhe de grande conforto, porque compreendeu como este homem pobre e isolado sabia muito mais e muito melhor do que muitos eruditos da cidade: «Além do estudo e verdadeiro conhecimento das Escrituras c ‘uma vida justa e uma alma pura e virtude segundo Cristo são necessárias para que, caminhando na virtude, o intelecto possa alcançar e entender o que deseja, tanto quanto a natureza humana pode entender de Deus o Verbo. De fato, sem um intelecto puro e uma vida modelada nos santos, não se pode entender as palavras dos santos… Portanto, quem quiser entender o pensamento dos teólogos deve purificar a alma…” .

A coragem dos mártires, a fraqueza dos lapsi

Nascido em Alexandria por volta de 295 em uma família cristã, recebeu uma boa educação cultural. A sua infância coincidiu com a perseguição de Diocleciano (303-313) e Atanásio pôde admirar, por um lado, a coragem dos mártires e, por outro, a falta de coragem, ditada pela debilidade humana, dos lapsi, os “recaídos “, pronto para sacrificar aos deuses diante do perigo, e depois pedir para ser readmitido na comunhão com a Igreja, a perseguição acabou.

A Trindade: Deus uno e trino

Atanásio viveu tempos difíceis. Por um lado, a Igreja acabava de sair de um duro período de perseguições e ainda não encontrava uma correta relação com a autoridade imperial, visto que esta ainda influenciava as nomeações, as convocações dos Concílios e Sínodos e as formulações doutrinárias; por outro lado, surgiram incompreensões doutrinais que ameaçavam comprometer toda a experiência cristã, especialmente com o arianismo (de Ario, sacerdote da igreja de Alexandria). De fato, na cultura grega, acreditar no único Deus não era um problema: no entanto, tratava-se de ajudar os novos cristãos a compreender que Deus era Uno e Trino. A difusão de tal “doutrina” teria significado transmitir a mensagem de que a salvação pode ser alcançada com as próprias forças e, portanto, tornaria inútil a encarnação.

O Concílio de Nicéia

Em 325, como diácono, participou do Concílio de Nicéia como assistente do bispo Alexandre. Aqui foi abordada a questão de Ário, e os Bispos presentes proclamaram solenemente que o Filho é ” da mesma substância que o Pai “. Em 328, o bispo Alexandre morreu e Atanásio tornou-se seu sucessor. Como Bispo, ele decidiu visitar os monges de São Pacômio na Tebaida: Atanásio, de fato, sabia que o monaquismo poderia oferecer uma grande contribuição para o povo. No entanto, Pacômio não compareceu àquela visita porque temia ser ordenado sacerdote e se ver envolvido no compromisso pastoral de seu amigo Atanásio, que o entendia cordialmente.

Os meletianos e a defesa de Atanásio

Durante a visita às várias comunidades, os meletianos (discípulos do bispo Meletius de Licopolis – +328) liderados por Giovanni Arkaf, acusaram-no perante o imperador de se ter ordenado bispo muito jovem e de ter imposto tributos injustos aos cristãos. Não foi difícil para Atanásio defender-se das acusações, mas estas foram apenas o prelúdio do que ainda estava para acontecer. No final de 332, ele foi acusado de ter mandado matar o bispo Arsênio de Ipsele, enquanto ele estava simplesmente escondido em um mosteiro de monges e apareceu vivo e bem no tribunal. Foi um grande revés para os acusadores de Atanásio.

Nem os arianos pararam de lhe dar problemas. Os melecianos submeteram-lhe um documento com a fórmula da fé para ser assinado: aparentemente poderia parecer ortodoxo, mas faltava a expressão “da mesma substância”. O imperador pediu a Atanásio que readmitisse Ário, mas depois de ler o documento, o bispo recusou. Neste ponto, em 335, os bispos arianos e meletianos convocaram um Concílio em Tiro que – em face da maioria controlada de arianos e meletianos – decretou o exílio de Atanásio. Nesse ínterim, Giovanni Arkaf havia sido nomeado bispo em Alexandria, mas sua presença não durou muito porque logo foi expulso pelos próprios cristãos. A partir desse momento a cátedra de Alexandria não foi ocupada por outros bispos heréticos, pois os cristãos da cidade reconheceram apenas Atanásio como seu bispo.

A disputa entre os arianos e Atanásio

Após a morte de Constantino em 337, Atanásio – com o consentimento dos imperadores do Ocidente e do Oriente – retornou a Alexandria. Mas mais uma vez os arianos se opuseram e convocaram outro concílio para discutir a posição de Atanásio; neste ponto, ele se aposentou com os monges. O Papa Júlio I, sabendo onde ele estava, convocou-o a Roma para o Concílio Romano, durante o qual Atanásio foi declarado inocente. Porém, impossibilitado de retornar a Alexandria, pôde ensinar com suas catequeses – entre 339 e 346 – que o perigo do arianismo esvaziava a fé cristã. Ao mesmo tempo, difundiu a experiência do monaquismo como prova de que tudo é graça, tudo é dom de Deus para quem nele acredita e se confia a ele.

O retorno de Atanásio a Alexandria

Somente em 346, após o Concílio de 343 na atual Sofia, o bispo de Alexandria foi declarado deposto e Atanásio convidado a retornar, o que acontecerá apenas três anos depois, em meio a grandes comemorações. Gregory Nazianzen conta que ao entrar em Alexandria, na frente de seu pastor, as pessoas jogavam seus mantos e palmeiras no chão. A ação pastoral de Atanásio soube conquistar corações e mentes, como ele mesmo escreverá na História dos Arianos contada aos monges : “Quantas mulheres em idade núbil, já preparadas e decididas para o matrimônio, permaneceram virgens para Cristo! Quantos jovens, vendo seu exemplo, abraçaram a vida monástica! Quantos pais persuadiram seus filhos e quantos filhos convenceram seus pais a não abandonarem a vida cristã…”. São Basílio, que naqueles anos iniciava o seu ministério episcopal, reconheceu no já idoso Atanásio o único capaz de dialogar com todos, porque ninguém como ele “tinha a solicitude de todas as Igrejas”. Quando ele morreu em 2 de maio de 373, Basílio o lembrou como uma “alma grande e apostólica”.]
Santo Atanásio, bispo de Alexandria no Egito e doutor da Igreja, rogai por nós!
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01 de Maio

Inspiração e iniciativa

Em 1955, o Papa Pio XII instituiu a festa de “São José Operário” para dar um protetor aos trabalhadores e um sentido cristão à “festa do trabalho”. Uma vez que todas as nações celebram tal festa em 1º de maio, na presença de mais de 200 mil pessoas na Praça de São Pedro, as quais gritavam alegremente: “Viva Cristo trabalhador, vivam os trabalhadores, viva o Papa!”, o Papa deu aos trabalhadores um protetor e modelo: São José, o operário de Nazaré.

Cristocêntrico

A figura de São José, o humilde e grande artesão de Nazaré, orienta para Cristo, Salvador do homem, Filho de Deus, que participou em tudo da condição humana. 

A dignidade do trabalho

A Igreja, nesta festa do trabalho, deu um lindo parecer sobre todo esforço humano que gera, dá a luz e faz crescer as obras produzidas pelo homem: “Queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho, a fim de que inspire, na vida social, as leis da equitativa repartição de direitos e deveres.”

Homem justo
São José, que na Bíblia é reconhecido como um homem justo, é quem revela com sua vida que o Deus que trabalha sem cessar na santificação de Suas obras é o mais desejoso de trabalhos santificados: “Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa… O Senhor é Cristo” (Col 3,23-24).

Sentido do trabalho

É firmado, antes de tudo, que o trabalho dá ao homem o maravilhoso poder de participar na obra criadora de Deus e de aprimorá-la; que ele possui um autêntico valor humano. O homem moderno tomou consciência desse valor ao reivindicar o respeito aos seus direitos e à sua personalidade.

A Igreja “batiza” a festa do trabalho para proclamar o real valor do trabalho, aprovar e bendizer a ação das classes trabalhadoras na luta que, em alguns países, prosseguem para obter maior justiça e liberdade. Fá-lo também para pedir a todos os fiéis que reflitam sobre os ensinamentos do Magistério eclesiástico nestes últimos anos: Mater et Magistra de João XXIII e Populorum Progressio de Paulo VI, por exemplo.

Centro na Eucaristia

Nesta “festa do trabalho”, sob o patrocínio de São José Operário, reunimo-nos em assembleia eucarística, sinal de salvação, não para pôr a Eucaristia a serviço de um valor natural, mesmo nobilíssimo, mas porque Deus, que trabalhou na criação, na qual colaboram os que se tornaram filhos de Deus, se efetiva principalmente pela Eucaristia. A Eucaristia encontra seu lugar numa festa do trabalho, porque esta revela ao mundo técnico o valor sobrenatural de suas buscas e iniciativas.

Nossa participação na Eucaristia, enquanto nos permite colaborar mais e melhor no trabalho iniciado por Deus para criar o mundo novo, santifica a contribuição que damos ao trabalho humano, ensinando-nos que isso é colaboração com a ação criadora de Deus e que o verdadeiro objetivo de todo trabalho é a construção do novo Reino.

A minha oração

Ó Deus, criador do universo, que destes aos homens a lei do trabalho, concedei-nos, pelo exemplo e a proteção de São José, cumprir as nossas tarefas e alcançar os prêmios prometidos. Amém.”

São José Operário , rogai por nós!
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