Raimundo nasceu na Espanha, em 1200. Seus pais eram nobres, porém não tinham grandes fortunas. O seu nascimento aconteceu de modo trágico, sua mãe morreu durante os trabalhos de parto, antes de dar-lhe à luz. Por isto Raimundo recebeu o nome de Nonato, que significa não-nascido de mãe viva.
Dotado de grande inteligência, fez com certa tranqüilidade seus estudos primários. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho, e com receio de que seu filho optasse pela vida da igreja, mandou-o administrar uma pequena fazenda de propriedade da família. Porém as coisas aconteceram exatamente ao contrário.
Raimundo, no silêncio e solidão que vivia, fortificou ainda mais sua vontade de dedicar-se unicamente à Ordem de Nossa Senhora das Mercês. Apesar da dificuldade conseguiu o consentimento do pai e finalmente em 1224 ingressou na Ordem, recebendo o hábito das mãos do próprio fundador.
Ordenou-se sacerdote e seus dotes de missionário vieram à tona. Foi mandado em missão na Argélia, norte da África, para resgatar cristãos que viviam em regime de escravidão. Levava o conforto e a palavra de Deus aos que sofriam mais que ele e já estavam prestes a renunciar à fé em Jesus.
Sua ação missionária causou a revolta das lideranças muçulmanas e Raimundo foi preso e torturado. Durante oito meses teve sua boca presa com um cadeado, para que não pudesse pregar o Evangelho.
Raimundo sofreu durante oito longos meses essa tortura, mas finalmente foi libertado com a saúde totalmente abalada. De volta a pátria foi nomeado cardeal, mas não exerceu este cargo, pois morreu acometido por uma forte febre em 31 de agosto de 1240, quando ele tinha apenas quarenta anos de idade. Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Reflexão: São Raimundo Nonato, devido à condição difícil do seu nascimento é venerado como padroeiro das parturientes, das parteiras e dos obstetras. Sua presença missionária entre aqueles que não conheciam o Cristo nos inspira a levar o Evangelho nos dias de hoje para todas as pessoas que vivem afastadas de deus.
Oração: Ó Pai, pela vossa misericórdia, São Raimundo Nonato anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. https://www.a12.com/
Poucos são os registros encontrados sobre Félix e Adauto, que são celebrados juntos, no dia de hoje. As tradições mais antigas dos primeiros tempos do cristianismo nos narram que eles foram perseguidos, martirizados e mortos pelo imperador Diocleciano, no ano 303.
A mais conhecida diz que, Felix era um padre e tinha sido condenado à morte por aquele imperador. Mas quando caminhava para a execução, foi interpelado por um desconhecido. Afrontando os soldados do exército imperial, o estranho se declarou espontaneamente cristão e pediu para ser sacrificado junto com ele. Os soldados não questionaram. Logo após decapitarem Felix, com a mesma espada decapitaram o homem que tinha tido a ousadia de desafiar o decreto do imperador Diocleciano.
Nenhum dos presentes sabia dizer a identidade daquele homem. Por isto, ele foi chamado somente de Adauto, que significa “aquele que recebeu junto com Félix a coroa do martírio”. Ainda segundo estas narrativas eles foram sepultados numa cripta do cemitério de Comodila, próxima da basílica de São Paulo fora dos muros. O Papa Sirício transformou o lugar onde eles foram enterrados numa basílica.
O cemitério de Comodila e o túmulo de Felix e Adauto foram reencontrados no ano de 1720, mas vieram a ruir logo em seguida, sendo novamente esquecidos e suas ruínas abandonadas. Só em 1903 a pequena basílica foi definitivamente restaurada descobrindo-se um dos mais antigos afrescos cristãos, no qual aparece São Pedro recebendo as chaves na presença dos Santos Paulo, Estevão, Félix e Adauto. Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR Reflexão: A memória dos mártires cristãos continua a alimentar a vida e a espiritualidade da Igreja. Honrar os gestos de entrega dos homens e mulheres que deram sua vida em favor do Cristo nos faz verdadeiros cristãos, conscientes de que a nossa história foi construída com o sangue de muitas pessoas. Oração: Concedei-nos, Ó Deus Onipotente, a graça de sermos sempre firmes na fé, e pela intercessão de S. Félix e de Santo Adauto, dai-nos, Senhor, a graça que vos pedimos. Por Cristo Nosso Senhor, amém. https://www.a12.com/
Joana nasceu na França, em 25 de outubro de 1792. Seu pai era um pescador e morreu no mar quando ela tinha quatro anos. Logo conheceu a pobreza e começou a trabalhar como empregada num castelo. Com seu trabalho sustentava a família, mas encontrava também tempo para cuidar dos idosos abandonados e pobres, reservando para eles uma parte de seus rendimentos.
Aos vinte e cinco anos deixou sua cidade para ser enfermeira no hospital Santo Estevão. Nesse meio tempo ingressou na Ordem terceira, fundada por São João Eudes. Sua vocação de auxílio aos idosos a conduziu até a casa da senhora Lecogue, onde morou por doze anos, convertendo-se em uma amiga, mais do que uma enfermeira.
Com a morte de senhora, Joana herdou suas poucas economias e mobília. Com estes poucos recursos alugou um apartamento onde passou a acolher idosos doentes e aandonados. Outras companheiras de Joana se uniram à ela na missão e surgiu o primeiro grupo formando uma Associação para os pobres. Em 1841, deixam o apartamento e alugam para uma pequena casa que lhes permite acolher doze idosos doentes e abandonados. Sozinha Joana inicia sua campanha junto à população para recolher auxílios, tarefa que cumprirá até a morte. Mas logo sensibiliza uma rica comerciante e com essa ajuda consegue comprar um antigo convento.
Este convento se tornou a casa mãe da nascente Congregação das Irmãzinhas dos Pobres, na qual Joana imprimiu seu próprio carisma: “a doação como apostolado de caridade para com quem sofre por causa da idade, da pobreza, da solidão e outras dificuldades”. Joana morreu na França, em 29 de agosto de 1879, mas pode ver sua obra de caridade espalhar-se rapidamente por toda a Europa. Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Reflexão: O carisma de santa Joana ainda continua atual. Numa sociedade que trata seus idosos como inúteis e incapazes, somos convidados, pela nossa opção de fé, a reconhecer o valor das pessoas que estão na terceira idade e zelar para que elas encontrem formas dignas de vida em comunidade.
Oração: Senhor Pai de bondade, dai-nos a graça de seguir o zelo de santa Joana pelos idosos e respeitar as pessoas da terceira idade como verdadeiros filhos de Jesus Cristo. Que vive e reina para sempre.
Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, antiga cidade da Numídia. atual Argélia no norte da África, no ano de 354. Filho primogênito de Santa Mônica e de Patrício, rude pagão que depois viria a se converter ao Catolicismo. Teve um irmão, Navígio, e uma irmã, Perpétua, que viria a ser religiosa.
Com inteligência superior, aos 11 anos estudou inicialmente em Madauro, perto de Tagaste. Aprendeu ali sobre literatura latina mas também sobre o paganismo local e romano.
Sua mãe o educara na Fé católica, mas a inconstância, o espírito de insubordinação e a impetuosidade de caráter de Agostinho a levara a adiar o seu batismo, com medo que ele viesse a profanar o Sacramento. E realmente, aos 16 anos, tendo ido estudar Retórica, Filosofia e Literatura em Cartago, adotou uma vida desregrada.
Seu pai tinha preocupação apenas em que tivesse boas notas, brilhasse nas festas sociais e se destacasse nas atividades físicas; com 17 anos, quando seu pai morreu, Agostinho estava corrompido pelo jogo e pela luxúria, e passara a seguir uma seita maniqueísta, onde há um deus bom e outro mau. O hedonismo, a ideia de que o prazer é o fim único da vida, o levou a juntar-se dois anos depois com uma mulher cartaginesa, da qual teve um filho, Adeodato.
Aos 20 anos, Agostinho era professor conceituado de Retórica em Cartago. Mas sua mente inquieta não estava satisfeita. Ao ler “Hortensius”, de Cícero, começou a buscar a sabedoria: “A felicidade – escreveu o grande romano – consiste nos bens que não perecem: sabedoria, verdade, virtudes”. Esta busca o levou a estudar e conhecer diferentes propostas filosóficas, ao longo do tempo. Em 382, procurando algo que o satisfizesse interiormente, e ao mesmo tempo querendo evitar as admoestações de sua mãe, usou de um estratagema para deixá-la no porto de Cartago, enquanto embarcava com a amante e Adeodato para Roma.
Lá teve apoio dos maniqueístas e abriu uma escola, mas já não estava satisfeito com esta seita. Em 384 obtém a cátedra de Retórica na corte imperial em Milão, onde passa a seguir o ceticismo. Nesta cidade estava o bispo Santo Ambrósio, cujos brilhantes sermões começaram a interessá-lo pela refinada técnica oratória e dialética. Ao aspecto intelectual foi acrescentado o espiritual, o conteúdo das pregações, e Agostinho começou a se questionar quanto ao Catolicismo.
Mônica já se mudara também para Milão, para estar mais perto do filho, e suas orações e lágrimas, partilhadas e orientadas por Ambrósio, de quem se aproximou, começaram a dar frutos. Atormentado, Agostinho leu tanto variadas obras filosóficas quanto a Bíblia, interessando-se pelos pensadores gregos e pelos ascetas cristãos. Mas ele buscava a Verdade, e seguindo um impulso interno – como uma voz interior, certamente uma moção do Espírito Santo – que lhe dizia “Pega e lê!”, abriu uma das cartas de São Paulo, em Rm 13,13-14: “Vivamos honestamente, como quem vive à luz do dia. Nada de comilanças ou bebedeiras, nem volúpias, nem luxúrias, nem brigas, nem rivalidades. Pelo contrário, revesti-vos de Jesus Cristo e não tenhais preocupações com a carne, para satisfazer as suas concupiscências”. Estas palavras, e o que ouvira de Santo Ambrósio, o decidiram finalmente. Encerrou o relacionamento indecoroso de 13 anos com a amante, que voltou para a África, abandonou os vícios e maus costumes, e preparou-se para o Batismo. Tanto ele, aos 33 anos, como Adeodato, com 15, foram batizados por Santo Ambrósio na catedral de Milão, na Páscoa de 387.
Não muito tempo depois, Adeodato morreu, e Santa Mônica, junto com Agostinho e seu irmão Navígio, decidiram voltar para Tagaste. No porto de Óstia, próximo de Roma, Mônica, depois de constatar que a sua missão nesta vida fôra completada com a conversão do filho, é acometida por uma misteriosa e fulminante febre, falecendo em poucos dias. Agostinho depois escreveria dela: “Pela carne, me concebeu para a vida temporal, e pelo coração me fez nascer para a eterna” (“Confissões”, IX-8). Sepultada Santa Mônica, Agostinho seguiu para Tagaste, onde chegando em 388, junto com alguns amigos iniciou uma vida monástica com uma regra escrita por ele mesmo. Dedicavam-se à oração, à meditação, ao estudo da Bíblia e a obras de caridade.
Em 390 ou 391, o Bispo Valério de Hipona o ordenou sacerdote, e com o seu falecimento em 396, Agostinho foi aclamado pelo povo como seu sucessor. Por 34 anos fica à frente da diocese e desenvolve um trabalho portentoso, de alcance verdadeiramente católico, isto é, universal, e de verdade perene.
Agostinho foi um bispo sempre atento às necessidades espirituais e materiais dos fiéis, ensinando a Doutrina com toda a ortodoxia e combatendo heresias, e cuidando caridosamente dos pobres. Como mestre incontestável de espiritualidade, a demonstrou por palavras faladas e escritas, e por ações. A sua primeira comunidade deu origem a muitas ordens e congregações, masculinas e femininas, que seguiram as inspirações da Regra que escreveu para ela.
Segundo seu primeiro biógrafo, ele “deixou à Igreja um clero muito numeroso, assim como mosteiros de homens e de mulheres cheios de pessoas dedicadas à continência sob a obediência dos seus superiores, juntamente com as bibliotecas que contêm livros e discursos seus e de outros santos […]”. É considerado o mais profundo pensador do mundo antigo, bem como um dos mais importantes teólogos e filósofos da Patrística na Igreja, influenciando e iluminando até hoje o pensamento universal, divulgado na imensa obra escrita – mais de mil publicações – que deixou e que abarca os mais diversos temas filosóficos, doutrinais, apologéticos, morais, monásticos, teológicos e exegéticos. Além disso, muitas de suas homilias transcritas serviram de modelo e inspiração para os religiosos ao longo do tempo.
Santo Agostinho faleceu em Hipona, então sob invasão bárbara e perseguição aos católicos, em 28 de agosto do ano 430, com 76 anos. É Doutor da Igreja e um dos luminares da Patrística.
A sua incessante busca pela Verdade enriqueceu a Igreja, e sobretudo pelas suas obras a Idade Média teve acesso à antiguidade cristã. Seus escritos são fundamentais na formação de toda a cultura do Ocidente; segundo Paulo VI, “Pode-se dizer que todo o pensamento da Antiguidade conflui na sua obra e dela derivam correntes de pensamento que permeiam toda a tradição doutrinal dos séculos sucessivos”. Acima de tudo, Santo Agostinho é o Doutor da Graça não somente por ter ensinado como ela opera, mas porque é a prova mesma de como podemos – se o permitimos – ser totalmente transformados por ela: seu exemplo pessoal mostra como alguém que não tinha forças para deixar o pecado foi tomado e imerso na Graça de Deus: “porque é Ele próprio que começa, fazendo com que queiramos, e é Ele que acaba, cooperando com aqueles que assim querem”.
Das suas principais obras, que incluem “A Trindade” (em 15 livros), “O Livre Arbítrio” (em três volumes), “A Graça” (em dois livros, com sete partes no total) e “Comentários Bíblicos” (do Antigo e Novo Testamentos), talvez as amais conhecidas sejam “Confissões” e “Cidade de Deus”. A primeira (em 13 livros) é como que uma sua autobiografia espiritual e um hino de louvor ao Senhor, onde confessa tanto a sua miséria espiritual, dos seus pecados, quanto a grandeza de Deus, que o redimiu. A segunda (em 22 livros) trata da relação entre a Fé a política, retratada nas aspirações da alma e os desejos mundanos, e influenciou diretamente a Teologia cristã e o pensamento político ocidental. Foi escrita no contexto do saque de Roma pelos visigodos em 410, e das críticas pagãs de que Roma estava mais segura na época das divindades pagãs do que com o Cristo. Em resumo, mostra a Humanidade dividida (desde Adão e Eva, diríamos…) entre dois amores: o amor a si mesmo, “até à indiferença por Deus”, e o amor a Deus, “até à indiferença por si mesmo”. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: É da natureza humana buscar a Deus, porque somos Sua imagem e semelhança. Com maior ou menor sensibilidade, todos nós ansiamos por Ele, que é eterno, inesgotável e perfeito. Nesta procura, por causa das consequências do Pecado Original, a confusão do que é “perfeito” com o que traz sensações agradáveis em diferentes níveis da dimensão humana, como o físico, o racional, o emotivo, é uma tendência constante, e que exige um esforço, a partir do espiritual, o aspecto humano mais afim de Deus, para que saibamos distinguir estes apelos inferiores da Verdade, que é o próprio Deus (“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai sensação por Mim. Se conhecêsseis a Mim, conheceríeis também a Meu Pai. Desde já O conheceis e O tendes visto” (Jo 14,6-7), esclareceu Jesus aos Apóstolos, indicando também que é Um com o Pai, na Santíssima Trindade). “conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará” (cf. Jo 8,32): Perfeição – Verdade – Deus, Quem é nossa origem e fim, e o único no Qual encontraremos a felicidade e alegria, perene e completa, que percebemos e naturalmente buscamos naquilo que, nesta vida, percebemos como perfeito. Toda a vida de Santo Agostinho nos coloca diante deste drama essencialmente humano que é a busca ansiosa por Deus, pela plenitude da felicidade-perfeição, que é a Verdade da nossa existência; para o que fomos criados e foi perdido no Pecado Original, mas resgatado na Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão de Jesus, Deus Encarnado exatamente para que pudéssemos ser resgatados: o preso e miserável não pode ser resgatar-se a si mesmo, precisa de alguém que ofereça por ele, e o Pecado Original prendeu o Homem na miséria, logo, é necessário outro ser humano, livre e rico, que o tire da prisão – mas quem, se a Humanidade inteira, na sua essência, está cativa? Jesus, Deus, Se encarna e Se oferece por nós (“porque é Ele próprio que começa, fazendo com que queiramos, e é Ele que acaba, cooperando com aqueles que assim querem”), e só por isso o desejo natural da perfeição pode ser de novo alcançado, se, libertado, o Homem não se entregar de novo à prisão, ao pecado, voluntariamente… O próprio Agostinho, depois de convertido, dá testemunho deste processo, que demorara a entender, na talvez mais famosa (com justiça) das suas citações: “Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Estáveis dentro de mim e eu estava fora, e aí Vos procurava; e disforme como era, lançava-me sobre estas coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria se não existisse em Vós. Mas Vós me chamastes (…) e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me, e comecei a desejar ardentemente a vossa paz” (“Confissões” X, 27, 38). Mas não basta a conversão, “Na vida espiritual, quem não avança retrocede” (São Padre Pio de Pietrelcina). A busca de Santo Agostinho é inerente e natural a qualquer outro homem, mas continuar avançando na vida de santidade, apesar de novas quedas e levantamentos, constantemente e sem desistir, é uma escolha pessoal. Da qual, naturalmente, seremos os únicos responsáveis pelas consequências nesta e na vida futura.
Oração:
Deus de infinita paciência, que por séculos preparastes a Redenção, e nos aguardais com amor assíduo, concedei-nos por intercessão de Santo Agostinho de Hipona a sinceridade da busca e da conversão a Vós, ao longo de toda a nossa vida, e a honestidade de perseverarmos sempre mais no crescimento da santidade, até que o amor por Vós chegue à indiferença por nós mesmos”. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
Seu pontificado se deu sob intensa perseguição de Septímio Severo, que “proibiu sob pena grave, toda propaganda judaica, e tomou a mesma decisão a respeito dos cristãos”, conforme a História Augusta.
O Papa Zeferino, enfrentou também muitas heresias, que abalavam a Igreja mais do que os próprios martírios. As heresias estavam no desejo de alguns em elaborar só com dados filosóficos o nascimento, a vida e a morte de Jesus Cristo. A discórdia era generalizada, uns negavam a divindade de Jesus Cristo, outros se apresentavam como a própria revelação do Espírito Santo, profetizando e pregando o fim do mundo.
Mas o papa Zeferino amparado pelo poder do Espírito Santo e pela sensatez, uniu-se aos grandes sábios da época, como Santo Irineu, Hipólito e Tertuliano para livrar os cristãos das mentiras dos hereges e dos exageros, conseguindo assim, estabelecer a verdade.
O papa Zeferino era dotado de inspiração e visão especial. Seu grande mérito foi ter valorizado a capacidade de Calisto, um pagão convertido e membro do clero romano, que depois foi seu sucessor. Ele determinou que Calisto organizasse cemitérios cristãos separados daqueles dos pagãos. Isso porque os cristãos não aceitavam cremar seus corpos e também queriam estar livres para tributarem o culto aos mártires.
Este trabalho foi a origem das catacumbas romanas, lugar histórico que testemunha grande parte da história cristã.
O Papa Santo Zeferino foi martirizado em 20 de dezembro de 217, juntamente com o bispo Santo Irineu, encerrando assim seu pontificado que durou 18 anos.
Foi sepultado numa capela nas catacumbas que ele mandou construir em Roma, Itália. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão: Como incentivo aos Bispos o Papa São Zeferino escreveu: “Que o Deus todo-poderoso e seu único Filho e Salvador nosso, Jesus Cristo, vos guie para que, com todos os meios ao vosso alcance, possais auxiliar a todos os irmãos que passam por tribulação, que sofrem durante seus trabalhos, estimando seus sofrimentos. Que sejam dados a eles toda a assistência possível, por atos e palavras, de forma a que sejais reconhecidos como verdadeiros discípulos dAquele que nos mandou amar aos irmãos como a nós mesmos”. Sejamos também nós tocados por estas palavras para que todos tenham paz e fraternidade dentro de si.
Oração: Deus eterno e todo-poderoso quiseste que São Zeferino governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. https://www.a12.com/
Luís nasceu no Castelo de Poissy, próximo a Paris, França, em 1214. Foi o quarto filho de Luís VIII, conhecido como “O Leão” pelo seu zelo religioso e bravura marcial, e Branca de Castela, filha, sobrinha, esposa, irmã e tia de reis. Os pais muito se esmeraram na sua educação, proporcionando-lhe ótimos preceptores. Branca repetia a Luís: “Meu filho, eu gostaria muito mais de ver-te na sepultura, do que maculado por um só pecado mortal”.
Em 1226, voltando de uma campanha vitoriosa sobre os hereges albigenses do sul da França, Luís VIII faleceu em Montpellier. Seus últimos desejos incluíam que o filho, então com 12 anos, fosse coroado e a esposa o tutelasse. Assim, a 30 de novembro deste ano, Luís IX herdou o trono, e apesar da pouca idade já possuía bastante sabedoria. Como regente, Branca teve que enfrentar as ameaças inglesas, as pretensões da nobreza feudal francesa e uma nova revolta dos albigenses.
Em 1234, com 20 anos, Luís IX pôde assumir formalmente o governo da França. Manteve, porém, Branca ao seu lado, obediente e respeitoso. No ano seguinte casou-se com Margarida, filha de um conde, com quem foi muito feliz e teve dez filhos, cinco meninos e cinco meninas.
Como os seus próprios pais, Luís IX teve todo o interesse na educação dos filhos, instruindo-os pessoalmente no desprezo pelas vaidades e prazeres do mundo e no amor a Deus. Normalmente os chamava ao seu quarto à noite, depois da oração das Completas, educando-os na piedade. Ensinou-lhes a rezar diariamente o Pequeno Ofício de Nossa Senhora, os fazia ir às Missas de preceito e os explicava a necessidade da mortificação e da penitência. Às sextas-feiras, não permitia que usassem ornamentos na cabeça, pois foi o dia da coroação de espinhos de Nosso Senhor. Manuscritos de instruções que deixou para sua filha Isabel, futura rainha de Navarra, nada deixam a dever a nenhum esclarecido diretor espiritual.
Luís era humilde e penitente, buscando a oração e a caridade. Quando alguns nobres o criticavam por participar diariamente da Santa Missa, respondia, não sem ironia: “Se eu dedicasse tempo dobrado para os jogos ou para a caça, ninguém repreenderia!”
Seu governo foi tão excelente como a sua educação aos filhos. Enquanto os demais reinos europeus e alhures passavam por convulsões, a França teve o seu período mais pacífico e próspero da monarquia. Baniu com sabedoria hábitos ruins, como a blasfêmia e os juramentos ímpios, e com tal rigor que o Papa Clemente IV procurou atenuá-lo. Acabou também com os duelos, os jogos de azar e as casas de prostituição. À sua irmã, a beata Isabel, deu as terras de Longchamp para a construção de uma abadia das Irmãs de Santa Clara.
Procurou pacificar e reconciliar conflitos, em particular entre a França e a Inglaterra. Tinha cuidados especiais para com a boa administração dos bens do Estado e a aplicação da Justiça. Por exemplo, os juízes designados para as províncias do reino não podiam ali adquirir bens, nem seus filhos serem por eles empregados, de modo a evitar injustiças locais. E nomeava juízes extraordinários para examinar sua conduta e rever seus julgamentos: em caso de desonestidade, primeiro punia-se com severa penitência, como se fôra ele mesmo o responsável, e depois aplicava uma punição também severa e adequada. Mas aos magistrados honestos e honrados, premiava com largueza e promovia a funções mais altas. Frequentemente exercia pessoalmente a justiça, sem demora ou burocracia, em audiências abertas a todos após a Missa, sob um carvalho no bosque de Vincennes, local que por isso ficou famoso.
Cuidava dos pobres com solicitude. Apoiou as corporações de ofício, regulando os seus costumes, de modo a prover estrutura e estabilidade às organizações do povo, valorizando a sua autonomia. Fundou hospitais e mosteiros; a um monge tomado pela lepra, visitava regularmente, levando alimentos melhores e ajudando-o a comer, dando-os na boca do enfermo. Construiu a Sainte-Chapelle, santuário embelezado para receber relíquias, sobretudo a Coroa de Espinhos de Jesus que adquiriu do imperador de Constantinopla Balduíno II.
Junto a Robert de Sorbon, fundou em 1257 a Universidade de Sorbonne, e acompanhou com grande atenção o acabamento da Catedral de Notre-Dame. Convidava São Boaventura e São Tomás de Aquino para a sua mesa, bem como São Domingos e São Francisco de Assis. Considerava os religiosos instrumentos de Deus para combater as heresias, projeto ao qual dedicou extremo zelo, aliado ao estabelecimento da Fé e da disciplina cristã.
Em meio às suas obrigações de Estado, recitava diariamente as Horas Litúrgicas, lia assiduamente a Sagrada Escritura e os Padres da Igreja. Confessava frequentemente, exigindo que o sacerdote o açoitasse com um flagelo trazido por ele mesmo, e não permitia que este o chamasse de “majestade”, pois neste Sacramento não era rei mas filho, e o confessor não lhe era súdito mas pai.
Em 1245 Luís ficou gravemente doente. O povo, que o amava, organizou vigílias, procissões e outros atos piedosos, intercedendo a Deus pela sua recuperação. Ele fez o voto de, se curado, ir resgatar a Terra Santa aos muçulmanos. E isto foi possível em 1248, com o início da VII Cruzada. A armada chegou ao Egito em 1249, e a cidade de Damietta foi capturada. Seguiram para o Cairo e depois Mansourah, defendida pelos muçulmanos. Um ataque precipitado de Robert de Artois, que liderava parte das tropas, sem esperar o auxílio dos demais, e a sua decisão de perseguir os inimigos dentro da cidade, onde os cruzados ficaram separados e encurralados nas ruas estreitas, levou à derrota completa. Em Damietta, cercados, sem reabastecimentos ou ajuda, a fome e depois a doença, provocada pelo apodrecimento de grande quantidade de cadáveres, que acometeu também Luís, levaram os cristãos a se renderem, e ele foi capturado.
Luís foi liberto mediante rico resgate, e permaneceu no Oriente Médio por mais quatro anos, supervisionando a reforma de várias fortificações cristãs. Em 1252, recebeu a notícia do falecimento da sua mãe e voltou à França, onde chegou em 1254. Tratou então da administração e organização do reino, conseguindo um acordo de paz com Henrique III da Inglaterra em 1258. A partir de 1267, com o apoio do Papa Clemente IV, Luís iniciou a convocação para a VIII Cruzada. Em 1270 os combatentes chegaram a Cartago, mas, mais uma vez, a falta de provisões, e de água potável, favoreceu o surgimento de doenças, morrendo Jean Tristan, filho de Luís. O rei, também doente, ainda procurou com esforço instruir os outros filhos que lá estavam, especialmente o herdeiro Filipe. Na véspera da sua morte, pediu a Sagrada Comunhão e quis ser colocado no chão, sobre cinzas e com os braços em cruz. Faleceu em 25 de agosto de 1270, após um mês de tormentos.
São Luís IX foi um dos primeiros leigos a ser canonizado, à parte os mártires dos primeiros séculos. Em sua sepultura, foram registrados milagres e curas. Ele é Padroeiro dos Terciários Franciscanos. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão: São Luís IX é, em tudo, um modelo para os homens públicos de todos os tempos, incluindo e enfatizando este nosso século. Naturalmente, antes de ser um “homem público”, é um homem particular, isto é, suas qualidades sociais são necessariamente fruto do seu empenho na santificação pessoal. Não existe outo caminho para as relações humanas felizes. E a santificação começa, também obrigatoriamente, pela humildade. Esta não significa um “apequenar-se” medroso, por fraqueza, da pessoa, mas lidar responsavelmente com o que lhe cabe fazer. Tanto um médico quanto um pedreiro, por exemplo, podem ser bons, educados, honestos e competentes nas suas respectivas funções. Assim, São Luís não deixou de exercer as suas prerrogativas – e obrigações – de autoridade, mas a utilizou de forma correta e para os objetivos corretos. Sendo humilde, submeteu-se, com o valor e esforço indispensáveis, aos ensinamentos de Deus, através da Santa Igreja, acolhendo e obedecendo à graça. E por isso obteve o resultado admirável, ficaríamos tentados a dizer quase milagroso, de dominar as próprias paixões e manter a inocência e pureza de coração, em meio a todas as honrarias e fáceis tentações de poder e prazer inerentes à sua condição de monarca absoluto, num dos países mais ricos do mundo, e a quem não se costuma ousar contradizer. Um exemplo disso é que, possuindo os mais altos títulos da nobreza, assinava os documentos simplesmente com “Luís de Poissy”, cidade onde recebera o Batismo. Ele considerava, e estava certo, que a sua maior dignidade era a de ter sido batizado, remido da mancha do Pecado Original, e ter sido recebido por amor gratuito na família dos filhos de Deus. Pela humildade, obteve o governo de si próprio, dos filhos, do Estado. As consequências dessa livre escolha estabeleceram na França um dos seus melhores períodos na História, talvez o melhor. Em tudo Luís promoveu a equidade, paz e progresso: na cultura, nas questões de trabalho, na justiça, na organização; na busca de acordos conciliatórios e nas necessidades de guerra; na moralidade de comportamento na corte e no país, no combate às heresias, no apoio às necessidades da Igreja e na evangelização. Como base, investiu na espiritualidade, na caridade, na convivência com santos. Parece significativo que respeitasse particularmente as sextas-feiras, dia da coroação de espinhos de Jesus, e obtivesse esta mesma Coroa. E, literalmente, em mais de um sentido. Físico, como relíquia santa, e na participação dos sofrimentos, na cruz que teve de suportar, exatamente por combater o bom combate na reivindicação da Terra Santa. Mas não pereceu pela falta da água batismal ou do alimento eucarístico; e por isso a sua morte não foi doença espiritual, mas experiência de ressurreição.
Oração:
Ó Senhor da Glória, que tudo governais com perfeição, concedei-nos pela intercessão de São Luís IX a humildade verdadeira e o desejo de Vos servir, em tudo buscando discernir a Vossa vontade e priorizando as necessidades e ensinamentos da Igreja, para realizar com maturidade espiritual aquilo o que nos destinais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
Bartolomeu, também chamado Natanael, nasceu em Caná, uma pequena aldeia a 14 quilômetros de Nazaré, na Galileia. Foi um dos 12 Apóstolos de Jesus (cf. os quatro Evangelhos e Ato dos Apóstolos), porém apenas uma citação bíblica lhe dá destaque (Jo 1,45-51):
“Filipe encontra Natanael e diz-lhe: ‘Achamos Aquele de Quem Moisés escreveu na Lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José’. Respondeu-lhe Natanael: ‘Pode, porventura, alguma coisa boa vir de Nazaré?’ Filipe retrucou: ‘Vem e vê’. Jesus viu Natanael que vinha ao Seu encontro, e disse a seu respeito: ‘Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade’. Natanael perguntou-Lhe: ‘Donde me conheces?’ Respondeu Jesus: ‘Antes que Filipe te chamasse, Eu te vi quando estavas debaixo da figueira’. Natanael exclamou: ‘Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o rei de Israel!’ Jesus replicou-lhe: ‘Crês porque Eu te disse que te vi debaixo da figueira? Verás coisas maiores do que esta’. E concluiu: ‘Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem’”. O comentário depreciativo de Bartolomeu a Filipe está de acordo com o que era a esperança judaica do Messias na época de Jesus, isto é, um grande personagem, governante, profeta ou general, de alta linhagem, e com poderes terrenos para suplantar o Império Romano. Jamais uma pessoa oriunda de um pequeno, pobre e esquecido vilarejo como Nazaré da Galileia.
São Bartolomeu acompanhou Jesus nos três anos de Sua vida pública, testemunhando as Suas obras e ensinamentos. Conheceu pessoalmente Nossa Senhora, presenciou a Ascensão do Senhor e recebeu o Espírito Santo em Pentecostes. Mas também abandonou o Mestre na Sua Paixão. Como todos nós, exceto Maria Santíssima, pecou; mas, sobretudo, arrependeu-se e acabou por dar a sua vida pelo Cristo – no que devemos igualmente imitá-lo, para além do pecado…
A Tradição indica que Bartolomeu, depois da separação dos Apóstolos, evangelizou na Europa Oriental, talvez também na Índia. Já os evangelhos apócrifos indicam que morreu martirizado na Armênia, por volta do ano 68. O certo é que ele levou a Fé às regiões da Europa Oriental. Sua festa litúrgica é em 24 de agosto, que parece ser o dia provável do seu falecimento. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão: A melhor descrição de Bartolomeu foi feita pelo próprio Mestre: “Aqui está um verdadeiro israelita, no qual não há fingimento”. Deus gosta da sinceridade. Mesmo quando pensamos e agimos de forma errada, pois só quem é sincero poderá ver a Verdade, que é Ele mesmo, na realidade, e por isso será capaz de se arrepender, quando for o caso, ou manter-se fiel, se diante de pressões ou tentações. O primeiro comentário de Bartolomeu sobre Jesus não é lisonjeiro, mas é claramente a expressão do que pensavam os israelitas sobre o prometido Messias: deveria ser um grande homem, cuja origem não poderia ser um vilarejo qualquer. E Bartolomeu não se intimada em manifestá-lo claramente, ainda que com certa rudeza, na intimidade do amigo Filipe. Ainda assim, não se pode assumir que Bartolomeu fosse particularmente grosseiro, debochado ou desrespeitoso, pois os Apóstolos eram homens simples que não necessariamente primavam por uma refinada educação; muitas vezes a forma direta e incisiva de se expressar é apenas rústica, mas sem má intenção. Por fim, sincero é também o desejo de Bartolomeu da vinda do Messias. Queremos Deus com a mesma intensidade? E que Deus esperamos? Sejam antes rústicas que má intencionadas as nossas expectativas com relação a Deus, se ainda não as polimos e refinamos: também não esperamos nós, eventualmente, só coisas grandiosas e de aparência clara, por parte de Deus? Quanto não vemos Deus sob o nosso próprio interesse? Com didática divina, e sabendo da alma boa de Bartolomeu, que precisava ainda ser purificada, Deus o elogia, para incitar o diálogo que levaria à adesão do discípulo ao Mestre. Também de forma sincera, pois ainda não conhecia Jesus, e supunha naturalmente não ser conhecido por Ele, pergunta, surpreso, de onde vem este conhecimento. A resposta de Jesus, “Eu te vi quando estavas sob a figueira”, de alguma forma revela imediatamente a Bartolomeu que Jesus é, de fato, o Messias. E em primeiro lugar porque o Senhor explicita, “Antes que Filipe te chamasse”. Como Jesus poderia saber deste pormenor, se não fosse “o Filho de Deus”, que tem um poder superior aos homens? Debaixo da figueira – algo muito particular, que só Deus poderia saber. Talvez um questionamento na alma, durante uma meditação? Deus nos vê no mais íntimo… … aceitamo-Lo, então, como Bartolomeu? Pois o seu reconhecimento e aceitação da divindade de Cristo foi imediata e total: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!”. E para confirmar que ele estava certo, Jesus ainda acrescenta que mesmo este conhecimento íntimo, profundo e sobrenatural é pouco diante do que Bartolomeu testemunhará: “Verás coisas maiores do que esta”. E Sua conclusão reforça e define categoricamente Quem Ele é: “Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. São Bartolomeu expressa o que nós mesmos, talvez, pensamos… e como ele devemos ser corrigidos por Cristo. O fundamental, o crucial, de fato o que decide a nossa vida, é: agimos então como ele, aceitando e nos submetendo de boa vontade à divindade e autoridade do Senhor, obedecendo-O com amor? Até o extremo, e à morte? Somos sinceros como Bartolomeu, para merecermos o mesmo elogio de Cristo? Porque um homem sem falsidade, sem mentira, é alguém que está na Verdade, que estará com Deus no Paraíso. O pouco que há sobre Bartolomeu diz muito sobre nós.
Oração:
Senhor Deus da Verdade, que tudo podeis ver, concedei-nos pela intercessão de São Bartolomeu a plena sinceridade da alma e da Razão, o desejo puro, reto e intensíssimo de Vós, o agradecimento infinito de Vos reconhecer, conhecer e amar na Santa Igreja, a humildade e alegria de Vos receber e obedecer, e a inefável Adoração que mereceis na Eucaristia; pois nada disso merecemos, e nos escolhestes para existirmos, sermos católicos e termos preferencialmente as Vossas dádivas, sobretudo os Sacramentos, de sermos verdadeiramente pelo Batismo Vossos filhos protegidos, resgatados do pecado e destinados para o Céu! Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém! https://www.a12.com/
Isabel Flores y Oliva nasceu no ano de 1586 em Quives, província de Lima, Peru, décima de 13 irmãos de um rico casal espanhol. Contudo os negócios da família declinaram até a pobreza, e Isabel trabalhou na lavoura e como doméstica.
“Rosa” era um carinhoso apelido que recebeu por sua beleza. Mas como desde pequena desejava se consagrar a Deus, e querendo evitar os riscos da vaidade, cortou os cabelos, dedicando-se a jejuns e penitências. Quando a quiseram casar, renovou o voto de castidade feito anterior e secretamente, e entrou para a Ordem Terceira Dominicana, imitando Santa Catarina de Sena, a quem tinha devoção. Nesta ocasião, mudou oficialmente o nome para Rosa de Santa Maria, o sobrenome em honra e veneração à Mãe de Deus.
Construiu ela mesma uma pequena cela no quintal da casa dos pais, de formato quadrangular e baixa, onde se dedicava à oração e às penitências, muito árduas. Uma delas era o uso de uma coroa de espinhos de metal, que disfarçava com botões de rosas. Dormia sobre uma tábua com pregos e aumentou os dias de jejum. Esta cela era abafada e muitos mosquitos ali entravam; Rosa “pediu” a eles, em oração a Deus, que não a incomodassem, e foi atendida. Passou a ajudar no sustento da família fazendo rendas e bordados na mesma cela, com a permissão do seu confessor de só sair dali para receber a Eucaristia. Mas também auxiliava caridosamente os doentes, particularmente os negros e indígenas, na época tratados com desprezo e abandono.
Seu permanente e íntimo contato com Deus a elevou para um alto grau de vida contemplativa e com extraordinárias experiências místicas. Certa vez, confrontou o demônio, que lhe apareceu numa parede externa da casa próxima à sua cela. Obteve ainda em vida muitas conversões e milagres, como a prevenção da invasão de piratas holandeses a Lima, em 1615. E uma Comissão mista de religiosos e cientistas a examinaram, para concluir que suas manifestações místicas eram verdadeiramente “dons da graça”.
Rosa trabalhou como doméstica nos últimos três anos da sua vida, na casa de Don Gonzalo de Massa, um empregado do governo. Além das duras incompreensões e perseguições ao longo da vida, sofreu a cruz de uma grave e dolorosa doença. Neste período, dizia frequentemente: “Senhor, fazei-me sofrer mais, contanto que aumenteis meu amor para Convosco”. Com 31 anos apenas, na casa onde trabalhava, agora o Mosteiro de Santa Rosa, faleceu cumprindo uma profecia, pois todo ano passava o dia de São Bartolomeu em oração, dizendo: “Este é o dia das minhas núpcias eternas”. De fato, a data foi 24 de agosto, festa de são Bartolomeu, de 1617.
Suas exéquias mobilizaram toda a cidade de Lima, e antes mesmo da sua canonização em 1671, cujo processo foi iniciado por aclamação pública apenas oito dias depois do seu sepultamento, foi proclamada Padroeira do Peru (1669), e da América Latina e das Filipinas (1670). Na bula de canonização, consta: “Não podia faltar à cidade dos Reis, como costuma chamar-se Lima, a estrela própria, que conduzisse a Cristo, Senhor e Rei dos Reis”.
Santa Rosa de Lima é também padroeira dos jardineiros e dos floristas. Somente no Peru, há mais de 70 povoados com o seu nome. Quando do traslado do seu corpo para a Capela do Rosário, a imagem de Nossa Senhora, diante da qual rezara muitas vezes, sorriu-lhe, o que foi constatado pela multidão presente. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: Santa Rosa de Lima procurou, prudentemente, esconder a beleza do corpo, mas não se pode esconder a beleza de alma. Devotando-se à Eucaristia e à Virgem Maria, a marca mais característica dos santos, Rosa trabalhou na lavoura das boas obras e assim exalou o perfume da santidade que se inicia e multiplica nos botões do Rosário. Plantou orações, caridade e penitências, cujos espinhos coroaram seus esforços de perfeição. Neste particular, dizia que “Fora da Cruz não existe outra escada por onde subir ao Céu” (afirmação mencionada no Catecismo da Igreja Católica). Lima remete ao cítrico; num meio ácido é adequado o ambiente de purificação… As penitências nos tornam domesticados na casa do Senhor, a Igreja, e a servindo imitamos o exemplo de Santa Rosa. Que, como ela, Deus só nos permita sair desta casa para receber a Eucaristia infinita, não para ir para o inferno.
Oração:
Senhor Deus, que substituístes o jardim perecível do Éden pelas flores perenes da Redenção, concedei-nos por intercessão de Santa Rosa de Lima a proteção da América Latina contra os Vossos inimigos; e a graça de edificarmos a alma como uma cela de onde, estando com Cristo, produzamos rendas e bordados de caridade para os irmãos, e assim prevenidos das abordagens do diabo, da carne e do mundo, não sejamos por eles invadidos, podendo ser recebidos na vida infinita pelo sorriso de Nossa Senhora, Porta do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e por Vossa e Nossa Mãe. Amém. https://www.a12.com/
22 de Agosto – São Filipe Benício – Filipe Benício nasceu no ano de 1233 em Florença, Itália, de nobre família. Com 13 anos foi estudar Medicina na Universidade de Paris, e com 19 mudou-se para a Universidade de Pádua, formando-se em 1253 com louvor em Filosofia e Medicina. Durante um ano, trabalhou como médico em Florença.
Ao mesmo tempo, tendo sólida formação religiosa e devoção a Maria Santíssima, frequentava a igreja do mosteiro da cidade, estudando as Sagradas Escrituras com os religiosos. E em 1254 decidiu-se pela vida religiosa, ingressando como irmão leigo na Ordem dos Servos de Maria (Servitas) do Convento de Monte Senário. Ainda irmão leigo, destacou-se pela retórica. Em 1258 ordenou-se sacerdote em Siena, assumindo inúmeras responsabilidades na direção e na ordem do convento. Em 1262, foi nomeado professor de noviços e vigário assistente do prior-geral.
Em 1267, foi eleito prior-geral da Ordem dos Servitas, por voto unânime. Logo ordenou a evangelização na região da Cítia no leste europeu (atualmente Ucrânia, na maior parte), enviando missionários. Pessoalmente viajou por grande parte da Itália advertindo os pecadores para a penitência, orientando os fiéis à obediência ao Papa, e intensificando a devoção à Nossa Senhora. Promoveu também a reforma do estatuto da Ordem, de modo a que se tornasse mendicante. Junto com Santa Juliana Falconeri fundou a Ordem Terceira dos Servitas para as mulheres.
No conclave papal de 1269 seu nome foi indicado, mas ele, por humildade, refugiou-se nas montanhas próximas de Viterbo, onde se realizava a eleição, até que Gregório X (hoje Beato) foi eleito.
Em 1274 participou do Segundo Concílio Ecumênico de Lyon, e em 1283 seguiu para a cidade de Forli, no norte da Itália, a pedido do Papa, para pacificar as disputas entre os guelfos, partido que o apoiava, e os guibelinos, partidários do imperador germânico. Ali foi agredido por um exaltado guibelino, perdoando-o com doçura, o que levou à sua conversão, entrada na vida religiosa e santificação: São Peregrino Laziosi.
São Filipe Benício faleceu em 22 de agosto de 1285, na cidade de Todi, quando voltava para Roma. Foi o primeiro religioso canonizado da Ordem dos Servitas, que sob sua direção conciliatória e talentosa pregação expandiu-se rapidamente. É Padroeiro de Zamboanga do Norte, nas Filipinas. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão:
“Benício” significa “homem bom”, “abençoado”, “aquele que vai bem” ou “o que está sempre bem”. Para São Filipe Benício, cada uma destas acepções tem uma correspondência prática de vida: foi um homem bom, que buscou fazer da melhor maneira atividades corretas e de valor; foi abençoado com uma santa vocação e as graças necessárias para vivê-la; pela sua devoção e proximidade com Nossa Senhora, é aquele que vai bem no reto caminho, sem desvios ou tropeços; e elevado à glória celeste, está sempre, infinitamente bem. Vivendo na Ordem dos Servos de Maria, Ela é o foco e a fonte dos seus trabalhos, sem qualquer prejuízo ou confusão para a adoração exclusiva a Deus. A devoção a Maria é a melhor justamente porque Ela não faz outra coisa e não tem outra missão senão a de nos conduzir, mais rápida, segura e eficientemente ao Seu Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. E nada agrada mais a Jesus do que o nosso amor a Ela. São Filipe Benício formou-se com louvor na medicina das almas. Por isso propôs remédios universais que levam das chagas do pecado à cura na santidade: a devoção à Nossa Senhora, único caminho para Jesus, a sã obediência ao Papa, isto é, à Igreja regida pelo Espírito Santo, com a correta Tradição, Doutrina, Liturgia e Magistério, e prevenindo a todos nós, pecadores, da necessidade absoluta da penitência para ir para o Céu. Estes remédios, ele os ministrou por meio da sua brilhante pregação e exemplo de caridade. Tal receita, simples e completa, nos leva ao ideal de servitas do Senhor.
Oração:
Deus Todo Poderoso, Criador e Rei do Universo, que fostes o primeiro a, unicamente por infinito amor, querer servir às criaturas, concedei-nos por intercessão de São Filipe Benício exaltadamente agredir o pecado em nossas vidas, mas sempre perdoar com doçura os que pecarem, buscando a conversão deles e principalmente a nossa própria; e que, refugiados das tentações deste mundo na montanha das Vossas graças e bênçãos, fiquemos Convosco conciliados no Paraíso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
21 de Agosto – São Pio X – Papa – José Melquior Sarto, segundo de 10 filhos, nasceu num vilarejo na região de Riese, Treviso, norte da Itália, no ano de 1835. Sua família era pobre e muito católica. Sua inteligência brilhante ficou evidente desde cedo, e seus pais fizeram um grande esforço para que ele pudesse estudar. Caminhava vários quilômetros por dia para ir e voltar da escola, almoçando apenas um pedaço de pão. Já nessa época dizia querer ser padre.
Seu pai faleceu quando estava prestes a entrar no seminário, e José quis abnegadamente abandonar os estudos para ajudar em casa. Sua mãe, mais abnegadamente ainda, o manteve no seminário, onde também se destacou pela inteligência. Foi ordenado com 23 anos, em 1858. Inicialmente foi vice-vigário em um vilarejo, depois vigário de uma grande paróquia. Pelo seu sucesso pastoral, foi nomeado cônego da catedral de Treviso e diretor espiritual do seminário, e então bispo da diocese italiana de Mântua (1884) e patriarca e cardeal de Veneza (1895). Este trajeto foi relativamente rápido, em função da sua humildade, vida de oração e capacidade intelectual. Em 1903, foi eleito Papa e adotou o nome de Pio X.
Esta nomeação não mudou a sua vida de simplicidade, modéstia e pobreza. Adotou como lema de pontificado “Restaurar as coisas em Cristo”, e o colocou na prática cuidando zelosamente das questões internas da Igreja.
Neste sentido sua primeira providência foi acabar com o absurdo “veto leigo” usado por algumas monarquias europeias para interferir nas eleições papais, elaborando uma nova constituição para os conclaves. Mas muitas e importantes foram as suas ações em favor da Igreja e dos fiéis: promoveu a reforma da Cúria Romana e dos seminários, bem como a do Missal e a do Breviário (livro de orações obrigatórias diárias dos sacerdotes); codificou o Direito Canônico, criou o Instituto Bíblico e ordenou a revisão da Vulgata (tradução original da versão bíblica do Grego e Hebraico para o Latim); protegeu a música sacra, dando primazia ao canto gregoriano. Como grande devoto da Eucaristia, e sabendo da sua importância primordial na vida espiritual da Igreja, concedeu que os fiéis pudessem comungar todos os dias, o que era raro, e determinou que as crianças pudessem fazer a Primeira comunhão já aos sete anos (anteriormente, só em idade maior). O Catecismo passou a ser ministrado em todas as paróquias e para todas as idades; para isso elaborou um Catecismo famoso, que leva o seu nome, com a estrutura de perguntas e respostas, de modo a ser simples e acessível também às pessoas mais simples.
Importantíssima foi a sua postura contra as leis anticristãs na França, e contra o Modernismo (movimento anticatólico a partir das filosofias de Kant e Hegel levando ao racionalismo e ao idealismo ateus), particularmente através da Encíclica Pascendi Dominici gregis (1907), onde deixa claro os erros destas ideias. Na Itália, diminuiu as restrições de participação dos católicos na política.
Promoveu a criação de bibliotecas e incentivou os cientistas. Só no Brasil, criou 22 bispados e sete arcebispados. Fez imensos esforços para evitar a I Guerra Mundial, e muito sofreu por não consegui-lo. Além de tudo isso, Pio X foi um brilhante teólogo, embora se definisse como “um simples pároco do campo”, e teve o dom da cura: durante a vida, vários doentes recuperaram a saúde depois de ter contato com ele, o que ele explicava com simplicidade acontecer por causa “do poder das chaves de São Pedro”, e não dele pessoalmente. Sua bondade suave e marcante levava a que o chamassem de “padre santo”, o que ele corrigia com um sorriso: “Não se diz santo, mas Sarto”, o seu sobrenome.
Para sua família, que não quis favorecer e continuou pobre, somente pediu aos cardeais uma esmola mensal para suas idosas irmãs.
Ficou conhecido como o Papa da Eucaristia e o Papa das Crianças, falecendo em 20 de agosto de 1914 com 79 anos. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão: A belíssima história de vida de São Pio X começa com o maravilhoso exemplo de amor dos seus pais, e particularmente da sua mãe viúva e pobre, que investiu nas suas capacidades com grande sacrifício. Aceitar dificuldades, voluntariamente e por caridade, para fazer bem ao outro… é quase o mesmo resumo de Cristo sobre os Mandamentos, “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”: “Nestes dois Mandamentos se resume toda a Lei e os Profetas” (Mt 22,40). O exemplo familiar frutificou abundantemente em José Sarto, que como Papa teve especial carinho pelas crianças. Por isso facilitou a elas o que é mais importante nesta vida, a Eucaristia, e o necessário entendimento para recebê-la, através do Catecismo que escreveu, de imenso valor até hoje. O cuidado com a boa evangelização das crianças e do povo simples pelo ensino catequético, que determinou para todas as paróquias e para todas as idades, é fundamental também em todos os tempos, pois obviamente é necessário que os fiéis conheçam a sua Fé para poder praticá-la; e na época de Pio X, como hoje, este conhecimento era pouco e em geral mal ensinado, gerando profundos problemas de continuidade na vida católica dos fiéis. Muitas outras providências Pio X teve para com o bem da Igreja, incluindo a advertência e soluções para problemas que ainda iriam surgir nela e na sociedade no futuro, com o Modernismo ateu. Cujos desdobramentos e consequências, de fato, ainda hoje causam tanto mal. Como resposta aos desafios, trabalhou na Teologia, incentivou a cultura e as ciências, sempre com o exemplo de humildade, modéstia e desapego material. Foi o contraste vivo e evangélico às turbulências que prepararam e deflagaram a I Guerra Mundial.
Oração: Senhor Deus, cuja Providência sempre nos oferece exemplos e oportunidades de fazer o bem e consertar o mal, concedei-nos por intercessão de São Pio X sermos curados na alma ao contato próximo com a Vossa Igreja, e com a vida centrada na Eucaristia fazermos a nossa parte para restaurar todas as coisas em Cristo. Pelo mesmo Cristo Nosso Senhor, e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
Bernardo nasceu em 1090 no Castelo de Fontaine, próximo a Dijon na região de Borgonha, França. Seu pai era um nobre e sua mãe, Aleth de Monthbard, é venerada como Bem-Aventurada. Terceiro de sete irmãos, destacou-se pela inteligência, frequentado a escola canônica desde os nove anos, onde sobressaiu particularmente na área de Literatura.
Em 1112 entrou para a abadia de Cister, fundada por São Roberto de Molesme na Borgonha, com 22 anos. Sua decisão levou mais de 30 homens, incluindo irmãos, tios e vários amigos a também se consagrarem no mesmo mosteiro, sob o abade Santo Estevão Harding. A esposa do irmão primogênito também se fez monja. Dedicava-se à oração e à catequese, possuindo o dom da oratória, e sua influência era tanta que as mães e esposas procuravam afastar dele os filhos e maridos.
Com o aumento das vocações, foi necessária a fundação de novos mosteiros. Bernardo seguiu em 1115 com 12 irmãos para erguer no vale de Iangres a abadia de Claraval (“Vale Claro”) e se tornar o seu primeiro abade, com apenas 25 anos. A regra beneditina era adotada com todo o rigor, amor e integridade, oração e trabalho sob a obediência absoluta ao abade, e por seus méritos de santidade o mosteiro se tornou conhecido na França e posteriormente na Europa pela humildade, caridade e profunda cultura. O mosteiro chegou a ter 700 monges, entre os quais o irmão do Rei Luís Vll Henrique de França, mais tarde bispo e arcebispo de Reims. Outros 78 mosteiros foram fundados por Bernardo na França e na Europa, ao longo do tempo.
Participou do Concílio de Troyes (1129, quando obteve o reconhecimento da Ordem do Templo, os Templários, cujos estatutos ele mesmo escreveu), do Segundo Concílio de Latrão (1139) e do Concílio de Reims (1148), sempre a pedido do Papa, e também a seu pedido pregou em prol da realização da Segunda Cruzada (1147-1149).
A eleição do legítimo Papa Inocêncio II (1130-1143) necessitou do auxílio de São Bernardo, pelas orações e argumentações, contra as pretensões do antipapa Anacleto II, bispo da Gasconha, apoiado por um nobre influente. Apesar dos seus esforços, o cisma ainda durou oito anos. Por fim, admoestado por Bernardo, o nobre se arrependeu e se converteu, vindo a ser religioso, mas o bispo cismático morreu orgulhosamente no erro, sozinho, sem confissão e sem o Viático (Eucaristia para os que estão moribundos).
Famoso ficou o debate entre Bernardo e Abelardo. Este, um importante filósofo, teólogo e lógico francês, defendeu ideias por demais racionalistas, e seu tratado sobre a Santíssima Trindade foi considerado herético em 1121, pois reduzia a Fé a uma mera opinião, à parte da Verdade Revelada. Além disso, insistia no subjetivismo da intenção pessoal como critério único para determinar a bondade ou malícia de um ato moral, descartando o significado objetivo do valor moral das ações. Bernardo o encontrou em 1141, e por fim Abelardo morreu em comunhão com a Igreja, arrependendo-se dos seus erros.
Bernardo também teve que combater a heresia de Pedro de Bruys e de seu seguidor Henrique de Lausanne, que negava o batismo das crianças e a existência do Pecado Original, entre outros aspectos da doutrina Católica. Em 1145 foi ao sul da França, onde sua atuação praticamente acabou de vez com os hereges henriquianos e pedrobrusianos (ali também pregou contra os cátaros ou albigenses). Em 1146 Bernardo, por carta, exortava aos fiéis da região para que se extinguisse definitivamente a heresia.
Reconhecido pela santidade e sabedoria, Bernardo foi respeitado em todo o continente europeu e convidado a opinar sobre assuntos públicos, aconselhando Papas e reis, e defendendo os direitos da Igreja contra o abuso dos nobres. Ficou conhecido como Pai dos fiéis, Coluna da Igreja, Apoio da Santa Sé, Anjo Tutelar do Povo de Deus.
Era extremamente devoto de Nossa Senhora. Suas palavras na catedral de Spira, Alemanha, ajoelhado diante da Sua imagem, foram fixadas no final da oração da Salve Rainha: “Ó Clemente, ó Piedosa, ó Doce Virgem Maria!”. Seu pensamento mariológico tinham por temas centrais a explicação da Virgindade Perpétua de Maria, Sua função como Medianeira de todos os dons e graças da Salvação, e como os fiéis deviam invocá-La.
A sua grande e profunda obra escrita inclui estes temas marianos e muitos outros, sobre Teologia, Doutrina, biografia. Os títulos mais conhecidos são, talvez, “Tratado Sobre o Amor de Deus”, “Opúsculo Sobre o Livre-Arbítrio”, “Sermões Sobre o Cântico dos Cânticos”, “Tratado da Consciência ou do Conhecimento de Si” e “As Heresias de Pedro Abelardo”. Para Maria Santíssima, compôs a letra e a música do hino Ave Maris Stella.
São Bernardo faleceu no dia 20 de agosto de 1153, aos 63 anos de idade. Aos monges que rezavam por sua vida, disse, um pouco antes: “Por que desejais reter aqui um homem tão miserável? Usai da misericórdia para comigo e deixai-me ir para Deus”.
São Bernardo foi eminente pregador, prior, abade, polemista, diplomata, polemista, teólogo, pacificador, escritor, conselheiro de Papas, bispos e reis. É considerado o segundo fundador da Ordem Cisterciense (ordem beneditina reformada por São Roberto de Molesme em 1098), pelo zelo na sua vivência e fundação de muitos mosteiros; atualmente, os cistercienses estão nos cinco continentes, havendo no Brasil inclusive uma cidade chamada Claraval, surgida a partir de um mosteiro, no Estado de Minas Gerais. Também parece certa a sua influência na independência de Portugal, que traria a Fé para o Brasil: por sua mediação direta, ou da sua abadia, o Papa Alexandre III teria enviado um legado à Península Ibérica reconhecendo, ao menos, o título de duque a dom Afonso Henriques e a submissão do novo país à Santa Sé em 1179.
É Doutor da Igreja por suas pregações e escritos: “Doctor Mellifluus” (Doutor com voz de Mel), e considerado pelo Papa Pio XII como “o último dos Padres da Igreja, e não o menor” (Os “Padres da Igreja”, ou Santos Padres, Pais Apostólicos, Pais da Igreja, são os grandes católicos dos oito primeiros séculos depois de Cristo, na maioria bispos, cujos trabalhos servem de base doutrinária pela lucidez e correção dos seus ensinamentos). Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: Bernard, ad quid veniste? (“Bernardo, a que vieste?”), perguntava-se um jovem Bernardo na francesa Borgonha do século XI. Qual o sentido da nossa existência? Os católicos o sabem, porque Jesus no-lo ensinou. Não há espaço para o ressurgente subjetivismo proposto por Abelardo, naquele século, e que tanta tristeza causa às pessoas. A cultura do relativismo ético já foi substituído, há muito, pela Verdade serena da Salvação, na qual temos a paz, e na qual, felizmente, morreu reconciliado Abelardo. Mas, para alcançar esta paz, vale o antigo ditado romano: Si vis pacem, para bellum, “se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Na eficaz devoção a Nossa Senhora, encontraremos como São Bernardo os necessários elementos de Fé, Esperança e Caridade que ele tão brilhantemente desenvolveu por escrito e pregou convincentemente, para vencer cismas, heresias e perseguições abusivas de muitos que se acham “nobres” o suficiente para querer “mudar” a Igreja de Cristo, Quem, como Deus, é imutável no Seu ser e nas Suas obras, perfeitas… Fomos chamados a esta vida pelo Senhor, para sermos felizes, embora a felicidade plena nos esteja reservada somente no Céu; saboreemos então no caminho para lá o mel da Santa Doutrina que São Bernardo nos transmitiu, no aconchego da nossa clemente, piedosa e doce Sempre Virgem Maria, Porta do Céu, e de mãos dadas com Ela estaremos seguros e não erraremos a direção.
Oração: Senhor, que nos fizestes para Vós e para a alegria infinita, concedei-nos por intercessão de São Bernardo de Claraval ouvir e viver os ensinamentos da Vossa Igreja, fazendo das nossas almas como que vales clareados pela graça e pela proximidade de Maria Santíssima, e assim podermos efetivamente contribuir com as atuais e necessárias cruzadas pela Fé, no desejo firme de ir para Deus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
João Eudes nasceu no vilarejo de Ry perto de Argentan, na Baixa-Normandia (norte da França), em 1601. Seus pais, já idosos, suplicaram a Deus a graça de uma prole, consagrando o primeiro filho, de antemão, à Nossa Senhora. João foi o primogênito de sete irmãos, criados em ambiente profundamente religioso. A partir dos 12 anos, procurava comungar com frequência, ao contrário do costume de então de só fazê-lo na Páscoa.
Fez seus primeiros estudos com os jesuítas, em Caen, preferindo rezar na capela a brincar durante os recreios. Aos 14 anos fez o voto de perpétua virgindade. Em 1618 entrou para a Congregação Mariana do colégio, aprofundando a sua devoção a Nossa Senhora.
Em 1623, vencendo a resistência do pai, entrou em Paris na Congregação do Oratório de Jesus, do futuro cardeal Bérulle. Este percebeu seus dons de pregador e antes mesmo da sua ordenação em 1625, aos 24 anos, o encarregou de missões populares, ocasiões em que obtinha inúmeros frutos de piedade; dizia-se que desde São Vicente Ferrer (1350-1419) a França não tivera maior pregador.
Os encontros da Congregação, destinada à educação, formação e aprofundamento do clero, nos mesmos moldes daquela fundada por São Felipe Néri em 1575 na Itália, ocorriam semanalmente na residência de uma nobre francesa, surgindo daí uma elite conhecida como escola francesa de espiritualidade, que viria a reformar o clero francês no século XVII.
Em 1627 João assistiu aos enfermos da peste negra na Normandia. Visitou quase todos os locais afetados, especialmente os mais afastados e esquecidos, levando cuidados físicos e espirituais aos doentes e seus familiares. Não tinha medo da contaminação, e brincava que “até a peste tinha medo de sua pele”. Mas para evitar ser meio de propagação, dormia isolado num barril velho, ao lado de um paiol da própria casa.
Depois disso dedicou-se inteiramente à evangelização do povo, destacando-se nos três problemas fundamentais para a Igreja francesa da época: a evangelização das regiões rurais, a boa formação do clero e a necessidade de maior espiritualidade, no caso centrada na devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria.
Principalmente nas regiões afastadas dos grandes centros urbanos, era lamentável a condição espiritual da população. Por isso João se indignava, dizendo: “Que fazem em Paris tantos doutores e tantos bacharéis, enquanto as almas perecem aos milhares por falta de quem lhes estenda a mão para tirá-las da perdição e preservá-las do fogo eterno?”. Suas pregações atraiam e convertiam multidões, por vezes milhares de uma só vez, e incluíam a administração dos Sacramentos, especialmente a Confissão. Há registro de impressionantes 110 das suas missões, cada uma de um ou dois meses, abrangendo vastos territórios como Bretanha, Bolonha, Normandia. Em Versailles, diante do rei Luís XIV e da rainha Ana d’Áustria, recriminou com termos severos a má conduta dos soberanos, que, reconhecendo os erros, passaram a apoiá-lo.
Nas suas inúmeras viagens pastorais, João constatou o mal causado pela heresia jansenista, que propunha a salvação para apenas certo número de eleitos e com isso levando o povo a perder a fé na misericórdia de Deus – e como consequência afastar-se da Igreja e se deixar levar pelos vícios. Contra esta “indignidade” que não permitia a participação nos Sacramentos, João ensinava a correta Doutrina do amor e do perdão de Deus pelos arrependidos, mesmo os que tivessem cometidos os mais graves pecados.
Entre 1641 e 1643, João foi forçado a um repouso absoluto por motivo de grave e súbita doença. “Deus me deu estes dois anos para empregá-los no retiro, para vagar na oração, na leitura de livros de piedade e em outros exercícios espirituais, a fim de preparar-me melhor para as missões”. Voltando ao trabalho ativo, constatou com tristeza que os frutos das evangelizações eram apenas temporários, e concluiu que isto se dava pela falta de sacerdotes piedosos e cultos, capazes de manter o fervor dos missionários. Esta situação, por sua vez, resultava da carência de seminários que bem preparassem os futuros padres, conforme as orientações do Concílio de Trento. Viu ele a necessidade da fundação de seminários, uma tarefa contudo difícil e exigente.
Mas seu propósito foi favorecido pelo auxílio de Maria de Vallées, uma virgem que conheceu em meados de 1643 na cidade de Coutances, e que havia se oferecido a Deus como vítima expiatória pelos pecados do mundo: sua extraordinária vida incluiu a possessão demoníaca do corpo, mas nunca a da alma e da vontade; por dois anos sofreu espiritualmente os suplícios do inferno, e durante 12 participou dos tormentos de Cristo. Por 15 anos ela auxiliou João com orações e conselhos, e assim ele se dedicou a fundar uma ordem religiosa destinada à formação do clero nos seminários, e uma congregação de religiosas cuja missão seria a regeneração das mulheres arrependidas: “O projeto é sumamente agradável a Deus, e foi o próprio Deus Quem o inspirou”, disse ela depois de muitas orações.
Para realizar estes trabalhos, João teve que se desligar da Congregação do Oratório, um processo muito custoso e ao longo do qual enfrentou muitas oposições e acusações injustas. Mas em 1643 fundou a Congregação de Jesus e Maria (ou Padres Eudistas), para a formação doutrinal e espiritual do clero e continuidade das missões paroquiais, e em 1651 a Congregação Nossa Senhora da Caridade do Refúgio (Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, ou Irmãs do Bom Pastor), destinada a socorrer tanto mulheres que se prostituíam por causa da pobreza como crianças abandonadas, para que não se perdessem no futuro. Fundou também a Sociedade do Coração da Mãe Mais Admirável, que se assemelha às Ordens Terceiras de São Francisco e São Domingos, para leigos que desejavam viver uma vida de perfeição.
Em todas estas iniciativas, começou a propagar a devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria (antes das revelações deste Coração Divino a Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690)). Dedicou as capelas de seus seminários de Caen e Coutances aos Sagrados Corações, estabelecendo neles confrarias em Sua honra, e compôs um Ofício para o Sagrado Coração de Maria. Esta devoção era uma necessária e providencial reação ao jansenismo, inspirando amor e confiança na Misericórdia Divina, e naturalmente tem base teológica. João demonstrou com argumentos que o Coração de Jesus e o de Maria não têm diferenças entre Si, mas constituem, pela união existente entre Ambos, um só e mesmo Coração. Em 1648 celebrou pela primeira vez o culto litúrgico (Missa e Ofício, compostos por ele mesmo), aprovado pela Igreja, da festa do Imaculado Coração de Maria, e a do Sagrado Coração de Jesus no ano 1672. Essas celebrações fazem parte agora do Calendário Litúrgico normal.
João Eudes e os missionários da Congregação de Jesus e Maria pregaram milhares de missões populares, e justamente onde eles estiveram o povo melhor resistiu à perseguições antirreligiosas da Revolução Francesa (1789-1799).
No final da vida, vários foram os sofrimentos de João. Doenças, morte de amigos e benfeitores, calúnias, murmurações – não apenas dos jansenistas, mas também de católicos, acusando-o de zelo indiscreto –, a publicação de um libelo difamatório, e intrigas para o desacreditarem junto ao Papa e ao rei da França, Luís XIV. Em 1680, renunciou ao cargo de superior-geral da sua própria congregação. E faleceu no mesmo ano em Caen, norte da França, aos 19 de agosto, com a idade de 79 anos.
São João Eudes é o fundador de duas congregações religiosas e seis seminários. Além de extraordinário pregador popular, escreveu enorme número de obras ascéticas e místicas de grande valor teológico. É o “Autor do Culto Litúrgico do Sagrado Coração de Jesus e do Santo Coração de Maria” (Papa Leão XIII) e “pai, doutor [pelo seu embasamento teológico] e apóstolo” deste mesmo culto (Papa São Pio X). Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: São João Eudes foi um homem de oração, estudo e ação, muito harmoniosamente distribuídas e interrelacionadas na sua vida. Seguindo uma vocação eclesiástica, de início naturalmente fica mais enfatizada a sua busca espiritual e preparação/aprofundamento intelectual, na Congregação do Oratório de Jesus, embora já iniciasse uma admirável atividade de pregador antes mesmo da sua ordenação. Logo porém dedica-se às vítimas da peste, onde conhece a dura realidade do abandono, também espiritual, das populações rurais: “É de partir o coração de piedade ver um grande número desta pobre gente vinda de três ou quatro lugares, apesar dos maus caminhos, pedir, entre lágrimas, para ser atendida em Confissão, e que permanece de seis a oito dias sem poder ser atendida, dormindo à noite nos pórticos e nos mercados, qualquer que seja o tempo”. Pode então, com conhecimento de causa, criticar os que se dedicam só à teoria em conhecimento, mas não à prática da caridade… carência espiritual esta exacerbada pela heresia jansenista, o que o motiva, em meio à ação, a aprofundar-se no estudo, pela oração, à devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria, sendo precursor desta devoção. Desenvolve aí o conteúdo teológico da Sua união como um só, em espírito, sentimento e afeição, ele mesmo mantendo vínculos místicos próximos com Cristo e Maria. Deus lhe concede um período de descanso, doença e maior espiritualidade, durante o qual percebe a necessidade de novas propostas de fundações religiosas, que efetiva não sem trabalho e incompreensões. A congregação dos Eudistas, voltada para a boa e necessária formação do clero, mantém, totalmente, a sua atualidade, em vista das modernas confusões doutrinais, heresias nem tão disfarçadas e mediocridade de e no ensino… e as das Irmãs do bom Pastor oferecendo um trabalho de viés social mais de acordo com a perspectiva espiritual e caritativa da Igreja, e não misturada ou substituída por ideologias políticas. Todos estes esforços asseguraram, entre outras coisas, a melhor resistência dos católicos aos desmandos da monstruosa e assassina Revolução Francesa, que proporcionou só a liberdade, igualdade e fraternidade de homicídios e perseguições a todos os que não fossem ateus e materialistas, num prenúncio da propaganda mentirosa e da praxis destruidora do comunismo condenado por Nossa Senhora em 1917, e que, como Ela avisou, continua a “espalhar seus males pelo mundo”, com o mesmo molde de propaganda enganosa e assolação, tanto de pensamento quanto material. Como é marca de todos os que seguem Cristo de perto, sofreu muito tanto física quanto moralmente antes de passar para a glória celeste, ao longo do tempo desenvolvendo ainda robusta obra literária de espiritualidade. Da trindade oração-estudo-ação que marcou a sua vida, destacam-se respectivamente a devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria, a formação do clero e a pregação evangelizadora. Mas também atual, e que deve verdadeiramente nos incomodar, é uma sua outra constatação: “Algo deplorável até às lágrimas de sangue é ver que, dentre o tão grande número de homens que povoam a Terra, que foram batizados e, em consequência, admitidos na condição de filhos de Deus, membros de Jesus Cristo e templos vivos do Espírito Santo, portanto obrigados a levar uma vida conforme a estas divinas qualidades, muito mais numerosos são os que vivem como animais, como pagãos e até mesmo como demônios; quase não há quem se comporte como verdadeiro cristão”. Não há qualquer motivo para desânimo ou pessimismo diante das maiores dificuldades, se somos verdadeiramente católicos, porque sabemos perfeitamente que até a morte foi vencida por Jesus, e que, particularmente pela Eucaristia, estamos unidos a Ele na Sua vitória sobre o mundo. Necessário, sim, é simplesmente viver de fato como Ele nos ensinou, para mudar em Bem o que está mal. Como fez São João Eudes.
Oração:
Deus eterno, que desde sempre Vos quisestes unir inteiramente a nós em alma, corpo e coração, concedei-nos pela intercessão e admirável exemplo de São João Eudes equilibrarmos na santidade, como ele, nossas orações, formação e ações, de modo a mais perfeitamente vivermos a Caridade que nos propusestes, e por fim iniciarmos plena e infinitamente a comunhão Convosco, com Maria e com todos os santos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém https://www.a12.com/