20 de Setembro – Santo André Kim Taegon e companheiros – A Igreja católica estabelecida na Coréia tem uma característica particular: nasceu da iniciativa missionária de leigos. A raiz do catolicismo coreana foram as comunidades chinesas. A expansão das comunidades na Coréia fez com que elas recebessem oficialmente um sacerdote vindo de Roma.
Em pouco tempo a comunidade cresceu possuindo milhares de fiéis, Porém, começaram a sofrer perseguições por parte dos governantes e poderosos, inimigos da liberdade, justiça e fraternidade, pregadas pelos missionários. Tentando acabar com o Cristianismo matavam seus seguidores. Não sabiam que o sangue dos mártires é semente de cristãos.
Entre os mártires que a Igreja canonizou na Coréia está André Kim Taegon, o primeiro sacerdote mártir coreano. André nasceu em 1821 numa família da nobreza e profundamente cristã. Seu pai, por causa das perseguições, havia formado uma “igreja particular” em sua casa, nos moldes daquelas dos cristãos dos primeiros tempos, para rezarem, pregarem o Evangelho e receberem os Sacramentos.
André tinha quinze anos quando resolveu se preparar para o sacerdócio. Depois de muitos desafios fez-se padre em Xangai. Devido à sua condição de nobre e conhecedor dos costumes e pensamento local, obteve ótimos resultados no seu apostolado de evangelização.
Durante um trabalho missionário, André foi preso pelas autoridades coreanas. Num gesto de coragem professou a fé em Cristo. Seu gesto custou-lhe a vida. André foi decapitado na cidade de Seul em 1846. Na mesma ocasião foram martirizados cento e três homens, mulheres, velhos e crianças, sacerdotes e leigos, ricos e pobres. Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR Reflexão: O sacrifício dos mártires coreanos, aceitado de bom grado por Jesus Cristo que os havia conquistado, deu sem dúvida uma abundante colheita e devemos rezar para que continue a ser fonte de orgulho, esperança, força e inspiração para todos os cristãos.
Oração: Deus todo-poderoso, que destes ao mártir Santo André Kim Taegón e companheiros a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como eles não hesitaram em morrer por vosso amor. Por Cristo nosso Senhor. Amém! https://www.a12.com/
Considerado um homem bom, caridoso e zeloso com as coisas da fé, foi eleito Bispo de Benevento. Era uma época em que os inimigos do Cristianismo submetiam os cristãos a testemunharem sua fé através de terríveis torturas seguidas de morte. Segundo a tradição, Januário foi martirizado na época do Imperador Diocleciano no ano de 304.
O Bispo Januário foi preso com mais alguns membros do clero, sendo todos julgados e sentenciados à morte num espetáculo público no Circo. Sua execução era mesmo para ser um verdadeiro evento macabro, pois seriam jogados aos leões para que fossem devorados aos olhos do povo chamado para assistir. Porém, as feras tornaram-se mansas e não lhes fizeram mal. O imperador determinou então que fossem todos degolados ali mesmo.
Segundo antiquíssima tradição, alguns cristãos piedosamente recolheram em ampolas o sangue do Bispo Januário e o guardaram como a preciosa relíquia que viria a ser um dos mais misteriosos e incríveis milagres da Igreja Católica.
O sangue do mártir é guardado cuidadosamente na catedral de Nápoles. Durante a sua festa, no dia 19 de setembro, todos os anos sua imagem é exposta à imensa população de fiéis. Por várias vezes, nesta ocasião a relíquia do seu sangue se liquefaz, adquirindo de novo a aparência de recém-derramado e a coloração vermelha. Um mistério que só mesmo a fé consegue entender e explicar.
Por tudo isto, o povo de Nápoles e todos católicos devotam enorme veneração por São Januário. Até a história dessa linda cidade italiana, cravada ao pé da montanha do Vesúvio, se confunde com a devoção dedicada a ele, que os protege das pestes e das erupções do referido vulcão. Colaboração:: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Reflexão: A vida de são Januário mistura tradições e fatos. O que importa é receber deste santo o exemplo de amor e seguimento do Cristo, a ponto de doar por ele o sangue no martírio. As tradições piedosas são apenas detalhes de uma existência dedicada a pregação do evangelho.
Oração: Deus eterno e todo-poderoso, que a vossos pastores associastes São Januário, a quem destes a graça de lutar pela justiça até a morte. Concedei-nos, por sua intercessão, suportar por vosso amor as adversidades e correr ao encontro de vós que sois a nossa vida. Por Cristo nosso Senhor. Amém! https://www.a12.com/
18 de Setembro – São José Copertino – José Maria Desa nasceu em1603, no vilarejo de Cupertino, província de Lecce, reino de Nápoles, na atual Itália. A família, muito piedosa, vivia em situação miserável, pois o pai havia sido envolvido na falência de um conhecido a quem emprestara dinheiro. Às vésperas de seu nascimento, a família perdeu até os poucos móveis que possuía e foi despejada da casa, e assim ele nasceu, de modo semelhante a Jesus, numa estrebaria. Nesta situação, desde criança teve que trabalhar para auxiliar no sustento familiar. Chegou a iniciar a escola, mas uma úlcera gangrenosa o afastou dos estudos por cinco anos. De toda a forma, sua saúde foi muito fraca na infância e adolescência, várias vezes com risco de vida, e não possuía boa coordenação motora nem muita inteligência.
Sua mãe procurou dar-lhe uma formação básica, a partir das histórias da vida dos santos, como São Francisco. Surgiu nele, então, o desejo de ser religioso, e sacerdote. Aos 16 anos, pediu admissão na Ordem dos Frades Franciscanos Conventuais, no convento de “Grottella”. Mas sua falta de instrução não o permitiu ficar, e voltou a trabalhar. Ele insistiu, procurando os Franciscanos Reformados, sendo novamente rejeitado pela formação deficiente, e, depois, os Capuchinhos de Martina Franca; ali, os frades tentaram dar-lhe diversos trabalhos, mas, além da pouca instrução e capacidade de aprendizado, seus primeiros êxtases místicos faziam com que deixasse cair no chão o que tivesse em mãos, quebrando frequentemente louças e objetos do convento, a um ponto que tornou-se oneroso. Os capuchinhos o dispensaram, e ele teve que retirar o hábito franciscano, o que, comentou posteriormente, foi como se lhe tivessem arrancado a pele.
Com o passar do tempo, José chegara à maioridade, e o Supremo Tribunal de Nápoles decidiu que ele deveria então trabalhar sem remuneração, para pagar a dívida do pai, já falecido. Na prática, isto era uma sentença de escravidão, e José pediu auxílio aos frades da “Grottella”, que não lhe recusaram a ajuda. Foi-lhe dado o trabalho de cuidar de uma mula. Com o tempo, os frades observaram, em meio às suas limitações, uma verdadeira piedade e vida de oração, santidade, austeridade, total obediência e dons sobrenaturais, e o admitiram no convento.
Esforçou-se por estudar com o auxílio da comunidade e, após imensas dificuldades e gigantesca força de vontade, fez o exame para o diaconato. Recomendou-se inteiramente à Nossa Senhora, por Quem tinha enorme devoção, sabendo perfeitamente que não possuía condições naturais de ser aprovado. O bispo que o arguiu pediu-lhe para comentar uma passagem do Evangelho – na Providência Divina, a única que ele conhecia bem e sobre a qual podia falar com profundidade…
Três anos depois, em 1628, no exame para o sacerdócio, novamente recorreu a Nossa Senhora. O bispo interrogou vários candidatos, descobrindo-os particularmente bem preparados, e, sem arguir os demais, entre os quais José, aprovou-os a todos. A Providência colocou o analfabeto José no presbiterato, como era da Sua vontade.
A ordenação não modificou a extraordinária humildade de José, que sabiamente reconhecia suas limitações e se autodenominava de “irmão burro”. Fazia os serviços mais simples, limpando o chão, lavando a louça, tratando dos animais, e se dedicava ao cuidado dos pobres. E recebeu o dom da ciência infusa, ou seja, por inspiração divina, falava com profunda sabedoria a respeito de qualquer tópico da Teologia. Ensinava que devíamos preparar o coração “para oferecer a Cristo a inteligência, a memória e a vontade”.
Além disso, outros dons se manifestaram: curas milagrosas de diversas doenças, predições, levitação simplesmente ao pronunciar os nomes de Jesus e Maria e êxtases nos momentos de oração, particularmente quando celebrava a Missa (numa ocasião, em levitação, suas mãos ficaram por cima do fogo de duas tochas, mas passado o momento, não havia sinal de queimaduras); percebia o que se passava nas almas das pessoas e as orientava. Logo a sua santidade e conhecimentos extraordinários atraíram multidões, e mesmo nobres e graduados religiosos o procuravam para consulta.
Mas os milagres motivaram o início de um exagerado e inconveniente fanatismo popular, e por fim surgiram até calúnias de que suas ações eram de origem diabólica. Por isso foi denunciado ao Tribunal da Santa Inquisição, que o convocou para investigação. No mosteiro de São Gregório Armênio, diante dos juízes, José levitou, provando sua inocência. Por sábia prudência, contudo, o Santo Ofício determinou o seu isolamento, de modo a não assustar ou confundir os fiéis, evitando assim interpretações erradas e poupando o convento do assédio que perturbava a paz dos frades.
Assim, José foi enviado em 1653 de Assis para conventos em Petra Rúbia, depois para Fossombrone, locais cada vez mais retirados, e finalmente para Ósimo, em 1656. Ai devia ficar afastado mesmo da comunidade, que porém recorreu ao Papa para tê-lo de volta a Assis. Mas o pontífice Alexandre VII lhes respondeu: “Não, basta-lhes um São Francisco em Assis”.
José tudo aceitou com humildade e obediência, sem revolta ou murmuração. Ali continuou sua vida humilde e de serviço aos pobres, e de modo especial culminou sua vida religiosa com a celebração da Sagrada Eucaristia. Faleceu em 18 de setembro de 1663, com 60 anos, e imediatamente começaram as peregrinações ao seu túmulo, com milhares de graças alcançadas por sua intercessão. Em Cupertino, sobre a estrebaria onde nasceu, foi construído um santuário a ele dedicado.
É o padroeiro dos estudantes em dificuldades, e, por suas levitações, padroeiro também dos paraquedistas e aviadores. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: São José de Cupertino, assim como São João Maria Vianney, ou Santa Joana d’Arc, mostram que Deus age livremente e capacita, como quer, aqueles para os quais dá Suas missões. Desta forma fica evidenciado que as boas obras são fruto das Suas graças divinas, e não dos méritos dos seres humanos. Estes têm por único mérito fazer o que Nossa Senhora, São José de Cupertino e todos os outros santos fizeram – aceitar com humildade, alegria e pronta obediência tudo o que Deus dispuser para cada um em particular. São José de Cupertino aceitou a miséria, a doença, os limites pessoais e as humilhações, dedicando-se ao essencial do que a Igreja ensina como necessário para uma vida católica coerente: oração constante, profunda e viva devoção à Nossa Senhora e à Eucaristia, e o serviço amoroso aos pobres. Certamente que todo empenho deve ser colocado (como procurou fazer São José de Cupertino!), também no melhor conhecimento possível da Doutrina, mas como o conhecimento por si só não traduz uma vida de Fé verdadeira, precisa ser acompanhado de profunda humildade; São José de Cupertino já a possuía em abundância, assim a sabedoria lhe foi infusa… de acordo com as capacidades e possibilidades pessoais, seguindo estes passos sempre estaremos no caminho que leva seguramente a Deus. Não por acaso, são exatamente as grandes deficiências de comportamento e escolha na atormentada vida dos nossos tempos, e devem ser os objetivos concretos de todos os que sinceramente buscam a Deus.
Oração: Deus Pai de bondade e sabedoria, que tudo provê para a salvação de cada alma, concedei-nos por intercessão de São José de Cupertino a sua grandiosa humildade e completa obediência, na total confiança da Vossa Providência em nossas vidas, de modo a que, sem nos abalarmos com as dificuldades e provações, façamos perseverantemente com amor e simplicidade o bem ao próximo, para podermos ser elevados ao êxtase infinito da plena Comunhão Convosco. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
17 de Setembro – São Roberto Belarmino – Roberto Belarmino nasceu em 1542, na cidade de Montepulciano, perto de Siena, na Toscana, Itália. Sua família era nobre, extremamente católica, mas empobrecida; seu pai foi governador da cidade e sua mãe era irmã do futuro Papa Marcelo II, por apenas 22 dias em 1555. Dos 12 filhos, seis foram religiosos.
Roberto nasceu franzino e doente, e com excepcional inteligência. Desde cedo muito estudioso, aprendia com facilidade, gostando de visitar o Santíssimo Sacramento e fazer os jejuns do Advento e da Quaresma. Jovem, já com ótima formação humanística, entrou para a companhia de Jesus em 1560. Em 1563, seus méritos acadêmicos o levaram a ser nomeado professor do Colégio de Florença. No ano seguinte passou a lecionar Retórica no Piemonte.
Em 1566 foi para o colégio de Pádua onde estudou Teologia. Por fim, em 1567 foi enviado pelo superior São Francisco de Borja para Louvain, já conhecido no país como pregador; devia defender a Fé contra os questionamentos luteranos, ensinando também Teologia. Seu preparo havia incluído o conhecimento profundo em Filosofia, Teologia, os Padres da Igreja, São Tomás de Aquino, outros Doutores da Igreja, os Concílios e a História da Igreja. Foi ordenado sacerdote em 1570.
Entre 1576 e 1586 lecionou Apologética, para ensinar a verdadeira Doutrina, no Colégio Romano, convocado pelo Papa Gregório XIII, que estava preocupado com os erros que se espalhavam nos centros universitários. Esta cátedra se chamava Controvérsias, e a compilação das suas aulas deu origem, por ordem dos seus superiores, ao livro “As Controvérsias Cristãs sobre a Fé” (Controversiae), um tratado sobre todas as heresias, e uma das obras teológicas mais consultadas de todos os tempos; seu conteúdo une a sabedoria das ciências terrenas, o conhecimento espiritual e a fé. Este período pós Concílio de Trento (1445-1563), no qual se enquadra o trabalho de Roberto, foi fundamental para a resposta da Igreja à heresia protestante.
De 1588 a 1594 Roberto foi pai espiritual dos alunos jesuítas do colégio Romano, então com cerca de 2.000 estudantes, incluindo São Luís Gonzaga; em 1592 foi nomeado diretor. Também foi por dois anos superior provincial de Nápoles, quando o Papa Clemente VIII o chamou a Roma como seu consultor. Neste período (1597-1598), escreveu o “Catecismo, Breve doutrina Cristã”, com dezenas de edições e traduzido em mais de 50 idiomas. Foi nomeado pelo Papa como teólogo pontifício, consultor do Santo Ofício e reitor do Colégio das Penitenciárias da Basílica de São Pedro.
Em 1599 tornou-se Cardeal e em 1602 arcebispo de Cápua (contra a sua vontade, mas por obediência), destacando-se nas pregações, pelas visitas semanais às paróquias, pela criação de um Conselho Provincial e pela convocação de três sínodos diocesanos. Participou dos conclaves que elegeram os Papas Leão XI (faleceu após 27 dias) e Paulo V, que o chamou ao Vaticano, como membro das Congregações do Santo Ofício, do Índice, dos Ritos, dos Bispos e da Propagação da Fé. Nos seus últimos anos, assumiu ainda cargos diplomáticos na República de Veneza e na Inglaterra, defendendo os direitos da Sé Apostólica. Neste tempo escreveu também muitos livros sobre espiritualidade.
A sua ação como professor, formador, pregador e escritor foi fundamental para combater os males do luteranismo, e pode-se dizer que se a Áustria e Alemanha, por exemplo, ainda mantiveram o Catolicismo, foi em boa parte por sua influência.
Sentindo aproximar-se o fim, pediu dispensa dos seus cargos na Cúria e retirou-se para o Noviciado de Santo André, no Quirinal, Roma, a fim de “esperar o Senhor”. Faleceu aos 17 de setembro de 1621, com 79 anos, surdo e com vários problemas de saúde, que aliás o acompanharam ao longo da vida. É um dos Doutores da Igreja, e o único jesuíta canonizado como cardeal e como bispo, depois de procurar evitar durante toda a vida qualquer honra e dignidade. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A espiritualidade de São Roberto Belarmino está centrada na bondade infinita de Deus, que a todos acolhe e perdoa, se há sinceridade na alma. Destaca também a oração, fonte de união com Deus e portanto de alegria e serenidade. Sua formação jesuítica, com a prática dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, lembra sempre a finitude desta vida, e assim a sua razão de ser e objetivo: a glória de Deus. Tudo o mais é secundário, é caminho; sucesso ou fracasso nas coisas humanas, o único que verdadeiramente importa é servir com amor a Deus, e portanto tudo o que fazemos deve levar somente isto em consideração; é preciso prestarmos atenção ao que fazemos, para corrigir a direção sempre que necessário. Neste sentido, como sempre, a oração, os Sacramentos, e o conhecimento da Verdade são essenciais. A apologética, isto é, a defesa das Verdades da Igreja, enfrenta hoje desafio ainda maior do que nos começos do protestantismo, e muito devemos rezar pela santa formação do clero, em primeiro lugar, e dos fiéis. As universidades, cuja origem foi de iniciativa católica (fato histórico incontestável), atualmente funcionam em grande número como centros de apostasia, mundanismo e idelogias ateias. Se o diabo conseguiu agir no Paraíso Terrestre, não surpreende que aja em qualquer instituição deste mundo, mas isso não significa que necessariamente vá triunfar. Depende da resposta da nossa santidade, pessoal fundamentalmente, e que inclui todos os esforços necessários para combater o mal e a mentira na formação das pessoas, começando em casa, nos colégios, universidades, seminários… Deus nunca deixará de dar as graças necessárias. Mas como agem os católicos, que são pais, professores, sacerdotes, bispos, responsáveis…?
Oração: Senhor Deus, de sabedoria infinita, e que sempre nos ensinais a Verdade, concedei-nos pela intercessão de São Roberto Belarmino buscarmos, pela oração e aprofundamento no conhecimento da Vossa Doutrina, não nos deixarmos abater pelas doenças, principalmente da alma, mas vivermos coerentemente uma intrépida defesa da Fé, com exemplo e ensino, para assim reavermos por Vossa graça a nobreza da condição humana, decaída pelo pecado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
16 de Setembro – Santos Cornélio e Cipriano – Cornélio, Papa, e Cipriano, bispo, foram contemporâneos no século III, martirizados no mesmo dia do mês (14 de setembro, atualmente festa da Exaltação da Santa Cruz; dia 15 é a festa de Nossa Senhora das Dores, então a festa destes santos passou para o dia 16), mas com diferença de cinco anos.
Cornélio, de origem romana, foi eleito Papa em 251, após 22 meses de vacância do cargo, por causa da violenta perseguição do imperador Décio aos cristãos (não havia possibilidade de reunião do clero para se fazer uma eleição). Seus dois anos de pontificado foram tumultuados também por problemas internos na Igreja. Realmente, Novato, um mau presbítero africano, fugiu de Cartago para Roma, onde fez amizade com outro sacerdote, e médico, Novaciano, igualmente orgulhoso e interesseiro; Novato enganou três bispos estrangeiros e os convenceu a eleger Novaciano “papa”, opondo-se a Cornélio e provocando um cisma. Este antipapa fomentou uma heresia segundo a qual só pertenciam à Igreja os “puros” (ói kátaroi), negando o perdão para os pecados graves e as segundas núpcias para as pessoas viúvas.
Em paralelo, Cipriano, nascido no ano de 210 em Cartago, norte da África, de família rica e nobre, hábil advogado e retórico, convertido ao Catolicismo em 246, foi logo ordenado sacerdote e consagrado bispo em 249, mesmo ano em que teve que fugir de Cartago por causa da perseguição de Décio. Apoiou a eleição e autoridade do Papa Cornélio, deixando escritos nos quais ressalta suas virtudes e o seu excelente governo na Cátedra de Pedro.
A heresia do novacianismo condenava em especial os numerosos cristãos que, por fraqueza, haviam negado a Fé durante a crudelíssima perseguição de Décio, os chamados lapsi, “caídos”, muitos dos quais, porém, se arrependeram. Verdade é que alguns pretendiam voltar à Igreja sem as devidas penitências, apresentando apenas um certificado de reconciliação conseguido com algum suposto confessor.
Mas Cornélio e Cipriano defenderam o direito de plena reconciliação eclesiástica para aqueles que sinceramente se arrependessem e fizessem as penitências devidas, num sínodo convocado em 251, no qual foi reafirmada a eleição de Cornélio, excomungado Novaciano e anatemizada a sua heresia. Cipriano teve ainda que se opor, com o apoio do Papa Cornélio, a um diácono de Cartago chamado Felicíssimo, que havia conspirado para a eleição de um anti-bispo, Fortunato.
Assim Cornélio e Cipriano se apoiavam mutuamente contra o cisma e a heresia, que tanto em Cartago como em Roma os perseguiam, e à Igreja. Externamente, o novo imperador Galo iniciou a 8a perseguição aos cristãos em 252, durante a qual Cornélio foi exilado em Centumcellae (atual Civitavecchia), aonde foi decapitado em 253. Mais tarde, em 258, na perseguição promovida agora pelo imperador Valeriano, Cipriano foi preso e condenado quando retornou clandestinamente a Cartago; ao receber a sentença de morte por decapitação com espada, respondeu: Deo Gratias (“Graças a Deus”).
São Cipriano deixou numerosos escritos doutrinais, sobre dogma, moral, ascetismo e disciplina eclesiástica, além de 81 cartas, estas obras-primas da literatura latina e importante fonte de informações sobre a vida da Igreja na época. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: As vidas e missões de São Cornélio e São Cipriano foram próximas e unidas, nem belo testemunho de amor pela causa comum de Cristo e da Igreja, e por isso os seus nomes também estão unidos no Cânon das Missas solenes. O amor a Deus e ao próximo sempre nos unem, pois sua base é a nossa mesma filiação divina, a essência do que somos por origem e ao que somos chamados a ser em plenitude no Paraíso Celeste. Como Igreja, Corpo Místico de Cristo, somos membros de um organismo vivo no qual cada um precisa ajudar o outro a combater e superar os problemas internos e externos, para a saúde geral. Aos membros acaso doentes, é preciso o cuidado da cura, e assim jamais pode ser negado a ninguém sinceramente arrependido o perdão dos pecados. Este aspecto do novacianismo revela uma hipocrisia monstruosa, que nada mais é do que a manifestação da soberba dos que pretendem ser essencialmente superiores aos irmãos. Soberba esta ainda tão comum na realidade humana, incluindo tantos e tantos católicos… haja visto os incontáveis casos de vaidades medíocres entre os que, sem ao menos terem conhecimento suficiente, provocam divisões artificiais a respeito de espiritualidades diferentes, mas perfeitamente válidas (na medida em que não sofrem distorções), por exemplo a respeito da Liturgia. Enquanto isso, o diabo, cujo nome significa “divisão”, sorri e mais prontamente afasta os fiéis de Deus, pois o que está desunido é muito mais facilmente conquistado. E as perseguições externas recrudescem cada vez mais, na área cultural, social, política, etc., em pressões dia a dia maiores. A promessa de Cristo é de que “as portas do inferno não prevalecerão sobre ela [a Igreja]” (cf. Mt 16-18), mas nem por isso podem os católicos negligenciar o seu compromisso de comunhão, em Cristo, por Cristo e para Cristo; o combate ao cisma e às heresias são tão atuais hoje como no século III, e a vitória só virá na unidade da oração e da vivência da caridade.
Oração: Senhor Deus, que de tal modo quereis que estejamos unidos a Vós, a ponto de enviar o Vosso Filho para pagar os nossos pecados, concedei-nos por intercessão de São Cornélio e São Cipriano a firmeza da unidade na Fé, Esperança e Caridade, para que, apoiando-nos mutuamente na Verdade, possamos dar graças a Vós ao decapitar o pecado das nossas vidas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
15 de Setembro – São Nicomedes – Nicomedes era um sacerdote romano que viveu no século I, onde os cristãos eram perseguidos pelo imperador Domiciano, um homem tirano e cruel. Nicomedes enterrava os cristãos, vítimas das perseguições. Por isso, foi preso, e, ao se recusar a oferecer sacrifícios aos deuses e abandonar a sua fé, foi assassinado e jogado no rio Tibre, em Roma.
Seu corpo foi recolhido por um clérigo, e enterrado em uma catacumba na Via Nomentana, perto da porta com o mesmo nome. Mais tarde o Papa Adriano I restaurou a igreja construída sobre ele. Além disso, no século V, existia uma igreja titular em Roma dedicada a ele.
Ele é lembrado como um santo cujo martírio ocorreu em uma data específica, 15 de setembro, e é mencionado em diversos documentos históricos, como o Martyrologium Hieronymianum e o Sacramentário Gregoriano. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: Os mártires são considerados exemplos de fé e coragem, e sua devoção é uma expressão da crença na comunhão dos santos e na intercessão dos santos junto a Deus. A vida de São Nicomedes, como a de qualquer mártir, pode inspirar os fiéis a permanecerem firmes em sua fé, mesmo diante das piores dificuldades e desafios. Oração: Ó Deus, que São Nicomedes seja para todos nós exemplo de fidelidade e de espírito resoluto para que possamos nos inspirar em sua vida, professando a fé cristã em todas as circunstâncias. Dai-nos, por sua intercessão, a Graça de permanecer firme na fé. Por Cristo nosso Senhor. Amém! https://www.a12.com/r
Pedro Claver nasceu em Barcelona, na Espanha, em 1580. Filho de um casal de gente do campo, o jovem espanhol manifestou desde cedo sua vocação religiosa. Tornou-se jesuíta, logo viajando para uma missão em Cartagena, atual país da Colômbia.
Começou então o apostolado que iria marcar sua vida: o trabalho como os negros que vinham escravizados da África. Apesar das dificuldades da língua, a linguagem do amor e da caridade falava ao coração dos escravos e aproximava-os de Pedro Claver.
O missionário além de lhes dar alimento, vinho e tabaco, oferecia palavras de fé para aquecer seus corações e lhes dar esperança. Por esse motivo os escravos negros o veneravam e respeitavam como um justo e bondoso pai.
Em sua missão, lutava ao lado dos negros e sofria com eles. O que podia fazer por eles era mitigar seus sofrimentos e oferecer-lhes a salvação eterna. Com essa proposta, Pedro Claver batizou cerca de quatrocentos mil negros durante os quarenta anos de missão apostólica.
Durante a peste não abandonou os escravos, mas acabou contaminado. Depois de quatro anos de sofrimento, Pedro Claver morreu aos setenta e três anos de idade, em 08 de setembro de 1654, no dia na festa da Natividade da Virgem Maria. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão: Novamente constatamos, com São Pedro Claver, que a devoção à Sagrada Eucaristia e à Nossa Senhora são um denominador comum aosgrandes santos de Deus. É só destas fontes que a alma recebe a condição de caridade superior que lhe permite ser “escravo dos escravos”, ou, como é próprio dos Papas, “servo dos servos de Deus”, no seguimento autêntico do ensinamento maior do Cristo: “Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque realmente Eu o sou. Se Eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei o exemplo, para que vós também façais como eu fiz. Eu vos afirmo e esta é a verdade: não é o servidor maior do que o seu mestre, nem o enviado maior do que aquele que o envia” (Jo 13,13-16). É preciso termos sede de almas para Cristo, conquistando para Ele muitos outros filhos, irmãos nossos que se salvem, particularmente os mais necessitados – não apenas ou principalmente os pobres materiais, mas sobretudo os que, independentemente da situação financeira e social, vivem no pecado, longe de Deus, correndo objetivo risco de condenação infinita; como o Cristo, Deus mesmo, nos serviu nas nossas misérias, igualmente nos devemos fazer escravos dos irmãos, começando pela oração e santificação pessoal, de modo a bem servir às almas, por amor ao Pai. São Pedro Claver não obteve a melhoria de vida social dos escravos, mas os libertou do paganismo e do pecado, e muitos deles, segundo os relatos históricos, consideravam-se mais felizes depois da conversão, mesmo como cativos na América, do que como idólatras na sua terra natal. Talvez não vivamos sequer os 70 anos que São Pedro Claver atingiu; aproveitemos o tempo para rezar e trabalhar na caridade para com o próximo, inciando pelos mais próximos, família, o Clero, os fiéis, sem esquecer dos mais precisados espiritualmente, como os dirigentes das nações e outras autoridades, enormemente responsáveis pelas decisões que afetam espiritual e materialmente todas as pessoas. Faz parte deste carinho e caridade o zelo pelas coisas de Deus, como a Liturgia, à qual São Pedro Claver dedicava tanto cuidado, na preparação e no tempo íntimo com Jesus, depois da Comunhão. Não podemos reclamar se, não tendo estas atenções para com Jesus, que dizemos amar, viermos a sofrer sem grandes méritos, ao contrário deste santo que tanto padeceu no assemelhar-se a Cristo – não é o servidor maior do que o seu mestre – e que ainda assim era ciente de que “Mais merecem minhas culpas”; por isso, por esse amor, é que mereceu falecer na Natividade… estava preso, pelas contas do Rosário, às mãos de Maria, que o levou para o Céu.
Oração: Senhor Deus, que nos libertais da escravidão do pecado, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Claver a cura da paralisia espiritual, com ao menos um pouco da sua ardente caridade em livremente obedecermos primeiro a Vós e assim ao cuidado dos irmãos, e com o auxílio e compromisso da Eucaristia e do Rosário diário, podermos servir como devemos já nesta Terra e mais ainda do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
08 de Setembro – SSanto Adriano – Adriano nasceu no ano 635 no norte da África e foi batizado com o nome de Hadrian. Tinha apenas cinco anos de idade quando sua família imigrou para a cidade italiana de Nápolis, pouco antes da invasão dos árabes. Lá estudou no convento dos beneditinos de Nerida, onde se consagrou sacerdote.
Adriano se tornou um estudioso da Sagrada Escritura, profundo conhecedor de grego e latim, professor de ciências humanas e teologia. A fama de sua capacidade e conhecimento chegou ao imperador Constantino II, que em 663 o fez seu embaixador junto ao papa Vitalino, função que exerceu duas vezes. Depois, este papa o nomeou como um dos seus conselheiros.
Quando morreu o bispo da Cantuária, Inglaterra, o papa Vitalino convidou Adriano para assumir aquele cargo, mas ele recusou a indicação duas vezes, alegando não ter suficiente competência para ocupar esse posto. O papa lhe pediu para que indicasse alguém mais competente, pois ele mesmo não conhecia.
Nesta ocasião Adriano havia se encontrado com seu grande amigo, o teólogo grego e monge beneditino Teodoro de Tarso que estava em Roma. Adriano o indicou ao papa Vitalino. Consultado, Teodoro disse que estava disposto a aceitar, mas somente se Adriano concordasse em ir para a Inglaterra ajudá-lo na missão evangelizadora. Adriano aceitou de imediato. O papa consagrou Teodoro, bispo da Cantuária e nomeou Adriano seu assistente e conselheiro, em 668.
Adriano e Teodoro foram evangelizadores altamente bem-sucedidos, junto ao povo inglês cuja maioria era pagã. O bispo Teodoro, logo colocou Adriano como abade do convento beneditino de São Pedro, depois chamado de Santo Agostinho, na Cantuária. Sob sua liderança, esta escola se tornou um centro de aprendizagem e formação de clérigos para a Igreja dos povos anglicanos.
Os ingleses encontraram um pastor cheio de sabedoria e piedoso, um verdadeiro missionário e instrumento de Deus. Muitos se iluminaram com os seus exemplos de vida profundamente evangélica.
Morreu em 9 de janeiro de 710, foi enterrado no cemitério daquele convento, na Inglaterra. A sua sepultura se tornou um lugar de graças, prodígios e peregrinação. Em 1091, o seu corpo foi encontrado incorrupto e trasladado para a cripta da igreja do mesmo convento. Adriano foi proclamado Santo pela Igreja, que o festeja no dia em que morreu.
Reflexão: A vida missionária é a vocação da Igreja. Sejamos nós apóstolos da paz e da justiça, levando a todos a mensagem do Evangelho de Jesus. Que cada gesto e palavra pronunciada sejam de profundo respeito pelo próximo.
Oração:
Deus de bondade faça de nós apóstolos da paz e dai-nos seguir sempre os caminhos do vosso filho Jesus Cristo, que vive e reina para sempre. Amém! https://www.a12.com/
Regina ou Reine, seu nome no idioma natal, viveu no século III, em Alise, antiga Gália, França. Seu nascimento foi marcado por uma tragédia familiar, especialmente para ela, porque sua mãe morreu durante o parto. Por essa razão a criança precisou de uma ama de leite, no caso uma cristã. Foi ela que a inspirou nos caminhos da verdadeira fé e da virtude.
Na adolescência, a própria Regina pediu para ser batizada no cristianismo, embora o ambiente em sua casa fosse pagão.
A cada dia, tornava-se mais piedosa e tinha a convicção de que queria ser esposa de Cristo. Nunca aceitava o cortejo dos rapazes que queriam desposá-la, tanto por sua beleza física como por suas virtudes e atitudes, que sempre eram exemplares. Ela simplesmente se afastava de todos, preferindo passar a maior parte do seu tempo reclusa em seu quarto, em oração e penitência.
Entretanto o real martírio de Regina começou muito cedo, e em sua própria casa. O seu pai, um servidor do Império Romano, chamado Olíbrio, passou a insistir para que ela aprendesse a reverenciar os deuses. Até que um dia recebeu a denuncia de que Regina era uma cristã. No início não acreditou, mas decidiu que iria averiguar bem o assunto.
Quando Olíbrio percebeu que era verdade, denunciou a própria filha ao imperador Décio, que a seduziu com promessas vantajosas caso renegasse Cristo. Ao perceber que nada conseguiria com a bela jovem, muito menos demovê-la de sua fé, ele friamente a mandou para o suplício. Regina sofreu todos os tipos de torturas e foi decapitada.
O culto a santa Regina difundiu-se por todo o mundo cristão, sendo que suas relíquias foram várias vezes transladadas para várias igrejas. Até que, no local onde foi encontrada a sua sepultura, foi construída uma capela, que atraiu grande número de fiéis que pediam por sua intercessão na cura e proteção. Logo em seguida surgiu a construção de um mosteiro e, ao longo do tempo, grande número de casas. Foi assim que nasceu a charmosa Vila Sainte-Reine, isto é, Santa Rainha, na França. Esta festa secular ocorre, tradicionalmente, em todo o mundo cristão, no dia 7 de setembro.
Reflexão:
Santa Regina é mais uma grande mulher na lista das mártires da fé. Sua história mostra a fortaleza da fé que tudo supera e tudo enfrenta. Mesmo diante dos desafios familiares e do descontentamento do próprio pai, Regina manteve firme sua fé em Deus, o verdadeiro e único Pai da vida.
Oração:
Deus Pai de amor, concedei-nos acreditar na vossa presença entre nós e a dedicar tempo para fortalecer os laços de nossa fé. A exemplo de Santa Regina, fazei-nos dedicar todo nosso amor para vos louvar acima de todas as coisas. Por Cristo nosso Senhor. Amém. https://www.a12.com/
São Zacarias era de origem grega, estabelecido na Calábria, seu pai chamava-se Policrônio. Seu nome significa “o Senhor lembra”.
Em 741, foi eleito Papa e sucedeu a Gregório III. Foi eleito por unanimidade apenas cinco dias depois do falecimento de seu predecessor. Devido às necessidades da Cristandade naquele tempo, Deus teve pressa com ele.
São Zacarias foi o último dos papas gregos e também o último Papa a comunicar oficialmente sua eleição à corte imperial e ao patriarca de Constantinopla. Por meios da diplomacia pessoal, restabeleceu relações pacíficas com os lombardos no norte da Itália.
Ele se dedicou totalmente às coisas da igreja: cuidava dos arquivos, restaurou os templos romanos, cuidou da agricultura e ainda beneficiou a abadia de Monte Casino, onde os dois viviam como monges.
Zacarias, pode se dizer, foi um bom Papa e morreu em março de 752, aos 73 anos, depois de onze anos de pontificado. Sua memória é celebrada em 22 de março. Reflexão: Em quase todas as culturas da história existe uma consciência de classe e a cultura judaica da época de Jesus não era exceção. A classe superior daquela estrutura social era constituída pelos descendentes de Arão, o sacerdócio oficial. Naquele tempo, havia cerca de 20.000 deles em Jerusalém e arredores e, lamentavelmente, muitos eram orgulhosos, preconceituosos, extremamente indulgentes e egocêntricos, religiosos só naquelas questões exteriores que poderiam impressionar outras pessoas. Um exemplo típico é o sacerdote da parábola do bom samaritano. Ele se achava bom demais para ajudar uma pobre vítima de assalto e roubo. Contudo, havia alguns que eram diferentes e, entre eles, estava um velho sacerdote chamado Zacarias, cujo nome significa “o Senhor Se lembra”. Uma vez que a lei de Moisés prescrevia que um sacerdote só poderia se casar com uma mulher de excelente reputação, Zacarias tinha escolhido como esposa a filha de outro sacerdote. Não só ela era descendente de Arão, mas também tinha o mesmo nome que a esposa deste, Eliseba ou Isabel, que significa “o juramento de Deus”. Seus nomes ganhariam um novo sentido antes que o sol se pusesse sobre sua vida conjunta.
Oração: “Jesus, que eu faça tudo com amor, seja o trabalho que for. Dá-me essa graça.” https://www.a12.com/
05 de Setembro – Santa Teresa de Calcutá in gre ssona Congresa.
Com o consentimento dos pais, em 1928 Agnes entrou na Congregação das Irmãs de Loreto, missionárias na sua região, e foi encaminhada para a Abadia de Loreto na Irlanda do Norte. Em 1931 professou os votos de pobreza, castidade e obediência, adotando o nome de Teresa em homenagem a Santa Teresinha de Lisieux, padroeira dos missionários.
Foi enviada para Darjeeling, na Índia, local onde as Irmãs de Loreto possuíam um colégio, seguindo depois para outro colégio em Calcutá, ensinado História e Geografia para as crianças das melhores famílias da cidade, durante 17 anos. Por seu ótimo trabalho, foi nomeada diretora do colégio. Mas observava e ficava impressionada pela pobreza generalizada, crianças e velhos moribundos e abandonados, pessoas doentes nas ruas. Em 1946, numa viagem de trem ao noviciado do Himalaia, recebeu uma forte moção do Espírito Santo para tudo abandonar e se dedicar somente a estas pessoas.
Assim, em 1948, pediu autorização para deixar as Irmãs do Loreto, recebendo-a do Papa Pio XII, com a condição de permanecer religiosa sob obediência ao arcebispo de Calcutá. Passou a usar um sari (roupa indiana característica) branco com detalhes em azul, acrescentando no ombro uma pequena cruz. Esta indumentária seria a da sua futura congregação, conhecido no mundo inteiro. Em Pátina, fez um curso básico de enfermagem, que pensava lhe seria útil, e inciou o trabalho com pessoas abandonadas na cidade de Motijhil. Num bairro miserável, reuniu cinco crianças, que passou a ensinar; em dez dias, havia 50 delas. No final deste ano, Teresa obteve a nacionalidade indiana.
Seu trabalho logo ficou conhecido e o povo, solidariamente, a ajudava com doações e serviço voluntário. Mas ela deseja que as atividades fossem permanentes e não dependessem só destas ajudas, mas ficassem organizadas nos moldes de uma vida religiosa consagrada. Em 1949 surgiram as primeiras vocações entre suas antigas alunas do colégio, e surgiu a Congregação das Missionárias da Caridade, com o carisma de “saciar a sede de Jesus na cruz, por amor às almas”, indo ao encontro dos mais necessitados.
O estatuto foi aprovado pelo Vaticano em 1950, com Teresa como superiora. O trabalho das irmãs era sair às ruas e recolher os famintos, os leprosos, os portadores de HIV, as vítimas da fome e das guerras, doentes com elefantíase, gangrena, HIV, enfim, os mais miseráveis e abandonados, incluindo moribundos, muitos com corpos já em degeneração, estes para que ao menos morressem com dignidade. A todos eram prestados cuidados, com alimento, higiene, um lugar para repousar, tratamento aos doentes começando pelos mais repugnantes. As irmãs abriram creches, abrigos para pessoas abandonadas e albergues para pacientes de Aids.
Em 1952 surgiu o lar infantil Sishi Bavan (Casa da Esperança) e inaugurado o “Lar para os Moribundos”, em Kalighat. A Igreja formalizou a sua bênção para a obra, que começou a se expandir pela Índia e outros países, em diferentes partes do mundo.
Em 1963, em reconhecimento, o governo indiano lhe concedeu a medalha Senhor do Lótus. Madre Teresa foi distinguida como “cidadã honorífica” da Índia, um país onde apenas 2,3% dos habitantes são cristãos.
Em 1964, visitando a Índia, o Papa Paulo VI recebeu pessoalmente Madre Teresa e doou a ela a limusine que o transportava. O valor da rifa do veículo foi destinado à colônia de leprosos de Shanti Nagar, na cidade de Asansol. No ano seguinte, o Papa concede um decreto de aprovação à Congregação, que passa a se reportar diretamente ao Vaticano; com isso, Teresa inicia a expansão da obra, que chegaria a mais de 100 países. E em 1971 o Papa concede a ela o primeiro prêmio Jawaharlal Nehru da Compreensão Internacional.
Com a obra atuando já nos cinco continentes, Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979, um dos muitos prêmios que recebeu pelo seu trabalho humanitário. Na cerimônia, em Oslo na Noruega, renunciou ao banquete e doou todo o dinheiro do prêmio aos pobres. O Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a nomeou sua embaixadora em todas as nações. Neste mesmo ano, Madre Teresa visitou o Brasil e esteve em Salvador (BA), onde se encontrou com Irmã Dulce, que seria também canonizada.
Muitas universidades conferiram a Teresa o título “Honoris Causa”, e em 1980 ela recebeu a “Distinguished Public Service Award” dos Estados Unidos da América. Em 1982 ela esteve outra vez no Brasil, visitando comunidades carentes como a favela Marcílio Dias, na Avenida Brasil, Rio de Janeiro – RJ. No ano seguinte, em Roma, sofreu o primeiro ataque cardíaco, grave, que lhe comprometeu a saúde; estava com 73 anos.
Mesmo com a saúde abalada, é reeleita superiora da Congregação em 1985, ano em que recebeu do presidente norte-americano Ronald Reagan, na Casa Branca, a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração do país; e em 1987, recebeu na União Soviética a condecoração da Medalha de ouro do Comitê Soviético da Paz. Em 1989, realizou o sonho de abrir uma casa da Congregação na Albânia, sua terra natal (embora ainda sob domínio estrangeiro no ano do seu nascimento, a cultura e identidade nacional eram albanesas), mas um segundo ataque cardíaco a obrigou a usar um marca-passo no coração. Por causa disso solicitou ao Papa, em 1990, o afastamento do trabalho na Congregação.
Em 1996, Madre Teresa publicou o livro “Caminho de Simplicidade”, no qual recolhe a doutrina religiosa que impulsionou sua vida de dedicação aos pobres.
Madre Teresa faleceu aos 5 de setembro de 1997, de parada cardíaca, em Calcutá. A comoção foi mundial. Uma fila de quilômetros formou-se durante vários dias diante da igreja de São Tomé, onde o seu corpo estava sendo velado. Depois de uma semana, seu corpo foi trasladado ao estádio Netaji, onde o cardeal Ângelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, celebrou a missa de corpo presente. O mesmo veículo que em 1948 transportou o corpo de Mahatma Gandhi foi utilizado para realizar o cortejo fúnebre; somente Mahatma Gandhi, Nehru e ela tiveram funerais de chefe de Estado na História da Índia, e a única católica, numa nação de enorme diversidade de crenças e minoria cristã. O funeral teve a presença de chefes de Estado e governantes de todo o mundo.
Em 2002 foi reconhecido pelo Vaticano o milagre da sua beatificação: uma mulher de Bangladesh, usando uma Medalha Milagrosa da Virgem Maria que pertencera a Teresa, e lhe fôra dada por irmãs da Congregação, ficou curada de um tumor abdominal. O milagre da sua canonização ocorreu em 2008, no Brasil: a cura inexplicável de um homem em Santos – SP, com grave doença cerebral, sem tratamento possível, através das orações da sua esposa à Madre Teresa.
Madre Teresa de Calcutá é reconhecida mundialmente como a Mãe dos Pobres. Atualmente a Congregação das Missionárias da Caridade conta com cerca de 4.500 religiosas, que trabalham em mais de 130 países, incluindo o Brasil, em torno de 700 casas dedicadas a ajudar os mais desfavorecidos. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: A vocação e o testemunho de caridade católica de Santa Madre Teresa de Calcutá são óbvios e reconhecidos mundialmente mesmo por não católicos, como fica evidenciado pelas inúmeras honrarias que recebeu inclusive de países com ideologias contrárias à Fé. Como Jesus ensinou, só o amor pode levar à paz, algo de que Teresa estava plenamente convencida. Mas este amor ao próximo só existe realmente a partir do amor a Deus. Uma passagem de sua vida ilustra brilhantemente – e exemplarmente para nós – o seu entendimento e vivência desta verdade. As atividades diárias da Congregação incluíam uma hora de adoração ao Santíssimo, antes das irmãs saírem às ruas para cuidar dos necessitados. Já com a obra reconhecida e crescendo ainda mais, e diante da constatação do número infindável de pessoas em situações miseráveis, uma das irmãs disse a Teresa que elas precisavam de ainda mais tempo nas ruas… o que implicaria numa redução do tempo de oração da comunidade. Madre Teresa, concordando com a necessidade de mais empenho expressa pela aflita irmã, tomou a decisão: aumentou para duas horas diárias a adoração Eucarística. É Deus Quem faz as boas obras, não nós. Somos apenas, se tivermos bom senso, Seus instrumentos, e nada mais. A legítima preocupação com as necessidades alheias não podem, contudo, tornar-se meramente ativismo, ainda que bem intencionado, e a função da Igreja é antes de tudo espiritual, e não temporal. De todas as carências humanas, a maior é a do espírito; e por mais que se faça pelo corpo, este vai inevitavelmente morrer. Isto, é claro, não pode ser desculpa para negligência na caridade ativa, mas há sempre uma hierarquia de valores, os maiores os da alma e salvação eterna, e este é o entendimento de todos os santos, como Madre Teresa: talvez, na história recente da Igreja, ninguém tenha trabalhado tanto e tão bem na assistência aos pobres e doentes, mas ela nunca colocou a “assintência social” acima do cuidado espiritual. “Pobres sempre tereis entre vós”, disse claramente Jesus (Jo 12,8), pois este mundo jamais será outra vez um “paraíso terrestre”; e portanto a Igreja não é apenas uma “ONG” dedicada ao assistencialismo material. A caridade material é necessariamente uma consequência, embora natural e obrigatória, do amor sobrenatural, mas a cura e o alimento espiritual são prioritários, pois sem isso a vida infinita será no inferno e não no Céu. Lembremos que as primeiras vocacionadas da Congregação foram fruto do ensino de Teresa nos colégios… E exatamente por viver nesta perspectiva correta é que o maior reconhecimento de Madre Teresa não está nas homenagens humanas que recebeu, mas sim a confirmação que temos da sua salvação. De fato, no Paraíso estarão muitos que hoje não são conhecidos ou reconhecidos por ninguém, mas que, discretamente, amam verdadeiramente a Deus; enquanto que muitos honrados e exaltados nesta vida estarão no inferno. “Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos” (cf. Mt 20,16). Algumas frases da própria Madre Teresa ilustram igualmente estas verdades, sob diferentes aspectos: “O que você está fazendo, eu não posso fazer; o que eu estou fazendo, você não pode fazer. Mas (…) a santidade não é um luxo de poucos. É um dever muito simples para você e para mim. Você, na sua posição e no seu trabalho; eu (…) no trabalho (…) Nós temos que transformar o nosso amor a Deus em ação viva”; “É fácil amar os que estão longe, mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado”; “Temos que ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade”; “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las”.
Oração: Deus de infinita bondade, que só desejas cuidar do bem de Vossos pobres, miseráveis e necessitados filhos, concedei-nos por intercessão de Santa Madre Teresa de Calcutá a graça de jamais recusar ou ignorar as moções do Espírito Santo, para que, aceitando com agradecimento, amor e alegria a missão pessoal que confiastes a cada um de nós, sejamos premiados, por Vossa misericórdia, não com o reconhecimento mundano, mas com a Paz Eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
SantaRosa de Viterbo nasceu no ano de 1234, na cidade de Viterbo (Itália). Foi educada na fé católica e defendia o catolicismo a todo custo. Os pais, João e Catarina, eram cristãos fervorosos. A família possuía uma boa propriedade na vizinha Santa Maria de Poggio, vivendo com conforto da agricultura.
A vida de Rosa foi breve e incomum. Como sua mãe, Catarina, trabalhava com as Irmãs Clarissas do mosteiro da cidade, Rosa recebeu a influência da espiritualidade franciscana, ainda muito pequena. Ela era uma criança carismática, possuía dons especiais e um amor incondicional ao Senhor e a Virgem Maria. Dizem que com apenas três anos de idade transformava pães em rosas e aos sete, pregava nas praças, convertendo multidões. Aos doze anos ingressou na Ordem Terceira de São Francisco, por causa de uma visão em que Nossa Senhora assim lhe determinava.
No ano de 1247, a cidade de Viterbo, fiel ao Papa, caiu nas mãos do imperador Frederico II, um herege, que negava a autoridade do Papa e o poder do Sacerdote de perdoar os pecados e consagrar. Rosa teve outra visão, desta vez com Cristo que estava com o coração em chamas. Ela não se conteve, saiu pelas ruas pregando com um crucifixo nas mãos. A notícia correu toda cidade, muitos foram estimulados na fé, e vários hereges se converteram. Com suas palavras confundia até os mais preparados. Por isto, representava uma ameaça para as autoridades locais.
Em 1252, o Papa Inocêncio IV, mandou instaurar o processo para a canonização de Rosa. Cinco anos depois o mesmo pontífice mandou exumar o corpo, e para a surpresa de todos, ele foi encontrado intacto. Rosa foi transladada para o convento das Irmãs Clarissas que nesta cerimônia passou a se chamar, convento de Santa Rosa.
Em setembro de 1929, o Papa Pio XI, declarou Santa Rosa de Viterbo é padroeira da Juventude Feminina da Ação Católica Italiana. No Brasil ela é a padroeira dos Jovens Franciscanos Seculares.
Santa Rosa de Viterbo é festejada no dia de sua morte, 6 de março, mas também pode ser comemorada no dia 4 de setembro, dia do seu translado para o mosteiro de Clarissas de Santa Rosa, em Viterbo, Itália.
Reflexão: O que sustenta a nossa vida não depende dos ossos e da carne, mas da comunhão com Deus; não do esterno do esqueleto nem do externo à Fé; buscar a intimidade com o Senhor e a ortodoxia dos Seus ensinamentos na Igreja é tarefa de todo cristão, desde a infância até o momento da morte física. Poucas obras são tão importantes, especialmente em ocasiões de crise espiritual na Igreja – como hoje acontece por exemplo por causa da herética “Teologia da Libertação” – do que o ensinamento correto da Doutrina e da Verdade, como fez Santa Rosa de Viterbo. O pão espiritual é muito mais importante do que o pão material, pois o corpo morre cedo ou tarde, em melhores ou piores condições, mas inevitavelmente; porém à alma é destinada a vida infinita, e para ela só há céu ou inferno, de modo definitivo. O corpo doente de Santa Rosa faleceu, e antes sofreu provações na pobreza e dificuldades, mas nele o reflexo incorrupto da sua alma em santidade dá ainda hoje o testemunho muito concreto de que fundamental é unicamente o destino do espírito.
Oração:
Senhor Jesus, a pequena Rosa, desde criança recebeu do Senhor graças sobrenaturais. Pedimos-Te, humildemente, cuide, guarde e proteja nossas crianças, para que, sob a Tua graça, vivam e anunciem a Tua Palavra. Assim pedimos porque cremos em teu amor e zelo pelos pequenos e inocentes. Amém.