28 de Janeiro

28 de Janeiro  –  São Tomás D’Aquino   –

A vida e obra de Tomás de Aquino são tão grandiosas que mesmo um resumo apenas razoável é difícil. Viajou muito, conseguindo ainda assim escrever extraordinariamente em quantidade e principalmente qualidade. Professor, pregador, filósofo, teólogo, consultor e conselheiro brilhante, recebeu ainda a graça de visões, e da levitação. São Tomás de Aquino deixou para a Igreja, praticamente, a síntese do pensamento católico.

Tomás nasceu em Roccasecca, no condado de Aquino, região do Lácio, Itália, em 1225 ou 1227. Sua nobre família desejava para ele algum alto cargo civil ou eclesiástico, e tudo fizeram para impedi-lo de seguir a vocação na ordem mendicante dos Dominicanos – até mesmo prendendo-o e levando uma prostituta para tentá-lo. Mas nada disso adiantou e ele foi ordenado sacerdote em 1244, em Nápoles.

No ano seguinte estudou com São Alberto Magno em Paris, que o levou para lecionar em Colônia, Alemanha. Em 1252 voltou a Paris, onde se formou mestre em teologia e lecionou durante três anos. Seguiram-se Nápoles, Orvieto (onde completou a “Suma contra os Gentios”), Roma, e novamente Paris. Em 1272, Tomás pediu licença da Universidade de Paris quando os dominicanos de sua província natal o convocaram para fundar um studium general, espécie de universidade, na cidade de Nápoles.

Em 1273 terminou a “Suma Teológica”, que só foi completada até a questão 90 da terceira parte, pois em 6 de dezembro Tomás comunicou ao padre Reginaldo de Piperno, seu amigo e secretário, que não escreveria mais, porque na igreja, após uma revelação sobrenatural, havia entendido (por comparação) que tudo o que escrevera não passava de “palha”.

Em 1274, convocado pelo Papa Gregório X, viaja para participar do Concílio de Lyon. No caminho, montado num burro, bateu a cabeça num galho de uma árvore tombada, ficou seriamente ferido e foi levado às pressas para Monte Cassino. Depois de descansar por algum tempo, tentou seguir viagem, mas teve que parar, doente, na abadia cisterciense de Fossanuova. Faleceu sem completar 49 anos, em 7 de março de 1274. Sua festa em 28 de janeiro comemora o traslado do seu corpo para Tolosa.

Foi proclamado Doutor da Igreja (Doutor Angélico), e é patrono de todas as universidades, academias e escolas católicas do mundo. Para a sua canonização houve a contestação de que não havia milagres que a comprovassem, ao que o Papa João XXII respondeu: “Quantas proposições teológicas ele escreveu, tantos são os milagres que fez”. Contudo, são verídicos os testemunhos de sua levitação em êxtase, em Nápoles, Orvieto e Paris.

A importância do legado teológico de São Tomás aparece em destaque na síntese coerente da racionalidade presente na filosofia de Aristóteles com os princípios e tradição católicos. Defendia também que a política deveria estar subordinada à Igreja, pois possui um conteúdo ético (busca pelo bem comum, respeito aos direitos dos seres humanos e busca pela moral). Esta linha de pensamento, a filosofia Tomista, une harmoniosamente a Fé e a Razão (perspectiva abandonada, ignorada ou combatida por outras propostas). Das suas talvez 50 eminentes obras, podem ser consideradas principais “Verdade e Conhecimento (1256-1259)”, “Summa contra Gentiles” (“Suma contra os Gentios”, 1261-1263) e “Summa Theologiae” (“Suma Teológica”, 1265-1273); e também os maravilhosos textos litúrgicos para a festa de Corpus Christi (1261-1265), compostos a pedido do Papa Urbano IV, usados até hoje.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão
A teologia do Aquinate (como também é conhecido São Tomás pela sua origem em Aquino; por Aquinate entende-se igualmente o conjunto da sua obra) é obrigatória e fundamental para o Catolicismo, e de tal forma que nas palavras do Papa Bento XV “a Igreja declarou os ensinamentos de Tomás como seus próprios”. Não pode haver maior elogio, considerando que a Igreja é instruída pelo Espírito Santo. A grandeza de São Tomás, proporcional à sua obra, pode igualmente ser aquilatada por outro enunciado, dele próprio: “O primeiro degrau para a sabedoria é a humildade” (lembremos de Maria, a mais humilde das criaturas, que exatamente por isso mereceu ser Mãe do Verbo divino). Decorrente desta sua postura de vida, segue-se a simplicidade do que pode ser avaliado como o seu entendimento sobre o Saber: “Para aqueles que têm fé, nenhuma explicação é necessária. Para aqueles sem fé, nenhuma explicação é possível”.

Oração:
“Ó Deus, que ilustrais a vossa Igreja com a admirável erudição de S. Tomás, vosso Confessor, e a fecundais pela santidade das suas obras, concedei-nos a graça, Vos pedimos, de penetrar com inteligência no que ele ensinou, e, imitando-o, fazer o que ele fez. Por Nosso Senhor Jesus Cristo”. (Missale Romanum de 1943, festa de São Tomás de Aquino, 7 de março).

 

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27 de Janeiro

 27 de  Janeiro – Santa Ângela de Mérici   –

Ângela nasceu em 1474 na cidade de Desenzano, Itália, numa família pobre de bens e riquíssima de espiritualidade. Desde a infância desejava a vida religiosa, gostando de ler sobre a vida dos padres do deserto e imitar, como podia, as suas duras penitências. Cedo ficou órfã de pai e mãe, e foi morar, junto com sua irmã menor, na casa de um tio. Porém estes dois faleceram também. Dedicou-se então, já na plena juventude, a desenvolver o projeto de educar as meninas e as jovens, particularmente às mais expostas aos perigos morais. Acompanhada de outras jovens, visitava as prisões e hospitais, e cuidava dos pobres e abandonados.

Impressionada com a decadência dos costumes familiares, uma trágica consequência do espírito pagão da Renascença, focou seus esforços na educação das moças, das quais dependia largamente a saúde moral das famílias. Para isso criou a comunidade das Servas de Santa Úrsula – em homenagem a esta mártir que com suas companheiras morreu por defender sua religião e castidade. Queria assim formar as futuras mães de acordo com a doutrina da Igreja. A característica da instituição, inovadora para a época, era a forma maleável, adaptável às circunstâncias de tempo e lugar, com apenas um mínimo de vida comum.

Para fortificar-se espiritualmente nesta missão, Ângela, no ínicio da sua obra, peregrinou à Terra Santa. Na viagem, adoeceu e perdeu a vista, de modo que nada pôde enxergar do lugar, a não ser pela fé. Na volta, o navio, providencialmente, perdeu o rumo e atracou na ilha de Cândia – Creta – onde havia próximo ao porto um santuário, e nele um crucifixo milagroso. Ângela foi até lá e rezou pedindo a Deus a cura, e foi imediatamente atendida. Em agradecimento, ela fez uma outra peregrinação, a Roma, no jubileu de 1525, onde o Papa Clemente VII a recebeu e abençoou sua obra.

Em 27 de janeiro de 1540, aos 75 anos, Ângela faleceu, e no seu túmulo foram constatados muitos milagres. Sua obra continuou e, em 1903, as várias comunidades se reuniram numa federação, mantendo a proposta inicial de educar a juventude feminina, especialmente as futuras mães de família, conservar os bons costumes, e dar assistência aos pobres e enfermos.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Quão atual é a necessidade da obra de Santa Ângela! Sem dúvida um dos pilares da sociedade bem estruturada é a família, e nesta a posição e função da mulher como mãe é fundamental e indispensável. A cultura atual contudo só promove a ideia de que a mulher não tem mais nenhuma responsabilidade como mãe, ao contrário deve viver de forma independente do marido e da família, ou nem sequer deve ter uma família organizada, além de priorizar um pretenso direito à “liberdade sexual” – em termos simples, mera e baixa promiscuidade – que inclui aberrações sexuais e a “opção” de matar o próprio filho através do aborto. Nestas condições, não é preciso grande esforço para perceber que nenhum projeto social pode ser bem sucedido; uma casa construída sobre a areia será facilmente derrubada (Mt 7,26-27), e seus moradores perecerão. As graças evidentes que Deus proporcionou à obra de Santa Ângela são um claro aviso de qual caminho é o certo.

Oração:
Ó Deus, que desde o princípio dispusestes para o ser humano a felicidade na vida familiar, baseada no amor fiel e na geração e cuidado aos filhos; e que quisestes Se encarnar numa família e ter, também Vós, uma Mãe, dai-nos na Vossa infinita misericórdia e por intercessão de Santa Ângela de Mérici a conversão das mentalidades, para que os povos responsavelmente sigam Vossa vontade quanto ao Sacramento do matrimônio, os governos defendam as famílias no molde católico, e as sociedades, principalmente as mulheres, zelem pelos bons costumes e pelo amparo à maternidade. Pela Sagrada Família, Jesus, Maria e José. Amém.
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26 de Janeiro

26 de Janeiro – São Timóteo   –

Assim como São Tito, cuja festa também é hoje, São Timóteo foi discípulo e colaborador de São Paulo.

Nasceu em Listra, Ásia Menor, de pai pagão e mãe judia, a qual se converteu na primeira passagem de Paulo por esta cidade. Quando tinha 20 anos, Timóteo seguiu Paulo depois da sua segunda visita ao local. A partir daí, será colaborador constante do Apóstolo dos Gentios, e seu amigo muitíssimo considerado: é citado nas cartas de São Paulo como “meu diletíssimo filho”, “meu fiel colaborador”, “servo em Cristo”, “meu irmão e servo em Deus no Evangelho”, “aquele que não procura a si mas a Cristo”. Recebeu do mestre duas epístolas, presentes no Novo Testamento.

Timóteo acompanhou São Paulo em viagens a Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso, Roma, e sofreu com ele todas as dificuldades destas jornadas. Paulo também tinha nele confiança para realizar missões em seu nome (“E foi justamente para isso que vos enviei Timóteo, meu filho amado e fiel no Senhor. Ele vos recordará as minhas normas de conduta em Cristo, do modo como as ensino em toda parte por todas as igrejas” (1Cor 4,17)), e o tornou o primeiro bispo de Éfeso.

A Igreja considera Timóteo mártir, através da Tradição, mas as circunstâncias não são muito claras. Teria sido apedrejado durante uma procissão pagã, ao tentar converter os idólatras, por volta do ano 96.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Seguir fielmente o mestre e crescer na Fé e nas obras, eis o exemplo prático de São Timóteo. Deus tem confiança em nós e nos envia para transmitir Sua Palavra – Jesus – ao mundo.

Oração:
Deus e Pai amoroso, que tanto nos considera e nos quer, concedei-nos a mesma disposição de São Timóteo de Vos seguir aonde nos quiserdes enviar, e por sua intercessão dai-nos a graça de acolher no coração as mensagens do Espírito Santo, para que as vivamos no dia a dia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima Vossa Mãe. Amém.
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24 de Janeiro

24 de Janeiro  – São Francisco de Sales   –  

Francisco (François) de Sales nasceu aos 21 de agosto de 1567 em Thorens-Glières, província da Sabóia, na época um país independente; atualmente a região, de Ródano-Alpes, pertence à França, Itália e Suíça. Foi ele o primogênito de 13 filhos da nobre e antiga família dos Barões de Boisy. Muito cedo fez voto de viver a castidade e buscar sempre a vontade do Senhor, colocando-se sob a proteção da Virgem Maria, por Quem tinha especial devoção.

Estudou nos melhores colégios franceses e aprendeu várias línguas. Na juventude Francisco mudou-se para Paris, onde fez estudos universitários com os jesuítas – Filosofia, Retórica e Teologia. Para satisfazer o sonho de seu pai, doutorou-se em Direito na Universidade de Pádua. Regressou à França em 1592, com 24 anos, e se inscreveu na Ordem dos Advogados.

Sua família já lhe tinha arrumado um cargo como Senador de Sabóia e escolhido, para sua noiva, uma jovem rica e nobre. Mas ele recusou, pois queria ser padre. Assim, foi ordenado sacerdote aos 26 anos e, com a ajuda de um tio, Cônego em Genebra, foi nomeado para o posto de capelão da catedral de Chambéry nesta cidade.

Sua primeira missão como sacerdote foi reevangelizar a região calvinista de Chablais. Ali encontrou muita resistência e fanatismo, mesmo emboscadas, insultos e ameaças. Criou então um sistema de publicação, ou seja, fixar em lugares públicos ou levar de porta em porta folhetos impressos, com a explicação das verdades da fé, com muito tato e simplicidade. Com paciência e persuasão respeitosa procurava também dialogar em palestras e encontros. A longo prazo, este método levou a milhares de conversões.

Em 1599, Francisco foi nomeado Bispo coadjutor de Genebra com sede em Annecy, nos alpes franceses, assumindo definitivamente a diocese três anos depois. Ali desenvolveu intensa atividade: visita às paróquias, formação do clero, reorganização de mosteiros e conventos, fundação de escolas, pregação e catequese de crianças e adultos, incluindo membros da nobreza, mesmo da casa real da Sabóia. Por causa da sua doçura e perseverança, Francisco conseguiu inúmeras conversões e uma grande mudança religiosa na região.

Em março de 1604, durante uma pregação quaresmal em Dijon, conheceu e fez grande amizade com (Santa) Joana Francisca Fremyot de Chantal. Juntos fundaram a Congregação da Visitação de Santa Maria, em 1610, em Annecy, com a finalidade de visitar e socorrer os pobres.

Além da doçura, Francisco ficou muito conhecido também pelos seus livros. Escreveu “Filotéia” ou “Introdução à vida devota” em 1608, dedicado à Santa Joana de Chantal. Nesta obra, voltada para quem vivia no mundo e tinha tarefas civis e sociais, resume os princípios da vida interior e ensina a amar a Deus na vida diária. Em 1616, escreveu especialmente para as filhas da Visitação “Teótimo” ou “Tratado do Amor de Deus”, uma obra de denso e extraordinário conteúdo teológico, filosófico e espiritual, que ensina os melhores meios para um encontro pessoal com Deus.

 Francisco faleceu com a idade de 52 anos, no dia 28 de dezembro de 1622, em Lyon, França. Porém a Igreja celebra sua festa em 24 de janeiro, dia do traslado dos seus restos mortais para Annecy em 1623. Dez anos após sua morte, seu corpo foi exumado e encontrado incorrupto, sem os sinais de decomposição. É reconhecido como Doutor da Igreja e padroeiro dos jornalistas e escritores católicos, devido ao seu estilo e à redação de diversos folhetos e livros como instrumentos de evangelização (4.000 sermões, 21.000 cartas de direção espiritual e várias obras de doutrina e ascética). É também padroeiro dos que têm dificuldade auditiva, por ter desenvolvido uma linguagem de símbolos para se comunicar com um jovem deficiente. Ainda, é titular e patrono da Família Salesiana, Congregação fundada por seu admirador Dom Bosco (santo) para a educação dos jovens.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“A medida de amar a Deus é amá-Lo sem medida”. Esta é a ideia do “Tratado do Amor de Deus”, e São Francisco de Sales a colocou em prática através da extrema gentileza no trato com as pessoas, nas suas imensas atividades pastorais. Dizia que “mais abelhas se apanham com uma gota de mel do que com um barril de vinagre”. Mas pouco conhecido é o seu heroico esforço de controlar o próprio gênio. Descobriu-se após a sua morte que a parte de baixo da sua mesa estava marcada pelo raspar das unhas, o que fazia durante o atendimento e diálogo com as difíceis consciências defensoras de erros e heresias. Extravasa ele na madeira a sua tensão, para nunca perder a paciência com os irmãos e tratá-los sempre afavelmente. Este “pequeno grande detalhe” espiritual é fortíssimo testemunho da santidade de Francisco, à medida da sua gigantesca obra evangelizadora.

Oração:
Deus de bondade e infinita doçura, que nos deseja a paz, a concórdia e o carinho, dai-nos por intercessão de São Francisco de Sales a grandeza e o heroísmo da santidade nos menores gestos e ações, na consciência de que é a partir deles, assim realizados, que Vós mesmo fazeis em nós as grandes obras de caridade e salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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23 de Janeiro

23 de Janeiro  – Santo Ildefonso   –

Nasceu Ildefonso em Toledo, Espanha, no ano 607. Foi discípulo de Santo Isidoro de Sevilha, Doutor da Igreja. Jovem, entrou para o mosteiro de São Cosme e Damião em Agali, próximo a Toledo. Herdando a fortuna dos pais, destinou-a para o auxílio aos pobres. Escolhido abade, dirigiu em 636 o IV Sínodo de Toledo. Em 657, é feito bispo de Toledo, a maior e mais importante diocese do país, cargo que ocupou por 10 anos. Distinguiu-se pelo zelo na evangelização das áreas ainda pagãs desta diocese, pelo culto litúrgico bem cuidado na melhor tradição beneditina, e na defesa da Fé, pela grande eloquência e pelos muitos escritos de valor dogmático e histórico. Era prudente e afável, mas enérgico quando necessária a reivindicação da justiça.

Dentre os seus principais livros, estão o “Livro sobre o Batismo”, “O Progresso Espiritual” (uma catequese pós-batismal aos fiéis, para a educação permanente na Fé) e especialmente “A Perpétua Virgindade de Maria, Mãe de Deus”. Nesta obra defende a virgindade de Maria antes, durante e depois do parto, contra as negações dos hereges e dos judeus, com erudição e com autoridade episcopal.

Faleceu em 23 de janeiro de 667, e recebeu o título de Doutor da Igreja. É considerado como o último Padre do Ocidente, isto é, um dos grandes representantes da Igreja que, entre os séculos II e VII, consolidaram tanto no Ocidente como no Oriente conceitos fundamentais da doutrina católica.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
“Ildefonso” significa “pronto para a batalha”, e sem dúvida estava preparado este santo para a lide que Deus lhe destinou. Necessária sem dúvida foi a sua formação teológica e doutrinária para esclarecer questões da Fé, litúrgica para valorizar a beleza que eleva as almas nos ritos da Igreja, e zelo pela conversão dos que estavam afastados ou não conheciam a Deus. Conhecimento, elevação da alma e caridade são o que também nós precisamos, hoje e sempre, pois se temos a certeza de que deveremos manter o combate espiritual por toda a vida, mais certeza ainda temos de que não sabemos quando este combate vai acabar. Quando Deus chamar, partiremos desta Terra; preparemo-nos constante e empenhadamente para esta última e definitiva batalha, a qualquer momento.

Oração:
Pai de bondade, que desejais apenas o bem maior dos Vossos Filhos, dai-nos a graça de manter a pureza de coração nas lutas desta vida, para que, pela intercessão de Santo Ildefonso, estejamos bem preparados no momento de Vos encontrar definitivamente. Por Jesus Cristo Nosso Senhor e Vossa Mãe a Virgem Maria. Amém.
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22 de Janeiro

22 de Janeiro  – São Vicente Pallotti   –

Nascido em Roma, em 1795, Vicente foi o terceiro de 10 filhos. Desde muito pequeno demonstrava grande piedade, e particular sensibilidade para com os pobres; mesmo no inverno, era frequente voltar à casa sem os sapatos ou o casado que dera aos desvalidos de rua. Sua vocação sacerdotal foi muito natural, e ordenou-se em 1818, doutorando-se depois em Filosofia e Teologia. Ocupou cargos de importância na hierarquia e instituições da diocese de Roma.

Seu carisma especial foi a defesa, apoio e desenvolvimento do apostolado dos leigos. Na época, entendia-se que o apostolado fosse dever e direito do clero, e só a hierarquia podia delegar aos leigos a permissão de fazer este serviço. Vicente antecipou a visão do Concílio Vaticano II nos anos 1960, da participação efetiva de todo batizado na missão evangelizadora da Igreja, no caso dos leigos de acordo com os seus deveres de estado e capacidade pessoal.

Para efetivar este conceito, fundou a Obra do Apostolado Católico, que incluía leigos, religiosos e padres, de modo a que todos pudessem difundir a mensagem de Cristo por todos os meios possíveis. Como centro e força motriz deste movimento, fundou duas congregações, masculina e feminina (os padres palotianos e irmãs palotianas). Estas suas fundações preparavam os leigos nas suas atividades e associações caritativas e evangelizadoras.

 Por esta obra, o Papa Pio XI o declarou “Precursor da Ação Católica”. Faleceu em 22 de janeiro de 1850, com 55 anos, em Roma.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Hoje em dia pode parecer óbvio que os leigos devem participar ativamente da organização e execução de iniciativas apostólicas, mas no século XVIII não era tão claro, para a Igreja, que certas atribuições deveriam ocorrer “independentemente” da tutela clerical. Em parte, havia despreparo por parte dos fiéis, e isto certamente deveria ser levado em conta, para evitar erros e abusos. Por outro lado, o apostolado é algo natural, no sentido de que qualquer atividade, santamente realizada, é exemplo e divulgação do Evangelho, o que a Igreja deseja e apoia, e certamente não quer impedir. Tratava-se antes de uma questão organizativa, e o reconhecimento da ação mais direta dos leigos é uma riqueza para a Igreja. Porém, infelizmente, nota-se hoje que há ainda grande despreparo, e não só dos leigos, além dos riscos de ideias heréticas, como por exemplo a “Teologia da Libertação”, formalmente condenada pelos últimos Papas, que pretende reduzir a ação da Igreja a uma perspectiva social e econômica, confundindo a verdadeira caridade com uma mera filantropia estatal, ao sutilmente enfatizar as questões materiais em detrimento da primazia espiritual. Sem que seja coibida a legítima participação dos leigos no apostolado, o que é um seu direito e dever, é necessária e urgente a melhor formação de todos os católicos, hierarquia inclusa, no conhecimento da verdadeira Doutrina da Igreja, para que se mantenha sem confusão (e suas nefastas consequências) a fidelidade aos ensinamentos de Jesus.

Oração:
Ó Deus, que és Caminho, Verdade e Vida em Cristo Jesus, dai-nos por intercessão e exemplo de São Vicente Palloti a necessária formação para o apostolado que conduz à salvação e não à confusão. Pelo mesmo Cristo Senhor Nosso, e pela Virgem Maria Vossa fidelíssima Mãe. Amém 

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21 de Janeiro

21 de Janeiro  – Santa Inês   –   
Inês nasceu numa nobre família romana que deveria ser cristã, pois desde cedo ela, por amor a Cristo, O escolheu por esposo e a Ele consagrou a sua virgindade. Porém já aos 13 anos era muito atraente, e com esta idade recebeu pedidos de casamento de vários pagãos, incluindo o filho do prefeito de Roma. Recusou dizendo-se esposa de Cristo, e por isso foi acusada, pois estava em pleno desenvolvimento nesta época a perseguição de Dioclesiano aos cristãos.

Diante do juiz, que tentou convencê-la à apostasia primeiro por persuasão, e depois com a ameaça de tortura e morte, respondeu que Cristo velava pela sua pureza e que não conseguiriam profanar o seu corpo. Foi arrastada para a frente de um ídolo, para que lhe oferecesse incenso, o que ela não fez. Então a levaram para um prostíbulo – mas nenhum homem ousou se aproximar dela.

Ordenou-se por fim o seu martírio, por decapitação, a 21 de janeiro de 304. Neste dia da sua festa, são abençoados dois cordeirinhos na basílica romana que leva o seu nome, como símbolos da inocência, e da lã deles são confeccionados os pálios que o Papa dá aos arcebispos.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
O nome Inês tem origem numa palavra grega que significa “casta”, um sinal profético da sua vida de pudor e pureza. A virgindade não era valorizada no mundo pagão (antigo e moderno), mas é uma dos mais altas virtudes dos que seguem a Cristo, seja na vida consagrada, seja na espera do sacramento do Matrimônio. Por sua firmeza, Inês teve o privilégio de, com outras santas mulheres, ter seu nome citado no cânon da Missa, numa clara exaltação da Igreja à excelência e predileção de Deus por esta virtude. A própria Mãe de Deus é a Sempre Virgem Maria; Cristo deu o Seu exemplo pessoal da castidade. Essencial para nossos dias é a preparação das crianças e jovens católicos neste sentido, pois um dos pecados atuais que mais tornam caótica a sociedade e levam ao inferno é a sensualidade exacerbada e corrompida, conforme diversas manifestações sobrenaturais a muitos videntes. E enorme é a pressão sobre a castidade e a virgindade na mídia, na cultura, nas ideias, e até nos locais de formação como escolas e universidades. Que os pais estejam atentos à pureza dos seus filhos, pela qual também são responsáveis, e pelo que deverão prestar contas a Deus.

Oração:
Deus de pureza, concedei-nos desposar a inocência e a castidade do corpo e da alma, a exemplo e pela intercessão de Santa Inês, para que possamos manter a juventude de espírito necessária às bodas definitivas com a Vossa santidade, na vida da Trindade eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e a Virgem Maria nossa Mãe. Amém.
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19 de Janeiro

19 de Janeiro – São Mario   –

No século III, marcado por violentas perseguições do Império Romano aos católicos,Mário e sua esposa Marta, com os filhos Audífax e Ábaco, saíram da Pérsia em peregrinação a Roma, para visitar os túmulos de São Pedro e São Paulo.

Já nos arredores da cidade, encontraram o sacerdote Valentim, que cuidava de sepultar os corpos decapitados de cerca de 270 mártires da Fé. A família piedosamente se juntou a ele nesta obra de misericórdia. E neste trabalho foram todos descobertos e presos pelas autoridades romanas.

Instados a renegarem o Cristo e adorarem o imperador, negaram-se e foram portanto condenados à morte. Valentim foi condenado também por celebrar o matrimônio cristão, proibido pelas leis romanas. Mário e os dois filhos foram decapitados logo, na via Cornélia, e Valentim um mês depois, no mesmo lugar.

Marta, que ainda não havia sido batizada, foi levada para um poço 21 quilômetros fora dos muros da cidade, e afogada. Seus corpos foram encontradas por uma cristã que, como eles anteriormente, providenciou o sepultamento dos irmãos fiéis, neste caso no túmulo da sua própria família, num terreno da sua residência na mesma Via Cornélia. No local encontram-se ainda hoje as ruínas de uma Igreja, visitada pelos turistas. Os restos mortais dos mártires foram aí encontrados e posteriormente levados como relíquias de veneração para diferentes igrejas na Itália e na Alemanha.

Porém estes mártires ficaram conhecidos e populares no próprio século III, na Europa e em outros lugares, sua história sendo divulgada principalmente entre os católicos, muito em função de um Concílio realizado nos anos 268-270, quando Cláudio era imperador e a perseguição aos cristãos foi bastante reduzida. (Como curiosidade, o nome “Mário” tornou-se muito comum e largamente adotado a partir destes acontecimentos).

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
São Mário é considerado um santo da família, uma vez que a manteve unida sob a Fé mesmo diante da perseguição e da morte de todos os seus membros, algo que nos recorda a firmeza e coragem de toda uma família no Antigo Testamento (cf. 2Mc 7). Sim, desde o princípio, Deus dispôs que a família vivesse e crescesse unida na Fé, e que seus membros se articulassem em conjunto no caminhar para Deus, sob a direção de um chefe – como o Corpo Místico de Cristo unido à Cabeça (cf. 1Cor 12,12-31), no qual muitos são os membros da família dos filhos de Deus, mas parte de um mesmo e só corpo que deve se mover em uníssono, em comunhão, para um mesmo fim. Cada parte do Corpo é importante, tem a sua função própria, indispensável e única para o benefício do todo, que partilha dos sofrimentos e sucessos de cada um. São Mário não é “mais” santo do que os demais mártires da sua família (ou do que o sacerdote Valentim), mas é natural que seu nome represente a todos, como legítimo chefe segundo a disposição de Deus para o matrimônio (Gn 3,16) após o Pecado Original. Contudo, quem recebe um cargo de direção é quem mais deve servir, a exemplo de Cristo que se sacrificou pela Sua Igreja (Mc 10,42-45), por isso é admirável que São Mário tenha formado tão bem a sua família na obediência e fidelidade a Deus, dando também o exemplo do martírio para eles – e para nós. O sacerdote também é um pai – “padre” significa “pai” – e neste episódio São Valentim igualmente está incluído como exemplo da integração necessária entre o pastor e o rebanho. Não parece ser simples acaso que, dentre todas as suas funções sacerdotais, a causa registrada da sua condenação, historicamente, fosse justamente a de celebrar o matrimônio como Sacramento, ou, a primeira forma de relacionamento que Deus quis para o ser humano, com Adão e Eva, no Paraíso… o destaque está também na família, unida, com membros que se apoiam, e que partilham mutuamente o ensino da Verdade de Cristo: tanto a família natural quanto a dos filhos de Deus precisa ter membros solidamente formados e participando da mesma vida, do mesmo alimento eucarístico, para que uns ajudando os outros cheguem todos à felicidade completa. O valor intrínseco, transcendental e infinito da família formada sob o matrimônio católico é tão fundamental que sobre ela, especificamente, estão voltados os esforços do mundanismo atual, que a quer destruir através de variadas ideologias de libertinagem, independência, autossuficiência (sob o nome de “liberdade”). Por isso devemos seguir o exemplo da Sagrada Família e dele dar testemunho, como forma concreta de fazer o bem.

Oração:

Senhor, Pai Santo, que nos criastes por infinito amor e nos destes a dignidade de Vossos filhos, algo que nem aos anjos concedestes: pela intercessão de São Mário e companheiros mártires, dai-nos as graças necessárias para Vos sermos fiéis formando e apoiando uns aos outros, na Igreja doméstica da nossa família em comunhão com Vosso Corpo Místico, enterrando o pecado na vivência das virtudes, para que a nossa peregrinação em direção ao destino dos Apóstolos Vos seja agradável e obra de misericórdia para os irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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07 de Janeiro

07 de Janeiro -São Raimundo de Peñafort

Raimundo, nascido em Barcelona, em 1175, era aparentado com os reis de Espanha. Muito inteligente e de grande valor moral, concluiu seus estudos humanísticos na sua cidade e depois foi enviado a Bolonha, na época o maior centro de cultura jurídica da Itália e da Europa. Doutorando-se como jurista, a municipalidade lhe ofereceu a cátedra na mesma universidade, mas ele preferia a vida religiosa e, a convite do bispo de Barcelona, em 1220 tornou-se cônego da catedral e vigário-geral da diocese.

Era amigo de São Pedro Nolasco, e com este redigiu as constituições da Ordem das Mercês (Mercedários), dedicada à libertação dos escravos cristãos sob os muçulmanos. Aos 45 anos entrou para a Ordem Dominicana; foi chamado a Roma pelo Papa Gregório IX, para coordenar e codificar a legislação eclesiástica, os “Decretais de Gregório IX”. Escreveu também um tratado sobre moral, o mais utilizado pelos confessores durante a baixa Idade Média. O Papa quis fazê-lo arcebispo, mas Raimundo recusou, preferindo a vida humilde e de estudo. Por este motivo abandonou igualmente o cargo de superior geral dos dominicanos (de 1238 a 1240), voltando a Barcelona como simples frade.

Já idoso, criou escolas que ensinassem hebraico e árabe, para auxílio dos missionários. Amigo de São Tomás de Aquino, pôde ajudá-lo com o seu conhecimento de línguas orientais, e pediu ao ele que escrevesse a “Summa contra Gentiles” (“Suma contra os Gentios”), obra apologética de apoio aos missionários no mundo muçulmano.

Mesmo tendo renunciado a todos os cargos, Raimundo permaneceu como capelão e penitenciário do Papa, deste modo contribuindo para resolver graves problemas da Igreja e dando conselhos a reis e bispos. Faleceu com 95 anos, em 6 de janeiro, festa da Epifania, motivo pelo qual a sua memória foi transferida para o dia 7.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CssR; revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Amor a Deus, preparação pessoal e zelo pelo próximo foram marcas registradas da vida de São Raimundo de Peñafort. Estes três elementos juntos são certamente a base de uma vida cristã digna e frutuosa. Exemplo perene para os batizados de todas as épocas.

Oração:
Senhor, que destes a São Raimundo de Peñafort a virtude de uma admirável misericórdia para com os pecadores e os prisioneiros, dignai-Vos, por sua intercessão, quebrar as cadeias dos nossos pecados para podermos cumprir livremente a Vossa vontade. Por Cristo Nosso Senhor e Maria Santíssima. Amém.
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06 de Janeiro

06 de Janeiro – São Carlo de Sezze  –

Giancarlo Marchioni nasceu em Sezze Romano, região de Lázio, Itália, em outubro de 1613. Sua avó materna lhe ensinou práticas devotas e outros valores religiosos na infância. Algumas fontes indicam que seus pais eram ricos, outros que eram pobres, mas de toda a forma moravam no campo, e ele trabalhava na fazenda. Seus familiares tinham outros planos para Carlo, pois queriam que ele estudasse e fizesse carreira.

Conta-se que pássaros espantaram os bois que ele dirigia no arado, e o gado precipitou-se contra ele, havendo grave risco de morte. Percebendo que iria perecer, Carlo fez uma promessa a Deus: se fosse salvo, tornar-se-ia religioso. Poupado milagrosamente, fez-se frade franciscano menor em 1635, aos 22 anos, no convento de San Francesco em Nazzano, assumindo o nome de Carlo.

Apesar da insistência familiar, não quis ser ordenado sacerdote. Viveu em vários conventos, servindo como hortelão, cozinheiro jardineiro, carregador, sacristão, porteiro; socorrendo doentes e moribundos em suas casas. Atuou também como esmoler, isto é, pedia esmolas como um mendigo, “pelo amor de Cristo”; aproveitava estas ocasiões para evangelizar.

Contudo, a graça de Deus deu a Carlo o dom de ouvir e aconselhar as pessoas. A ele, encarregado dos serviços mais humildes, padres, leigos, religiosos e religiosas procuravam para orientação. Com muita frequência era enviado para outras cidades para aconselhar bispos e cardeais. O Papa Clemente IX diretamente lhe pediu para verificar a fama de pureza de uma madre na cidade de Perúgia. Ele também era muito estimado em toda a região do Lácio, e famílias nobres dali, e depois de Roma, o elogiavam e buscavam seu conselho, assim como os Papas Inocêncio X, Clemente IX e Alexandre VII.

Muitas pessoas lhe pediam que redigisse indicações de como orar melhor e crescer em santidade, e ele publicou um folhetim que lhe causou diversas dificuldades, pelo que quase foi expulso da comunidade.

Por fim os superiores se convenceram da sua sinceridade e pureza e lhe permitiram continuar escrevendo; sua autobiografia originou o livro “As Grandezas das Misericórdias de Deus”. Apesar da pouca instrução, escrevia profundas páginas espirituais, com gramática fraca porém suficiente. Como “escritor sem letras”, como se chamava, publicou várias obras, por exemplo “As três vias”, “Os discursos sobre a vida de Jesus”, “A conversa de Jesus Cristo sobre a Vida”.

Em outubro de 1648, enquanto orava na igreja de San Giuseppe a Capo le Case, o seu coração foi traspassado por um dardo de luz vindo da Sagrada Hóstia, marcando-o com uma chaga. Deus concedeu-lhe outros dons extraordinários: visões (do Papa Victor e Santa Teresa de Ávila) e revelações (as eleições papais de Inocêncio X e Alexandre VII Clemente IX, por exemplo), conhecimento das verdades teológicas e ascéticas, e um amor ardente.

Em 22 de agosto de 1664, doente, foi levado para San Francesco a Ripa para se recuperar. Aí passou seus últimos anos. O Papa Clemente IX o chamou no seu próprio leito de morte, pedinho-lhe a bênção, não muito antes de os dois morrerem. Faleceu em 6 de janeiro de 1670, no Convento de São Francisco em Roma. Descobriu-se então no seu peito uma marca, considerada sobrenatural por uma comissão médica: tratava-se do “raio de luz” que o havia atingido em 1648, durante êxtase profundo com Deus.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A vida de São Carlo é um daqueles ótimos exemplos de como Deus favorece de muitas formas os humildes de coração, que podem ser ricos ou pobres materialmente, mas que se destacam particularmente quando também são pobres de bens terrenos. Imitando São Francisco (que igualmente nem sacerdote foi), Carlo buscou apenas amar a Deus e serví-Lo nas coisas mais simples e escondidas, valorizando a oração, a Eucaristia, a Virgem Maria. A pureza das suas intenções o levou a receber alta sabedoria, e de um homem pouco instruído Deus fez um escritor profundo, um conselheiro do clero, dos nobres, do povo, e um místico marcado com Sua chaga.

Oração:
Senhor Deus Todo-Poderoso, por Vossa infinita misericórdia e pela intercessão de São Carlo de Sezze, dai-nos a graças da verdadeira e salvadora humildade, para que nunca nos esqueçamos de que para Vos seguir basta, e só importa, o amor de caridade que serve ao próximo, em qualquer atividade e circunstância. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora, que só fizeram servir a Vós e a nós. Amém
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04 de Janeiro

Ângela nasceu em Foligno, Itália, em 1248, e levou uma vida comum, no sentido de que, como muitos, valorizava e buscava mais os atrativos terrenos, sem maiores preocupações com a sua vida espiritual. Casou-se jovem com um nobre e rico homem da cidade, tendo vários filhos, mas sem deixar de frequentar a vida fútil de festas e recreações sociais. Esta situação de conforto, vaidades, agitações e vazio interior foi modificada drasticamente quando, em breve espaço de tempo, faleceram o marido e os filhos.

Viúva e sozinha aos 40 anos de idade, começou a considerar seriamente sua existência, buscando resposta em Deus. Entendeu então a gravidade dos seus pecados e pediu auxílio a Nossa Senhora, que a conduziu a um sacerdote para fazer uma confissão geral. Depois peregrinou a Assis, ao túmulo de São Francisco, onde ocorreu sua conversão radical. Doou seus bens aos pobres e entrou para a Ordem Terceira Franciscana, fazendo os votos de pobreza e castidade, e desenvolvendo profunda devoção à Paixão e morte de Cristo.

Dele recebeu aparições e a graça de participar dos Seus sofrimentos na Cruz, bem como permitiu que ela sofresse contínuas tentações à castidade, contra a misericórdia de Deus e contra o valor das suas obras de penitência, por causa da vida leviana e pecaminosa de antes. Esta titânica batalha, Ângela a venceu com a oração e a Eucaristia, como ela mesma relata na sua autobiografia.

As experiências místicas e as revelações de Deus para ela foram relatadas pelo seu diretor espiritual num livro, “Experiências Espirituais, Revelações e Consolações da Bem-Aventurada Ângela de Foligno”, o qual, utilizado com proveito na formação espiritual, mereceu para Ângela o título de “Mestra dos Teólogos”.

 Faleceu em 1309 e foi sepultada na igreja de São Francisco em Foligno.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Maravilhosos são os caminhos de Deus, sempre atento à salvação das almas, o bem maior dos Seus filhos. De situações difíceis e mesmo trágicas, pode Ele transformar nossas vidas em caminhos de paz e realização verdadeiras. “Tudo contribui para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28), como ensina São Paulo; mas também é necessário que nos disponhamos a buscá-Lo. Santa Ângela procurou em Deus a resposta para as crises que surgiram na sua vida, e foi presenteada com a elevação de uma pessoa mundana a grande mística e exemplo da Igreja. Nunca devemos desesperar diante das dificuldades ou desgraças aparentes deste mundo (a única desgraça verdadeira é o pecado que afasta de Deus), pois só o Pai sabe o que é de fato bom para cada um dos Seus filhos, e por qual caminho concreto precisamos chegar ao Paraíso: a paz da alma unida a Cristo é a única felicidade verdadeira, nesta vida e na futura.

Oração:

Pai de amor e bondade infinitas, dai-nos a graça de jamais desesperarmos diante dos desafios desta vida, e, pela intercessão e exemplo de Santa Ângela de Foligno, buscarmos e confiarmos sem cessar na Vossa Providência, que nunca nos desampara e sempre nos leva a vencer as provações, para chegarmos com certeza à felicidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e por Santa Maria. Amém.

 
 
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05 de Janeiro

05 de Janeiro – São João Nepomuceno Neumann,

Origens 

São João Nepomuceno Neumann, natural de Boêmia, nasceu em 23 de março de 1811. Ingressou no seminário no ano de 1831, e, ao ser despertado para o chamado à vida sacerdotal, fez toda a sua formação, mas foi acolhido nos Estados Unidos, em Nova York, pelo Bispo Dom João. Ali, foi ordenado. 

Padre Redentorista
Como padre, buscou ser fiel à vontade do Senhor. São João pertenceu à congregação dos padres redentoristas e, ao exercer vários cargos, sempre foi marcado pelo serviço de humildade, de ser servo de Deus e servir ao Senhor por amor aos irmãos.

Ministério Episcopal
O Espírito Santo pôde contar com ele também para o episcopado, sendo um dos sucessores dos apóstolos. Como bispo, participou em cerca de oitenta igrejas e cerca de cem colégios; até a própria Sé, na Filadélfia, foi construída por meio do seu serviço, do seu ministério episcopal.

São João Nepomuceno Neumann: pioneiro das escolas paroquiais americanas

Um modelo
São João Nepomuceno Neumann é modelo de pastor e defensor da liberdade que salva e liberta; uma imagem, um reflexo do Bom Pastor. Gastou toda a sua vida pelo Senhor, pela Igreja e pelo povo de Deus. Zelou pelo anúncio do Evangelho e manteve um amor ardente pela Igreja e pelos necessitados.

Páscoa
Em 5 de janeiro de 1860, morreu em Filadélfia, Estados Unidos, onde ficou carinhosamente conhecido pelo povo como “bispinho”. 

Via de Santificação
Foi beatificado por Paulo VI em 1963. Em 17 de junho de 1977, a fim de participarem de sua glorificação, 30 mil pessoas atravessaram o Oceano. Sua canonização foi realizada pelo mesmo Papa que realizou a beatificação. A cerimônia foi transmitida para o mundo todo. São João Nepomuceno ficou reconhecido como pioneiro das escolas paroquiais americanas.

Minha oração

Ao Bispo da América, rogamos por todos que moram lá. Zelai pelos brasileiros que ali moram dando a eles a graça que precisam. E para a Igreja desse país, concedei o mesmo ardor missionário e evangelização, a perpetuação do catolicismo e expansão. Amém.”

São João Nepomuceno Neumann, rogai por nós!
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