20 de Fevereiro

20 de Fevereiro – Santos Francisco e Jacinta Marto  – 
Francisco e Jacinta Marto, dois irmãos portugueses nascidos no início do século XX, tornaram-se figuras proeminentes na história da Igreja Católica. Juntamente com sua prima Lúcia dos Santos, foram testemunhas das aparições de Nossa Senhora de Fátima em 1917. Essas aparições, ocorridas em Cova da Iria, marcaram o início de uma jornada espiritual extraordinária para os irmãos Marto.

Infância e Chamado Divino

Francisco nasceu em 1908 e Jacinta em 1910, em Aljustrel, Portugal. A partir de 1916, eles começaram a experienciar aparições angelicais que os prepararam para o encontro com Nossa Senhora.

Em 1917, a Virgem Maria apareceu a eles seis vezes, transmitindo mensagens de oração, penitência e a revelação de segredos. Francisco, conhecido por sua devoção e contemplação, buscava aprofundar sua conexão com Deus, enquanto Jacinta, com sua sensibilidade e amor ao próximo, dedicava-se à oração pelos pecadores.

Sofrimento e Santidade

Ambos os irmãos enfrentaram intensos sofrimentos físicos durante a pandemia de gripe espanhola em 1918. Francisco e Jacinta ofereceram suas dores em união com os ensinamentos da Virgem Maria, abraçando o sofrimento como um caminho para a conversão.

Francisco faleceu em 1919, enquanto Jacinta, que viveu um pouco mais, partiu para a eternidade em 1920. Seus corpos repousam agora na Basílica de Fátima.

Canonização e Legado Espiritual

O Papa Francisco canonizou Francisco e Jacinta Marto em 2017, reconhecendo suas vidas como exemplos de santidade para os fiéis. Seu legado espiritual é marcado pela simplicidade, pureza e entrega total a Deus.

Os Santos Marto são um farol de esperança, inspirando muitos a abraçar a fé com a mesma intensidade e devoção que eles demonstraram em suas vidas, curtas, mas profundamente significativas.

Reflexão:
A espiritualidade dos Santos Francisco e Jacinta Marto destaca-se pela simplicidade, pureza de coração e uma entrega total a Deus. Sua disposição em acolher as mensagens celestiais e viver segundo os princípios da oração, penitência e amor ao próximo serve como um modelo inspirador para os cristãos. Eles nos lembram que a santidade está ao alcance de todos, independentemente da idade, e que a resposta ao chamado divino requer uma entrega confiante e amorosa.

Oração:
Ó Deus, que destes a Francisco e Jacinta Marto a graça de vos amar sob a inspiração de Nossa Senhora de Fátima, concedei-nos a graça de seguir o seu exemplo de humildade, pureza de coração e total confiança em Vós. Que possamos, assim como eles, buscar a santidade em nossas vidas diárias, cumprindo vossa vontade com alegria e devoção. Por intercessão dos Santos Francisco e Jacinta, pedimos que nos concedais as graças necessárias para vivermos uma vida conforme vosso divino querer. Amém.
https://www.a12.com/



Ler +

23 de Fevereiro

23 de Fevereiro – São Policarpo  –  

Policarpo nasceu em 69, em local não indicado, de pais cristãos. Santo Ireneu, seu discípulo do século II, escreveu sobre ele, esclarecendo que Policarpo conviveu diretamente com alguns dos Doze Apóstolos, especialmente São João: “Poderia reproduzir o que nos contava do seu trato com São João Apóstolo e os demais que tinham visto o Senhor e como repetia suas mesmas palavras…”.

Por testemunhar pela vida e pelos escritos a Fé recebida diretamente dos Doze, Policarpo, junto a São Clemente Romano, Santo Inácio de Antioquia e São Pápias são chamados de “Padres Apostólicos”, e foram o elo entre a Igreja primitiva e a Igreja do mundo greco-romano, na passagem do primeiro para o segundo século. Imensa importância têm estes Padres, pois na sua época havia inúmeras interpretações sobre o que Jesus havia feito e dito; assim puderam esclarecer e autenticar com autoridade a verdadeira mensagem dos Apóstolos.

São Policarpo foi sagrado bispo de Esmirna pelo próprio São João Evangelista. Por suas muitas qualidades era estimado e respeitado em todo o Oriente. Em 107 Policarpo acolhe em Esmirna Santo Inácio de Antioquia, de passagem e sob escolta, indo a Roma para ser julgado. Escreveu muitas cartas, mas somente uma, endereçada aos Filipenses em 110, foi preservada. Nela exalta a fé em Jesus Cristo, a qual precisa ser confirmada no trabalho árduo, diário e no dia a dia dos cristãos, incutindo em cada um a lembrança de suas obrigações particulares. Ela também cita trechos da Carta de São Paulo aos Filipenses e os Santos Evangelhos, além de repetir as muitas e preciosas informações que ele próprio recebera diretamente dos Apóstolos, especialmente de São João Evangelista. São Policarpo parece ter sido um dos que compilaram, editaram e publicaram o Novo Testamento.

Por volta do final de 154, Policarpo vai a Roma como representante dos cristãos da Ásia Menor, para tratar com o Papa Aniceto sobre diversas questões, mas principalmente sobre a data da Páscoa, que nas Igrejas Orientais era celebrada no dia 14 do mês judaico de Nisan, enquanto que, na capital do Império, no domingo seguinte. Não se chega a um acordo, mas eles celebraram juntos a Eucaristia, mostrando que uma mera questão disciplinar não devia desunir a Igreja.

 Marcião, numa carta que os fiéis de Esmirna enviaram para a cidade de Filomélio na Frígia (atual Turquia) em 23 de fevereiro de 156, e conhecida como Martyrium Polycarpi, descreve o martírio de São Policarpo em 155. É considerada como uma dos mais antigos relatos genuínos de martírios cristãos, e um dos poucos relatos sobreviventes compostos na época das perseguições. Também é a primeira obra que define como mártir aquele que morre pela Fé. Policarpo, já com 86 anos, diante da perseguição do Imperador Antonino Pio, havia se ocultado, mas foi delatado e preso. Diante do pró-cônsul que o instigava a renegar a Fé, resistiu e foi condenado à fogueira. Subiu espontaneamente os degraus que a ela levavam, mas o fogo não lhe fez mal algum, sendo então morto à espada. Ele é o padroeiro dos que sofrem queimaduras.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
São Policarpo de fato vivenciou o significado do seu próprio nome (poli = muitos; carpo = fruto – muitos frutos), pois, permanecendo unido à Videira, que é Cristo, através da ortodoxia da Doutrina recebida diretamente pela Tradição dos Apóstolos, por suas obras, testemunhos e martírio muito enriqueceu a Igreja. Os nossos nomes pessoais também estão inscritos no Coração do Pai com o de Cristo, o único Nome pelo Qual podemos ser salvos (Jesus = Deus salva, Cristo = ungido; é Aquele que Deus ungiu para nos salvar, cf. Catecismo da Igreja Católica nos 430-440). Se permanecermos fiéis ao que ensina o Espírito Santo na Igreja, a qual Ele mantém na Verdade como prometido em Pentecostes (cf. Jo 16,13-14; CIC nos76-83 e 767), daremos os mesmos frutos. É preciso crer de fato no Evangelho, para podermos vivê-lo, dar a vida por Ele. Isto significa normalmente o pequeno martírio diário de cumprir com amor e zelo nossas obrigações normais, na paciência com os irmãos, no arrependimento sincero dos nossos pecados, no serviço aos necessitados de corpo e espírito.

Oração:
Senhor Deus da Verdade, que não pode nunca enganar, por intercessão de Vosso servo São Policarpo concedei-nos a firmeza da Fé que recebemos legitimante dos Apóstolos pela Igreja, iluminada infalivelmente pelo Espírito Santo, para caminharmos espontaneamente ao chamado do Fogo do Vosso amor – e, na certeza do que cremos, praticarmos corajosamente a caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
https://www.a12.com/





Ler +

22 de Fevereiro

22 de Fevereiro – Santa Margarida de Cortona  – 

Margarida nasceu em Alviano, Itália, ano de 1247. Aos oito anos ficou órfã de mãe, que lhe havia ensinado rudimentos da Fé, e a desorientação do pai e da madrasta na sua educação, com más influências, a levaram às tentações chamativas mas sem sentido do mundo. Aos 16 de idade, bela, atraente, jovial e expansiva, deixou a casa para juntar-se ilicitamente com um jovem.

Assim viveu nove anos, quando seu companheiro, viajando a negócios, foi assaltado e morto. Seu corpo, ao ser finalmente encontrado, já estava em adiantado estado de decomposição. Diante da realidade da putrefação física, Margarida, abalada, passou a considerar a finitude e fugacidade da vida material, a insegurança e instabilidade dos amores e garantias terrenos, a futilidade e vazio das vaidades em que vivia. A semente de religiosidade cristã que a mãe plantara na sua primeira infância então desabrochou.

Seguindo um impulso interior, foi para a cidade vizinha de Cortona, buscando o convento franciscano para confissão e orientação espiritual. Recebeu entre lágrimas o perdão dos pecados, e pediu para ser admitida, como penitente, na Ordem Terceira franciscana. Foi aceita, mas somente depois de dar provas de constância nestes bons propósitos: a Igreja procura ser prudente para não deixar que apenas fortes emoções sejam motivo para que se assumam responsabilidades, sem as verdadeiras condições de cumpri-las. Assim, aceitou viver três anos num regime de retiro e penitência.

Só se alimentava de pão e água, disciplinava e mortificava o corpo diariamente, passava grande parte da noite em oração, dormia no chão e tinha por travesseiro uma pedra. Entrando para a Ordem Terceira, continuou levando uma vida de austeras penitências e constante oração. Aceitava com humildade e paciência os sofrimentos que Deus lhe permitia padecer, e a meditação da Paixão e Morte de Cristo nela despertou o desejo de penas cada vez maiores, com Ele e por Ele. Teve muitas tribulações interiores, vencidas pela orientação espirital do seu confessor, orações perseverantes e firme confiança na misericórdia divina.

 Sua vida espiritual foi se fortalecendo cada vez mais, a par com a sua purificação pelos sofrimentos e penitências. Faleceu em 1297, e seu corpo se conserva milagrosamente intacto.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Nem todos os que sofrem, na infância e juventude, com as más orientações que afastam de Deus têm a felicidade de uma conversão tão grande como a de Santa Margarida; mas todos os que, principalmente na infância, recebem as bases do amor a Deus podem, em qualquer fase da vida, desenvolvê-la… donde se evidencia a importância primordial na boa formação religiosa das crianças, e no perigo e monstruosidade de negligenciar a espiritualidade na educação. Sinal do quão foi agradável a Deus a vida de arrependimento de Santa Margarida é a incorruptibilidade do seu corpo. Ele está milagrosamente intacto: mas também no sentido de que, intactos do pecado, a alma e o corpo serão perfeitos no Céu; Margarida não sofreu a decomposição do corpo nem a putrefação da alma, por causa do seu zelo no arrependimento, nas penitências, nas orações e na confiança na misericórdia de Deus. Sempre podemos e devemos sinceramente nos arrepender dos pecados, pois somos imperfeitos, mas nunca deixará de nos acolher a misericórdia amorosa de Deus.

Oração:
Pai de amor, cuja bondade quer sempre nos perdoar, dai-nos a graça da sincera e perseverante conversão ao longo de toda a vida, por intercessão de Santa Margarida de Cortona, para que o pranto pelos nossos pecados na Terra sejam transformados na alegria infinita do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
https://www.a12.com/

Ler +

21 de Fevereiro

21 de Fevereiro – São Pedro Damião  –
Pedro nasceu em Ravena, Itália, por volta de 1007, e era o último de sete filhos. Sofreu muito na infância, com a orfandade e maus tratos de alguns irmãos. Finalmente sob os cuidados do irmão primogênito, Damião, arcipreste em Ravena, recebeu cuidados e condições de estudar.

Como agradecimento, Pedro acrescentou o nome do irmão ao seu. Aos 21 anos, entrou para a Congregação dos Camaldulenses, fundada por São Romualdo. Buscou a vida de contemplação e solidão no convento de Fonte Avellana, nos confins da Úmbria. Em breve tornou-se diretor espiritual daquele grupo de eremitas, e sua fama difundiu-se rapidamente, sendo convidado como docente de Teologia e Direito Canônico em outros mosteiros. Em 1043 foi nomeado prior de Fonte Avellana, cargo que ocupou até o fim da vida.

Além do espírito contemplativo, Pedro também era muito rigoroso na ascese pessoal, e modificou para maior severidade a disciplina do clero e de mosteiros, muitos fundados por ele e seguindo com certas variações a reforma camaldulense.

É um dos grandes reformadores da vida monástica do século XI, junto a São Nilo, São Romualdo, etc. Desejava devolver o sentido da consagração total a Deus na vida religiosa, pela austeridade na solidão e penitência.

Mas a partir de 1046 a fama da sua santidade, sua cultura e prestígio na Itália e no Império chamaram a atenção de mais altas autoridades eclesiásticas, até que em 1057 foi feito Bispo e Cardeal de Óstia, próximo a Roma, e administrador da diocese de Gubio. O Papa Estêvão IX queria a sua ajuda para reformar o clero, pois na época a Igreja sofria com dois grandes males: a simonia, ou seja, a compra de cargos eclesiásticos com dinheiro ou favores temporais, um abuso imoral, que também colocava a hierarquia da Igreja sob o controle e arbítrio de pessoas sem qualquer vocação, espírito, competência, obediência ou escrúpulo religioso; e o nicolismo, quer dizer, a inobservância do celibato.

Efetivamente, São Pedro Damião auxiliou sete Papas, de Gregório VI (1045-1046) a Gregório VII (1073-1085), atuando através de vários escritos, como Legado Papal em delicadas missões, e como Bispo e Cardeal. Em todo este período combateu a simonia e o nicolismo; bispos corruptos; dois antipapas (Bento X que se opôs ao Papa Nicolau II e Honório II que se opôs ao Papa Alexandre II); a prepotência do arcebispo local sobre os monges da famosa abadia beneditina de Cluny na França; impediu o divórcio do rei Henrique IV do Sacro Império Romano-Germânico da sua virtuosa esposa Berta; combateu as investiduras (nomeação de bispos e abades), ilegais, do imperador Henrique IV da Alemanha; e reconciliou a população excomungada de Ravena, por ter apoiado o antipapa Honório II.

Além destes trabalhos, escreveu muitas obras, incluindo vários tratados (67 sobreviveram), cartas, sermões, preces, hinos e textos litúrgicos, pelo que foi proclamado Doutor da Igreja.

 Voltando da sua missão de reconciliação em Ravena, Pedro adoeceu perto de Faenza, e faleceu no mosteiro beneditino de Santa Maria em 21 de fevereiro de 1072.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A atividade de São Pedro Damião é impressionante, particularmente para quem tinha um espírito contemplativo e buscava preferencialmente a solidão. Mas uma parte da sua grandeza é justamente, por obediência, ter sabido abrir mão das suas preferências pessoais para servir à necessária reforma de que a Igreja carecia na época. Entre várias das suas missões, quando era possível, voltava ao convento de Fonte Avellana, e sem dúvida, nestas ocasiões, podia alimentar a alma com o silêncio e a meditação. Exemplo de que, por maiores e mais intensas que sejam nossas obrigações, só as podemos realizar bem buscando sempre o tempo necessário para estar na intimidade com Deus através da oração. Ação sem contemplação leva ao ativismo raso, que breve sofre as consequências da falta de direção a Deus, e tende necessariamente a se esvaziar de sentido e conteúdo, desvirtuando-se e levando ao cansaço, frustração e confusão. Nos piores casos, acaba afastando de Deus.

Oração:
Deus Pai, que buscais a nossa companhia com infinito amor, concedei-nos por São Pedro Damião o desejo sincero de estar sempre Convosco, e a partir desta convivência não poupar esforços para servir à Igreja, Vosso mesmo Corpo Místico, em tudo o que for necessário, começando pelo empenho da busca da nossa própria santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
https://www.a12.com/

Ler +

19 de Fevereiro

19 de Fevereiro – São Conrado de Placência  –

São Conrado era casado e vivia na cidadcalização: Itáliae de Placência, na Itália. Certo dia em que estava caçando lebres e faisões, causou um incêndio acidental que provocou grandes danos. Em seguida, ele fugiu para escapar da justiça. Ao saber que um inocente fora condenado em seu lugar, apresentou-se, confessou sua responsabilidade e ofereceu todos os seus bens para indenizar os prejuízos. Este gesto fez Conrado gastar todo seu dinheiro e ele acabou ficando pobre.

Mas ninguém conhece os caminhos do Senhor. O caçador incendiário ingressou num Convento, na Ordem Terceira de São Francisco, abandonando a esposa, que também retirou-se para um mosteiro. Apesar destes gestos bruscos, Conrado era muito bom e piedoso.

Em 1343, chegou a Siracusa e estabeleceu-se na cidade de Noto. Escolheu como habitação uma cela ao lado da igreja do Crucifixo. A fama de sua santidade foi aumentando e comprometia a paz e o silêncio de que tanto gostava. Quando percebeu que as muitas visitas perturbavam sua vida de oração, frei Conrado levantou acampamento e foi humildemente para uma solitária gruta dos Pizzoni, que foi depois chamada de gruta de são Conrado.

Morreu a 19 de fevereiro de 1351. Frei Conrado foi sepultado entre as esplêndidas igrejas de Noto. Viveu 40 anos na oração e na penitência.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:
São Conrado foi um homem decidido e profundamente marcado pelas ações radicais. Seu temperamento forte levou-o a abandonar a família, os bens e sua terra natal, para dedicar-se à oração e a contemplação dos mistérios de Deus. Tornou-se um místico. O exemplo de são Conrado convida-nos a buscar Deus de todas as maneiras. O desapego das coisas passageiras facilita o diálogo com o Pai e abre nosso coração para a caridade fraterna com o próximo.

Oração:
Meu querido Pai, celebrando hoje a memória de São Conrado, permita-nos seguir seu exemplo e buscar Deus em todos os momentos da vida. Que nossa vida seja cercada de oração e de ações amorosas em favor do próximo, sobretudo os mais abandonados. Isso pedimos por Cristo, nosso Senhor. Amém.
https://www.a12.com/

Ler +

18 de Fevereiro

18 de Fevereiro –São Simeão  – 
São Simeão foi bispo de Jerusalém. Filho de Cleófas, São Simeão era primo de Jesus. Ele foi um dos primeiros apóstolos, tendo inclusive recebido o Espírito Santo no dia de Pentecostes.

Depois do assassinato de São Tiago, o menor, pelos judeus, os apóstolos e discípulos se reuniram para escolher seu sucessor na sede de Jerusalém. O escolhido foi Simeão. No ano 66 começou na Palestina a guerra civil em consequência da oposição dos judeus aos romanos e parece que os cristãos de Jerusalém receberam do céu o aviso de que a cidade seria destruída e que deviam sair dela sem demora, refugiando-se com o santo na cidade de Péla.

Depois da tomada e destruição de Jerusalém, os cristãos voltaram e se estabeleceram nas ruínas. Simeão voltou e recomeçou com os fiéis a reconstrução das casas. Houve muitas conversões, pois o acontecimento fez muita gente refletir sobre a mensagem evangélica. Numerosos judeus converteram-se ao cristianismo devido aos milagres feitos pelos santos. Os imperadores Vespasiano e Domiciano mandaram matar todos os membros descendentes de Davi, mas Simeão conseguiu escapar.

Contudo, durante a perseguição do Imperador Trajano, foi denunciado às autoridades, torturado, crucificado e morto. Simeão recebeu ordem de prisão e intimação de prestar homenagem aos deuses. O santo negou-se corajosamente a trair aquele que era seu único Mestre e Senhor. No meio da cruel flagelação, Simeão louvou e bendisse o nome de Deus e de Jesus Cristo. Do alto da cruz, ainda confessou o nome do divino Mestre, rezou pelos inimigos e entregou o espírito nas mãos de Deus. Morreu com 120 anos, depois de ter governado durante 43 anos a Igreja. Sua simplicidade e a fidelidade uniu os cristãos em torno do Evangelho de Jesus.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:
Histórias de amor ao Cristo são comuns no início da Igreja. São Simeão, já na velhice, conservou sua fidelidade ao seu Mestre Jesus e entregou sua vida por amor a Igreja. Ele era membro da primeira geração de cristãos, conheceu Jesus e aprendeu dele a virtude da caridade e da fidelidade. Hoje somos convidados a reafirmar nossa profissão de fé em Jesus Cristo. Que nossa vida, na juventude e na velhice, seja sempre uma testemunha da Ressurreição.
Oração:
Querido Pai, Deus Uno e Trino, pela intercessão do bispo São Simeão, conserve em nós a fidelidade ao projeto de amor aos mais abandonados e sofredores e que o testemunho deste apóstolo seja alimento de nossa fidelidade ao evangelho. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
https://www.a12.com/





Ler +

17 de Fevereiro

17 de Fevereiro – Os sete fundadores da Ordem dos Servitas   –

Nos séculos XII e XIII, desenvolveram-se na Europa “comunas” de adeptos das artes liberais, nas quais o gosto pelos prazeres, luxo, ganância e domínio inevitavelmente cresceu, gerando conflitos e contrastando com os valores cristãos então vigentes na sociedade. A reação de muitos leigos foi unirem-se em confrarias de penitência ou movimentos propondo uma vivência radical do Evangelho, como por exemplo os Humilhados, os Valdenses, os Pobres Lombardos, mas principalmente as iniciativas de São Francisco de Assis e São Domingos de Gusmão.

Na Itália, em Florença, surgiram os Laudesi, que se encontravam para, diante de uma imagem de Nossa Senhora, rezar e a Ela cantar louvores. Dentre os participantes havia os que mais seriamente queriam se comprometer com uma renovação da vida cristã, através de obras de caridade e de penitência. Sete amigos das mais aristocráticas e tradicionais famílias florentinas, da confraria chamada Associação-mor de Santa Maria, decidiram por este caminho: Amadeo degli Amidei, Manetto dell’Antella, Giovanni Buonagiunta, Alessio Falconieri, Buonfiglio Monaldi, Gherardion Sostegni e Ricovero dei Ugoccioni.

Eram todos prósperos comerciantes de lã, mas deixaram os negócios e venderam todos os seus bens, deixando o suficiente para suas famílias e distribuindo o resto aos pobres. Em seguida mudaram-se para uma casa abandonada na periferia da cidade, mais tarde conhecida como Santa Maria de Caffagio. Ali viviam em perfeita comunhão, numa vida austera dedicada à oração, contemplação, penitência, mendicância e obras de caridade junto aos pobres e doentes.

O bispo de Florença abençoou a iniciativa e solicitou que o governo municipal respeitasse a atuação daqueles “homens de paz”, um testemunho fundamental: a situação social era de guerras, e intrigas entre os guelfos, partidários do Papa, e os gibelinos, partidários do Império Germânico.

Nesta casa, logo acorreram muitas pessoas, animadas com o seu exemplo. Nasceu assim a Ordem dos Servos de Maria, ou Servitas, com hábito negro em sinal de luto, em devoção à Nossa Senhora das Dores ao pé da Cruz. Procurando uma situação mais solitária e contemplativa, eles se mudaram em 1245 para o Monte Senário, numa casa rústica com um oratório dedicado a Maria. Mas mesmo a 18 quilômetros da cidade, as visitas continuavam, e muitos queriam participar da comunidade (dentre eles o futuro São Filipe Benício, que viria a ser o grande defensor, organizador e propagador da Ordem).

A partir de então, novos conventos foram sendo criados. Dos sete fundadores, apenas Alessio não foi ordenado sacerdote; foi também o último a falecer, com 110 anos. Foram canonizados juntos, como se fossem um só, algo único na História da Igreja. Suas cinzas estão na mesma urna em Senário.

 Em 1267, São Filipe Benício, então Prior Geral, reformulou os Estatutos da Ordem, transformando-a em ordem mendicante. Junto com Santa Juliana Falconieri, sobrinha de Alessio, criou a Ordem Terceira da Congregação dos Servitas.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
O que mais imediatamente chama a atenção nos santos fundadores dos Servitas é a sua profunda amizade, enraizada no Evangelho e na devoção a Maria. Sem dúvida a amizade é um dom de Deus, e os Sete quiseram demonstrá-lo cabalmente com o seu exemplo de vida. Esta perfeita amizade é bem expressa pelo número sete, que na Bíblia indica perfeição… Mas o seu legado vai muito além: demonstra como a verdadeira mentalidade católica torna possível que comerciantes ricos tornem-se mendicantes, por não se apegarem às riquezas materiais, e valorizarem corretamente o tesouro da caridade, multiplicado infinitamente no Céu; e como esta mesma mentalidade levou, numa época onde o mundo civilizado era cristão, à reação espontânea não apenas dos Sete, mas de muitos cidadãos por toda a Europa, a combater as guerras de então e o surgimento das “comunas” liberais, de estilo mundano, com o empenho na formação de grupos, confrarias e movimentos voltados para uma vivência mais radical dos ensinamentos da Igreja. Hoje também vivemos muitas guerras e a ameça de “comunas” mundanas, e também surgiram muitos movimentos católicos. Que não apenas estes movimentos, mas toda a Igreja, se dediquem a viver melhor o Evangelho, pois esta é a garantia única da boa – e possível – transformação da sociedade, a partir do revigoramento da santidade, pessoal e comunitária.

Oração:
Deus Pai, que quereis Vossos filhos numa única família de mesmo Sangue, o de Cristo, concedei-nos vivenciar a amizade que juntou os Sete Santos Fundadores dos Servitas aos pés da Cruz, com Maria; por sua intercessão, sabermos nos desapegar dos bens materiais para viver a riqueza da caridade para com os irmãos; e pelo exemplo deles reagir com os ensinamentos evangélicos às guerras, tentações, pecados e perseguições deste mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora, que no cenário do Monte Gólgota venceram as dores pelo Amor e levaram à perfeição o seguimento da Vossa vontade. Amém.
https://www.a12.com/



Ler +

16 de Fevereiro

16 de Fevereiro – Santo Onésimo  –

Onésimo era escravo de um homem rico chamado Filêmon, que habitava em Colossos, na Frígia (hoje Turquia), e que São Paulo converteu com a família ao Cristianismo. Este escravo fugiu e acabou chegando a Roma, onde São Paulo estava preso – tanto o seu coração a Cristo, quanto o seu corpo na cadeia – sendo assim também ele um escravo, mas do Senhor certo. E também em escravo de Jesus converteu a Onésimo, que passou a ser seu colaborador fiel e muito querido, ao qual confiou importantes missões.

Na carta de Paulo a Filêmon, que consta do Novo Testamento, o santo pede a liberdade do escravo, a quem, apesar de desejar consigo, não quer reter sem o seu consentimento. O imenso carinho de São Paulo por ambos é testemunhado por escrito: “Tendo embora toda a liberdade em Cristo de te ordenar o que convém, prefiro pedir por amor. Eu (…) venho suplicar-te em favor do meu filho Onésimo, que eu gerei na prisão. Outrora ele te foi inútil [este é um jogo de palavras de Paulo, pois Onésimo significa “útil”], mas doravante será muito útil a ti (…). Entretanto nada quis fazer sem o seu consentimento, para que tua boa ação não fosse como que forçada, mas espontânea. (…) Escrevo-te convencido de que atenderás ao meu pedido, e certo de que farás ainda mais do que peço.” (cf. Fm 8-21).

De fato, Filêmon recebeu e libertou Onésimo, devolvendo-o a Paulo, que, segundo a tradição da Igreja, grega e romana, sagrou-o bispo de Éfeso. Posteriormente preso, foi levado a Roma e martirizado por apedrejamento em 109.

 Os termos que São Paulo usa na carta sobre Onésimo são “meu filho”, “muito querido para mim”, “como se fosse o meu próprio coração”, “acolhe-o como a mim próprio”. O antigo escravo mereceu estes elogios, pois aceitou ser servo de Deus, independentemente da sua condição humana.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Se fortes são as súplicas de São Paulo a Filêmon, em favor de Onésimo, quão maiores são as de Cristo por nós, escravos do pecado! Mas Deus nada pode fazer por nós “sem o seu consentimento”, pois a liberdade humana pode realmente rejeitar a Salvação; é preciso que nossas boas ações, a primeira delas sendo aceitar com imensa alegria, humildade e reconhecimento a Boa Nova e as obrigações do nosso Batismo, não sejam “como que forçadas”, mas que desejemos “espontaneamente” seguir a Deus… pois assim o Pai fará por nós “muito mais do que pedimos”, isto é, nos concederá a vida infinita na Sua existência Trinitária – participaremos da intimidade da vida própria de Deus! – algo tão maravilhoso e inimaginável que “…‘O olho não viu, o ouvido não escutou, nem o coração humano imaginou’ [Is 64,4] todo o bem que Deus preparou para aqueles que O amam”, como cita o mesmo São Paulo (1Cor 2,9). Cabe ainda destacar que, na vida que Deus nos propõe, está a única base verdadeira para as relações sociais: por sermos igualmente imagem e semelhança de Deus, a dignidade de todos os seres humanos é igual, e quando humilde e espontaneamente o entendemos e aceitamos, reina o tratamento de irmãos, mesmo com as diferenças obrigatórias, necessárias, naturais e queridas por Deus (pois cada ser humano é absolutamente único, com suas próprias qualidades e limitações) que existem socialmente; sempre há de existir, por exemplo, patrões e empregados, não é possível uma “igualdade absoluta” em termos de funções, até porque as capacidades são diferentes, mas isto não significa que deva haver injustiças e abusos – e isto só é evitado pela decisão de amar ao próximo que somente o amor a Deus nos dá, e não por regimes mentirosamente “igualitários” que funcionam na prática sob a mão de ferro de pouquíssimos, que querem fazer do Estado um “deus” pagão. Onésimo e Filêmon, a partir das suas conversões, sempre foram livres, irmãos; e não por “decretos” políticos ou ideológicos.

Oração:
Ó Deus Pai, legítimo Senhor de todos os Vossos filhos, dai-nos por intermédio de Santo Onésimo a graça de como ele Vos aceitar integralmente nos nossos corações, espontaneamente martirizando o nosso amor-próprio e deixando a escravidão do pecado, para Vos sermos úteis servindo a Igreja. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
https://www.a12.com/



Ler +

15 de Fevereiro

15 de Fevereiro – Santo Jovita e São Faustino   –  

Estes dois irmãos nasceram na Lombardia. Receberam o batismo quando eram ainda pequenos e tornaram-se defensores dos valores cristãos. Faustino foi ordenado presbítero e Jovita tornou-se diácono da Igreja.

A ordenação confere aos irmãos ainda mais amor ao nome de Cristo e responsabilidade pelos outros irmãos da comunidade cristã.

A bondade de Faustino e Jovita começa a atrair muitas pessoas para ouvir as maravilhas do amor de Jesus. Muitos pagãos, atraídos pelos ensinamentos destes dois jovens, destroem seus ídolos religiosos e pedem o batismo cristão.

Entretanto, a perseguição do Império Romano chega até os irmãos Faustino e Jovita. São acusados de incitar o povo contra o Império e de não adorar o Imperador e seus deuses. Por causa deles os templos imperiais esvaziam-se e os deuses são abandonados.

Os relatos sobre estes santos nos dizem que foram convidados a adorar o deus-sol num templo romano. Conduzidos ao local da adoração com promessas de riquezas e cargos públicos, os dois irmãos puseram-se a rezar ao Deus Único e Verdadeiro.

A estátua do deus-sol, cujo brilho dourado ofuscava os olhos daqueles que a contemplavam, tornou-se escura e fria com a oração de Faustino e Jovita. Os chefes religiosos, ao tocar no ídolo, perceberam que o ouro tinha se convertido em cinzas.

Revoltados com os irmãos, os levaram para uma jaula com quatro leões. As feras, porém, pareciam cordeiros mansos diante dos jovens cristãos. Diante destes fatos miraculosos, e com medo de que a fama de santidade dos irmãos se espalhasse, o governador romano da Lombardia mandou cortar-lhes a cabeça. Era o ano de 122.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:
Ouvir o relato da vida dos santos Faustino e Jovita leva-nos a pensar sobre nossa própria vida. Estes santos foram homens de oração e de ação missionária. O ideal de vida era o amor a Jesus Cristo e por isso, eles não tiveram medo de entregar seu sangue para o fortalecimento da Igreja. Esta mesma fidelidade Deus pede de cada um de nós. Sejamos realmente missionários de Cristo, levando a mensagem do evangelho àqueles que estão mais afastados de Deus e da Igreja.

Oração:
Querido Deus, Pai de Misericórdia, dá-nos, sob a inspiração dos santos Jovita e Faustino, proclamar a fé em Jesus Cristo e colaborar na grande tarefa de transformação da humanidade. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
https://www.a12.com/

Ler +

14 de Fevereiro

14 de Fevereiro -São Cirilo e São Metódio  –
Metódio e Cirilo nasceram na Macedônia e foram irmãos unidos pelo sangue, pela fé e pela vocação apostólica. Metódio nasceu em 815 e Cirilo em 826.

Metódio, ainda jovem, foi nomeado governador da província da Macedônia Inferior, onde estavam estabelecidos os eslavos. Cirilo, também ainda jovem, foi levado a estudar em Constantinopla, capital do então Império Bizantino, onde se formou. Mais tarde, lecionou filosofia e foi diplomata junto aos árabes.

Com 38 anos, Metódio abandonou a carreira política e se tornou monge no mosteiro de Bósforo. Poucos anos depois seu irmão Cirilo também entrou para o mesmo mosteiro. A atividade missionária dos dois irmãos começou em 861, quando foram enviados numa viagem para a conversão dos povos eslavos. Foram escolhidos porque haviam aprendido a língua daquela região com imigrantes, durante a juventude.

São Cirilo criou um novo alfabeto eslavo (conhecido atualmente como o alfabeto cirílico, utilizado na Rússia e outros países próximos) e nele traduziu a Bíblia, a Missa, os rituais e ensinamentos cristãos. Isto permitiu o acesso do povo local aos conteúdos evangélicos; também a adaptação de ritos à cultura eslava foi providenciada pelos irmãos.

Contudo, na época, a Igreja utilizava oficialmente apenas os textos sagrados em Grego ou Latim, na ideia de que havia risco da unidade eclesial ser rompida se outras línguas fossem usadas. Assim, muitos religiosos ficaram contra o trabalho de Metódio e Cirilo. Os dois foram então chamados a Roma, onde receberam o apoio do Papa Adriano II, que abençoou pessoalmente os livros litúrgicos escritos em língua eslava.

 Cirilo seria ordenado bispo, mas, doente, faleceu em Roma, aos 42 anos. Metódio foi ordenado sacerdote e voltou para a missão com os títulos de “missionário apostólico eslavo” e “legado pontifício”. Em 869 foi nomeado arcebispo de Sírmio, e dez anos depois voltou a Roma para novamente defender-se dos acusadores dos seus métodos; outra vez o Papa os aprovou. Faleceu em 885. Ambos foram proclamados patronos da Europa, ao lado de São Bento, pelo Papa João Paulo II em 1980.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:
Não há dúvida de que a Igreja deve saber aproximar-se das pessoas para transmitir a Boa Nova, e neste empenho são muitas vezes necessárias adaptações para as diferentes realidades culturais que existem. Contudo, o essencial da Fé, também no diz respeito à Liturgia por exemplo, e a todos os demais conteúdos eclesiais, não pode em hipótese alguma, a título de “inculturação”, denegrir o verdadeiro conteúdo da religião católica: isto inclui, entre muitos outros aspectos, a devida reverência e respeito a Deus, na Liturgia, nos comportamentos e posturas de clérigos e fiéis, no decoro das vestimentas, etc. Se por um lado são boas e necessárias as traduções para os diferentes vernáculos, e algumas adaptações litúrgicas e rituais superficiais (de fato, há mais de 20 ritos para a Santa Missa reconhecidos pela Igreja), nem por isso pode-se desvirtuar as noções de exatidão, propriedade e reverência ao Altíssimo. Infelizmente, abusos e escândalos são atualmente frequentes no trato das coisas sacras, principalmente, talvez, na Santa Missa. Não se pode confundir o empenho de evangelizar com propostas de “a qualquer preço” tornar “popular” a Igreja: esta vive da Verdade, não de subserviência a respeitos humanos, particulares ou culturais. O Santo trabalho de Cirilo e Metódio não pode ser invocado equivocadamente como “exemplo” para tentativas iníquas de falsa inculturação pela Igreja de Cristo.

Oração:
Senhor, que dispusestes os membros da Vossa Igreja sob o comando e a vontade da sua Cabeça, que é Cristo, e que desejais esta mesma Igreja missionária, concedei-nos pelos méritos, exemplos e orações dos santos Metódio e Cirilo o correto obrar na evangelização, a começar pela pessoal, e a proteção contra os desvios nos métodos e ações da Santa Igreja, de modo que seja unificado o rebanho na Verdade, e não disperso por falsos profetas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que Convosco vive e reina, e Nossa Senhora, Mãe e Protetora do Corpo Místico que é a Igreja. Amém.
https://www.a12.com/





Ler +

13 de Fevereiro

13 de Fevereiro -Santa Catarina de Ricci –
Alexandra, da nobre família Ricci residente em Florença, Itália, nasceu em 1522, época em que se iniciava o transtorno herético de Lutero na Europa. Menina de sete anos, foi entregue à educação das irmãs beneditinas da cidade próxima de Prato, que nela despertaram o gosto pela vida monástica.

De fato, voltando para casa, manteve os costumes do mosteiro, mesmo no luxo, e, mais tarde, apesar do plano dos pais de casá-la com um distinto jovem de Florença, os convenceu a deixá-la abraçar a vida religiosa.

Entrou com muita alegria para o mosteiro dominicano de Pratos, onde, desejando imitar Santa Catarina de Sena, adotou-lhe o primeiro nome. Procurou logo crescer nas virtudes religiosas, cultivando a humildade nos trabalhos mais simples.

Com 25 anos, foi escolhida para mestra das noviças, e, posteriormente, superiora, cargo que ocupou quase ininterruptamente durante os demais 42 anos da sua vida. Nesta função, dirigia as irmãs pelo exemplo, sendo generosa, firme nas atitudes mas doce no trato, com equilíbrio e engenho.

Tomando como exemplo de vida espiritual Jesus Crucificado, desejava ardentemente partilhar os sofrimentos de Jesus no madeiro, sentindo-Lhe as dores da agonia. Recebeu assim dons místicos, de modo que, das quintas-feiras à tarde, quando começava a meditação da Paixão e Morte do Senhor, até as tardes do dia seguinte, entrava em êxtase e coparticipava das Suas dores.

A graça mística não a alienou dos compromissos da vida diária, nem a tornou vaidosa. Tornou-se conselheira espiritual de muitas pessoas, de todo o mundo, sendo consultada em assuntos teológicos e questões espirituais por sacerdotes, bispos e cardeais. Correspondeu-se também com vários Papas – Marcelo II, Clemente VIII, Leão XI, São Pio V –, São Carlos Borromeu e São Filipe Néri.

Escreveu muito sobre temas espirituais, e recomendava o domínio de si, a luta e mortificação dos sentidos para obter a paz e a alegria de espírito. Outras recomendações suas eram a devoção à sagrada Paixão e Morte de Cristo e a docilidade às inspirações de Deus, para que se pudesse então elevar a alma gradativamente, pelas provações, até o pleno abandono à vontade divina.

 Faleceu em 2 de fevereiro de 1590, e sua data litúrgica é o dia 13 deste mês.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Enquanto Lutero pregava o afastamento prático da Cruz, Deus nos dava o exemplo da felicidade em Santa Catarina de Ricci, abraçando-a. O Mistério de Cristo e da nossa salvação sempre inclui situações que parecem contraditórias: profunda alegria e grandes sofrimentos, sejam físicos e/ou morais e emocionais. A chave do paradoxo é que a Verdade, isto é, o amor a Deus e ao próximo, leva ao afastamento do que é realmente mau, o pecado, muitas vezes disfarçado nos prazeres mundanos; e une ao que é Bom – “só Deus é Bom” (cf. Mc 10,18) – ou seja, à pureza da alma e da consciência, o que nos dá a paz em Cristo. Santa Catarina de Ricci não morreu martirizada, mas ao longo da vida provou das dores de Jesus na Cruz… muito trabalhou, assumiu grandes responsabilidades, e permaneceu humilde, alegre e doce. Assumir os sofrimentos de Cristo, voluntariamente, implica em afastar os sofrimentos sem sentido e vazios deste mundo: os primeiros têm a recompensa da paz, e a garantia divina de que jamais serão superiores às nossas forças e limitações assistidas pelas graças de Deus, enquanto os segundos só trazem desespero e frustração e não têm limite quanto à desfiguração do próprio ser. O que Deus quer para nós jamais pode nos fazer mal.

Oração:
Ó Deus, que sois o único Bom e o nosso verdadeiro Bem, e que distribuis as vocações e as graças somente por amor e sabedoria infinitas, concedei-nos pela intercessão de Santa Catarina de Ricci a inteligência e a vivência de buscar apenas a Vossa vontade nesta vida, para que com ela e Convosco possamos ser infinitamente felizes na próxima, participando aqui da Cruz para podermos ter a glória da Ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que Convosco vive e reina para sempre, e Nossa Senhora, Rainha do Céu e da Terra. Amém.
https://www.a12.com/



Ler +

12 de Fevereiro

12 de Fevereiro – Santa Eulália  –
 Eulália, nascida em local próximo a Barcelona na Espanha no final do século III, foi educada cristãmente, e desde pequena, rejeitando as vaidades, gostava de se reunir com as amigas para rezar no oratório de uma propriedade rural da família.

Quis consagrar-se totalmente a Cristo, e na sua época aconteciam as ferozes perseguições do imperador Diocleciano aos cristãos. Daciano, governador na Espanha, era igualmente hostil e despótico, e aplicou os decretos imperiais na região.

Os pais de Eulália procuraram esconderijo num local distante da cidade, mas ela, pressentindo com alegria a sua plena união com Jesus através do martírio, fugiu para Barcelona e apresentou-se a Daciano, condenando-lhe a idolatria e a perseguição iníqua contra Deus e os cristãos.

Espantado com tamanha coragem, inicialmente o governador procurou adulá-la, na tentativa de convencê-la à apostasia. Sua recusa veemente o irritou: Eulália atirou longe o turíbulo com o qual pretendiam que incensasse os ídolos pagãos, declarando-se “serva de Jesus Cristo, Rei dos Reis (…). Rejeito, portanto, as vossas divindades falsas, invenções dos demônios”. Diante disso, ele a mandou torturar com ferros em brasa. Cheia de alegria, Eulália exclamou: “Agora, ó Jesus, vejo no meu corpo os traços de Vossa sagrada Paixão”. Após outros tormentos, finalmente a jogaram numa fogueira.

 Santa Eulália faleceu em 304 e é padroeira de Barcelona e da Espanha.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Para a mentalidade atual, talvez mesmo de muitos católicos, a firmeza dos primeiros mártires cristãos sugira um traço de loucura ou inconsequência. Mas ao contrário, eram eles totalmente consequentes com a sua – e nossa – Fé, e muitos não concebiam a ideia de permitir impunemente o avanço de ideias que, acertadamente, Santa Eulália definiu como “invenções de demônios”. Viver indiferente a Cristo e à Sua Salvação, num mundo materialista, ateu ou idólatra, isto sim é loucura. O corpo passa, e a vida futura é a única verdadeiramente importante, para a qual, em Cristo e na Igreja, devemos direcionar toda a nossa vontade, liberdade e ações. As perseguições, inclusive hoje, sempre vão existir; importa ao fiel permanecer corajosamente com Cristo, combatendo coerentemente as pressões mundanas, cada qual na sua vocação e âmbito de vida, mas com a mesma determinação e coragem. Antes o fogo terreno que o do inferno, era algo muito claro para os nossos primeiros, exemplares e heroicos irmãos em Cristo, e também o seu legado. Não o desperdicemos.

Oração:

Senhor Deus Todo Poderoso, Pai de amor e bondade, dai-nos por Santa Eulália o fogo ardente da Fé, capaz de superar as seduções e pressões deste mundo, para combatermos sem medo tudo o que procura sufocar a Vossa Igreja e Redenção, denunciando os erros dos projetos mundanos e confiando totalmente na Vossa proteção e Providência. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Ressuscitado e Glorioso, e Nossa Senhora, Protetora da Igreja. Amém.
https://www.a12.com/



Ler +