30 de Abril

30 de Abril – São Pio V, Papa e Confessor  –  
Antônio Michele Ghislieri nasceu na pequena aldeia de Bosco Marengo, província de Alexandria no norte da Itália, em 1504. Quando rapaz, era pastor de ovelhas. Aos 14 anos ingressou na Ordem Dominicana. Ordenado sacerdote, ocupou sucessivamente vários cargos: professor, prior conventual, superior provincial, inquiridor do Santo ofício em Como e Bérgamo, bispo de Sutri e Nepi próximo a Roma, cardeal, bispo de Mondovi e Papa em 1566, aos 62 anos, com o nome de Pio V. Participou, como bispo, da última sessão do Concílio de Trento (1562-1563).

Este era o período da Contra-Reforma Católica diante do desafio da “Reforma” Protestante, e o Concílio de Trento, um dos mais importante da Igreja, estabeleceu normas claras para a ação da Igreja, que precisavam ser implementadas. Ao mesmo tempo, havia a grave e iminente ameaça da invasão muçulmana dos turcos otomanos na Europa.

Pio V teve uma grandiosa atuação em diversas áreas, em apenas seis anos de Pontificado. Fundamental foi ter colocado em prática os Decretos do Concílio. Neste sentido, publicou a Bula “In Coena Domini”, sobre a custódia da Fé e contra as heresias protestantes, condenando os crimes dos soberanos, com boa repercussão na Itália, Portugal, Polônia e Alemanha; dos países católicos, apenas a França colocou oposição. Excomungou a rainha Elisabeth I da Inglaterra, cismática e perseguidora dos católicos, e abençoou os soberanos que aderiram às mudanças do Concílio. Publicou e difundiu o Catecismo Tridentino, e reformou o Breviário (1568) e o Missal (1570) Romanos, utilizados até 1968. Confirmou a importância do cerimonial.

Trabalhou muito para corrigir e elevar o comportamento do clero e da população: acabou com a simonia na Cúria Romana (“comércio” de favores espirituais como bençãos e indulgências, ou de coisas temporais relacionadas às espirituais, como cargos e benefícios eclesiásticos), reduziu os gastos da Corte Papal, combateu energicamente o nepotismo (aos seus parentes que ambicionam cargos em Roma, disse que deveriam se considerar ricos por não estarem na miséria; afastou da cidade um sobrinho relapso, sob ameaça de pena de morte), aboliu costumes mundanos dos funcionários da Cúria; impôs a obrigação de residência para os bispos, a clausura dos religiosos, o celibato e a santidade de vida dos sacerdotes, as visitas pastorais dos bispos, o aumento das missões, a censura para publicações religiosas (em face das divulgações heréticas). Para dar o exemplo, levava vida santa e austera, dormindo sobre palhas e jejuando com frequência. Auxiliou os necessitados com a criação dos montepios (“Monte de Piedade”), procurando livrá-los dos usurários; dedicava semanalmente dez horas de audiência aos pobres; fundou os hospitais de São Pedro e do Espírito Santo; distribuiu alimentos e promoveu serviços sanitários em 1566, um período de escassez; abriu estradas e reformou aquedutos; proibiu em Roma as touradas e o uso de máscaras.

Além de resgatar a unidade religiosa do continente, conseguiu unir a Europa também politicamente, ao favorecer o fim das guerras internas e criar a Liga Santa, uma coalisão militar, chefiada pelo imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Maximiliano II, em aliança com a República de Veneza e a Santa Sé, de modo a combater os muçulmanos. O confronto decisivo se deu na Batalha (naval, no golfo) de Lepanto (no Mar Jônico, Grécia), em 7 de outubro de 1571, mas o Papa já ordenara o apoio espiritual, com preces públicas e orações penitenciais. Em cada navio exigiu um sacerdote para a confissão dos soldados, que deveriam também rezar o Rosário; colocou um núncio apostólico no porto de saída da armada de guerra, na Sicília (Itália), para abençoar cada navio – que levavam todos o estandarte de Maria – com a imagem de Nossa Senhora.

A frota católica, com 243 navios, enfrentou as 283 naves otomanas num combate de aproximadamente quatro horas. Enquanto rezava o Terço durante este período, Pio V teve uma visão da vitória católica, e mandou tocar todos os sinos em Roma. Ele instituiu nesta data a festa de Nossa Senhora do Rosário (da Vitória), e construiu a igreja de Santa Maria della Victoria, onde está a famosa escultura de Bernini, “Êxtase de Santa Teresa”. Acrescentou também a invocação “Auxílio dos cristãos, rogai por nós”, na Ladainha de Nossa Senhora.
 São Pio V faleceu no dia 1° de maio de 1572, já debilitado por longa doença.

Reflexão:
Gigantesca é a obra de São Pio V, influindo direta e decisiva e positivamente em áreas tão variadas como a reforma de textos litúrgicos, auxílios materiais aos necessitados, e os rumos políticos do continente europeu. Jovem, era pastor de ovelhas, adulto, pastor de almas: seu empenho em colocar em prática as diretrizes do fundamental Concílio de Trento rendeu à Cristandade o élan necessário para se equilibrar após o evento do Protestantismo. De fato, era necessário corrigir os desmandos do clero e do comportamento laxo dos fiéis, unir as nações católicas e combater a iminente e fatal invasão otomana, que colocaria a Europa católica em ruínas. Sem dúvida suas vitórias, particularmente no apoio à armada católica na batalha de Lepanto, se devem à entrega de tudo nas mãos de Nossa Senhora. Orações públicas e penitenciais e a recitação do Rosário, em especial no momento mesmo do confronto, mostram que recorrer a Nossa Senhora, como Ela mesma e Jesus nos pedem, é sempre garantia de proteção e sucesso. Por que nós, os fiéis atuais, diante das batalhas dos nossos tempos, hesitamos em fazer o mesmo? Certamente, são empenhos do diabo nos “distrair” do socorro infalível de Nossa Mãe, pois contra Ela satanás nada pode. A situação de crise interna na Igreja, com dissenções cada vez maiores, evidentes e profundas, a gravíssima situação da política mundial e no Brasil, inúmeras misérias em todo o globo, e o fundamento de todos estes males – o afastamento deliberado do Homem em relação a Deus – mais do que nunca nos clama a implorar: “Auxílio dos cristãos, rogai por nós”!, para que Nossa Senhora do Rosário, da Vitória, traga paz e reine neste mundo. Temos um Lepanto atual, decisivo, pessoal e mundialmente – e só com Nossa Senhora o venceremos. O Rosário é a nossa arma para este combate, e, significativamente, Maria Santíssima, nas Suas últimas aparições ao longo dos séculos, tanto insiste em que o rezemos. Não tornemos a errar por desfazer dos Seus avisos: a crise mundial de hoje é claramente consequência do atraso na Consagração da Rússia, por Ela pedida nas aparições de 1917 em Fátima: “Se atenderem os meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz. Se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas.” Claríssimo o nosso dever de rezar diariamente o Santo Rosário, mesmo que com esforço.

Oração:
Deus Pai de misericórdia, que nos destes Vossa própria Mãe por protetora, concedei-nos que por intercessão de São Pio V tenhamos a fé, a humildade e a sabedoria de cumprirmos com as nossas tarefas, conforme Vós as evidenciais para nós, e concedei-nos especial confiança e amor à devoção por Nossa Senhora, para garantirmos a salvação pessoal e a paz no mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e a mesma Nossa Senhora. Amém. Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós.
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29 de Abril

29 de Abril – Santa Catarina de Sena

Catarina Benincasa nasceu na cidade de Siena (Sena), Itália, 24ª filha de 25 irmãos, em 1347. De família pobre, sua infância foi difícil, com desenvolvimento frágil e doenças recorrentes, sem poder estudar. Mas com sete anos já falava das visões que tinha nos momentos de oração, e fazia rigorosas penitências, desaprovadas pelos pais; quis consagrar sua virgindade a Deus. Aos 15 anos entrou como irmã leiga na Ordem Terceira de Dominicana, continuando a ter êxtases durante as orações contemplativas, o que levou à conversão de centenas de pessoas.

Era a época do chamado “exílio de Avignon” (1305-1376), quando o Papado estava sediado nesta cidade francesa, e não em Roma. Esta situação levou à interferência do governo francês na Igreja, e por fim ao Grande Cisma do Ocidente, que a partir de 1378 produziu dois antipapas, Clemente VII e Bento XII, em oposição ao legítimo pontífice Urbano VI.

Catarina apoiava o verdadeiro Papa, mas inconformada com a triste situação da Igreja e inspirada por Deus, iniciou um movimento para que a vida eclesiástica voltasse à normalidade. Viajou por toda a Itália e outros países, pregando vigorosamente, e, como não sabia escrever, ditava cartas que eram endereçadas a reis, príncipes, governantes católicos, bispos e cardeais. Seu tema principal era a volta do Papado para Roma, mas também a pacificação da Itália, a necessidade de Cruzadas, a reforma da Igreja e a pureza de costumes dos membros do clero, lembrando a estes sua dignidade de “ministros do sangue de Cristo”. Por fim, em 1376 foi a Avignon e conseguiu que o Papa, então Gregório XI, antecessor imediato de Urbano VI, voltasse para Roma, em 1377.

Catarina cuidou também dos enfermos da peste, que chegou a matar um terço de toda a população europeia. Suas pregações eram ouvidas por grandes teólogos que viajavam para receber a profundidade dos seus ensinamentos. Fundou um mosteiro; e ditou muitas e importantes obras, incluindo cartas (das quais se conservam aproximadamente 400), orações e o livro “Diálogo sobre a Divina Providência”, uma conversa entre uma alma em ascensão a Deus e o próprio Deus. Seus escritos têm enorme valor místico, teológico e histórico.

Desde 1375, Catarina portava os estigmas, incruentos, de Cristo, e segundo testemunhas revivia semanalmente a Paixão do Senhor.

 Santa Catarina faleceu em 29 de abril de 1380, em consequência de um derrame. É Doutora da Igreja e patrona da Itália com São Francisco de Assis. E também padroeira da Europa, junto com São Bento, os irmãos Santos Cirilo e Metódio, Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein, judia convertida, morta no campo de concentração de Auschwitz em 1942).
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A verdadeira sabedoria vem de Deus, e por isso entre os Doutores da Igreja temos intelectuais do porte de São Tomás de Aquino mas também Santa Catarina de Sena, que pouco estudou e não sabia escrever. Algumas obras se tornam mais destacadas por causa da fragilidade de quem as pratica; assim, não chama tanto a atenção como cruzado São Luís, rei de França, na guerra contra os muçulmanos, quanto a jovem Joana d’Arc comandando os exércitos franceses na Guerra dos Cem Anos. Deus escolhe o que é fraco no mundo para confundir os fortes (cf. 1Cor 27,29)… e deixar claro que é o Seu poder que conduz o mundo. A extraordinária atividade de Santa Catarina de Sena, quando os grandes da época se debatiam, perdidos em controvérsia, é um grito do Senhor contra a prepotência humana. Neste sentido, particularmente ao clero – como hoje – foi fundamental a advertência para a retomada da pureza dos costumes e da consciência da sua alta vocação. Santa Catarina acreditava que a saúde do rebanho dependia da conversão e do bom exemplo dos pastores, o que vale para todas as fases da História. Somos todos chamados à grandeza da vida em Cristo e com Cristo, e por isso ela proclamava: “Não nos contentemos com as coisas pequenas. Deus quer coisas grandes! Se vocês fossem o que deveriam ser, incendiariam toda a Itália!”, isto é, com o fogo do Espírito Santo, com o assumirmos a nossa identidade de Imagem e Semelhança de Deus. Não fomos criados para a mediocridade, particularmente a espiritual, nem para os mesquinhos interesses mundanos. Somos filhos do Rei dos reis, e nossa grandeza está exatamente em servi-Lo no amor e cuidado ao próximo – seja isto efetivado no doar de um pão ou na admoestação a um Papa.

Oração:
Senhor Deus, cuja infinita bondade guia com sabedoria os rumos da História, tirando sempre o Bem ainda que dos maiores erros humanos, concedei-nos por intercessão de Santa Catarina de Sena a graça de Vos deixar agir em nós conforme Vos agrada, para podermos ser estigma de caridade na vida dos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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28 de Abril

28 de Abril – São Pedro Chanel   –  

Pedro Chanel nasceu em Cuet, próximo a Belley, França no ano de 1803, de uma família do campo. Foi batizado pelos próprios pais em 16 de julho, memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo; ele manteve por toda a vida grande devoção a Nossa Senhora. Era simples e educado, e o pároco de Cras-sur-Reyssouze notou a vocação religiosa do menino, convidando-o a estudar na escola do Seminário da sua paróquia. Ao ser crismado, quis acrescentar ao nome o do seu protetor, São Luís Gonzaga, e descobrindo que sua mãe o consagrara antes do nascimento à Virgem, adotou também o de Maria: Pedro Luís Maria Chanel.

Com 21 anos entrou para o Seminário Maior em Bourg, onde começou a desejar ser missionário, e depois de três anos, em 1827, ordenou-se padre. Foi nomeado vice-pároco em Ambérieu e depois pároco em Crozet. Duas vezes pediu ao bispo para abraçar a vida missionária, sem obter a permissão. Porém conheceu o padre Jean-Claude Colin, com o qual, e outros sacerdotes, fundou uma nova Congregação, a Sociedade de Maria, cujo carisma era a evangelização missionária dos não cristãos. Foi assim um dos primeiros membros da Congregação dos Maristas, aprovada em 1836.

Em 1835 a Santa Sé pediu voluntários à diocese de Lyon para uma missão na Oceania, e os maristas aceitaram. Embarcou Pedro em 1837 para Futuna, com um confrade, o Irmão Delorme. Levaram mais de um ano para chegar a esta ilha do Oceano Pacífico, no arquipélago de Willis, onde o rei Niuliki os recebeu e hospedou na sua própria casa. Iniciaram os missionários o aprendizado da língua e dos costumes locais. A primeira Missa, em dezembro, foi celebrada em segredo na cabana construída para eles, e que depois se tornaria uma capela. Mas Pedro decidiu convidar para a Missa de Natal o rei e sua família. O evento foi muito apreciado, e logo muitos ilhéus vieram pedindo uma repetição. Aos poucos, Pedro dedicou-se à visitação das aldeias e ao cuidado dos idosos e enfermos, com bondade e mansidão, o que o tornou conhecido e atraiu a atenção para a Fé católica. Em dois anos, surgiram os primeiros pedidos para o Batismo.

A popularidade dos sacerdotes incomodou os idosos da ilha, desejosos de manter sua religião, tradições e costumes, bem como o rei Niuliki, temeroso de perder sua autoridade: impediu as missões, incitou que os religiosos fossem insultados, maltratados e roubados, promoveu a perseguição dos catecúmenos; Pedro e Delorme chegaram a ficar sem comida. Por fim tiveram que sair da ilha. Mas ao saber da conversão do próprio filho, o rei mandou matar os padres, executados a golpes de tacape em 28 de abril de 1841. Pedro foi o primeiro mártir marista e da Oceania.

Em 1842, novos missionários chegaram a Futuna, construindo uma igreja no local do martírio, e em 1844 toda a ilha havia se convertido, tornando-se inclusive um centro de evangelização missionária para outras ilhas. Atualmente pertencente à França, Futuna é um local turístico e pacífico. São Pedro Chanel é padroeiro da Oceania.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Não há dúvida de que o testemunho é o melhor método de evangelização. Em primeiro lugar vem sempre a caridade, a bondade, e depois as explicações, como fez São pedro Chanel. Mas o esplendor do culto público, particularmente o Santo Sacrifício da Missa, que torna visível e materializada a presença de Cristo nas espécies eucarísticas, também é fundamental. Também no Brasil, o primeiro contato com a celebração da Missa cativou os indígenas, ainda que não a compreendessem, entendendo porém o seu caráter sagrado. Os Sacramentos realizam as graças de Deus, e por isso são necessários os sacerdotes, escolhidos por Deus para cuidar do povo indefeso diante do pecado. Roguemos ao Pai pela vocação e santidade de muitos sacerdotes, pois de fato “a messe é grande e os operários são poucos” (cf. Lc 10,2).

Oração:
Senhor, Deus do universo, que nos enviais a todos os lugares como missionários do Vosso amor, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Chanel a graça de jamais sermos uma ilha apartada de Vós, mas um oceano de virtudes para cercar de cuidados as necessidades dos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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26 de Abril

26 de Abril – Santo Anacleto   – 
Anacleto ou Cleto nasceu em Atenas, na Grécia, filho de Antíoco, segundo o que diz o Liber Pontificalis (livro das biografias dos Papas de São Pedro até Papa Estevão V no século XV). Depois de séculos de controvérsia o Anuário Pontifício de 1947 estabeleceu que a figura do Papa Anacleto coincide com a de Cleto, ou seja, são a mesma pessoa.

Ele era discípulo de São Pedro, viveu no período dos imperadores romanos Vespasiano, Tito e Domiciano; este último tendo desencadeado uma perseguição violenta contra os cristãos.

Foi o terceiro Papa da história tendo seu pontificado ocorrido durante o reinado do imperador Tito. Enquanto ele era papa, aconteceu em 24 de agosto de 79 a erupção do Monte Vesúvio que causou a destruição das cidades de Estábia, Ercolano e Pompeia, uma cidade onde já havia uma grande comunidade de cristãos.

Durante seu pontificado, ordenou 25 sacerdotes, construiu um memorial a São Pedro, que o teria ordenado sacerdote.

Anacleto teria sido sepultado no dia 26 de abril de 88 na Necrópole do Vaticano, próximo ao túmulo de São Pedro.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Ao celebrarmos a memória de Santo Anacleto, estamos celebrando também a sucessão apostólica na condução da Igreja Católica através dessa linha ininterrupta de Papas iniciada por São Pedro até os dias de hoje. Garantindo assim, a unidade da Igreja Católica, sua continuidade e conservando intacto o “depósito da fé”, que recebeu do Senhor.

Oração:
Glorioso e Eterno Senhor, peço-vos, pela intercessão de Vosso Servo, o Papa Santo Anacleto, que construiu o túmulo de São Pedro, nosso primeiro Papa, a graça de ser sempre um defensor do papado e de cumprir, com zelo apostólico, os deveres do fiel cristão. Amém.
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27 de Abril

27 de Abril – Santa Zita, Virgem   –
Zita nasceu no povoado de Monsagrati, próximo à cidade de Lucca, itália, em 1218. De família pobre e com muitos irmãos, foi cedo, aos 12 anos, trabalhar para uma nobre família desta cidade. O acordo comum nesta época era o trabalho em troca não de salário, mas de comida, roupa, e eventualmente de um dote para casar – um regime de semi-escravidão. Assim viveu Zita por 30 anos.

Seus patrões não tinham o costume de acolher bem os empregados, e inicialmente ela foi maltratada, também por outros criados. Tudo suportava com humildade e espírito de caridade, apoiando-se na oração e tendo como norma de conduta o questionamento: “Isto agrada ou não agrada a Deus?”. Dentro das suas parcas possibilidades, dividia com os pobres o que recebia em roupas, alimentos e dinheiro, ficando conhecida entre eles.

Paulatinamente, sua atitude caridosa foi notada pelos patrões, assim como os seus bons serviços, de tal modo que deles recebeu a administração da casa e demais empregados. Se conquistara a simpatia e confiança dos senhores, despertou a inveja e ciúme de criados. Uma serviçal, ambicionando o seu lugar, a acusou injustamente de distribuir sem permissão itens da despensa da casa para os pobres, instigando o senhor a questioná-la, quando ela de fato levava algo embrulhado no avental – doações para os pobres, mas não roubadas, o que de qualquer modo seria difícil de provar. Zita respondeu que eram flores, e de fato, ao abrir o avental, grande volume delas caiu ao chão, milagrosamente inocentando-a.

Em outra ocasião, véspera de Natal, cedeu por empréstimo um caro manto do patrão a um mendigo que congelava à entrada da igreja de São Frediano. Foi recriminada no dia seguinte, mas logo um desconhecido que chegara à cidade bateu à porta, devolvendo o manto. O entendimento popular foi de que um anjo o fizera, e a porta daquela igreja passou a ser conhecida como Porta do Anjo.

Zita participava diariamente das Missas, trabalhava bem e honestamente, e ajudava os mais necessitados, atividades que caracterizaram a sua vida. Aos 60 anos, faleceu, em 27 de abril de 1278. Milagres aconteceram sobre o seu túmulo, e o corpo foi colocado na basílica de São Frediano em Lucca, onde foi constatado incorrupto na exumação feita em 1652. O local é um centro de peregrinação onde são alcançadas bênçãos, graças e milagres.
 Santa Zita é padroeira de Lucca e das empregadas domésticas.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
O que agrada e o que não agrada a Deus? A Ele agradam a simplicidade, humildade, honestidade, obediência… a nossa decisão de, como Santa Zita, consultá-Lo com sinceridade no nosso coração, em tudo o que fazemos… a oração, o trabalho e a caridade, tripé que sustenta invariavelmente a vida e as ações de todos os santos, quaisquer que sejam as suas particularidades, e é o reflexo concreto das virtudes teologais da Fé, da Esperança e da Caridade que regem a vida católica. Oração, trabalho e caridade são efetivamente o resumo da vida de Santa Zita, bem como o amor que colocou nas mais simples das suas ações, amor que santifica tudo o que fazemos. Também Nossa Senhora trabalhou, como Santa Zita, nas lidas domésticas, e nos Seus menores gestos derramou amor infinito e perfeito – por isso cada um deles teve maior valor para Deus do que o sacrifício de um mártir, como explica São Luís Maria Grignon de Montfort no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”. Trabalhemos com igual diligência e amor na Casa de Deus, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, de modo a mantê-la limpa da imundície do pecado e repleta com o “bom perfume de Cristo” (2Cor 2,15) que floresce das boas obras.

Oração:
Deus Todo-Poderoso e Deus de Amor, de Quem somos servos inúteis, concedei-nos pela intercessão de Santa Zita a graça de imitá-la no amor com que viveu a humildade, a oração, o trabalho e a caridade, para que quando finalmente questionados sobre as nossas obras também possamos apresentar, com as Vossas bênçãos, flores da nossa dedicação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

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25 de Abril

25 de Abril – São Marcos Evangelista  –

João Marcos era judeu da tribo de Levi, e sua mãe, já viúva, com boas condições materiais, ajudou os primeiros cristãos em sua casa, para onde dirigiu-se São Pedro ao ser milagrosamente liberto da prisão, em Jerusalém (cf. At 12,12).

Por isso ela é conhecida como Maria, mãe de João Marcos, ou Maria de Jerusalém, numa das primeiras famílias cristãs da cidade. Neste episódio, Marcos ainda era uma criança. Segundo a Tradição, foi batizado por São Pedro, e certamente conheceu Jesus e todos os Apóstolos.

Marcos era primo de São Barnabé, amigo de São Paulo, e em 44 ambos o seguiram na sua primeira viagem apostólica. Mas depois de Chipre, Marcos não conseguiu prosseguir, voltando para Jerusalém. Por este motivo, São Paulo não quis sua companhia na segunda viagem missionária, separando-se de Barnabé, que levou o primo consigo.

Mas posteriormente Marcos auxiliou São Paulo em Roma, quando este foi preso pela primeira vez, e em 66, novamente preso, Paulo escreve a Timóteo pedindo que lhe envie Marcos, por este lhe ser muito útil no apostolado: assim vê-se que São Paulo reconhecera o valor deste evangelista, perdoando-o da primeira fraqueza.

Também em Roma, Marcos trabalhou com São Pedro, que o chamava de “meu filho” (cf. 1Pd 5,13). Provavelmente ali escreveu seu Evangelho, o mais antigo e curto dos quatro e baseado nos relatos de São Pedro, no ano 67 ou 68, dirigindo-se primariamente aos cristãos latinos convertidos do paganismo.

A Tradição diz que São Marcos foi pregar em Chipre após as mortes de São Pedro e São Paulo. A seguir viajou para a Ásia Menor e Egito, fundando em Alexandria uma das igrejas que mais se desenvolveram.

Teria sido martirizado entre 68 e 72, enquanto celebrava uma Missa de Páscoa, de acordo com um documento do século IV chamado Atos de Marcos. Seu corpo foi posteriormente levado para Veneza, sendo depositado na sua famosa catedral. Outras relíquias suas estão no Cairo, no Egito, na igualmente denominada Catedral de São Marcos, sede do patriarcado copta-ortodoxo.

 São Marcos é venerado como santo na Igreja Católica, na Igreja Ortodoxa e na Igreja Copta, sendo padroeiro de Veneza.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
São Marcos teve a vivência única de acompanhar desde a infância a origem da Igreja, tendo a casa da sua própria família se tornado um centro do Cristianismo. Também marcantes são as suas experiências missionárias, com e sem São Paulo, e o serviço que prestou a São Pedro, em Roma. Foi escolhido e inspirado por Deus para escrever o, cronologicamente, primeiro Evangelho, ditado diretamente por São Pedro (em datas estimadas que variam entre os anos 44 e 67-68, segundo diferentes fontes), mais curto que os demais, e base para os outros Evangelhos sinópticos (“que têm a mesma visão”, no caso, muitos elementos em comum, referindo-se aos Evangelhos de São Mateus e São Lucas). Foi escrito em Grego, uma das línguas mais faladas da época, num estilo simples, espontâneo e com muita vivacidade, destacando os fatos (Mateus, por exemplo, tem mais discursos) e oferecendo muitos pormenores. Pode-se identificar duas grandes partes na obra; a primeira (até Mc 9,27-29) apresenta, gradualmente, Jesus como o Filho de Deus, o Messias poderoso e inequívoco, por isso o destaque dado aos milagres de Cristo. E a segunda destaca o Messias como sofredor. É preciso conhecer, viver e divulgar o Evangelho. Para isso foi escrito. Não se trata de uma consulta breve e ocasional, ou cultura superficial: disso depende a nossa salvação. A representação tradicional de São Marcos por um leão remete ao início do seu Evangelho, com a missão de São João Batista. Este é apresentado como “a voz que grita no deserto”, analogamente ao poderoso rugido de um leão. Há dois leões que combatem por nossa alma: o da tribo de Judá, Jesus, e aquele citado por São Pedro (1Pd 5,8), que deseja nos devorar, o diabo. O primeiro é livre e vem espontaneamente nos proteger, o segundo, amarrado (cf. Santo Agostinho, “O demônio é como um cão preso na coleira, Cristo o prendeu; só morde quem dele se aproxima”) só nos morderá se dele, também livremente, nos aproximarmos…
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23 de Abril

23 de Abril – São Jorge  –  
Jorge nasceu na antiga região chamada Capadócia, atualmente parte da Turquia, por volta do ano 280, de família cristã. Seu pai, militar, morreu combatendo, e sua mãe mudou-se com o filho para a Palestina, sua terra de origem.

Adolescente, Jorge entrou para o exército do imperador romano Dioclesiano, onde tornou-se capitão. Suas provadas qualidades mereceram do imperador um título de nobreza, de modo que com 23 anos Jorge passou a residir na alta corte, trabalhando como Tribuno Militar.

Dioclesiano, porém, decretou em 303 o início de uma imensa perseguição à Igreja, entre outras coisas influenciado por Galério (também imperador romano na reorganização política chamada Tetrarquia, como administrador das províncias balcânicas). Este alegava que os cristãos traziam “azar” para o império. Jorge testemunhou as injustiças contra os cristãos e, após doar sua grande herança para os pobres, declarou-se publicamente fiel a Cristo. Diante do imperador, na reunião senatorial confirmando o edito das perseguições, Jorge levantou-se condenando a falsidade dos ídolos pagãos e confessou a sua Fé.

O imperador, inicialmente, quis suborná-lo com uma promoção, terras e dinheiro, o que foi inútil. Então Jorge foi preso e colocado numa cela, para onde levaram uma mulher com a missão de seduzi-lo. Mas no dia seguinte a mulher havia sido convertida e batizada. Seguiu-se a tortura e a decapitação de Jorge, chamado por isso, no Oriente, de megalomartir, isto é, o grande mártir. A imperatriz, Prisca, diante destes fatos, acabou por se converter ao Cristianismo, sendo posteriormente morta com a filha Valéria, ambas canonizadas.

A sepultura de São Jorge em Lida, atualmente uma cidade em Israel, perto de Tel-Aviv, é local de peregrinação, que não foi interrompida sequer durante as Cruzadas. Sua memória, tanto no Ocidente como no Oriente, é no dia 23 de abril.

 São Jorge é padroeiro de inúmeras cidades e localidades no mundo inteiro, bem como dos cavaleiros, soldados e arqueiros. É invocado também contra a peste, a lepra e as serpentes. Os muçulmanos o veneram como profeta.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Da mesma época de São Caio, Papa, cuja memória foi ontem (cf. Santo do Dia – São Jorge – Reze no Santuário Nacional (a12.com)), São Jorge enfrentou também a cruel perseguição do imperador Dioclesiano., que não poupou da morte nem familiares nem destacados subordinados seus, como no caso presente, por serem católicos. A ira e o fanatismo contra Deus levam a muitas aberrações, incluindo atitudes tão insensatas como destruir a própria família e os melhores servidores. De grande destaque, no caso de São Jorge – assim como também para São Sebastião, outro militar – foi a coragem de espontaneamente se proclamar cristão diretamente ao imperador, admoestando-o por seus erros. Uma coragem invulgar, pela certa condenação à morte, foi exigida para um tal ato; coragem que falta, talvez, hoje, para muitos católicos, ao viver e proclamar a sua Fé. Outro importante exemplo de São Jorge é a sua pureza e castidade, pois os varões católicos devem ser coerentes com os ensinamentos do maior de todos eles, Jesus Cristo. Resistir às tentações é, no homem, uma atitude varonil, e fracos são os que pecam contra a castidade alegando, falsamente, que são “homens”, querendo assim justificar um prazer ilícito e as próprias consciências frouxas. Exemplo de militar, “Jorge” tem por significado no Grego original “agricultor”; mas nas obras de Deus não há incoerência, e São Jorge, combatendo o bom combate da Fé, como escreveu São Paulo (2Tm 4,7), plantou o bem e colheu seus frutos de santidade, propagando as sementes de conversão para muitos até hoje, um verdadeiro exército. É notória a lenda de São Jorge matando um dragão, mas não há qualquer base sólida para ela. A sua mais plausível origem é o encontro por soldados de uma Cruzada, na Idade Média, de uma escultura na Palestina. Ela estava numa igreja dedicada a São Jorge, representando o imperador Constantino, que havia combatido o arianismo, matando com uma lança esta heresia representada como dragão. A associação imediata com São Jorge levou à lenda. Por outro lado, há sem dúvida verdade no fato de que Jorge matou o pecado na sua vida, algo que é a essência da guerra diária de todo católico.

Oração:
Senhor, que sempre combateis por nós, com o envio dos Vossos exércitos angelicais, concedei-nos por intercessão de São Jorge a graça da pureza e da coragem de viver com integridade a nossa Fé, batalhando perseverantemente não contra dragões imaginários, mas sim contra o veneno da antiga serpente, o diabo, que age nas almas muito mais por astúcia e engano do que por violência direta. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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22 de Abril

22 de Abril – São Caio

Caio nasceu na cidade de Salona (hoje Solin) na Dalmácia (hoje Croácia), no século III. Parece ter tido parentesco com o imperador Dioclesiano, nascido na mesma cidade, sendo sua família nobre, e viveu em Roma. Não se sabe como abraçou o cristianismo, mas fez-se sacerdote, como um dos seus dois irmãos, e na sua casa (pois não era permitida à Igreja ter propriedades) ambos celebravam Missas, distribuíam a Eucaristia, enfim, ministravam os Sacramentos e acolhiam pobres e doentes.

Eleito Papa em 283, Caio foi pontífice durante 13 anos, num período de trégua das perseguições aos cristãos. Organizou a carreira eclesiástica, determinando a sequência de leitor, subdiácono, exorcista, acólito, hostiário, diácono, sacerdote e bispo. Dividiu os bairros de Roma sob a responsabilidade de diáconos. Construiu novas igrejas, ampliou os cemitérios cristãos, e foi o primeiro Papa a reunir representantes da Igreja e do império para tratar da cobrança de tributos aos cristãos. E conteve os que desejavam violentamente vingar a morte de Papas anteriores. Seu maior desafio foi o combate às heresias que surgiram entre o clero.

 Com o tempo, a tolerância de Dioclesiano com a Igreja foi diminuindo, até se estabelecer uma das maiores perseguições de todos os tempos. Influiu para isto a negativa de Caio às pretensões do imperador de tornar Susana, sua sobrinha, a futura nora. Susana se tornaria mártir; e Caio e seus dois irmãos foram condenados à morte. Há duas versões para a morte de Caio, uma por decapitação, outra por maus tratos. Em qualquer caso, o Martirológio Romano faz o elogio do seu martírio, com falecimento a 22 de abril de 296.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Como todos os Papas do início do Cristianismo, São Caio teve que lutar em várias frentes, como a organização interna da Igreja, tanto espiritual quanto material, o combate às heresias, e as dificílimas relações com os imperadores romanos. Muitos deles tiveram pouquíssimo tempo à frente da Santa Sé, e grande parte deles foi mártir. Variaram, contudo, os motivos das condenações, algumas mais religiosas, outras mais políticas, ou mais pessoais. São Caio interferiu em defesa de Susana, sua sobrinha virgem e cristã, contra os interesses políticos de Dioclesiano, que procurava na própria família uma esposa para o seu protegido e sucessor Galério. A descoberta, pelo imperador, de que este seu ramo familiar era católico o levou a condenar todos à morte. No entanto, Caio, do Latim Caius, feliz, de fato alegrou-se no martírio, por saber colocar o serviço a Deus antes da subserviência aos caprichos e interesses humanos, e corajosamente defender a livre escolha religiosa da sua sobrinha. Também hoje necessitamos seguir o seu exemplo, servindo fielmente a Igreja e amparando os irmãos de Fé eventualmente perseguidos; sempre caberá melhor na fronte dos filhos de Deus a indestrutível coroa do martírio, se exigido, do que as caducas coroas mundanas.

Oração:
Pai de amor e misericórdia, que não poupastes o Vosso Filho nem o sofrimento de Vossa Mãe na obra da nossa Redenção, concedei-nos por intercessão de São Caio viver agora e na vida infinita inseparavelmente unidos ao Sangue salvador de Cristo, não cedendo às pretensões mundanas sequer do sangue de parentesco carnal, pois nossa verdadeira família está somente no Corpo Místico de Jesus. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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21 de Abril

Anselmo nasceu em Aosta, Piemonte, norte da Itália, em 1033. Sua família era rica e nobre. Sua mãe faleceu quando tinha 15 anos; seu pai, que era conde, lhe projetara uma brilhante carreira, e não permitiu que se tornasse religioso, quando o filho manifestou este desejo. Assim, até os 20 anos, com mansidão e docilidade permaneceu em casa. Mas para seguir sua vocação religiosa, Anselmo teve que fugir, sem nada levar. O relacionamento com o pai já não era bom, uma vez que este buscava somente a vida mundana e a queria impor ao filho.

Viajou pela Borgonha e chegou até a Normandia, onde conheceu o monge beneditino Lanfranc, abade do Mosteiro de Bec, que o levou a conhecer melhor a Jesus. Orientado por ele, fez-se também beneditino e formou-se em Teologia, e em 1063 foi nomeado prior, depois que seu mestre e amigo foi indicado para arcebispo de Cantuária, na Inglaterra. Como prior, Anselmo escreveu o “Monologium”, meditações sobre as razões da Fé, oferecendo as provas metafísicas da existência de Deus, e o “Proslogium”, sobre a fé que busca a inteligência, ou, a contemplação dos atributos de Deus, duas obras importantíssimas para a Filosofia e a Teologia. Também redigiu os tratados sobre a verdade, a liberdade, a origem do mal e a arte de raciocinar.

Em 1078 foi eleito abade, promovendo uma grande reforma monástica, que influenciou não apenas o ambiente religioso, mas também o acadêmico e o secular. Isto porque seus escritos, grandes em quantidade e qualidade, tiveram ampla penetração. De fato, é considerado o fundador da Ciência Teológica no Ocidente, Pai da Escolástica, sucessor de Santo Agostinho e precursor de São Tomás de Aquino em Metafísica. Defendia que a razão humana tinha capacidade para investigar os mistérios divinos; defendeu a Imaculada Conceição; e desenvolveu o seu famoso “argumento ontológico” sobre a existência de Deus: resumidamente, se temos a ideia de um ser perfeito, a perfeição absoluta existe, logo o ser perfeito – Deus – existe, e a existência em si é constitutiva Dele. Este é um argumento a priori, ou seja, que se deduz anteriormente a qualquer prova oferecida depois (a posteriori).

Daí, consequentemente, a essência da Redenção acha-se na união do indivíduo com Cristo na Eucaristia, sendo o Batismo o início necessário para esta união.

Falecendo Lanfranc, Anselmo foi eleito para o seu lugar como arcebispo-primaz da Inglaterra, em Cantuária (1093). Lá sofreu a perseguição dos reis Guilherme, o Vermelho, e Henrique I, cujas políticas eram contrárias ao Catolicismo. Foi banido duas vezes, a primeira para Campania na Itália, onde ficou algum tempo por questões de saúde, e onde finalizou a obra “Cur Deus Homo”, talvez o mais famoso tratado sobre a Encarnação de Cristo. Mas voltando à Inglaterra, sua mansidão e argumentos pacíficos acabaram por convencer os inimigos e alcançar seus objetivos.

 Faleceu em Cantuária, com 76 anos, em 1109. Foi declarado Doutor da Igreja por sua grandiosa produção teológica e literária.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A obra filosófica e teológica de Santo Anselmo é potente evidência da sua santidade, no contexto inestimavelmente valoroso da busca da Verdade e do conhecimento necessário para melhor obtê-la, dentro da melhor tradição e exemplo beneditinos. Destacam-se a defesa da capacidade da Razão humana (dada por Deus, que quis o Homem capaz de conhecê-Lo) no entendimento da Verdade divina, e temas como a Imaculada Conceição. Este dom e apetite intelectual já são graças, porém note-se que para desenvolvê-los Santo Anselmo teve, antes, que fazer uma escolha capital: fugiu de casa, o que normalmente não seria correto, mas em função de se afastar do mundanismo, e de resto já em idade adulta; algo semelhante aconteceu com São Francisco de Assis, ao recusar e abandonar radicalmente o que lhe vinha dos pais terrenos, para abraçar plenamente os bens do Pai Eterno. Não se pode fazer algo assim por motivo e de forma errada, mas eventualmente é necessária esta santa coragem de buscar antes a Deus do que ao mundo – “Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos Céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam” (Mt 11,12), isto é, existe a necessidade de fazer violência contra os próprios apegos terrenos para poder receber em plenitude a Jesus; “Nihil amori Christi praeponere”, “Nada antepor ao amor de Cristo”, como expressava São Cipriano, lema adotado por São Bento na sua Regra monástica, e também por Bento XVI no seu pontificado. Esta violência contra as próprias paixões deve ter como resultado a mansidão no trato com os outros, incluindo os adversários, e este também foi o exemplo de Santo Anselmo. Enfim, há uma coerência e riqueza no seu viés filosófico e de vida, sintetizadas nas suas palavras: “Não quero compreender para crer, mas crer para compreender, pois bem sei que sem a fé eu não compreenderia nada de nada.”

Oração:

Senhor Deus, de conhecimento perfeito, que nos destes a Razão para conosco Se comunicar, concedei-nos por intermédio de Santo Anselmo o gosto pelo saber que leva a Vós, e ainda mais a humildade que ele viveu, para que entendamos que só pela Fé bem orientada poderemos viver o Vosso amor e vontade, na mansidão da alma que soube intrepidamente tudo abandonar para estar só Convosco. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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20 de Abril

20 de Abril – Santa Inês de Montepulciano   –   

Inês, da rica família Segni, nasceu na aldeia de Graciano, Itália, próximo da cidade de Montepulciano, em 1268. Ainda muito pequena demonstrou tendências de vocação religiosa: aos quatro anos sabia de cor as orações do Pai Nosso e da Ave Maria, e frequentemente deixava de brincar para rezar. Aos seis anos declarou aos pais que queria ser freira, mas eles não concordaram.

Ela então sofreu um ataque de demônios que assumiram a forma de corvos e a feriram na cabeça com as garras e bicos, depois do que Inês, categoricamente, falou aos pais dos planos de Deus para si, e que outros ataques aconteceriam se não aprovassem a sua vocação. Preocupados e amedrontados, eles então permitiram que, aos nove anos, ela entrasse para o convento das freiras de São Domingos, conhecidas como “Irmãs do Saco”, ao se vestirem por humildade com um escapulário feito deste grosseiro material.

Aos 14 anos Inês foi para uma nova fundação na cidade de Proceno. Por suas singulares virtudes, quiseram fosse ela tornada prioresa, e assim ficaram providenciadas as dispensas necessárias, concedidas após estudo pelo Papa Nicolau VI. Sentindo-se indigna do cargo, Inês aumentou suas orações e sacrifícios, alimentando-se apenas de pão e água, dormindo no chão frio e usando uma pedra como travesseiro.

Fenômenos místicos a acompanhavam, como êxtases e levitações durante as orações; do local onde se ajoelhava para rezar, brotavam rosas e lírios perfumados; a Virgem Maria apareceu-lhe na Festa da Assunção com o Menino Jesus, e O entregou a Inês para segurá-Lo durante alguns instantes.

Obteve a cura de um possesso a quem nenhum sacerdote conseguia ajudar, apenas ao pisar na igreja da cidade vizinha aonde ele estava, e para onde fora chamada. O demônio, derrotado, declarou: “Eu não consigo permanecer aqui, porque a virgem Inês entrou!”. Inês tinha alma contemplativa e grande determinação, não se preocupando com os problemas materiais, os quais remetia ao auxílio de Deus.

Por isso multiplicou inúmeras vezes os pães para as religiosas do convento, bem como transformou água em vinho na casa de uma família que visitava. Curou da cegueira uma das irmãs, para que não abandonasse o convento por motivo de tratamento.

Inês ficou muito conhecida pela fundação do convento no alto da colina de Montepulciano, onde fora na infância atacada pelos corvos. Ela profetizara que ali, onde estava instalado um famoso prostíbulo, seria construída uma casa religiosa. De fato, visitou e gradualmente converteu as prostitutas, que se tornaram todas religiosas exemplares.

Durante uma oração dominical, um Anjo lhe apareceu com um cálice, dizendo: “Bebe, esposa de Cristo, este cálice que Nosso Senhor bebeu também por ti!”. Depois disso, Inês adoeceu grave e dolorosamente, e as irmãs insistiram para que ela fosse às termas de Chianciano para melhorar. Quando seus pés tocaram a água, o lugar ficou cheio de um misterioso maná caído do Céu – o mesmo que havia surgido quando da sua consagração, anos antes, no convento. E deste mesmo lugar brotou uma fonte, onde doentes eram curados, ficando conhecido como Fonte de Santa Inês. Nas sucessivas idas às termas, Inês realizou muitos outros milagres, como a ressurreição de um menino afogado, fazendo sobre ele o Sinal da Cruz.

Com o aumento das dores, Inês faleceu em 20 de abril de 1317, aos 43 anos. Antes do fato ser conhecido, chegou pela aurora ao convento uma senhora gravemente doente do braço, pedindo para ver o corpo da abadessa, pois à noite tivera uma visão: nela Inês, em luz e rodeada de Anjos, dizia-lhe para tocar o seu corpo e ficar curada, o que de fato aconteceu. Milagres semelhantes ocorreram durante muitos dias após a sua morte, e do seu corpo exalava um perfume maravilhoso para todo o convento; também um bálsamo, igualmente perfumado, corria fartamente dele.

Outros milagres foram as conversões de pecadores famosos. Santa Catarina de Sena, grande devota de Santa Inês, ao inclinar-se para venerar seus restos mortais, teve para si elevado um dos pés da santa abadessa, o qual ela então pode beijar. Ainda hoje, o corpo incorrupto de Santa Inês permanece com um pé mais elevado, e curas milagrosas, espirituais e físicas, continuam ocorrendo na sua sepultura.

Reflexão:
Deus concede graças sempre especiais a cada um dos Seus santos, de acordo com as suas respectivas missões, mas de certo modo parece destacar particularmente algumas virtudes, como a virgindade, a pureza e a vontade férrea de seguí-Lo, como se estes atributos fossem singularmente caros ao Seu afeto. Certamente toda a vida de Santa Inês foi uma correspondência à vontade divina calcada neste tripé, e em si mesma extraordinária; mas observando suas obras, notamos extraordinária semelhança com as passagens da vida terrena do próprio Cristo, não apenas em santidade, mas dos próprios fatos, que também aparecem na vida de outros santos, mas nem todos e nem de forma tão exata: ela vivia uma rotina de orações e sacrifícios, foi provada pelo demônio, realizou curas milagrosas, expulsou o diabo, ressuscitou um menino, multiplicou mais de uma vez os pães, transformou água em vinho, sofreu com imensas dores e literalmente bebeu do Cálice de Jesus; e seu corpo está preservado. Tudo isto pode ser dito igualmente de Nosso Senhor, guardadas, evidentemente, as diferenças intrínsecas a cada um. Mas o conjunto sugere uma identidade muito próxima em pontos essenciais de vida; talvez devêssemos buscar com mais empenho a pureza, a virgindade, a vontade férrea de seguir Jesus, não por desejo de fazer coisas extraordinárias, o que seria monstruoso orgulho, mas porque estas características parecem Lhe agradar notadamente: e quem não quer agradar, da melhor forma possível, a quem mais ama?

Oração:Senhor, que nos amais como somos, mas desejais para nós sempre o melhor, concedei-nos por intercessão de Santa Inês de Montepulciano a pureza de corpo e alma que Vos agradam, e a firme vontade de sermos dignos vasos para o bálsamo que desejais levar por nós aos nossos irmãos; que assim mantenhamos em nossas almas, incorruptos já nesta vida, o Vosso Corpo e Sangue Eucarísticos que nos concedeis por infinito, gratuito e puríssimo amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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17 de Abril

17 de Abril – Santo Aniceto   –   
Aniceto nasceu na Síria, talvez em Emesa (atual Homs), no ano 110. Eleito Papa entre 154 e 156, foi o primeiro pontífice a condenar uma doutrina herética, o montanismo (de Montano da Frígia, hoje Turquia, por isso conhecida também por “heresia frígia”; entre outras coisas, proclamava um falso profetismo, o iminente fim do mundo e a negação da absolvição aos pecados graves, ainda que houvesse verdadeiro arrependimento e confissão).

Também enfrentou o gnosticismo (heresia que alegava ser a matéria uma prisão do espírito, capaz de ser liberto pelo mero conhecimento intuitivo) e o marcianismo (de Marcião, que pregava ser o Deus do Antigo Testamento outro, diferentes, de Deus do Novo Testamento), além da perseguição do Império Romano.

Aniceto atraiu, influenciou e contou com a ajuda de São Justino (grande filósofo e teólogo que conheceu e abraçou a Fé cristã, morrendo mártir). Também foi a Roma ver o Papa o grego Hesegipo, importantíssimo por ser o primeiro historiador cristão, tendo vivido muito próximo do tempo dos Apóstolos; escreveu um livro defendendo Aniceto, provando que este seguia a verdadeira Doutrina de Cristo, e não hereges que vinham a Roma para difundir ideias maniqueístas, como Marcião, Marcelino, Valentino e Cordo, e destacou a autoridade e dignidade dos Romanos Pontífices.

E o já idoso São Policarpo, bispo de Esmirna e discípulo de São João Evangelista, foi consultar o Papa sobre a data da Páscoa, que no Oriente era celebrada no dia 14 da lua do mês de março, seguindo uma tradição de São João, enquanto que no Ocidente a Igreja, baseada no exemplo de São Pedro, a comemorava no domingo seguinte à lua cheia da primavera. Não chegaram a um acordo, e o Papa permitiu que São Policarpo seguisse no Oriente a sua tradição, mas com o tempo prevaleceu na Igreja, universalmente, a posição de Aniceto. A postura respeitosa de São Policarpo foi um poderoso testemunho da autoridade papal e de que a Sé de Roma representava a verdadeira Igreja de Cristo fundada em Jerusalém, o que levou a muitas conversões.

Este Papa proibiu ao clero o uso de cabelos compridos, de forma a não permitir ou favorecer atos e preocupações de pecaminosa vaidade.

 Santo Aniceto faleceu em 166, sob a perseguição de Marco Aurélio Antonino e Lúcio Vero, provavelmente entre 16 e 20 de abril. Seu título de mártir indica antes o seu extremo e sofridíssimo desgaste pelo zelo da Igreja, já que não consta nenhum registro formal de sua morte violenta.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
O principal e mais desgastante serviço de Aniceto foi o combate às diferentes heresias, que logo no século I já tentavam desvirtuar a Fé, e que também hoje, de forma mais sutil e com outras apresentações, igualmente procuram afastar as almas de Deus. O diabo nunca descansa, e por isso a Igreja, que também somos nós, temos que estar sempre atentos na busca sincera da Verdade, pois Cristo avisou, “Cuidado com os falsos profetas” (cf. Mt 7,15-20); e São Paulo nos atualiza, “Porque vai chegar um tempo em que os homens não suportarão a sã doutrina, mas, sentindo cócegas nos ouvidos, reunirão em torno de si mestres conforme as suas paixões” (cf. 2 Tm 4,2-5). Perfeito retrato da atualidade… Quantos não se dizem, hoje, “católico não praticante”, o que não existe!, ou afirmam ser católicos “mas não concordam com algumas coisas da Igreja”, o que é simplesmente heresia. São os “católicos de supermercado”, que pretendem escolher só os “produtos” que lhes interessam da Doutrina, da Liturgia, da Teologia, para viverem, como denunciou o Papa Bento XVI, como ateus na prática, relativistas que desejam acalmar as próprias consciências sendo “oficialmente de Deus” mas vivendo sob as ideias mundanas, que provêm do diabo. Antes assumissem, se têm convicção, o estilo de vida que desejam, mas sem se declarar da Igreja Católica, que de fato não são; pois mais grave é querer levianamente, e até mesmo de forma pouco inteligente, viver com a pretensão de “enganar” a Deus, ou talvez “fazer um acordo”, unilateral, com Ele: “Conheço tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca” (Ap 3,15-16).

Oração:
Senhor, que sois imutável, concedei-nos pela intercessão de Santo Aniceto não nos deixarmos levar pelos modismos e vaidades deste mundo, mas ao contrário sermos firmes no combate aos erros que se tentam infiltrar na Igreja, dando testemunho da Verdade para o nosso bem e o dos irmãos, de modo a podermos comemorar no tempo certo a Vossa Páscoa definitiva. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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15 de Abril

15 de Abril – São Cesar de Bus  –  

César de Bus nasceu em 1544 na cidade de Cavaillon, região da Provença, França. Teve formação cristã na infância, mas na juventude afastou-se da fé. Desejou seguir a carreira militar como o irmão, capitão do rei francês Carlos IX mas, às vésperas de embarcar na frota real, uma repentina enfermidade o impediu.

No período de convalescença foi assistido pelo bispo de Cavaillon, pelos jesuítas de Avignon, pelo capelão do hospital e também por uma devota camponesa, que o reconduziram ao Catolicismo. Recuperado, em 1575, começou a estudar para o sacerdócio, ao mesmo tempo em que visitava sítios e fazendas como catequista.

Esta experiência lhe revelou que o povo, embora fiel e piedoso, não conhecia bem a Doutrina da igreja. Para resolver esta deficiência, fundou com seu primo Romillon centros de educação e instrução religiosa, a Congregação dos Padres Doutrinários, conhecidos como Doutrinários (posteriormente, fundou o segmento feminino, a Congregação das Filhas da Doutrina Cristã).

Esta catequese era feita na área rural e lugares remotos, priorizando as crianças, e com o desenvolvimento de metodologias novas para a época. Por exemplo, utilizava cantos e poesias, além da Palavra de Deus, numa linguagem adequada a cada público, e aplicável concretamente às situações do dia a dia do povo. Também pintava cenas evangélicas em pequenas tábuas, e tudo isso, como uma antecipação dos elementos modernos audiovisuais, atraía e tornava mais fácil a compreensão dos catequisandos.

Foi ordenado aos 38 anos. Sua atividade não o afastou do espírito de contemplação, ao contrário: estava convencido de que o apostolado só dá frutos se a partir da união orante com Deus.

Inicialmente, os seus sacerdotes congregados moravam juntos, mas sem fazer votos definitivos, o que César desejava (e que posteriormente veio a acontecer). Porém Romillon não concordou, e assim mudou-se para a casa em Aix-en-Provance, permanecendo César em Avignion. Aí caiu enfermo e sofreu por longo tempo, falecendo em 15 de abril de 1607. É considerado o patrono dos catequistas modernos.

São João Bosco, fundador dos Salesianos, também dedicados à catequese, quis que um sacerdote Doutrinário pronunciasse o discurso de inauguração da igreja de São Francisco de Sales em Valdocco, Turim

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A constatação de São César de Bus, no século XVI, é a mesma para os nossos tempos: o povo, embora em grande parte fiel e piedoso, não conhece bem a Doutrina da Igreja. Nunca será “suficiente” a nossa educação espiritual, pois Deus é inesgotável; não há limite para o quanto podemos e devemos crescer em santidade. Por outro lado, como prevenia Santo Agostinho, “Não progredir na vida espiritual é voltar para trás.”; seria grande orgulho e engano demoníaco pensarmos que “já não preciso me esforçar mais do que isso, já sou santo…”. Outra constatação deste santo é que o apostolado só dá frutos se a partir da união orante com Deus: afinal, não é possível dar o que não se tem. São pertinentes aqui algumas observações do Cardeal Tarciso Bertone, pregador do Vaticano, numa homilia sobre São César: “A catequese ou (…) ‘o exercício da doutrina cristã’, deve constituir a primeira missão da Igreja, (…) conservando sempre uma fidelidade dócil e inalterada ao Magistério da Igreja (…). Beato César de Bus gostava de repetir: ‘É preciso que tudo em nós catequize, temos que ser um catecismo vivo’. (…). Hoje existem muitos pobres que têm necessidade de assistência material; há ainda mais pobres que têm necessidade de ajuda espiritual. Quantas pessoas, embora dotadas de bens, vivem desprovidas do único e indispensável Bem, que é Deus! (…). A maior pobreza não é porventura, como observava Madre Teresa de Calcutá, a falta de amor, a falta de Deus? (…). A santidade é a melhor contribuição que podeis oferecer para a nova evangelização.”

Oração:

Ó Deus, Pai de bondade, que nos destes Vossos ensinamentos para que possamos Vos amar e assim sermos felizes, concedei-nos por intercessão de São César de Bus a graça de incansavelmente levar aos irmãos a Verdade da Vossa Doutrina, como maior obra de caridade, a partir da incessante busca da santidade pessoal na vivência íntima Convosco, na Eucaristia, nos Sacramentos, na oração e no conhecimento da Fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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