15 de Setembro – São Nicomedes – Nicomedes era um sacerdote romano que viveu no século I, onde os cristãos eram perseguidos pelo imperador Domiciano, um homem tirano e cruel. Nicomedes enterrava os cristãos, vítimas das perseguições. Por isso, foi preso, e, ao se recusar a oferecer sacrifícios aos deuses e abandonar a sua fé, foi assassinado e jogado no rio Tibre, em Roma.
Seu corpo foi recolhido por um clérigo, e enterrado em uma catacumba na Via Nomentana, perto da porta com o mesmo nome. Mais tarde o Papa Adriano I restaurou a igreja construída sobre ele. Além disso, no século V, existia uma igreja titular em Roma dedicada a ele.
Ele é lembrado como um santo cujo martírio ocorreu em uma data específica, 15 de setembro, e é mencionado em diversos documentos históricos, como o Martyrologium Hieronymianum e o Sacramentário Gregoriano. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: Os mártires são considerados exemplos de fé e coragem, e sua devoção é uma expressão da crença na comunhão dos santos e na intercessão dos santos junto a Deus. A vida de São Nicomedes, como a de qualquer mártir, pode inspirar os fiéis a permanecerem firmes em sua fé, mesmo diante das piores dificuldades e desafios.
Oração: Ó Deus, que São Nicomedes seja para todos nós exemplo de fidelidade e de espírito resoluto para que possamos nos inspirar em sua vida, professando a fé cristã em todas as circunstâncias. Dai-nos, por sua intercessão, a Graça de permanecer firme na fé. Por Cristo nosso Senhor. Amém! https://www.a12.com/
Alberto Avogadro nasceu na Itália por volta do ano 1149, serviu como Patriarca Latino de Jerusalém de 1204 a 1214. Ele teve um papel importante na defesa da Terra Santa para manter a presença cristã em Jerusalém. É conhecido por ter escrito a regra de vida dos carmelitas.
Entrou para os cônegos da Santa Cruz de Mortara, chegando a ser prior-geral da Congregação em 1180. Foi ordenado bispo de Bobbio em 1184 e de Vercelli em 1191. Era muito querido e estimado por todos e já tinha fama de santidade pelo dom que tinha de estabelecer a paz entre os que estavam em desavenças.
Quando o Patriarca de Jerusalém morreu, os bispos, príncipes e o povo, foram unânimes em escolher Santo Alberto como bispo de Jerusalém. O Papa Inocêncio III teve que insistir muito para que aceitasse este cargo. O argumento usado pelo papa foi definitivo: a Palestina sofria uma pressão fortíssima por parte dos muçulmanos e era preciso ter entre os católicos alguém com carisma e disciplina de “mão forte”, pois havia o risco do desaparecimento do cristianismo naquela região.
Embarcou para a Terra Santa no ano 1205. Assim que chegou à Terra Santa, fez sua morada na vertente do Monte Carmelo. Em pouco tempo ele conseguiu reconduzir o povo para a fé, ganhando o respeito tanto dos cristãos como dos árabes muçulmanos.
Durante o período em que foi patriarca de Jerusalém reuniu todos os eremitas do Monte Carmelo, redigindo ele mesmo as Regras para a comunidade. Brocardo, então prior dos carmelitas, pediu ao Patriarca Alberto que lhes desse uma norma de vida. Santo Alberto a escreveu, tornando-se assim no Legislador da Ordem do Carmo. Por isso, e apesar de não ter sido carmelita, a Ordem do Carmo o representa nas suas imagens vestido de carmelita e com a Regra na mão.
Morreu em 14 de setembro de 1214, assassinado pelo administrador do Hospital do Espírito Santo, ao qual ele havia primeiro advertido e depois afastado de suas funções, por suas crueldades. Santo Alberto conduzia uma procissão, e foi morto na frente de todos. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão: Santo Alberto em sua magnitude era admirado por todos. Em toda sua trajetória mostrou-se sábio, corajoso e coerente em seus princípios e virtudes. Sua fé em Cristo o ajudou a tomar decisões nas horas difíceis mesmo sabendo que poderia se prejudicar. O verdadeiro cristão sabe entregar a sua vida nas mãos de Deus e fazer a sua parte na construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Oração: Ó Deus, que por intermédio de Santo Alberto nos destes uma forma de vida evangélica, para conseguirmos de modo perfeito a caridade, concedei-nos que, por sua intercessão, vivamos consagrados a Jesus Cristo e sejamos fiéis em servi-lo até a morte. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
13 de Setembro — São João Crisóstomo – João Crisóstomo nasceu por volta do ano 349, em Antioquia, na Síria, Ásia Menor (atual Antakaya, sul da Turquia). Sua família era nobre e muito rica, bem considerada socialmente. Seu pai, um comandante de tropas romanas no Oriente, faleceu cedo, e sua mãe Antusa, futuramente canonizada, viúva aos 20 anos, providenciou a melhor formação religiosa e acadêmica possível para o filho. Na adolescência teve por mestre de Retórica o famoso Libânio, que logo viu no aluno um talento superior; de fato, queria torná-lo seu sucessor, mas João deixou a Retórica para dedicar-se à Fé.
Preparado durante três anos pelo bispo Melécio de Antioquia, que o tornara quase que um seu secretário, foi batizado e promovido a leitor. Entre 367 e 372, participou do asceterio, espécie de seminário de Antioquia, dirigido por Diodoro, futuro bispo de Tarso, quando conheceu bem vários escritos sagrados.
Melécio foi então condenado, pela terceira vez, ao desterro, e João decidiu abandonar os ofícios temporais, pensando em se retirar para uma vida eremítica. Não o vez imediatamente por instâncias da mãe, que ficaria sozinha. Em casa, passou contudo a viver num estilo monástico; não mais frequentava a vida social, a não ser os contatos doé, incluindo os futuros monges Teodoro e (São) Basílio; praticava o jejum e passava as noites estudando as Escrituras, à luz de uma lamparina.
Viveu depois disso uma experiência de quatro anos com os eremitas no vizinho monte Silpio, e ainda mais dois anos isolado numa caverna, estudando sem descanso dia e noite, principalmente as Cartas de São Paulo, sem jamais se recostar, o que lhe afetou a região gástrica e os rins. Teve que voltar a Antioquia em 381, para uma recuperação de saúde que durou cinco anos. Neste período foi ordenado diácono por Melécio, e escreveu algumas obras, que logo começaram a ficar conhecidas. Sua capacidade extraordinária de pregar ao povo sobre as Escrituras também se evidenciou. Por isso ficou conhecido como “Crisóstomo”, ou “boca de ouro”.
Em 386 o bispo Flaviano, sucessor de Melécio, ordenou-o como sacerdote e pregador oficial da diocese. No ano seguinte, os sermões que proferiu na Quaresma ficaram famosos (22, sobre estátuas, direcionadas à penitência e à conversão), relacionados à crise que ocorreu neste mesmo ano a partir do aumento de impostos ordenado pelo imperador Teodósio: um revolta popular em Antioquia contra esta determinação levou à quebra de estátuas do imperador, da imperatriz e dos seus filhos, o que deveria ser punido com mortes.
Num primeiro momento o imperador, em Constantinopla, foi tolerante nos castigos, mas enquanto isso procurava investigar os culpados. João aproveitou para pregar as virtudes cristãs e a conversão com diligência no período quaresmal, por rogos e advertências, a fim de que o bom exemplo das pessoas inclinasse favoravelmente o julgamento imperial; também conseguiu que Flaviano visitasse o imperador acompanhado de pessoas escolhidas, procurando lembrá-lo do valor das vidas humanas, levando inclusive um discurso escrito pelo próprio João, de modo a mitigar-lhe a ira. Teodósio enviou dois representantes para Antioquia, não para uma punição, mas para apurar os acontecimentos.
O povo, aliviado por não ter tido castigo imediato, logo desdenhou os sermões de João, voltando a se comportar como os pagãos. Em breve prisões, torturas e execuções começaram a acontecer, em ritmo acelerado e crescente. Convencido de que só o bom comportamento poderia impedir estes abusos, João solicitou aos eremitas das montanhas próximas que viessem à cidade em auxílio dos demais. Estes de fato vieram, e com sua postura de vida e autoridade moral enfrentaram os subordinados imperiais.
Um deles, Macedônio, disse aos dois enviados de Teodósio: “…se os antioquenos haviam agido mal destruindo imagens do imperador, que aliás tinham sido substituídas por outras mais belas, nem por isso o imperador, por mais imperador que fosse, tinha o direito de matar homens vivos, imagens do próprio Deus inseridas no livro da vida, que ninguém seria mais capaz de reconstituir”.
João havia convocado também monges e todo o clero de Antioquia e cidades vizinhas, que se ofereciam para morrer no lugar dos condenados, de modo a que terminasse a matança. Foram então suspensas temporariamente as execuções, para que se consultasse o imperador. Finalmente o bispo Flaviano, depois de inúmeros obstáculos, pôde ler para Teodósio o discurso de João, que enfatizava o valor infinito do perdão.
Ao final, o imperador, tocado no coração, respondeu: “Haverá algo de estranho quando nós, homens, perdoemos aos que nos ofenderam, homens também, quando o Senhor do mundo, depois de ter descido à terra e de Se ter feito servo por nós, […] implorou ao Pai pelo bem de Seus verdugos com aquela oração: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem?’.
Decretou anistia geral, perdoando os culpados e devolvendo a Antioquia os privilégios antes suprimidos.
Entre 386 e 397, João fez as suas mais famosas homilias. Em geral pregava três vezes por semana, e as multidões com frequência choravam ao ouvi-lo, sendo chamadas a abandonar os vícios e leviandades e seguir os Mandamentos de Deus. Mas em 397, falecendo o bispo Nectário de Constantinopla, João foi chamado para substituí-lo, por causa da fama das suas palavras, sendo sagrado, de má vontade, pelo patriarca Teófilo de Alexandria.
Constantinopla, a capital com sua corte, era neste tempo a mais desenvolvida cidade do império, mas também nos vícios e vontades mundanas. Reinava então no Oriente um dos filhos do falecido Teodósio, Arcádio, pusilânime, medíocre intelectualmente, fraco de vontade, e casado com Eudóxia, de origem social inferior, e cuja rápida ascensão a imperatriz facilitara a vaidade, cobiça e leviandade. O governo era exercido realmente por Eutrópio, um eunuco do tempo de Teodósio, que chegara ao cargo de “camareiro-mor”, com poderes de primeiro-ministro, e a quem se sujeitava o casal imperial; era ambicioso, de péssima conduta moral, ganancioso, e articulara o casamento de Eudóxia, sua protegida.
João verificou o lamentável estado de baixeza espiritual e moral da corte, da cidade, e, infelizmente, também do clero. Começou um esforço de reforma dos costumes, iniciando por si mesmo: retirou e vendeu todos os objetos de luxo da casa que ocupava, a do seu antecessor, e com o valor de tapeçaria, sedas, veludos, etc., incluindo sua cama, construiu um hospital e cuidou dos pobres. Dormia sobre algumas tábuas, coberto com um único cobertor.
Combateu a heresia ariana, que negava a divindade de Cristo, e condenou clara e duramente os vícios da corte e particularmente dos prelados. Em breve, a “aquisição” de um bispo famoso pela eloquência, que daria um maior “brilho” à cidade, começou a incomodar os que haviam quase que forçado o seu episcopado: “Aqueles que só pretendiam deleitar-se com suas formosas frases tiveram que escutar também amargas verdades sobre suas indignas ações (os bispos e cortesãos) e suas frivolidades”. Além disso, Eutrópio caiu na desgraça do casal imperial em 399, e acabou sendo protegido por João. Eudóxia passou a alimentar o desejo de vingança, e em termos práticos foi ela quem assumiu a autoridade imperial.
João Crisóstomo não apenas condenava verbalmente o luxo e a depravação da corte e os privilégios abusivos, a indolência e os vícios do clero, mas tomou medidas práticas no que podia fazer contra estes desvios. Assim removeu muitos padres indignos e também seis bispos, incluindo o de Éfeso. Cada vez mais ostensivamente, a nobreza e o clero passaram a hostilizá-lo.
Outros dois fatores contribuíram para a raiva contra João. O patriarca Teófilo de Alexandria, que obrigado por Arcádio o havia sagrado bispo, desde este evento lhe guardava ressentimento – talvez por inveja? – que recrudesceu quando alguns monges egípcios excomungados por Teófilo buscaram João para dar resposta às acusações que lhes tinham sido feitas. E Crisóstomo criticou Eudóxia e as cortesãs do palácio pelo seu modo pagão de vida, as quais reagiram com insultos e procurando desacreditá-lo.
Assim, em 403 Teófilo e Eudóxia convocaram um sínodo com 36 bispos hostis a João, em sua ausência, que o condenou com base em 21 casos falsos. O imperador Ardósio, já induzido à má vontade para com ele, condenou-o ao exílio, na Bitínia (antiga região do noroeste da Ásia Menor, na costa do Mar Negro, hoje Anatólia na Turquia). Este foi um exílio muito curto, por causa da indignação popular, que assustou a imperatriz e proporcionou o seu regresso.
Curto, porém, foi o período de calma, pois espetáculos e festas inadequadas e a imposição de uma estátua de prata de Eudóxia, a poucos metros da catedral, seguiram-se apenas dois meses depois. João tornou a criticar duramente estes excessos, e logo seus opositores o acusaram de afronta à imperatriz.
A resposta de João foi uma homilia condenando claramente festas pagãs em honra de imperadores cristãos, acrescentando que “já se enfurece novamente Herodíades, novamente se comove, dança de novo e mais uma vez pede a cabeça de João numa bandeja. ” Diante da controvérsia, Ardósio o proibiu de exercer as funções eclesiásticas e ordenou sua reclusão dentro da igreja. Crisóstomo, contudo, não podia em consciência deixar de celebrar as cerimônias da Semana Santa que se aproximavam, e houve violência durante os batizados na Vigília Pascal. Por causa disso João foi novamente exilado, não sem denunciar ao Papa, por carta, os acontecimentos.
Partiu em 404 para Cucusa, na Armênia, ao leste da (atual) Turquia, região entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Mesmo a esta distância, sua comunidade de Antioquia deslocou-se em peregrinação para encontrá-lo, o que provocou a ira ainda maior dos seus inimigos. Estes instigaram Arcádio a impedir as visitas dos fiéis, transferindo João para Pytius (atual Ptisunda, na Geórgia), às margens do Mar Negro, o que equivalia a uma condenação à morte: de fato, a caminhada a pé sob clima e terreno rigorosos o exauriram, e ele chegou moribundo a Comana Pontica (na atual Turquia). Faleceu em 14 de Setembro de 407, festa da Exaltação da Santa Cruz (por isso sua festa é comemorada um dia antes), na capela do mártir São Basilisco, onde foi sepultado.
Em 438, seus restos mortais foram transladados para Constantinopla, sob o imperador Teodósio II, filho se Arcádio e Eudóxia, que durante o cortejo, com o rosto apoiado no caixão, pedia a João Crisóstomo perdão para os seus pais.
São João Crisóstomo é Doutor da Igreja, Padroeiro do Concílio Vaticano II, e um, senão o primeiro, dos maiores oradores católicos da História. Sua obra escrita é quase toda conservada, e inclui 17 tratados, mais de 700 homilias autênticas, grande parte delas sobre São Paulo, e 241 cartas. Seu livro mais famoso é “Sobre o Sacerdócio”, clássico de espiritualidade monástica. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão: São João Crisóstomo teve oportunidade de conhecer a Filosofia e a Retórica, mas nem por isso se deixou levar pelas seduções das ideias e palavras vazias, ainda que bem organizadas e apresentadas. Ao invés disso, aproveitando o que pôde ser de valor instrutivo destas concepções humanas, dedicou-se ao estudo das matérias que têm conteúdo verdadeiro, palavras de vida eterna, e buscou a convivência com mestres e companheiros santos. Daí que pôde também ensinar, na teoria e na prática, a coerência necessária entre os preceitos de Deus e a vida dos batizados na Igreja, algo que mesmo imperadores dito cristãos, pessoas ditas fiéis, e ainda membros do clero não se prontificaram a seguir, preferindo dedicar-se a um modo de vida que, por assim dizer, propõe festas pagãs em honra de nomes cristãos… o panorama do século IV parece muito atual na cristandade do século XXI. E as perseguições, a quem quer seguir o Pastor, mudam só na aparência: os inimigos querem sempre manter longe Dele as ovelhas, manobrando para matá-Lo e para as manterem em cativeiro, impedidas de encontrá-Lo, se não pelas distâncias geográficas, por aquelas ideológicas, midiáticas, etc. Muita ênfase dá São João Crisóstomo, nos seus escritos, à educação infantil, fase da vida onde se sedimentam as virtudes, e onde esta coerência fundamental entre as ideias e o agir precisa ser estabelecida com firmeza. E seus maravilhosos escritos e sermões, pelos quais é mais conhecido, não teriam o mesmo valor se ele não agisse conforme pregava: tomou providências concretas para ajudar os necessitados, desfazendo-se de bens para construir um hospital, enviou uma embaixada para obter clemência do imperador para as pessoas da sua cidade, convocou ajuda de eremitas e monges – e assim conseguiu salvar vidas e almas, obtendo de Teodósio a sua belíssima compreensão do perdão… da valorização da santidade individual, João Crisóstomo propõe a construção, sempre em coerência, da estrutura social (conforme escreve nos seus comentários aos dos Apóstolos), baseada não mais na antiga polis grega, onde eram dados valores diferentes a pessoas de distintas camadas sociais e a pátria era superior ao indivíduo, mas sim no modelo da Igreja primitiva (cf. At 4,32-37), onde cada ser humano tem o mesmo valor intrínseco de filho de Deus, e por consequência, como verdadeiros irmãos, procuram conviver com equilíbrio baseado no amor, estruturando assim a organização, sucessivamente, das famílias, das comunidades e das nações. Neste sentido, ele é um inspirador da Doutrina Social da Igreja, que organiza esta vida em função da nossa verdadeira polis, pois “somos cidadãos do Céu” (cf. Fl 3,20). João não era político, nem “politicamente correto”, por isso exerceu com clareza, honestidade e coerência o seu sacerdócio e o seu bispado; por isso sofreu, já que “se enfurece novamente Herodíades…”, mas hoje está na glória de Deus. Não se pode ceder a “respeitos humanos” diante do que agride a Deus, a Igreja, a Verdade (que é Cristo!) e põe em perigo a salvação das almas. Conhecimento da Verdade e retidão de vida: a coerência entre elas é o cerne de toda a pregação de Crisóstomo, e a nossa obrigação e salvação cristã. Festejemos, como ele, a nossa ida para a verdadeira polis na Exaltação da Santa Cruz, ápice da congruência entre a Criação e a Redenção!
Oração:
Senhor, que nos transmitistes Vossa Palavra eterna, com a ação salvadora na qual necessariamente se traduz o Verbo, concedei-nos por intercessão de São João Crisóstomo a coerência no conhecimento e prática dos Vossos ensinamentos e da Vossa vontade, para que destruamos as imagens dos ídolos mundanos, e oferendo nossas vidas pelo amor do próximo, alegremente nos exilemos do que é mundano, proclamando a Verdade. E por Vossa infinita misericórdia, suscitai também hoje santos pregadores para a Vossa Igreja. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
Guido nasceu em Bruxelas, Bélgica, em 950, numa família pobre que trabalhava no campo. Acostumado com a vida simples e humilde, cresceu com um amor muito grande pelas coisas de Deus, pela oração e pelo serviço. Ele é considerado protetor dos estábulos, em especial dos cavalos.
Em busca de uma união maior com Deus, foi para a cidade de Laeken, perto de Bruxelas, onde serviu no Santuário de Nossa Senhora em todos os trabalhos que o sacerdote pedisse, limpando o chão, o teto, o altar sagrado, fazendo as tarefas de sacristão e cuidador da Igreja com muito zelo. Assim, além de se sentir útil ao próximo, ele tinha tempo para se dedicar à oração e às piedosas práticas de ascese (regulação moral do comportamento) cristã.
Viveu dois séculos antes de São Francisco de Assis, e alertava sobre o perigo que o dinheiro traz às almas.
Guido desde muito jovem soube que tinha vocação para a vida sacerdotal. Era muito desapegado e, ainda na juventude, doou aos pobres tudo o que tinha e ganhava. Em determinado momento de sua vida, não por desejo de lucro, mas para fazer um fundo a favor dos pobres, ele aceitou fazer um acordo com um mercador para um negócio cuja renda seria destinada totalmente aos pobres da cidade. Mas esse não era o caminho que o Senhor queria para ele: Guido percebeu isso quando o primeiro navio armado naufragou no porto fluvial de Bruxelas.
Assim, deixou tudo, se vestiu com o hábito de peregrino e por sete anos percorreu as longas e inseguras estradas da Europa para visitar os maiores santuários da cristandade em penitência e oração. Durante suas viagens, dedicou-se à evangelização e a levar Jesus a todos os que encontrava, mas também dando pão aos famintos. Foi a Roma e depois prosseguiu para a Terra Santa.
Ao voltar, passou por Roma, onde encontrou o decano de Anderlecht, que, em seu leito de morte, o encarregou de continuar a anunciar a Boa Nova.
Guido voltou para Anderlecht, chegando lá cansado e doente. Pouco tempo depois, ele morreu, em 12 de setembro de 1012. No momento da morte, uma luz brilhou em volta do santo. Hoje, seus restos mortais descansam na igreja Colegiada da cidade.
No decorrer dos séculos, a devoção a São Guido se difundiu. São Guido protege os estábulos, as escuderias e em particular os cavalos, que durante a festa anual de Anderlecht são abençoados ao término de uma procissão folclórica. Reflexão:
O estilo de vida de São Guido foi fundamentado no desapego aos bens materiais, ao amor ao próximo e a busca pela santidade. Seu propósito era pregar o amor de Deus sobre todas as coisas, amando o próximo e cuidando dos mais necessitados. Suas maiores virtudes eram a caridade e o silêncio. Num mundo marcado pela pobreza, violência e desigualdades, a vida de São Guido nos inspira a lutar pela construção de uma nova sociedade.
Oração: Deus nosso Pai, colocamos agora neste momento, sob a vossa proteção todo o nosso agir e todo o nosso viver. Caminhemos hoje buscando a vossa face de luz. Em tudo procuremos a simplicidade, a cordialidade, o bom senso, o bom humor, a alegria cristã, pois lamúrias e tristeza para nada servem. Procuremos mais ajudar que ser ajudados, mais servir que ser servidos, mais somar que dividir mais ouvir que falar. Não faltemos com a cordialidade, o respeito, a sinceridade, sobretudo para com os que vivem juntos a nós. Por Cristo nosso Senhor. Amém! https://www.a12.com/
João Gabriel Perboyre nasceu no ano de 1802, em Mongesty, diocese de Cahors, França, de uma numerosa família de agricultores profundamente cristã. Primeiro dos oito filhos do casal, foi educado para seguir a profissão do pai. Porém, desde cedo demonstrava vocação religiosa, e na adolescência, juntamente a dois dos seus irmãos, ingressou no seminário da Congregação de São Vicente de Paulo (lazaristas). Três de suas irmãs também se fizeram religiosas, e um seu tio já era sacerdote.
Foi ordenado padre em 1826, ficando alguns anos em Paris, onde foi professor e diretor de seminários vicentinos. Mas aspirava ser missionário na China, numa casa vicentina; neste país, por esta época havia sido martirizado um outro padre.
Em 1832 um dos seus irmãos, também sacerdote, foi enviado ao povo sino, mas faleceu durante a viagem marítima. João pediu para ser seu substituto, seguindo em 1835 primeiro para Macau (possessão portuguesa até 1999). Ali aprendeu os costumes e o idioma chinês, bem como a apresentar-se como um nativo, pois a entrada de estrangeiros era proibida. Seguiu então para as regiões de Ho-Nan, e depois Hou-Pé. Encontrou um quadro de muitas apostasias, pois a perseguição aos católicos era grande e vários fraquejavam. Mas consolou-os e os incentivou à Fé, e realizou batismos, evangelizando em diversas aldeias.
Antes da celebração de uma Missa dominical em 1839, soldados chineses o quiseram prender, mas ele fugiu e se escondeu num bambuzal. Um rapaz recém-batizado o traiu, indicando o lugar aos perseguidores, que o capturaram. Foi imediatamente espancado. Durante este procedimento, era pressionado a revelar onde estavam outros padres; depois, foi levado a “julgamento”. Na prisão, ficou um ano sendo cruelmente torturado, em três cadeias diferentes. Sofreu mais de 20 interrogatórios, sob deboches, pancadas e torturas, com a intenção de que revelasse a localização de outros sacerdotes que deveriam ser mortos. Numa dessas ocasiões, foi-lhe oferecida a liberdade, se pisasse num crucifixo: recusando veementemente, foi punido com 110 chicotadas. Os tormentos incluíram sobrecarregá-lo com correntes, esmagar seus pés num torno, açoitá-lo com bambus, chicoteamento até a desfiguração, obrigá-lo a beber sangue de cachorro, insultar seu pudor. João Gabriel apenas dizia, “melhor morrer do que pecar.”
Foi por fim condenado à morte. Em 11 de setembro de 1839, amarrado a uma cruz em forma de “X”, foi espancado, escarrado, e teve os cabelos arrancados; enquanto o estrangulavam, ainda lhe davam pontapés na barriga. São João Gabriel Perboyre foi o primeiro missionário da China canonizado pela Igreja. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão: Ao longo da História, é possível verificar que no Oriente, de forma geral, o Catolicismo sempre foi muito perseguido, e particularmente após o surgimento do Comunismo. E atualmente a intolerância religiosa, particularmente contra a Igreja Católica, é cada vez mais evidente, mesmo nos países, orientais e ocidentais, que se apresentam com denominação de “democráticos” e “tolerantes”. A falsidade e incoerência destes governos fica escandalosa na pressão social, diminuição ou restrição completa de direitos civis, desrespeito aos valores, tradições e ensinamentos católicos, proibições absurdas até de liberdade de expressão, e em muitos casos prisões, deportações e assassinatos dos filhos da Santa Igreja – em geral, com a argumentação de que os católicos é que são intolerantes com os demais! De fato, Deus, a Igreja e os fiéis não podem ser tolerantes com o pecado, que é o que os “tolerantes” desejam, já que adotam facilmente este modo de vida, e não estão dispostos a terem suas iniquidades confrontadas pela Verdade sobrenatural, e pelas verdades naturais, que o Catolicismo comprova; mas se há tolerância com os pecadores, é nos países de matriz católica (os não corrompidos pelo modernismo). Os “tolerantes democráticos” aceitam tudo, inclusive o satanismo, mas não a Igreja; rejeitam, ignoram, distorcem verdades e fatos históricos, usando de poderosa mídia, na tentativa de desacreditar e desmoralizar a Igreja e a Fé, alegando que este tipo de atitude é em prol da “liberdade”… de quem? Só dos que não são católicos. Mentiras tão absurdas e gigantescas não podem trazer futuro bom para nenhuma sociedade, pois estão apoiados na mentira, e os que hoje são indulgentes com essa mentalidade serão os primeiros a serem escravizados por ela. Os “tolerantes democráticos” odeiam a Igreja porque ela prega a caridade, o perdão, a honestidade, a castidade, o amor na família e na sociedade, o estudo para conhecer a verdade (e não para desenvolver uma retórica a serviço da mediocridade e da mentira), o respeito mútuo, que necessariamente não impede a correção quando devido, a justiça, as verdades naturais da Criação de Deus (como a realidade incontestável que um ser humano é um ser humano desde a sua concepção; alguém por acaso contesta que uma baleia é uma baleia desde a sua concepção? Aos animais se dá mais valor intrínseco do que ao Homem, o único ser feito à imagem e semelhança de Deus! Pode haver “tolerância” ou “consenso democrático” por exemplo a respeito da mudança do valor intrínseco de 1 +1 =2?? Verdades biológicas, ou matemáticas, são verdades, não dependem, absolutamente, de acordos ou convenções); e muitas coisas mais, da mesma índole: assim, por ser honesto, casto, moralmente virtuoso, etc. é que o católico é perseguido. Uma bestialidade que não pode mais ser admitida. Não pode haver liberdade em rejeitar e desonrar a Cruz, justamente a prova maior de Cristo para a nossa libertação do pecado. É portanto necessário aos católicos beber o cálice do Sangue de Cristo, e não se regalar no sangue dos cães, se for o caso imitando diretamente a Jesus e a São João Gabriel Perboyre: sofrendo traição, tortura e morte, talvez numa cruz. É também necessário, de forma, premente, rezar e se mortificar pelas conversões dos que perseguem a Cristo e Sua Igreja. “É melhor morrer do que pecar”. Mas se houver fidelidade e obediência aos Mandamentos de Deus, na vida com os Seus Sacramentos, não será necessário chegar a este ponto: os santos e as conversões inúmeras vezes evitaram desgraças no mundo católico. Que comecem, enquanto é tempo, as conversões, primeiro a nossa, dos católicos, para que a nossa santidade, que é obra do Espírito Santo com a nossa cooperação, possa obter a misericórdia de Deus.
Oração: Ó Senhor, Todo-Poderoso, infinitamente bom, e infinitamente justo: concedei-nos pela intercessão e exemplo de São João Gabriel Perboyre a graça de não nos sobrecarregarmos com as cadeias do pecado, da apostasia, de não trairmos Cristo e os irmãos, mas protegei os Vossos filhos, livrando-os dos males da alma e do mundo, sustentando-nos nas boas obras e na coragem de rezar e agir pelo Vosso Reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
Nicolau nasceu na pequena cidade de Castelo Sant’Angelo, atual Sant’Angelo in Pontano, região das Marcas (Marche) no leste da Itália, em 1245. Seu nome foi em honra de São Nicolau de Mira, que numa visão atendeu ao pedido dos pais de lhes concederem um filho. Ele mesmo contou que, na infância, via o Menino Jesus na Hóstia Consagrada: “(…) assistindo à Missa na igreja que frequentava, quando o celebrante elevava o Corpo do Senhor de acordo com o ritual, com estes meus olhos vi com clareza um Menino de belíssima aparência, traje maravilhoso, rosto luminoso e olhar cheio de júbilo, que me dizia: ‘Os inocentes e os justos estão unidos a Mim’”.
Também muito pequeno, fugia das coisas mundanas e rezava com admirável recolhimento. Aos sete anos, as suas preocupações eram as orações, o jejum três vezes por semana, receber os pobres na casa paterna e se retirar numa gruta próxima para rezar. Já mais crescido servia de acólito na Missa. Frequentou a escola paroquial dos cônegos regulares de Santo Agostinho, onde se sobressaía pela seriedade e responsabilidade, progredindo rapidamente nos estudos e recebendo as ordens menores, de modo que sendo ainda adolescente foi feito cônego na Igreja Collegiata do Santíssimo Salvador.
Ao ouvir a pregação de um frade agostiniano, com cerca de 14 anos, decidiu ingressar na Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. Terminou o postulantado em Sant’Angelo e foi enviado para o convento da cidade vizinha de San Ginesio, para começar o noviciado e estudar Teologia. Ali foi designado esmoler, destacando-se na caridade para com os pedintes, e realizando seu primeiro milagre: a cura de um menino enfermo, em quem pôs as mãos sobre a cabeça dizendo “O bom Deus te curará”, o que aconteceu imediatamente. Humilde e alegremente desempenhava as funções mais árduas, guardava a pureza, e submetia-se a duras penitências – jejuns, uso do cilício, dormir no chão, usar uma pedra como travesseiro; nunca comia carne, mas só pão e alguns legumes malcozidos e insossos. Fez sua profissão perpétua antes de completar os dezoito anos.
Frequentemente, os provinciais o mudavam de casa, para que o seu exemplo de observância da regra e o seu odor de santidade edificassem os irmãos de hábito. De San Ginesio foi enviado sucessivamente a Recanati, Macerata, de novo San Ginesio, e depois Cingoli, onde foi ordenado sacerdote. Passou ao eremitério de Pésaro e daí para Valmanente, sempre levando vida ascética. O caráter divino do sacerdócio aumentou sua dedicação, e doente ou não celebrava a Missa todos os dias, com admirável piedade, nunca sem ter se confessado antes, e seguidas vezes entre lágrimas. Em Valmanente, a alma de um frei, que estava no Purgatório, apareceu-lhe pedindo que rezasse uma Missa por ele e outras almas; Nicolau então celebrava as Missas como hebdomadário, isto é, durante os dias de semana, quando não eram colocadas intenções pelos falecidos, mas pediu licença ao prior para fazê-lo, e depois de sete dias todas aquelas almas lhe vieram agradecer a entrada no Paraíso. (Esta é a origem do septenário de Missas pelos fiéis defuntos de São Nicolau de Tolentino).
Um primo de Nicolau, superior de um convento próximo a quem fôra visitar, e onde a regra era menos austera, convidou-o a lá ficar, alegando que estava muito magro e acabaria por perder a saúde, tornando-se inútil para a Igreja. Em oração, Nicolau procurou discernimento, e vários anjos lhe apareceram, cantando: “É em Tolentino que deveis permanecer, mantém tua vocação, nela encontrareis vossa salvação”. Isto esclareceu a sutil tentação que o demônio lhe oferecia. Assim, foi para a cidade de Tolentino, nas Marcas, em 1275, perseverando na vida de grande austeridade por 30 anos, e dedicando-se à Missa, às Confissões, à pregação e às visitas aos pobres e doentes.
Nicolau comia muito pouco e por isso ficou doente. Por obediência, ingeriu um pequeníssimo pedaço de carne, dizendo: “Já obedeci, não me aborreçam mais com gulodices”. E Deus o curou. Portanto continuou a jejuar às segundas, quartas e sextas, e, aos sábados, em honra a Maria Santíssima. Acontecendo de novamente cair doente, Nossa Senhora lhe apareceu e o orientou a comer um pouco de pão molhado em água, abençoado com o sinal da Cruz, depois do que ficoubom. Daí surgiu a bênção dos pãezinhos de São Nicolau, realizada no dia de sua festa, responsável pela cura de inúmeros doentes, o mais famoso deles Filipe II da Espanha, que aos oito anos foi assim curado de febres muito altas.
Outras penitências suas eram o uso de tecidos ásperos e cadeias metálicas, que irritavam a pele. Além das horas canônicas de oração obrigatória, rezava todo o período entre cada uma delas, se não tivesse que atender confissões ou cumprir alguma obrigação. Se não estivesse na igreja ou perto de um altar, orava na cela, onde colocara duas lajes, para apoio dos joelhos e dos braços, e que sendo muito frias o mantinham acordado no período da noite.
O diabo de tudo fazia para perturbar as suas orações. Alternava gritos com sons de animais, como o uivo de lobos ou rugidos de leões, e outras vezes fingia abrir o telhado, quebrar telhas ou quadros, ou derrubar a casa. Por três vezes, como um pássaro gigantesco, invadiu sua cela para derrubar e quebrar a lâmpada do seu oratório. Mas a tudo isso Nicolau, sem temor ou perturbação, mantinha-se sereno e em oração. Em outras várias oportunidades, o diabo o agredia fisicamente, deixando-o ferido e em estado grave, em seguida largando-o no claustro, onde os frades o encontravam. Depois de uma dessas ocasiões, Nicolau ficou coxo e passou a usar uma bengala para poder andar.
O diabo também o tentou com o escrúpulo sobre a validade das suas penitências, que não agradariam a Deus e se tornavam um fardo para a comunidade… mas Jesus lhe apareceu em sonho, garantindo que suas penitências Lhe eram gratas e que o temor escrupuloso que sentia eram nada “mais que um artifício de satanás e que seu nome já estava escrito no livro da vida”. Assim, mesmo alquebrado, Nicolau continuava com os sacrifícios, e a visitar os pobres e os doentes. Era também um ótimo pregador, e, no confessionário, por vezes se oferecia para pagar, ele mesmo, as penas dos arrependidos.
Muitos foram os milagres que realizou (301 reconhecidos até a sua canonização). Certa vez o prior o viu dando aos pobres o pão destinados à comunidade, e lhe perguntou o que levava na toalha sob o manto; Nicolau respondeu que eram flores, e de fato em belíssimas rosas os pães haviam se transformado, em pleno mês de dezembro – inverno, sem flores, no Hemisfério Norte… em outra ocasião recebeu a pedido de doação, de uma dona de casa simples, uma quantidade de farinha, parte significativa da que a senhora tinha para a própria família. Ele a abençoou, dizendo: “Que Deus, por amor de quem, mesmo sendo pobre, deste esta esmola com alegria, multiplique a farinha que conservas”. A partir de então, a quantidade de farinha na casa dela nunca diminuiu.
Um ano antes da sua morte, um astro luminoso começou a acompanhá-lo permanentemente, visto por todos; nos seus últimos seis meses de vida, anjos cantavam para ele todas as noites. Faleceu em 10 de setembro de 1305, na presença de uma relíquia da Santa Cruz. Foi sepultado na capela onde habitualmente confessava e celebrava a Missa, que por conta dos milagres ali ocorridos tornou-se local de peregrinação. Seu corpo foi encontrado incorrupto 40 anos depois da sua morte, e nesta ocasião jorrou sangue dos braços, o mesmo acontecendo de tempos em tempos, posteriormente. São Nicolau de Tolentino foi um dos santos mais populares na cristandade, até perto dos anos 1800. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: A vida de São Nicolau de Tolentino nos evidencia a seriedade com que, desde criança, tratava os assuntos espirituais. Cultivava uma fé incondicional em Nosso Senhor e na Virgem Maria, que se concretizava na caridade e, como religioso, no extremo cuidado com a Missa, os Sacramentos, enfim, com a sua condição de sacerdote e religioso; perseverou nas orações e penitências – como Nossa Senhora iria enfatizar em Fátima, nas Suas aparições de 1917 – em obediência, humildade e destemor dos obstáculos naturais e sobrenaturais. Correspondeu com integridade total ao aviso, que é para todos nós, ouvido na pregação que o levou a ser religioso: “Não ameis o mundo, nem as coisas dele. (…). Mas o mundo passa e seus desejos imoderados também, mas o que cumpre a vontade de Deus permanece para sempre” (1Jo 2,15.17). Por isso o bem que ele fez chegou a toda a Igreja: padecente, militante e triunfante. Os religiosos e leigos, hoje, têm a mesma seriedade, nas suas respectivas vocações? Nós devemos seguir seriamente o Astro Luminoso que é Jesus, se quisermos ouvir as vozes angelicais no Paraíso. Sabendo-nos coxos de espírito, só poderemos caminhar para Ele nos apoiando no báculo que nos é oferecido pela Santa Igreja.
Oração: Senhor Deus, que não tomais como brincadeira ou com indiferença a salvação das nossas almas, a ponto de entregar Vosso Filho na Cruz, concedei-nos por intercessão de São Nicolau de Tolentino o entendimento e o compromisso de uma vida espiritual verdadeiramente austera, que não afasta nem a alegria nem o bom humor, mas sim nos faz recusar a vida “mais fácil” que o tentador sutilmente oferece, de modo a podermos florir em boas obras sob o manto inconsútil de Cristo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
Pedro Claver nasceu em Barcelona, na Espanha, em 1580. Filho de um casal de gente do campo, o jovem espanhol manifestou desde cedo sua vocação religiosa. Tornou-se jesuíta, logo viajando para uma missão em Cartagena, atual país da Colômbia.
Começou então o apostolado que iria marcar sua vida: o trabalho como os negros que vinham escravizados da África. Apesar das dificuldades da língua, a linguagem do amor e da caridade falava ao coração dos escravos e aproximava-os de Pedro Claver.
O missionário além de lhes dar alimento, vinho e tabaco, oferecia palavras de fé para aquecer seus corações e lhes dar esperança. Por esse motivo os escravos negros o veneravam e respeitavam como um justo e bondoso pai.
Em sua missão, lutava ao lado dos negros e sofria com eles. O que podia fazer por eles era mitigar seus sofrimentos e oferecer-lhes a salvação eterna. Com essa proposta, Pedro Claver batizou cerca de quatrocentos mil negros durante os quarenta anos de missão apostólica.
Durante a peste não abandonou os escravos, mas acabou contaminado. Depois de quatro anos de sofrimento, Pedro Claver morreu aos setenta e três anos de idade, em 08 de setembro de 1654, no dia na festa da Natividade da Virgem Maria. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: Novamente constatamos, com São Pedro Claver, que a devoção à Sagrada Eucaristia e à Nossa Senhora são um denominador comum aos grandes santos de Deus. É só destas fontes que a alma recebe a condição de caridade superior que lhe permite ser “escravo dos escravos”, ou, como é próprio dos Papas, “servo dos servos de Deus”, no seguimento autêntico do ensinamento maior do Cristo: “Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque realmente Eu o sou. Se Eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei o exemplo, para que vós também façais como eu fiz. Eu vos afirmo e esta é a verdade: não é o servidor maior do que o seu mestre, nem o enviado maior do que aquele que o envia” (Jo 13,13-16). É preciso termos sede de almas para Cristo, conquistando para Ele muitos outros filhos, irmãos nossos que se salvem, particularmente os mais necessitados – não apenas ou principalmente os pobres materiais, mas sobretudo os que, independentemente da situação financeira e social, vivem no pecado, longe de Deus, correndo objetivo risco de condenação infinita; como o Cristo, Deus mesmo, nos serviu nas nossas misérias, igualmente nos devemos fazer escravos dos irmãos, começando pela oração e santificação pessoal, de modo a bem servir às almas, por amor ao Pai. São Pedro Claver não obteve a melhoria de vida social dos escravos, mas os libertou do paganismo e do pecado, e muitos deles, segundo os relatos históricos, consideravam-se mais felizes depois da conversão, mesmo como cativos na América, do que como idólatras na sua terra natal. Talvez não vivamos sequer os 70 anos que São Pedro Claver atingiu; aproveitemos o tempo para rezar e trabalhar na caridade para com o próximo, inciando pelos mais próximos, família, o Clero, os fiéis, sem esquecer dos mais precisados espiritualmente, como os dirigentes das nações e outras autoridades, enormemente responsáveis pelas decisões que afetam espiritual e materialmente todas as pessoas. Faz parte deste carinho e caridade o zelo pelas coisas de Deus, como a Liturgia, à qual São Pedro Claver dedicava tanto cuidado, na preparação e no tempo íntimo com Jesus, depois da Comunhão. Não podemos reclamar se, não tendo estas atenções para com Jesus, que dizemos amar, viermos a sofrer sem grandes méritos, ao contrário deste santo que tanto padeceu no assemelhar-se a Cristo – não é o servidor maior do que o seu mestre – e que ainda assim era ciente de que “Mais merecem minhas culpas”; por isso, por esse amor, é que mereceu falecer na Natividade… estava preso, pelas contas do Rosário, às mãos de Maria, que o levou para o Céu.
Oração: Senhor Deus, que nos libertais da escravidão do pecado, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Claver a cura da paralisia espiritual, com ao menos um pouco da sua ardente caridade em livremente obedecermos primeiro a Vós e assim ao cuidado dos irmãos, e com o auxílio e compromisso da Eucaristia e do Rosário diário, podermos servir como devemos já nesta Terra e mais ainda do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/
8 de Setembro — Santo Adriano – Adriano nasceu no ano 635 no norte da África e foi batizado com o nome de Hadrian. Tinha apenas cinco anos de idade quando sua família imigrou para a cidade italiana de Nápolis, pouco antes da invasão dos árabes. Lá estudou no convento dos beneditinos de Nerida, onde se consagrou sacerdote.
Adriano se tornou um estudioso da Sagrada Escritura, profundo conhecedor de grego e latim, professor de ciências humanas e teologia. A fama de sua capacidade e conhecimento chegou ao imperador Constantino II, que em 663 o fez seu embaixador junto ao papa Vitalino, função que exerceu duas vezes. Depois, este papa o nomeou como um dos seus conselheiros.
Quando morreu o bispo da Cantuária, Inglaterra, o papa Vitalino convidou Adriano para assumir aquele cargo, mas ele recusou a indicação duas vezes, alegando não ter suficiente competência para ocupar esse posto. O papa lhe pediu para que indicasse alguém mais competente, pois ele mesmo não conhecia.
Nesta ocasião Adriano havia se encontrado com seu grande amigo, o teólogo grego e monge beneditino Teodoro de Tarso que estava em Roma. Adriano o indicou ao papa Vitalino. Consultado, Teodoro disse que estava disposto a aceitar, mas somente se Adriano concordasse em ir para a Inglaterra ajudá-lo na missão evangelizadora. Adriano aceitou de imediato. O papa consagrou Teodoro, bispo da Cantuária e nomeou Adriano seu assistente e conselheiro, em 668.
Adriano e Teodoro foram evangelizadores altamente bem-sucedidos, junto ao povo inglês cuja maioria era pagã. O bispo Teodoro, logo colocou Adriano como abade do convento beneditino de São Pedro, depois chamado de Santo Agostinho, na Cantuária. Sob sua liderança, esta escola se tornou um centro de aprendizagem e formação de clérigos para a Igreja dos povos anglicanos.
Os ingleses encontraram um pastor cheio de sabedoria e piedoso, um verdadeiro missionário e instrumento de Deus. Muitos se iluminaram com os seus exemplos de vida profundamente evangélica.
Morreu em 9 de janeiro de 710, foi enterrado no cemitério daquele convento, na Inglaterra. A sua sepultura se tornou um lugar de graças, prodígios e peregrinação. Em 1091, o seu corpo foi encontrado incorrupto e trasladado para a cripta da igreja do mesmo convento. Adriano foi proclamado Santo pela Igreja, que o festeja no dia em que morreu.
Reflexão: A vida missionária é a vocação da Igreja. Sejamos nós apóstolos da paz e da justiça, levando a todos a mensagem do Evangelho de Jesus. Que cada gesto e palavra pronunciada sejam de profundo respeito pelo próximo.
Oração: Deus de bondade faça de nós apóstolos da paz e dai-nos seguir sempre os caminhos do vosso filho Jesus Cristo, que vive e reina para sempre. Amém! https://www.a12.com/
07 de Setembro – Santa Regina – Santa Regina viveu no século III, na França, sua família tinha uma boa condição financeira, seu pai, Clemente, era um servidor do Império Romano e era pagão. Ela é virgem e mártir e considerada padroeira das vítimas da tortura, dos pastores e dos carpinteiros.
A história conta que a sua mãe morreu durante o parto e uma ama de leite, que era cristã, educou a menina nos caminhos da fé e fez com que ela fosse batizada.
Santa Regina continuou morando em sua casa e sendo cuidada pela mulher cristã. A cada dia se tornava mais piedosa e tinha a convicção de que queria ser esposa de Cristo.
Sua beleza chamava a atenção de muitos homens, mas ela se afastava de todos, preferindo passar a maior parte do tempo em seu quarto em oração e penitência.
Quando o pai de Regina ficou sabendo que a empregada que cuidava de sua filha era cristã, demitiu-a e expulsou a filha de sua casa. Sem ter para onde ir, encontrou abrigo na casa da mulher que a tinha criado. Lá, ela foi acolhida como membro da família e continuou recebendo a formação cristã. Ela assumiu um trabalho pouco nobre naquela época: pastorear ovelhas.
O prefeito da cidade chamado Olibrio apaixonou-se por ela e pediu sua mão em casamento. Ele, porém, era pagão e assumidamente anticristão. E Regina, consolidada na fé cristã, recusou o pedido. Ao perceber que nada conseguiria com a bela jovem, muito menos convencê-la a abandonar sua fé, ele friamente a mandou para o suplício. Regina sofreu todos os tipos de torturas.
Estando no cativeiro, ela recebeu o consolo divino através de uma visão da cruz e ouviu uma voz que dizia que a sua libertação estava próxima. Olibrio, então, mandou que fosse torturada mais uma vez e depois decapitada.
Segundo as Atas dos Mártires, em 7 de setembro do ano 251, foi decapitada. Segundo a tradição, naquele momento apareceu uma pomba branca que causou a conversão de muitos dos presentes, como um sinal da presença do Espírito Santo. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão: Santa Regina é mais uma na lista das mártires da fé. Sua história mostra a fortaleza da fé que tudo supera e tudo enfrenta. Mesmo diante dos desafios difíceis se manteve consolidada na fé cristã.
Oração: Deus Pai de amor conceda-nos acreditar na vossa presença entre nós e a dedicar tempo para fortalecer os laços de nossa fé. O exemplo de Santa Regina faça-nos dedicar todo nosso amor para vos louvar acima de todas as coisas. Por Cristo nosso Senhor. Amém! https://www.a12.com/
Santa Regina viveu no século III, na França, sua família tinha uma boa condição financeira, seu pai, Clemente, era um servidor do Império Romano e era pagão. Ela é virgem e mártir e considerada padroeira das vítimas da tortura, dos pastores e dos carpinteiros.
A história conta que a sua mãe morreu durante o parto e uma ama de leite, que era cristã, educou a menina nos caminhos da fé e fez com que ela fosse batizada.
Santa Regina continuou morando em sua casa e sendo cuidada pela mulher cristã. A cada dia se tornava mais piedosa e tinha a convicção de que queria ser esposa de Cristo.
Sua beleza chamava a atenção de muitos homens, mas ela se afastava de todos, preferindo passar a maior parte do tempo em seu quarto em oração e penitência.
Quando o pai de Regina ficou sabendo que a empregada que cuidava de sua filha era cristã, demitiu-a e expulsou a filha de sua casa. Sem ter para onde ir, encontrou abrigo na casa da mulher que a tinha criado. Lá, ela foi acolhida como membro da família e continuou recebendo a formação cristã. Ela assumiu um trabalho pouco nobre naquela época: pastorear ovelhas.
O prefeito da cidade chamado Olibrio apaixonou-se por ela e pediu sua mão em casamento. Ele, porém, era pagão e assumidamente anticristão. E Regina, consolidada na fé cristã, recusou o pedido. Ao perceber que nada conseguiria com a bela jovem, muito menos convencê-la a abandonar sua fé, ele friamente a mandou para o suplício. Regina sofreu todos os tipos de torturas.
Estando no cativeiro, ela recebeu o consolo divino através de uma visão da cruz e ouviu uma voz que dizia que a sua libertação estava próxima. Olibrio, então, mandou que fosse torturada mais uma vez e depois decapitada.
Segundo as Atas dos Mártires, em 7 de setembro do ano 251, foi decapitada. Segundo a tradição, naquele momento apareceu uma pomba branca que causou a conversão de muitos dos presentes, como um sinal da presença do Espírito Santo. Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Santa Regina é mais uma na lista das mártires da fé. Sua história mostra a fortaleza da fé que tudo supera e tudo enfrenta. Mesmo diante dos desafios difíceis se manteve consolidada na fé cristã.
Oração: Deus Pai de amor conceda-nos acreditar na vossa presença entre nós e a dedicar tempo para fortalecer os laços de nossa fé. O exemplo de Santa Regina faça-nos dedicar todo nosso amor para vos louvar acima de todas as coisas. Por Cristo nosso Senhor. Amém! https://www.a12.com/
Zacarias (cujo nome significa: o Senhor lembra), foi um profeta do Reino de Judá no segundo ano do reinado do Rei Dario em 520 a.C. Ele era filho de Baraquias e neto de Ido, uma das famílias sacerdotais da tribo de Levi.
Zacarias foi o décimo primeiro profeta dos doze profetas menores. Foi contemporâneo do profeta Ageu (Esdras 5,1). É provável que ele tenha escrito os primeiros capítulos do libro de Zacarias, que teve vários redatores.
Um anjo transmitiu-lhe os oráculos do Senhor. Ele pregava uma reforma moral e exortava o povo a reconstruir o templo. Ele pregou a esperança na vinda do Messias, preocupou-se com a reconstrução do templo e com a organização da comunidade, que acabara de voltar do exílio babilônico.
Zacarias ressalta o caráter espiritual do novo Israel, a sua santidade, realizada progressivamente, ao lado da reconstrução material. A ação divina nesta obra de santificação atingirá a sua plenitude com o reino do Messias. Este renascimento é fruto do amor de Deus e da sua onipotência: “Eis o que diz o Senhor dos exércitos: vou libertar o meu povo, tirá-lo das terras do Levante e do Poente e conduzi-lo a Jerusalém, onde habitará: será o meu povo e eu serei o seu Deus na fidelidade e na justiça” (Zc 8, 7-8).
A promessa messiânica feita a Davi retoma seu curso em Jerusalém: “Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta” (Zc 9, 9). A profecia realizou-se literalmente com a entrada de Jesus em Jerusalém, entrada solene na cidade santa, simbolizando a índole pacífica do rei Messias.
Nesta profecia, claramente messiânica, é vislumbrada a eucaristia. Pertencente à tribo de Levi, nascido em Galaad e tendo voltado na velhice à Caldeia, na Palestina, Zacarias teria feito muitos prodígios, acompanhando-os com profecias de conteúdo apocalíptico, como o fim do mundo e o duplo juízo divino. Morreu muito velho e, provavelmente, foi sepultado ao lado do túmulo de Ageu. Reflexão: O profeta Zacarias anunciou a vinda do Messias esperado pelo povo de Israel, ou seja, o ungido, o Salvador, o Libertador. O povo vivia na espera daquilo que hoje nós já temos, a Salvação. O Messias esperado pelo povo de Israel já se fez carne, habitou entre nós, foi crucificado, morto, sepultado e ressuscitou ao terceiro dia. A vida venceu a morte, Cristo está vivo no meio de nós e nos chama a uma vida junto d’Ele, a viver como um povo redimido, como Povo de Deus que peregrina na terra rumo à vida eterna.
Oração: Ó Deus, que o exemplo de vossos santos nos leve a uma vida mais perfeita e, celebrando a memória de são Zacarias, imitemos constantemente suas ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. https://www.a12.com/
05 de Setembro – Santa Teresa de Calcutá – Agnes Gouxha Bojaxhiu nasceu no ano de 1910 em Skopje, território do ainda Império Otomano (atualmente, capital da Macedônia do Norte), de pais albaneses; a região foi parte da anita Iugoslávia e ao longo da História esteve sob o domínio de diferentes nações. Na infância, Agnes foi educada numa escola pública da atual Croácia, também na região dos Bálcãs, e em seguida ingressou na Congregação Mariana, uma associação católica para crianças. Aos 12 anos, tinha já a convicção da sua vocação religiosa.
Com o consentimento dos pais, em 1928 Agnes entrou na Congregação das Irmãs de Loreto, missionárias na sua região, e foi encaminhada para a Abadia de Loreto na Irlanda do Norte. Em 1931 professou os votos de pobreza, castidade e obediência, adotando o nome de Teresa em homenagem a Santa Teresinha de Lisieux, padroeira dos missionários.
Foi enviada para Darjeeling, na Índia, local onde as Irmãs de Loreto possuíam um colégio, seguindo depois para outro colégio em Calcutá, ensinado História e Geografia para as crianças das melhores famílias da cidade, durante 17 anos. Por seu ótimo trabalho, foi nomeada diretora do colégio. Mas observava e ficava impressionada pela pobreza generalizada, crianças e velhos moribundos e abandonados, pessoas doentes nas ruas. Em 1946, numa viagem de trem ao noviciado do Himalaia, recebeu uma forte moção do Espírito Santo para tudo abandonar e se dedicar somente a estas pessoas.
Assim, em 1948, pediu autorização para deixar as Irmãs do Loreto, recebendo-a do Papa Pio XII, com a condição de permanecer religiosa sob obediência ao arcebispo de Calcutá. Passou a usar um sari (roupa indiana característica) branco com detalhes em azul, acrescentando no ombro uma pequena cruz. Esta indumentária seria a da sua futura congregação, conhecido no mundo inteiro. Em Pátina, fez um curso básico de enfermagem, que pensava lhe seria útil, e inciou o trabalho com pessoas abandonadas na cidade de Motijhil. Num bairro miserável, reuniu cinco crianças, que passou a ensinar; em dez dias, havia 50 delas. No final deste ano, Teresa obteve a nacionalidade indiana.
Seu trabalho logo ficou conhecido e o povo, solidariamente, a ajudava com doações e serviço voluntário. Mas ela deseja que as atividades fossem permanentes e não dependessem só destas ajudas, mas ficassem organizadas nos moldes de uma vida religiosa consagrada. Em 1949 surgiram as primeiras vocações entre suas antigas alunas do colégio, e surgiu a Congregação das Missionárias da Caridade, com o carisma de “saciar a sede de Jesus na cruz, por amor às almas”, indo ao encontro dos mais necessitados.
O estatuto foi aprovado pelo Vaticano em 1950, com Teresa como superiora. O trabalho das irmãs era sair às ruas e recolher os famintos, os leprosos, os portadores de HIV, as vítimas da fome e das guerras, doentes com elefantíase, gangrena, HIV, enfim, os mais miseráveis e abandonados, incluindo moribundos, muitos com corpos já em degeneração, estes para que ao menos morressem com dignidade. A todos eram prestados cuidados, com alimento, higiene, um lugar para repousar, tratamento aos doentes começando pelos mais repugnantes. As irmãs abriram creches, abrigos para pessoas abandonadas e albergues para pacientes de Aids.
Em 1952 surgiu o lar infantil Sishi Bavan (Casa da Esperança) e inaugurado o “Lar para os Moribundos”, em Kalighat. A Igreja formalizou a sua bênção para a obra, que começou a se expandir pela Índia e outros países, em diferentes partes do mundo.
Em 1963, em reconhecimento, o governo indiano lhe concedeu a medalha Senhor do Lótus. Madre Teresa foi distinguida como “cidadã honorífica” da Índia, um país onde apenas 2,3% dos habitantes são cristãos.
Em 1964, visitando a Índia, o Papa Paulo VI recebeu pessoalmente Madre Teresa e doou a ela a limusine que o transportava. O valor da rifa do veículo foi destinado à colônia de leprosos de Shanti Nagar, na cidade de Asansol. No ano seguinte, o Papa concede um decreto de aprovação à Congregação, que passa a se reportar diretamente ao Vaticano; com isso, Teresa inicia a expansão da obra, que chegaria a mais de 100 países. E em 1971 o Papa concede a ela o primeiro prêmio Jawaharlal Nehru da Compreensão Internacional.
Com a obra atuando já nos cinco continentes, Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979, um dos muitos prêmios que recebeu pelo seu trabalho humanitário. Na cerimônia, em Oslo na Noruega, renunciou ao banquete e doou todo o dinheiro do prêmio aos pobres. O Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a nomeou sua embaixadora em todas as nações. Neste mesmo ano, Madre Teresa visitou o Brasil e esteve em Salvador (BA), onde se encontrou com Irmã Dulce, que seria também canonizada.
Muitas universidades conferiram a Teresa o título “Honoris Causa”, e em 1980 ela recebeu a “Distinguished Public Service Award” dos Estados Unidos da América. Em 1982 ela esteve outra vez no Brasil, visitando comunidades carentes como a favela Marcílio Dias, na Avenida Brasil, Rio de Janeiro – RJ. No ano seguinte, em Roma, sofreu o primeiro ataque cardíaco, grave, que lhe comprometeu a saúde; estava com 73 anos.
Mesmo com a saúde abalada, é reeleita superiora da Congregação em 1985, ano em que recebeu do presidente norte-americano Ronald Reagan, na Casa Branca, a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração do país; e em 1987, recebeu na União Soviética a condecoração da Medalha de ouro do Comitê Soviético da Paz. Em 1989, realizou o sonho de abrir uma casa da Congregação na Albânia, sua terra natal (embora ainda sob domínio estrangeiro no ano do seu nascimento, a cultura e identidade nacional eram albanesas), mas um segundo ataque cardíaco a obrigou a usar um marca-passo no coração. Por causa disso solicitou ao Papa, em 1990, o afastamento do trabalho na Congregação.
Em 1996, Madre Teresa publicou o livro “Caminho de Simplicidade”, no qual recolhe a doutrina religiosa que impulsionou sua vida de dedicação aos pobres.
Madre Teresa faleceu aos 5 de setembro de 1997, de parada cardíaca, em Calcutá. A comoção foi mundial. Uma fila de quilômetros formou-se durante vários dias diante da igreja de São Tomé, onde o seu corpo estava sendo velado. Depois de uma semana, seu corpo foi trasladado ao estádio Netaji, onde o cardeal Ângelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, celebrou a missa de corpo presente. O mesmo veículo que em 1948 transportou o corpo de Mahatma Gandhi foi utilizado para realizar o cortejo fúnebre; somente Mahatma Gandhi, Nehru e ela tiveram funerais de chefe de Estado na História da Índia, e a única católica, numa nação de enorme diversidade de crenças e minoria cristã. O funeral teve a presença de chefes de Estado e governantes de todo o mundo.
Em 2002 foi reconhecido pelo Vaticano o milagre da sua beatificação: uma mulher de Bangladesh, usando uma Medalha Milagrosa da Virgem Maria que pertencera a Teresa, e lhe fôra dada por irmãs da Congregação, ficou curada de um tumor abdominal. O milagre da sua canonização ocorreu em 2008, no Brasil: a cura inexplicável de um homem em Santos – SP, com grave doença cerebral, sem tratamento possível, através das orações da sua esposa à Madre Teresa.
Madre Teresa de Calcutá é reconhecida mundialmente como a Mãe dos Pobres. Atualmente a Congregação das Missionárias da Caridade conta com cerca de 4.500 religiosas, que trabalham em mais de 130 países, incluindo o Brasil, em torno de 700 casas dedicadas a ajudar os mais desfavorecidos. Colaboração: José Duarte de Barros Filho Reflexão: A vocação e o testemunho de caridade católica de Santa Madre Teresa de Calcutá são óbvios e reconhecidos mundialmente mesmo por não católicos, como fica evidenciado pelas inúmeras honrarias que recebeu inclusive de países com ideologias contrárias à Fé. Como Jesus ensinou, só o amor pode levar à paz, algo de que Teresa estava plenamente convencida. Mas este amor ao próximo só existe realmente a partir do amor a Deus. Uma passagem de sua vida ilustra brilhantemente – e exemplarmente para nós – o seu entendimento e vivência desta verdade. As atividades diárias da Congregação incluíam uma hora de adoração ao Santíssimo, antes das irmãs saírem às ruas para cuidar dos necessitados. Já com a obra reconhecida e crescendo ainda mais, e diante da constatação do número infindável de pessoas em situações miseráveis, uma das irmãs disse a Teresa que elas precisavam de ainda mais tempo nas ruas… o que implicaria numa redução do tempo de oração da comunidade. Madre Teresa, concordando com a necessidade de mais empenho expressa pela aflita irmã, tomou a decisão: aumentou para duas horas diárias a adoração Eucarística. É Deus Quem faz as boas obras, não nós. Somos apenas, se tivermos bom senso, Seus instrumentos, e nada mais. A legítima preocupação com as necessidades alheias não podem, contudo, tornar-se meramente ativismo, ainda que bem intencionado, e a função da Igreja é antes de tudo espiritual, e não temporal. De todas as carências humanas, a maior é a do espírito; e por mais que se faça pelo corpo, este vai inevitavelmente morrer. Isto, é claro, não pode ser desculpa para negligência na caridade ativa, mas há sempre uma hierarquia de valores, os maiores os da alma e salvação eterna, e este é o entendimento de todos os santos, como Madre Teresa: talvez, na história recente da Igreja, ninguém tenha trabalhado tanto e tão bem na assistência aos pobres e doentes, mas ela nunca colocou a “assintência social” acima do cuidado espiritual. “Pobres sempre tereis entre vós”, disse claramente Jesus (Jo 12,8), pois este mundo jamais será outra vez um “paraíso terrestre”; e portanto a Igreja não é apenas uma “ONG” dedicada ao assistencialismo material. A caridade material é necessariamente uma consequência, embora natural e obrigatória, do amor sobrenatural, mas a cura e o alimento espiritual são prioritários, pois sem isso a vida infinita será no inferno e não no Céu. Lembremos que as primeiras vocacionadas da Congregação foram fruto do ensino de Teresa nos colégios… E exatamente por viver nesta perspectiva correta é que o maior reconhecimento de Madre Teresa não está nas homenagens humanas que recebeu, mas sim a confirmação que temos da sua salvação. De fato, no Paraíso estarão muitos que hoje não são conhecidos ou reconhecidos por ninguém, mas que, discretamente, amam verdadeiramente a Deus; enquanto que muitos honrados e exaltados nesta vida estarão no inferno. “Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos” (cf. Mt 20,16). Algumas frases da própria Madre Teresa ilustram igualmente estas verdades, sob diferentes aspectos: “O que você está fazendo, eu não posso fazer; o que eu estou fazendo, você não pode fazer. Mas (…) a santidade não é um luxo de poucos. É um dever muito simples para você e para mim. Você, na sua posição e no seu trabalho; eu (…) no trabalho (…) Nós temos que transformar o nosso amor a Deus em ação viva”; “É fácil amar os que estão longe, mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado”; “Temos que ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade”; “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las”.
Oração: Deus de infinita bondade, que só desejas cuidar do bem de Vossos pobres, miseráveis e necessitados filhos, concedei-nos por intercessão de Santa Madre Teresa de Calcutá a graça de jamais recusar ou ignorar as moções do Espírito Santo, para que, aceitando com agradecimento, amor e alegria a missão pessoal que confiastes a cada um de nós, sejamos premiados, por Vossa misericórdia, não com o reconhecimento mundano, mas com a Paz Eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém. https://www.a12.com/