08 de Janeiro

08 de Janeiro – São Severino
Um discípulo de São Severino, Eugipo, foi também seu biógrafo, mas não soube precisar seu nascimento; pela língua e cultura, provavelmente seria de uma colônia romana do norte da África. Outras informações são mais precisas, como a ida para o Egito e a Síria, ainda jovem, em busca da vida monástica. Em 440, aproximadamente, foi para as regiões do rio Danúbio, hoje Áustria e porções da antiga Iuogoslávia. Ali havia muitas colônias romanas, em parte cristãs, mas ameaçadas pelos invasores bárbaros: hunos, ostrogodos e hérulos.

Dedicou-se especialmente à pregação da penitência e da conversão, no intuito de pacificar os bárbaros e reerguer as comunidades cristãs. Para isso estabeleceu-se próximo a Viena, numa choupana, compartilhada com outro eremita. Também cuidou caridosamente dos pobres, dos doentes e dos prisioneiros, conseguindo a libertação de muitos escravos dos bárbaros. Com isso, acabou por ser reconhecido e respeitado até mesmo pelos invasores. Conta-se que, diante de um período de fome, o povo lhe pediu ajuda, e sua orientação foi justamente a penitência e a caridade para obter a misericórdia de Deus. Ao mesmo tempo, publicamente condenou a atitude de certa viúva muito rica que estocava víveres para vendê-los a preços altos aos carentes. Ela se arrependeu e distribuiu os alimentos aos pobres.

Mudou-se para Viena a pedido da população e dos governantes, fundando então um mosteiro, o primeiro de vários outros; seus discípulos vieram a se tornar seus maiores auxiliares, na evangelização e nas obras de caridade. O rei Odoacro, dos hérulos, o visitou no mosteiro, revelando a intenção de invadir a Itália. Foi dissuadido pela conversa firme e doce de Severino, e, após a morte deste, em 8 de janeiro de 482, o mesmo rei, preocupado com a possibilidade de suas relíquias serem profanadas por novos invasores, as remeteu para um mosteiro beneditino em Nápoles, na Itália. É considerado o apóstolo da Áustria e das regiões banhadas pelo rio Danúbio.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Penitência e caridade (como nos pede insistentemente Nossa Senhora em Suas aparições), firmeza e doçura no apostolado (como age e ensina a agir o Espírito Santo)… nada mais atual do que a experiência de vida deste santo do século V para a atualidade, e para o futuro da humanidade. Os frutos de conversão que assim se obtêm fazem com que a barbárie dos nossos próprios corações, e a de outros, sejam transformadas no zelo não apenas com a vida dos irmãos, mas também com a memória das relíquias, materiais e espirituais, que a Igreja nos dá nos ensinamentos de Deus e especialmente no sacrifício Eucarístico, cuja “memória” é tornar efetivamente presente o sacrifício do Calvário em cada Missa. A preparação destas virtudes, também nos ensina São Severino: oração e recolhimento, mesmo que não necessariamente num mosteiro.

Oração:
Senhor, pelo exemplo e intercessão de São Severino, concedei-nos a graça de jamais guardar avaramente os dons que nos destes para a nossa salvação, mas que sinceramente arrependidos dos nossos pecados, sejamos sempre capazes de distribuir com os irmãos, principalmente os mais necessitados, o pão material e espiritual que diariamente nos dais em Vossa bondade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Pão da Vida, e Nossa Senhora, através da Qual O recebemos. Amém.
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07 de Janeiro

07 de Janeiro – São Raimundo de Peñafort
Raimundo, nascido em Barcelona, em 1175, era aparentado com os reis de Espanha. Muito inteligente e de grande valor moral, concluiu seus estudos humanísticos na sua cidade e depois foi enviado a Bolonha, na época o maior centro de cultura jurídica da Itália e da Europa. Doutorando-se como jurista, a municipalidade lhe ofereceu a cátedra na mesma universidade, mas ele preferia a vida religiosa e, a convite do bispo de Barcelona, em 1220 tornou-se cônego da catedral e vigário-geral da diocese.
Era amigo de São Pedro Nolasco, e com este redigiu as constituições da Ordem das Mercês (Mercedários), dedicada à libertação dos escravos cristãos sob os muçulmanos. Aos 45 anos entrou para a Ordem Dominicana; foi chamado a Roma pelo Papa Gregório IX, para coordenar e codificar a legislação eclesiástica, os “Decretais de Gregório IX”. Escreveu também um tratado sobre moral, o mais utilizado pelos confessores durante a baixa Idade Média. O Papa quis fazê-lo arcebispo, mas Raimundo recusou, preferindo a vida humilde e de estudo. Por este motivo abandonou igualmente o cargo de superior geral dos dominicanos (de 1238 a 1240), voltando a Barcelona como simples frade.

Já idoso, criou escolas que ensinassem hebraico e árabe, para auxílio dos missionários. Amigo de São Tomás de Aquino, pôde ajudá-lo com o seu conhecimento de línguas orientais, e pediu ao ele que escrevesse a “Summa contra Gentiles” (“Suma contra os Gentios”), obra apologética de apoio aos missionários no mundo muçulmano.

Mesmo tendo renunciado a todos os cargos, Raimundo permaneceu como capelão e penitenciário do Papa, deste modo contribuindo para resolver graves problemas da Igreja e dando conselhos a reis e bispos. Faleceu com 95 anos, em 6 de janeiro, festa da Epifania, motivo pelo qual a sua memória foi transferida para o dia 7.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CssR; revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Amor a Deus, preparação pessoal e zelo pelo próximo foram marcas registradas da vida de São Raimundo de Peñafort. Estes três elementos juntos são certamente a base de uma vida cristã digna e frutuosa. Exemplo perene para os batizados de todas as épocas.

Oração:
Senhor, que destes a São Raimundo de Peñafort a virtude de uma admirável misericórdia para com os pecadores e os prisioneiros, dignai-Vos, por sua intercessão, quebrar as cadeias dos nossos pecados para podermos cumprir livremente a Vossa vontade. Por Cristo Nosso Senhor e Maria Santíssima. Amém.
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06 de Janeiro

06 de Janeiro – São Carlo de Sezze
Giancarlo Marchioni nasceu em Sezze Romano, região de Lázio, Itália, em outubro de 1613. Sua avó materna lhe ensinou práticas devotas e outros valores religiosos na infância. Algumas fontes indicam que seus pais eram ricos, outros que eram pobres, mas de toda a forma moravam no campo, e ele trabalhava na fazenda. Seus familiares tinham outros planos para Carlo, pois queriam que ele estudasse e fizesse carreira.

Conta-se que pássaros espantaram os bois que ele dirigia no arado, e o gado precipitou-se contra ele, havendo grave risco de morte. Percebendo que iria perecer, Carlo fez uma promessa a Deus: se fosse salvo, tornar-se-ia religioso. Poupado milagrosamente, fez-se frade franciscano menor em 1635, aos 22 anos, no convento de San Francesco em Nazzano, assumindo o nome de Carlo.

Apesar da insistência familiar, não quis ser ordenado sacerdote. Viveu em vários conventos, servindo como hortelão, cozinheiro jardineiro, carregador, sacristão, porteiro; socorrendo doentes e moribundos em suas casas. Atuou também como esmoler, isto é, pedia esmolas como um mendigo, “pelo amor de Cristo”; aproveitava estas ocasiões para evangelizar.

Contudo, a graça de Deus deu a Carlo o dom de ouvir e aconselhar as pessoas. A ele, encarregado dos serviços mais humildes, padres, leigos, religiosos e religiosas procuravam para orientação. Com muita frequência era enviado para outras cidades para aconselhar bispos e cardeais. O Papa Clemente IX diretamente lhe pediu para verificar a fama de pureza de uma madre na cidade de Perúgia. Ele também era muito estimado em toda a região do Lácio, e famílias nobres dali, e depois de Roma, o elogiavam e buscavam seu conselho, assim como os Papas Inocêncio X, Clemente IX e Alexandre VII.

Muitas pessoas lhe pediam que redigisse indicações de como orar melhor e crescer em santidade, e ele publicou um folhetim que lhe causou diversas dificuldades, pelo que quase foi expulso da comunidade.

Por fim os superiores se convenceram da sua sinceridade e pureza e lhe permitiram continuar escrevendo; sua autobiografia originou o livro “As Grandezas das Misericórdias de Deus”. Apesar da pouca instrução, escrevia profundas páginas espirituais, com gramática fraca porém suficiente. Como “escritor sem letras”, como se chamava, publicou várias obras, por exemplo “As três vias”, “Os discursos sobre a vida de Jesus”, “A conversa de Jesus Cristo sobre a Vida”.

Em outubro de 1648, enquanto orava na igreja de San Giuseppe a Capo le Case, o seu coração foi traspassado por um dardo de luz vindo da Sagrada Hóstia, marcando-o com uma chaga. Deus concedeu-lhe outros dons extraordinários: visões (do Papa Victor e Santa Teresa de Ávila) e revelações (as eleições papais de Inocêncio X e Alexandre VII Clemente IX, por exemplo), conhecimento das verdades teológicas e ascéticas, e um amor ardente.

Em 22 de agosto de 1664, doente, foi levado para San Francesco a Ripa para se recuperar. Aí passou seus últimos anos. O Papa Clemente IX o chamou no seu próprio leito de morte, pedinho-lhe a bênção, não muito antes de os dois morrerem. Faleceu em 6 de janeiro de 1670, no Convento de São Francisco em Roma. Descobriu-se então no seu peito uma marca, considerada sobrenatural por uma comissão médica: tratava-se do “raio de luz” que o havia atingido em 1648, durante êxtase profundo com Deus.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A vida de São Carlo é um daqueles ótimos exemplos de como Deus favorece de muitas formas os humildes de coração, que podem ser ricos ou pobres materialmente, mas que se destacam particularmente quando também são pobres de bens terrenos. Imitando São Francisco (que igualmente nem sacerdote foi), Carlo buscou apenas amar a Deus e serví-Lo nas coisas mais simples e escondidas, valorizando a oração, a Eucaristia, a Virgem Maria. A pureza das suas intenções o levou a receber alta sabedoria, e de um homem pouco instruído Deus fez um escritor profundo, um conselheiro do clero, dos nobres, do povo, e um místico marcado com Sua chaga.

Oração:
Senhor Deus Todo-Poderoso, por Vossa infinita misericórdia e pela intercessão de São Carlo de Sezze, dai-nos a graças da verdadeira e salvadora humildade, para que nunca nos esqueçamos de que para Vos seguir basta, e só importa, o amor de caridade que serve ao próximo, em qualquer atividade e circunstância. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora, que só fizeram servir a Vós e a nós. Amém.
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05 de Janeiro

05 de Janeiro – São João Nepomuceno Neumann
João Nepomuceno nasceu na Boêmia, atual República Tcheca, aos 28 de março de 1811. Seus pais deram aos seis filhos ótima educação cristã, e quatro deles entraram para a vida religiosa. Já aos 12 anos, estudante em Budweis, destacava-se pela aplicação em seguir seriamente a Deus. Nutria enorme veneração pelo sacerdócio, apesar de se considerar indigno dele; entrou no seminário de Budweis em 1831.

Autodidata e com grande facilidade para línguas, aprendeu Italiano, Francês, Alemão, Tcheco, Latim e Inglês. Mas, por haver excesso de presbíteros na diocese, o Bispo decidira adiar as ordenações por tempo indeterminado. João não desistiu, e afinal conseguiu uma carta de recomendação para o Bispo de Nova Iorque, viajando para lá em 1836. Logo foi ordenado na Catedral de São Patrício, em 25 de junho de 1836.

A diocese de Nova Iorque possuía então apenas 36 padres para mais de duzentos mil católicos. Iniciou imenso ministério sacerdotal, especialmente nas regiões de imigração alemã, nas quais enfrentou numerosas hostilidades de pessoas contrárias à Religião.

O fervor que conhecera na Congregação do Santíssimo Redentor de Rochester o levou a ingressar nesta Ordem religiosa em 1842. Seu desejo pessoal de santidade coincidia com a ideia do fundador, Santo Afonso Maria de Ligório, que recomendava recusar as vocações medíocres ou simplesmente duvidosas: “‘Poucos e santos’, dizia a seus missionários”.

Em breve foi nomeado superior dos redentoristas de Pittsburg. Acreditava que a obediência radical atraía a graça divina, como o observa o célebre Pe. Philipon, “a observância – absolutamente fiel – duma regra religiosa, aprovada pela sabedoria da Igreja, bastaria para encaminhar as almas aos cumes mais elevados da santidade. Daí dizer o Papa João XXII: ‘Dai-me um dominicano que observe fielmente sua regra e constituições e, mesmo sem milagres, eu o canonizarei’”. Como superior, foi assim exemplar, e não exigia de seus subalternos nada que ele próprio não estivesse pronto a praticar.

Em 1847 foi eleito pela Congregação como o superior dos redentoristas nos Estados Unidos. A congregação contava à época apenas com 30 membros. Mas durante os seus dois anos no cargo foram fundadas dez novas casas. Deixou a função com os padres redentoristas bem preparados para serem uma congregação autônoma, o que ocorreu em 1850.

Foi nomeado Bispo de Filadélfia em 1852, onde, como em todos os lugares por onde passara, demonstrou zelo exemplar. Sua diocese era muito grande e se desenvolvia com muita rapidez. Por isso decidiu introduzir no país a educação católica, organizando um sistema diocesano de escolas: é considerado o fundador das escolas católicas nos EUA. Aconselhado pelo próprio Papa, fundou o Instituto das Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco para cuidar destas escolas. Construiu mais de 80 igrejas durante o seu bispado, e iniciou a catedral de São Pedro e São Paulo. Também estabeleceu inúmeras instituições religiosas e introduziu a devoção das Quarenta Horas de Adoração Eucarística.

Descobriu ainda tempo para escrever numerosos artigos em revistas e jornais católicos, publicou dois catecismos e uma História da Bíblia para estudantes; profundamente devoto de Nossa Senhora, recebeu um convite formal de Pio IX para estar presente na solene promulgação do dogma da Imaculada Conceição,

Pouco antes do Natal de 1859, conversando com um irmão leigo, perguntou-lhe se preferiria uma morte repentina ou falecer após longa doença, e a escolhida foi a segunda, “a fim de preparar-me melhor para a eternidade”; João ponderou: “Um cristão, sobretudo um religioso, deve estar sempre preparado para uma boa morte, e se ela vier de modo súbito, isso não deixará de ter suas vantagens: evitará para nós e para aqueles que nos assistem muitas tentações de impaciência e, além do mais, deixará muito menos tempo ao demônio para nos perturbar. Em qualquer caso, porém, a forma de morte que Deus nos envie será a melhor para nós”.

Em 5 de janeiro de 1860, apesar do mal-estar que sentia, saiu para tomar providências relativas a um assunto da diocese: de saúde frágil, sempre se manteve muito ativo. Subitamente, caiu na rua e logo faleceu.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A imensa obra de São João Neumann, num país enorme e sem grande tradição católica, foi sedimentada em poucos, mas sólidos princípios: amor ao sacerdócio, seriedade na busca da santidade, devoção a Nossa Senhora, obediência exemplar às normas seguidas. Trata-se de uma questão de qualidade, não de quantidade – poucos e santos, no dizer de Santo Afonso Maria de Ligório. De fato, no primeiro ato formal da Igreja, apenas 11 Apóstolos (São Matias ainda não escolhido para ocupar o lugar de Judas Iscariotes), com a graça do Espírito Santo, conseguiram a conversão de 3.000 mil pessoas, em Pentecostes. Devemos nos preocupar seriamente com a nossa santidade pessoal, pois só assim poderemos servir bem a Deus.

Oração:
Senhor, por intercessão de São João Neumann, dai-nos a graça de perseverar ao longo de toda a vida na obediência a Vós e à Vossa Igreja, para que estejamos sempre preparados para o encontro definitivo que certamente teremos Convosco. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, obediente até a morte de Cruz, e Nossa Senhora, Escrava do Senhor. Amém.
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04 de Janeiro

04 de Janeiro – Santa Ângela de Foligno
Ângela nasceu em Foligno, Itália, em 1248, e levou uma vida comum, no sentido de que, como muitos, valorizava e buscava mais os atrativos terrenos, sem maiores preocupações com a sua vida espiritual. Casou-se jovem com um nobre e rico homem da cidade, tendo vários filhos, mas sem deixar de frequentar a vida fútil de festas e recreações sociais. Esta situação de conforto, vaidades, agitações e vazio interior foi modificada drasticamente quando, em breve espaço de tempo, faleceram o marido e os filhos.
Viúva e sozinha aos 40 anos de idade, começou a considerar seriamente sua existência, buscando resposta em Deus. Entendeu então a gravidade dos seus pecados e pediu auxílio a Nossa Senhora, que a conduziu a um sacerdote para fazer uma confissão geral. Depois peregrinou a Assis, ao túmulo de São Francisco, onde ocorreu sua conversão radical. Doou seus bens aos pobres e entrou para a Ordem Terceira Franciscana, fazendo os votos de pobreza e castidade, e desenvolvendo profunda devoção à Paixão e morte de Cristo.
Dele recebeu aparições e a graça de participar dos Seus sofrimentos na Cruz, bem como permitiu que ela sofresse contínuas tentações à castidade, contra a misericórdia de Deus e contra o valor das suas obras de penitência, por causa da vida leviana e pecaminosa de antes. Esta titânica batalha, Ângela a venceu com a oração e a Eucaristia, como ela mesma relata na sua autobiografia.
As experiências místicas e as revelações de Deus para ela foram relatadas pelo seu diretor espiritual num livro, “Experiências Espirituais, Revelações e Consolações da Bem-Aventurada Ângela de Foligno”, o qual, utilizado com proveito na formação espiritual, mereceu para Ângela o título de “Mestra dos Teólogos”.
 Faleceu em 1309 e foi sepultada na igreja de São Francisco em Foligno.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Maravilhosos são os caminhos de Deus, sempre atento à salvação das almas, o bem maior dos Seus filhos. De situações difíceis e mesmo trágicas, pode Ele transformar nossas vidas em caminhos de paz e realização verdadeiras. “Tudo contribui para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28), como ensina São Paulo; mas também é necessário que nos disponhamos a buscá-Lo. Santa Ângela procurou em Deus a resposta para as crises que surgiram na sua vida, e foi presenteada com a elevação de uma pessoa mundana a grande mística e exemplo da Igreja. Nunca devemos desesperar diante das dificuldades ou desgraças aparentes deste mundo (a única desgraça verdadeira é o pecado que afasta de Deus), pois só o Pai sabe o que é de fato bom para cada um dos Seus filhos, e por qual caminho concreto precisamos chegar ao Paraíso: a paz da alma unida a Cristo é a única felicidade verdadeira, nesta vida e na futura.
Oração:
Pai de amor e bondade infinitas, dai-nos a graça de jamais desesperarmos diante dos desafios desta vida, e, pela intercessão e exemplo de Santa Ângela de Foligno, buscarmos e confiarmos sem cessar na Vossa Providência, que nunca nos desampara e sempre nos leva a vencer as provações, para chegarmos com certeza à felicidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e por Santa Maria. Amém.
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17 de Dezembro

17 de Dezembro  – São Lázaro – 
Lázaro morava com suas irmãs Marta e Maria em Betânia, na Judeia, numa propriedade agrícola, a cerca de cinco quilômetros de Jerusalém. Aparentemente, os três eram solteiros, e muito respeitados na comunidade hebraica pela honestidade e religiosidade. Em sua casa Jesus muitas vezes se hospedava, e Lázaro, particularmente, era amigo muito próximo do Senhor. O ponto alto desta amizade nos é relatada no Evangelho de São João (cf. cap. 11,1-45; cap. 12,1-11), quando Marta e Maria mandam avisar Jesus, distante em outro lugar, de que Lázaro, “aquele que Tu amas”, estava enfermo em Betânia. Apesar da mensagem, Jesus ainda Se demorou dois dias antes de ir vê-los, e o fez sabendo da hostilidade dos judeus para Consigo, pois lá haviam tentado apedrejá-Lo há não muito tempo. Jesus sabia que Lázaro já havia morrido quando partiu, e de fato, quando Ele e os Apóstolos chegaram, fazia quatro dias que estava enterrado, segundo o costume judeu: numa gruta, com a entrada fechada por uma pedra.

Tanto Marta quanto Maria disseram a Jesus, “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!”, pois acreditavam que o Senhor poderia curá-lo; porém, embora acreditassem também na ressurreição dos mortos ao final dos tempos, não lhes ocorreu que Jesus poderia ressuscitar Lázaro diretamente. Jesus Se emocionou profundamente com as lágrimas de Maria, e chorou à entrada do túmulo de Lázaro, o que chamou a atenção dos judeus que haviam comparecido para dar condolências às irmãs: “Vede como Ele o amava!”. Também emocionado com os comentários do povo, de que Ele, tendo antes dado a vista a um cego de nascença, poderia ter curado Lázaro, Jesus ordenou que tirassem a pedra que selava o sepulcro.

Marta estranhou, alegando que o corpo já exalava mau cheiro, mas Cristo lembrou-lhe o que conversaram pouco antes, de que ela devia crer na ressurreição e também Nele, o Cristo. Assim, retirada a Pedra, Jesus dirigiu-Se primeiramente ao Pai, em benefício dos circundantes, para que acreditassem; e em alta voz ordenou: “Lázaro, vem para fora!”. Imediatamente o ressuscitado saiu, ainda com os pés e as mãos atados com as faixas fúnebres e o rosto coberto por um sudário. Jesus mandou que o libertassem – “Desatai-o e deixai-o ir”; e, por causa deste milagre, muitos judeus se converteram.

Informados os fariseus do acontecido, reuniram-se em conselho, não felizes pelo milagre e pela vida de Lázaro, mas com ódio do Senhor, pois alegavam entre si que se Ele continuasse a fazer tais portentos, todo o povo se converteria e – ao menos no seu entender – proclamaria, numa revolta, Jesus como rei, quando então “…os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação” em represália. Diante desta perspectiva, decidiram matar Jesus. E deliberaram igualmente assassinar Lázaro, “pois, por sua causa, muitos se afastavam dos judeus e criam em Jesus”.

Contudo, dias depois do milagre, Lázaro e suas irmãs ofereceram em Betânia um jantar a Jesus, a seis dias da Páscoa. É este o último momento em que os três são mencionados nos Evangelhos. Há indícios concretos, além da tradição e escritos muito antigos, que apontam a viagem de Lázaro e suas irmãs para a ilha de Chipre depois da ressurreição de Cristo, onde ele se tornou bispo de Cítio, hoje Lamaca: em 890, na Basílica de São Lázaro (padroeiro desta cidade), antes um templo cristão do século V, descobriu-se uma lápide com a inscrição: “Lázaro, amigo de Cristo”. E em 1972 arqueólogos encontraram uma arca de mármore, escondida num local abaixo da Basílica, com inscrições de que ali estavam os restos mortais de São Lázaro. Como em 890 relíquias haviam sido trasladadas para Constantinopla, e posteriormente para a França pelos Cruzados, esta arca contém ainda uma parte delas.

 Esta igreja, assim como a casa de Lázaro e o seu túmulo em Betânia (os dois últimos desde o início do Cristianismo, segundo São Jerônimo), são locais de peregrinação e visitação. 

Reflexão:
A ressurreição de Lázaro foi o último grande milagre, e portanto sinal, na vida pública de Jesus, tornando-o a prova viva da divindade de Cristo, Senhor da vida e da morte. Um aspecto importante a ser destacado é a espera de quatro dias de morte que Jesus estabelece para agir, pois os judeus tinham a norma de esperar três dias completos até oficialmente reconhecer o falecimento de alguém; o Senhor ultrapassa em um dia, ainda, este limite, de modo a que não se pudesse contestar de nenhum modo a evidência do Seu poder divino, e de fato Marta Lhe afirma que o corpo do irmão “já cheira mal”, isto é, já estava em processo de decomposição. Diante de evidência tão cabal, a liberdade humana é obrigada a escolher radicalmente entre somente duas opções: ou a conversão a Deus, para uma vida que nos mereça ser também conhecidos como “amigo de Jesus”, e “aquele que Jesus ama”, ou… querer matá-Lo, como os fariseus, isto é, renunciar a que Deus seja nosso amigo, nossa Vida, para ocupá-la com vãs especulações sobre as possibilidades mundanas e o modo de ajustar-se aos príncipes deste mundo. No primeiro caso, seremos também “Lázaro”, nome de origem grega cujo correspondente em Hebraico é Eleazar, que significa “Deus ajudou”. E por isso Nosso Senhor não permitirá a nossa morte, ainda que tramada pelos inimigos mais fortes do que nós, e, levado às lágrimas pela emoção amorosa da Sua amizade infinita, nos ressuscitará para a infinita Comunhão com Ele mesmo, que é a Vida. (Lázaro, mesmo ameaçado pelos fariseus, foi viver em nova terra…). É fazer nosso o diálogo de Marta com o Cristo: “Disse-lhe Jesus: ‘Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em Mim, jamais morrerá. Crês nisso?’. Respondeu ela: ‘Sim, Senhor. Eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, Aquele que devia vir ao mundo’”. No segundo caso, agiremos planejando a morte de Cristo no mal feito aos irmãos, cometendo crimes de todas as espécies e a seguir mentindo para tentar enganar os demais, como pretenderam os fariseus com a eliminação da “evidência” que era Lázaro, e depois, da mesma forma, espalhando que o Cristo não havia ressuscitado, mas que Seu corpo fôra roubado pelos discípulos… atitudes monstruosas, infelizmente de absoluta atualidade, na cultura, na política, nas ideias, e até mesmo na espiritualidade. Só é possível sair da morte para a vida renunciando ao pecado, que é filho da mentira, e sendo amigos de Cristo, Caminho, Verdade e Vida.

Oração:
Senhor Deus, em cujo amor e amizade infinitos nos fizestes Vossa própria imagem e semelhança, concedei-nos por intercessão de São Lázaro, tão querido e próximo de Vós, a graça de sairmos para fora da escura e fria gruta do pecado e da mentira, e desatai as faixas de concupiscência que nos prendem ao que é passageiro e mortal, de modo a que possamos ir definitivamente para Vós. Que de cada um nós se possa também dizer, “Vede como Ele o amava!”. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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23 de Novembro

23 de Novembro – São Clemente I  – 
Clemente foi o quarto Papa da Igreja de Roma, ainda no primeiro século. Foi contemporâneo de São João Evangelista, São Felipe e São Paulo, e governou a Igreja entre os anos 88 e 97 ou 98. Restabeleceu o uso da Crisma, seguindo a tradição de São Pedro, e instituiu o uso da expressão “Amém” nos ritos religiosos.

No seu pontificado, recomeçou a perseguição aos cristãos, primeiro pelo imperador Domiciano, e depois por Trajano. Sob este último, Clemente foi preso e condenado ao martírio, mas são desconhecidas a data, lugar e meio de execução. Uma tradição posterior diz, ao contrário, que ele teria sido deportado para a Criméia, nas costas do Mar Negro, condenado a trabalhos forçados; aí teria convertido muitos escravos e por isso lançado ao mar com uma âncora amarrada ao pescoço.

 Importantíssima foi a carta que este Papa escreveu aos cristãos da Igreja de Corinto, cujo bispo havia sido absurdamente expulso por seus presbíteros. Não apenas a paz foi reestabelecida, pelo conteúdo justo e persuasivo da carta, mas este primeiro documento papal é um marco na afirmação da autoridade do sucessor de Pedro sobre toda a Igreja: o bispo de Corinto levou, de forma natural, a questão a Clemente, não às outras Sés apostólicas, incluindo a do Apóstolo São João Evangelista, ainda vivo e chefe das igrejas vizinhas à Grécia. O Pontífice Romano se manifesta com a autoridade, reconhecida, da legítima e ininterrupta sucessão de Pedro e de Cristo.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
O valor que Deus estabeleceu para a legítima autoridade deve ser sempre reconhecida, pois a ela está vinculado o princípio da ordem, sem a qual não se pode construir nada de bom para Ele. Cristo é o primeiro a submeter-Se à ordem e autoridade do Pai, encarnando-Se para a nossa redenção; e também reconhece a autoridade de Pilatos sobre Si mesmo (cf Jo 19,10-11). O desacato à legítima ordem, autoridade e hierarquia têm sua origem no pecado de Adão e Eva… e na revolta de Lúcifer contra Deus, recusando-Se iniquamente a obedecer ao seu Criador infinitamente bom e perfeito. É verdade que, neste mundo defeituoso, há ocasiões de exceção, e até mesmo a própria Igreja não pode obedecer cegamente a uma autoridade civil, por exemplo; mas mesmo nestes casos, há uma hierarquia, definida claramente por São Pedro, após os Apóstolos terem sido proibidos pelas autoridades judaicas de pregar o Evangelho: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens” (At 5,29).

Oração:
Deus Pai de bondade, e Princípio de toda autoridade, concedei-nos, pela intercessão de Vosso servo São Clemente I, a pronta obediência à Vossa vontade, e o respeito humilde àqueles que em Vosso nome exercem o múnus de dirigir os irmãos. Concedei também a estes o amor e a sabedoria, para agirem com justiça e caridade nas suas funções, de tão alta responsabilidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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22 de Novembro

22 de Novembro – Santa Cecília –

Santa Cecília era de antiga e nobre família romana. Cristã, fez voto de castidade. Porém, sem o seu conhecimento, os pais a prometeram em casamento a um nobre pagão, Valeriano. No dia das núpcias, Cecília lhe contou que um anjo guardava a sua virgindade consagrada. Ele prometeu que acreditaria se visse o anjo; Ela o apresentou ao Papa Urbano, que o preparou para o batismo, e ele, assim convertido, de fato viu o anjo ao lado da esposa.

O casal e Tibúrcio, irmão de Valeriano, que também se convertera, foram denunciados como cristãos, mas não renegaram a fé. Os dois irmãos foram decapitados, e Cecília foi condenada à morte por asfixia, num quarto superaquecido. Encontrada ainda viva, foi também decapitada.

Há mais de uma referência para a relação entre Cecília e a música: ela tocaria lira ou harpa, teria cantado incessantemente músicas de louvor a Deus durante a provação da asfixia, teria o dom de ouvir músicas do Céu… nas atas do seu martírio, consta que, no dia do seu casamento, ao ouvir os sons dos instrumentos musicais, teria elevado a Deus uma prece pela sua pureza de corpo e alma. Cecília foi declarada padroeira dos músicos.

 O corpo da virgem, falecida por volta do ano 225, foi enterrado nas catacumbas romanas, bem próximo à cripta dos Papas, e posteriormente levado para a basílica a ela dedicada, no terreno da antiga casa dos nobres Cecílios.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Um bispo, Adelino, escreveu que, depois de Nossa Senhora, Cecília é a segunda entre as virgens, porque guardou a castidade mesmo desposada, e a tornou sublime pelo martírio. É, certamente, uma das poucas virgens que recebeu o privilégio de ter o nome citado no cânon da Santa Missa. A pureza, de corpo e espírito, é algo especialmente agradável a Deus, que recompensa largamente e de muitas maneiras àqueles que se dedicam a imitá-Lo na virgindade e inocência.

Oração:

Santa Cecília, virgem e pura, ajudai-nos a preservar a inocência do corpo e da alma, e a ensiná-la especialmente às crianças e jovens, e intercedei ao Pai para livrar o mundo dos abusos da mentalidade maliciosa e da sexualidade distorcida e desregrada que levam, conforme ensina a Igreja, tantas pessoas para o inferno. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, pela Santíssima Virgem Maria, e pelo castíssimo São José. Amém.



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21 de Novembro

21 de Novembro – São Gelásio I – 

Gelásio era de origem africana, culto, inteligente e dotado de personalidade forte. Entrou para o clero romano, atuou como conselheiro papal e sucedeu Félix II como Papa, de 492 a 496. Enérgico e intransigente na defesa dos direitos da Igreja, era terno e compassivo com as misérias humanas.

Em apenas quatro anos de pontificado, realizou imensas tarefas. Como Pastor, combateu firmemente as heresias monofisita e do pelagianismo, e também o maniqueísmo e outras seitas que ameaçavam a unidade da Igreja; denunciou ao Senado romano as imoralidades de certas festas pagãs, que não mais deviam existir depois da adoção do Cristianismo pelo Império; organizou e presidiu o Sínodo de 494, no qual foi aprovada grande renovação litúrgica da Igreja; publicou o Sacramentário Gelasiano, com orientação clara da administração dos Sacramentos, das orações na Missa e nas solenidades litúrgicas, uniformizando as funções e ritos das várias Igrejas; estabeleceu normas de disciplina eclesiástica e incentivou a vida monástica.

Não menos importante, foi o primeiro pontífice a expressar a máxima autoridade do Bispo de Roma sobre toda a Igreja, escrevendo uma carta ao imperador romano do Oriente, que pretendia interferir na administração da Igreja: “… há distinção entre a autoridade do Papa e a dos reis; a primeira é imensamente mais elevada, pois inclui responsabilidade espiritual também sobre os príncipes temporais”.

Conclamou o Senado romano, apático e desinteressado durante a derrocada do Império frente às invasões bárbaras, a assumir o seu dever.

 Teve imensa caridade, salvando Roma do perigo da carestia, e distribuiu muitos bens da Igreja para aliviar as consequências da fome; dele foi dito que “morreu pobre após ter enriquecido a muitos pobres”: sobre seu túmulo foi escrito “Pai dos pobres”. Morreu em 21 de novembro de 496, em Roma.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
São Gelásio foi um gigante na defesa da Fé e na caridade aos carentes, aliando firmeza na ação e docilidade no trato – uma característica da ação do Espírito Santo… Cuidou incansavelmente da saúde espiritual e material dos seus filhos, provendo o melhor, como verdadeiro Pai, para as suas necessidades. Neste sentido, é exemplo tanto para os que abraçam a vida sacerdotal como para os pais de família.

Oração:
Deus Eterno e Todo-Poderoso, por intercessão de Vosso servo São Gelásio I, suscitai entre nós dignos pastores do Vosso rebanho, para a santificação daqueles que a Vós se consagram e para o auxílio da salvação dos Vossos fiéis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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20 de Novembro

20 de Novembro – Santo Edmundo

Há três santos com o nome de Edmundo, todos ingleses. Hoje faz-se memória do mais antigo, do século IX, cristão, filho do rei da Saxônia educado na Inglaterra.

Aos 14 anos de idade, tornou-se rei, num período dos mais trágicos da Inglaterra, devastada constantemente pelos bárbaros dinamarqueses, que invadiam e saqueavam seus vilarejos. Em 869, estes bárbaros realizaram uma grande invasão nos domínios do rei Edmundo, o qual, para defender o povo e o reino, reuniu seu pequeno exército e os combateu. Os dinamarqueses, melhor armados e em maior número, aprisionaram Edmundo.

Foi-lhe oferecida a possibilidade de manter a vida e a coroa, caso renegasse a fé e se proclamasse vassalo dos invasores. Por duas vezes, o rei corajosamente rejeitou a proposta. Por isso morreu transpassado por flechas, no dia 20 de novembro de 870.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A defesa da fé católica custou a vida de muitos homens e mulheres ao longo da História. Nunca este sacrifício deixou de dar frutos, pois o sangue dos mártires irriga a vida da Igreja e faz brotar continuamente novos missionários para a propagação da Boa Nova. Tal situação ainda se verifica atualmente, em muitos lugares do globo. O rei Edmundo, jovem e governando por poucos anos, teve a maturidade de fé para defender como pôde a sua pátria, e mais ainda a sua integridade religiosa. Não se deixou enganar por vantagens materiais passageiras e duvidosas, pois quem cede no espírito em tempo cederá também no corpo, e por seu martírio ofereceu ao seu povo maior riqueza do que qualquer espaço territorial. Trocar a Terra, pelo Céu, é adquirir o mais precioso reinado.

Oração:

Deus, nosso Rei e Senhor, pela intercessão de Santo Edmundo, dai-nos a graça do soberano governo de nós mesmos, para que assim nos ofereçamos inteiramente às flechas do Seu divino Amor, e sejamos capazes de Vos permanecer fiéis mesmo diante das maiores dificuldades. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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19 de Novembro

19 de Novembro – São Rafael de São José –

José Kalinowski nasceu no dia 1 de setembro de 1835, na Polônia, filho de um casal de nobres. A sua vida e a sua fé desabrocharam à sombra do santuário carmelitano de Nossa Senhora de Ostra-Brama. Nos estudos, foi sempre aluno brilhante. Entrou na Academia Militar, de onde saiu graduado como tenente e engenheiro, e com apenas 25 anos foi promovido a Capitão do Estado Maior.

Em 1863 a Polônia insurgiu-se contra a Rússia, e José foi nomeado Ministro da Defesa da Lituânia, o que aceitou com a contrapartida de não haver condenações à morte. Conseguiu o fim da insurreição, mas ainda assim foi preso e condenado à morte, pena que acabaria por ser comutada para prisão perpétua, na Sibéria.

Tinha-se então afastado de Deus, mas confessou-se, o que valeu a sua verdadeira conversão. Na prisão, nunca se queixava, por maiores que fossem os tormentos, e estava sempre pronto a esquecer-se de si para ajudar os outros. Desenvolveu uma vida de intensa espiritualidade e devoção a Jesus, José e Maria. Suas únicas companhias foram um crucifixo e o livro “Imitação de Cristo”. Liberto e repatriado, entrou na Ordem dos Carmelitas Descalços, e tomou o nome de Rafael de São José, aos 42 de idade. Foi ordenado sacerdote, e através dele a Ordem refloresceu na Polônia.

 Faleceu em Wadowice, muito doente, no dia 15 de novembro de 1907. O seu túmulo tornou-se lugar de peregrinação, e onde muitas vezes rezou o seu compatriota, Papa São João Paulo II, que o canonizou.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

 Reflexão:

São Rafael de São José levou uma vida agitada, e os sucessos no mundo o levaram, apesar da boa formação católica, em certo período, a algum afastamento de Deus. Porém as boas raízes não deixaram que se sentisse feliz longe “de casa”, e o Sacramento da Confissão, ao qual depois, como sacerdote, muito enfatizou, lhe restituiu a paz e abriu caminho para a santidade. Que os pais não deixem de valorizar e cuidar esmeradamente da formação espiritual dos seus filhos, em especial da importância capital dos Sacramentos, fonte das graças que sempre tornarão possível qualquer necessária volta para Deus, a felicidade e paz nesta vida, e o prêmio da salvação.

Oração:
Ó Deus, que destes a São Rafael de São José o espírito de fortaleza nas contrariedades da vida, concedei-nos, por sua intercessão, a disposição de jamais abandonar a fé e de sempre buscarmos a reconciliação Convosco, de modo a podermos viver a verdadeira caridade para com os irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Sua Mãe Santíssima, e Seu pai José. Amém.
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18 de Novembro

18 de Novembro – São Frediano  –  
Frediano nasceu na Irlanda, no século VI. Feito monge, o jovem saiu de sua terra natal como peregrino e estudante, com destino a Roma, onde viveu como ermitão. A sua vida austera, de trabalho, oração e penitência, somada à sabedoria e cultura, logo se fizeram evidentes.

Assim sendo, o clero da região e o povo decidiram que Frediano era o cidadão mais indicado para ser Bispo. Foi eleito e consagrado Bispo de Lucca, em 560. Conduziu o rebanho de sua diocese com muito zelo e caridade. Sempre cuidando dos pobres, era incansável na busca de esmolas para construir asilos, orfanatos, creches, hospitais, igrejas e mosteiros.

Utilizou toda a ciência que possuía sobre matemática, engenharia, agricultura e hidrografia, para auxílio da população. Possuía também dons extraordinários. Uma das mais citadas de suas realizações foi o desvio milagroso do curso do rio Serchio, que comumente inundava a região. Conta-se que São Frediano, em oração, traçou um novo curso para o rio, e as águas passaram a segui-lo.

 O Bispo Frediano morreu no dia 18 de março de 588, deixando uma comunidade monástica chamada “Cônegos de São Frediano”, de onde veio o Papa Alexandre II. É invocado como protetor contra enchentes.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Sábios são aqueles que se deixam levar por Deus. Inicialmente um ermitão, Frediano tornou-se bispo, e de uma vida isolada, certamente bem utilizada como preparação espiritual e de estudos, passou a usar seus dons no serviço e convívio direto do rebanho de Deus. Mudanças nas nossas vidas, se aceitas conforme a vontade de Deus, trazem a certeza de que estaremos sempre aonde Deus nos quer santificar e realizar.

Oração:
Pai de bondade e de amor, por intercessão do Vosso dócil servo São Frediano, dignai-Vos traçar o curso das nossas vidas, para que, transbordando de boas obras, as águas do nosso batismo nos conduzam ao oceano da Vossa infinita misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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