25 de Janeiro

25 de Janeiro – Conversão de São Paulo
O dia próprio de São Paulo é 29 de junho, junto com São Pedro, e assim, de certa forma, a gigantesca figura de Paulo fica em segundo plano diante da primazia do Príncipe dos Apóstolos. Mas a pessoa de Paulo é tão importante para a Igreja que o dia da sua conversão é também celebrado. (Para nós brasileiros, esta data também marca a fundação da maior cidade do país, São Paulo, em 1554).

Saulo, seu nome antes da conversão, nasceu na cidade de Tarso, região da Cilícia, na Turquia. Seu pai era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim. Por causa da fidelidade ao imperador, a família de Saulo tinha recebido a cidadania romana. Logo, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente e culto. Estudou na conhecida Escola de Gamaliel, mestre judeu distinguido pelo saber e integridade de vida.

O sincero zelo religioso de Saulo o levou a perseguir furiosamente os cristãos, que considerava traidores da pátria e do judaísmo. É citado na Bíblia pela primeira vez no martírio de Santo Estêvão, quando guardava as roupas dos apedrejadores. As orações deste mártir em favor dos seus algozes certamente favoreceram a sua conversão.

Em missão para prender os cristãos de Damasco e levá-los a julgamento em Jerusalém, Saulo foi surpreendido por uma luz vinda do céu que o envolveu, e uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” Desta intervenção direta de Deus (cf. At 9,4-18) seguiu-se a conversão e batismo de Saulo em Damasco, por intermédio de Santo Ananias (cuja festa também é hoje). Tomando o nome de Paulo, o agora apóstolo inciou sua imensa obra de viagens de evangelização, particularmente junto aos gentios. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Por ser cidadão romano, teve o privilégio de ser decapitado e não crucificado, a pena usual para os cristãos.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CssR; revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Espetacular foi a conversão de São Paulo, bem como a sua ação missionária, que inclui 14 cartas integrantes do cânon da Bíblia – a escrita é uma pregação continuada ao longo do tempo. Apesar de suas atitudes um tanto fanáticas pelo judaísmo, que levaram à morte de cristãos, é importante lembrar que sua radicalidade, ainda que mal orientada no início, é uma grande virtude na vivência da Fé, e Deus quis aproveitá-la para salvar não apenas o próprio Saulo, mas inúmeras outras almas, naquela época, hoje e certamente no futuro. E para nós importante é o questionamento de termos claro até onde somos radicais no seguimento de Cristo: porque disto depende toda a nossa vida. Ou chegaremos a dizer como Paulo, “não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (cf. Gl 2,20), ou seremos cortados da Cabeça do Corpo Místico, que é Jesus, num martírio infinito.

Oração:
Deus Todo-Poderoso, cuja misericórdia é capaz de quaisquer prodígios em nosso favor, concedei-nos pela intercessão de São Paulo a irrefreável coragem de tudo enfrentar na Vossa busca e na realização das Vossas boas obras, para permanecermos sempre em comunhão Convosco, já na Terra e infinitamente no Céu. Por Jesus Cristo Vosso Filho, que nunca deixa de nos chamar para o Vosso amor, e Nossa Senhora, cujas súplicas por nós não podeis deixar de atender. Amém.
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24 de Janeiro

Francisco (François) de Sales nasceu aos 21 de agosto de 1567 em Thorens-Glières, província da Sabóia, na época um país independente; atualmente a região, de Ródano-Alpes, pertence à França, Itália e Suíça. Foi ele o primogênito de 13 filhos da nobre e antiga família dos Barões de Boisy. Muito cedo fez voto de viver a castidade e buscar sempre a vontade do Senhor, colocando-se sob a proteção da Virgem Maria, por Quem tinha especial devoção.

Estudou nos melhores colégios franceses e aprendeu várias línguas. Na juventude Francisco mudou-se para Paris, onde fez estudos universitários com os jesuítas – Filosofia, Retórica e Teologia. Para satisfazer o sonho de seu pai, doutorou-se em Direito na Universidade de Pádua. Regressou à França em 1592, com 24 anos, e se inscreveu na Ordem dos Advogados.

Sua família já lhe tinha arrumado um cargo como Senador de Sabóia e escolhido, para sua noiva, uma jovem rica e nobre. Mas ele recusou, pois queria ser padre. Assim, foi ordenado sacerdote aos 26 anos e, com a ajuda de um tio, Cônego em Genebra, foi nomeado para o posto de capelão da catedral de Chambéry nesta cidade.

Sua primeira missão como sacerdote foi reevangelizar a região calvinista de Chablais. Ali encontrou muita resistência e fanatismo, mesmo emboscadas, insultos e ameaças. Criou então um sistema de publicação, ou seja, fixar em lugares públicos ou levar de porta em porta folhetos impressos, com a explicação das verdades da fé, com muito tato e simplicidade. Com paciência e persuasão respeitosa procurava também dialogar em palestras e encontros. A longo prazo, este método levou a milhares de conversões.

Em 1599, Francisco foi nomeado Bispo coadjutor de Genebra com sede em Annecy, nos alpes franceses, assumindo definitivamente a diocese três anos depois. Ali desenvolveu intensa atividade: visita às paróquias, formação do clero, reorganização de mosteiros e conventos, fundação de escolas, pregação e catequese de crianças e adultos, incluindo membros da nobreza, mesmo da casa real da Sabóia. Por causa da sua doçura e perseverança, Francisco conseguiu inúmeras conversões e uma grande mudança religiosa na região.

Em março de 1604, durante uma pregação quaresmal em Dijon, conheceu e fez grande amizade com (Santa) Joana Francisca Fremyot de Chantal. Juntos fundaram a Congregação da Visitação de Santa Maria, em 1610, em Annecy, com a finalidade de visitar e socorrer os pobres.

Além da doçura, Francisco ficou muito conhecido também pelos seus livros. Escreveu “Filotéia” ou “Introdução à vida devota” em 1608, dedicado à Santa Joana de Chantal. Nesta obra, voltada para quem vivia no mundo e tinha tarefas civis e sociais, resume os princípios da vida interior e ensina a amar a Deus na vida diária. Em 1616, escreveu especialmente para as filhas da Visitação “Teótimo” ou “Tratado do Amor de Deus”, uma obra de denso e extraordinário conteúdo teológico, filosófico e espiritual, que ensina os melhores meios para um encontro pessoal com Deus.

 Francisco faleceu com a idade de 52 anos, no dia 28 de dezembro de 1622, em Lyon, França. Porém a Igreja celebra sua festa em 24 de janeiro, dia do traslado dos seus restos mortais para Annecy em 1623. Dez anos após sua morte, seu corpo foi exumado e encontrado incorrupto, sem os sinais de decomposição. É reconhecido como Doutor da Igreja e padroeiro dos jornalistas e escritores católicos, devido ao seu estilo e à redação de diversos folhetos e livros como instrumentos de evangelização (4.000 sermões, 21.000 cartas de direção espiritual e várias obras de doutrina e ascética). É também padroeiro dos que têm dificuldade auditiva, por ter desenvolvido uma linguagem de símbolos para se comunicar com um jovem deficiente. Ainda, é titular e patrono da Família Salesiana, Congregação fundada por seu admirador Dom Bosco (santo) para a educação dos jovens.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A medida de amar a Deus é amá-Lo sem medida”. Esta é a ideia do “Tratado do Amor de Deus”, e São Francisco de Sales a colocou em prática através da extrema gentileza no trato com as pessoas, nas suas imensas atividades pastorais. Dizia que “mais abelhas se apanham com uma gota de mel do que com um barril de vinagre”. Mas pouco conhecido é o seu heroico esforço de controlar o próprio gênio. Descobriu-se após a sua morte que a parte de baixo da sua mesa estava marcada pelo raspar das unhas, o que fazia durante o atendimento e diálogo com as difíceis consciências defensoras de erros e heresias. Extravasa ele na madeira a sua tensão, para nunca perder a paciência com os irmãos e tratá-los sempre afavelmente. Este “pequeno grande detalhe” espiritual é fortíssimo testemunho da santidade de Francisco, à medida da sua gigantesca obra evangelizadora.

Oração:

Deus de bondade e infinita doçura, que nos deseja a paz, a concórdia e o carinho, dai-nos por intercessão de São Francisco de Sales a grandeza e o heroísmo da santidade nos menores gestos e ações, na consciência de que é a partir deles, assim realizados, que Vós mesmo fazeis em nós as grandes obras de caridade e salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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23 de Janeiro

23 de Janeiro – Santo Ildelfonso
Nasceu Ildefonso em Toledo, Espanha, no ano 607. Foi discípulo de Santo Isidoro de Sevilha, Doutor da Igreja. Jovem, entrou para o mosteiro de São Cosme e Damião em Agali, próximo a Toledo. Herdando a fortuna dos pais, destinou-a para o auxílio aos pobres. Escolhido abade, dirigiu em 636 o IV Sínodo de Toledo. Em 657, é feito bispo de Toledo, a maior e mais importante diocese do país, cargo que ocupou por 10 anos. Distinguiu-se pelo zelo na evangelização das áreas ainda pagãs desta diocese, pelo culto litúrgico bem cuidado na melhor tradição beneditina, e na defesa da Fé, pela grande eloquência e pelos muitos escritos de valor dogmático e histórico. Era prudente e afável, mas enérgico quando necessária a reivindicação da justiça.
Dentre os seus principais livros, estão o “Livro sobre o Batismo”, “O Progresso Espiritual” (uma catequese pós-batismal aos fiéis, para a educação permanente na Fé) e especialmente “A Perpétua Virgindade de Maria, Mãe de Deus”. Nesta obra defende a virgindade de Maria antes, durante e depois do parto, contra as negações dos hereges e dos judeus, com erudição e com autoridade episcopal.

Faleceu em 23 de janeiro de 667, e recebeu o título de Doutor da Igreja. É considerado como o último Padre do Ocidente, isto é, um dos grandes representantes da Igreja que, entre os séculos II e VII, consolidaram tanto no Ocidente como no Oriente conceitos fundamentais da doutrina católica.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Ildefonso” significa “pronto para a batalha”, e sem dúvida estava preparado este santo para a lide que Deus lhe destinou. Necessária sem dúvida foi a sua formação teológica e doutrinária para esclarecer questões da Fé, litúrgica para valorizar a beleza que eleva as almas nos ritos da Igreja, e zelo pela conversão dos que estavam afastados ou não conheciam a Deus. Conhecimento, elevação da alma e caridade são o que também nós precisamos, hoje e sempre, pois se temos a certeza de que deveremos manter o combate espiritual por toda a vida, mais certeza ainda temos de que não sabemos quando este combate vai acabar. Quando Deus chamar, partiremos desta Terra; preparemo-nos constante e empenhadamente para esta última e definitiva batalha, a qualquer momento.

Oração:
Pai de bondade, que desejais apenas o bem maior dos Vossos Filhos, dai-nos a graça de manter a pureza de coração nas lutas desta vida, para que, pela intercessão de Santo Ildefonso, estejamos bem preparados no momento de Vos encontrar definitivamente. Por Jesus Cristo Nosso Senhor e Vossa Mãe a Virgem Maria. Amém.
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22 de Janeiro

22 de Janeiro – São Vicente Pallotti
Nascido em Roma, em 1795, Vicente foi o terceiro de 10 filhos. Desde muito pequeno demonstrava grande piedade, e particular sensibilidade para com os pobres; mesmo no inverno, era frequente voltar à casa sem os sapatos ou o casaco que dera aos desvalidos de rua. Sua vocação sacerdotal foi muito natural, e ordenou-se em 1818, doutorando-se depois em Filosofia e Teologia. Ocupou cargos de importância na hierarquia e instituições da diocese de Roma.

Seu carisma especial foi a defesa, apoio e desenvolvimento do apostolado dos leigos. Na época, entendia-se que o apostolado fosse dever e direito do clero, e só a hierarquia podia delegar aos leigos a permissão de fazer este serviço. Vicente antecipou a visão do Concílio Vaticano II nos anos 1960, da participação efetiva de todo batizado na missão evangelizadora da Igreja, no caso dos leigos de acordo com os seus deveres de estado e capacidade pessoal.

Para efetivar este conceito, fundou a Obra do Apostolado Católico, que incluía leigos, religiosos e padres, de modo a que todos pudessem difundir a mensagem de Cristo por todos os meios possíveis. Como centro e força motriz deste movimento, fundou duas congregações, masculina e feminina (os padres palotianos e irmãs palotianas). Estas suas fundações preparavam os leigos nas suas atividades e associações caritativas e evangelizadoras.

 Por esta obra, o Papa Pio XI o declarou “Precursor da Ação Católica”. Faleceu em 22 de janeiro de 1850, com 55 anos, em Roma.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Hoje em dia pode parecer óbvio que os leigos devem participar ativamente da organização e execução de iniciativas apostólicas, mas no século XVIII não era tão claro, para a Igreja, que certas atribuições deveriam ocorrer “independentemente” da tutela clerical. Em parte, havia despreparo por parte dos fiéis, e isto certamente deveria ser levado em conta, para evitar erros e abusos. Por outro lado, o apostolado é algo natural, no sentido de que qualquer atividade, santamente realizada, é exemplo e divulgação do Evangelho, o que a Igreja deseja e apoia, e certamente não quer impedir. Tratava-se antes de uma questão organizativa, e o reconhecimento da ação mais direta dos leigos é uma riqueza para a Igreja. Porém, infelizmente, nota-se hoje que há ainda grande despreparo, e não só dos leigos, além dos riscos de ideias heréticas, como por exemplo a “Teologia da Libertação”, formalmente condenada pelos últimos Papas, que pretende reduzir a ação da Igreja a uma perspectiva social e econômica, confundindo a verdadeira caridade com uma mera filantropia estatal, ao sutilmente enfatizar as questões materiais em detrimento da primazia espiritual. Sem que seja coibida a legítima participação dos leigos no apostolado, o que é um seu direito e dever, é necessária e urgente a melhor formação de todos os católicos, hierarquia inclusa, no conhecimento da verdadeira Doutrina da Igreja, para que se mantenha sem confusão (e suas nefastas consequências) a fidelidade aos ensinamentos de Jesus.

Oração:
Ó Deus, que és Caminho, Verdade e Vida em Cristo Jesus, dai-nos por intercessão e exemplo de São Vicente Palloti a necessária formação para o apostolado que conduz à salvação e não à confusão. Pelo mesmo Cristo Senhor Nosso, e pela Virgem Maria Vossa fidelíssima Mãe. Amém.
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21 de Janeiro

21 de Janeiro – Santa Inês
Inês nasceu numa nobre família romana que deveria ser cristã, pois desde cedo ela, por amor a Cristo, O escolheu por esposo e a Ele consagrou a sua virgindade. Porém já aos 13 anos era muito atraente, e com esta idade recebeu pedidos de casamento de vários pagãos, incluindo o filho do prefeito de Roma. Recusou dizendo-se esposa de Cristo, e por isso foi acusada, pois estava em pleno desenvolvimento nesta época a perseguição de Dioclesiano aos cristãos.

Diante do juiz, que tentou convencê-la à apostasia primeiro por persuasão, e depois com a ameaça de tortura e morte, respondeu que Cristo velava pela sua pureza e que não conseguiriam profanar o seu corpo. Foi arrastada para a frente de um ídolo, para que lhe oferecesse incenso, o que ela não fez. Então a levaram para um prostíbulo – mas nenhum homem ousou se aproximar dela.

Ordenou-se por fim o seu martírio, por decapitação, a 21 de janeiro de 304. Neste dia da sua festa, são abençoados dois cordeirinhos na basílica romana que leva o seu nome, como símbolos da inocência, e da lã deles são confeccionados os pálios que o Papa dá aos arcebispos.Colaboração: José Duarte de Barros
Filho

Reflexão:
O nome Inês tem origem numa palavra grega que significa “casta”, um sinal profético da sua vida de pudor e pureza. A virgindade não era valorizada no mundo pagão (antigo e moderno), mas é uma dos mais altas virtudes dos que seguem a Cristo, seja na vida consagrada, seja na espera do sacramento do Matrimônio. Por sua firmeza, Inês teve o privilégio de, com outras santas mulheres, ter seu nome citado no cânon da Missa, numa clara exaltação da Igreja à excelência e predileção de Deus por esta virtude. A própria Mãe de Deus é a Sempre Virgem Maria; Cristo deu o Seu exemplo pessoal da castidade. Essencial para nossos dias é a preparação das crianças e jovens católicos neste sentido, pois um dos pecados atuais que mais tornam caótica a sociedade e levam ao inferno é a sensualidade exacerbada e corrompida, conforme diversas manifestações sobrenaturais a muitos videntes. E enorme é a pressão sobre a castidade e a virgindade na mídia, na cultura, nas ideias, e até nos locais de formação como escolas e universidades. Que os pais estejam atentos à pureza dos seus filhos, pela qual também são responsáveis, e pelo que deverão prestar contas a Deus.

Oração:
Deus de pureza, concedei-nos desposar a inocência e a castidade do corpo e da alma, a exemplo e pela intercessão de Santa Inês, para que possamos manter a juventude de espírito necessária às bodas definitivas com a Vossa santidade, na vida da Trindade eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e a Virgem Maria nossa Mãe. Amém.
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20 de Janeiro

20 de Janeiro – São Sebastião
Sebastião nasceu em Narbona, França, em 256, num lar cristão. Ainda pequeno, a família mudou-se para Milão, na Itália, onde ele cresceu e estudou. Sebastião seguiu a carreira militar do pai. No exército romano, chegou por méritos a ser Capitão da primeira coorte da guarda pretoriana, ou seja, do próprio imperador Dioclesiano, que muito o estimava, sem saber que ele era cristão.

Embora fidelíssimo nas obrigações do exército, Sebastião não participava das manifestações idólatras aos deuses pagãos nem das perseguições, prisões e execuções dos cristãos; antes, discretamente, a eles visitava levando ânimo e conforto nas provações, protegendo-os quando possível. Seu cargo permitia também acesso a muitos lugares e pessoas, do que ele se utilizava para fazer profícuo apostolado.

Identificado e denunciado como cristão, compareceu ao julgamento do imperador, que procurou dissuadi-lo da Fé, com promessas e depois ameças. Resistindo Sebastião, foi condenado a morrer flechado, como punição exemplar. Abandonado pelos soldados e dado como morto, Sebastião foi encontrado ainda vivo, à noite, amarrado a um tronco e cravado de flechas por (Santa) Irene. Ela, viúva do mártir Cástulo, que procurava o seu corpo para lhe dar sepultura, o levou para sua casa e o tratou.

Depois de curado, Sebastião corajosamente apresentou-se ao imperador, reprovando-lhe a iniquidade da perseguição aos cristãos. Dioclesiano, estupefato e enraivecido, novamente o condenou à morte, por espancamento com bolas de chumbo. O martírio aconteceu a 20 de janeiro de 288, e seu corpo foi jogado nas fossas do esgoto de Roma, para não ser encontrado.

Porém Santa Luciana conseguiu resgatá-lo e o sepultou nas catacumbas, e posteriormente o imperador Constantino mandou construir uma basílica em sua homenagem em local próximo, junto à Via Appia. Nesta época Roma foi assolada pela peste, que desapareceu quando do translado das relíquias do mártir. Desde então São Sebastião é venerado como protetor contra a peste, a fome e a guerra, sendo um dos santos mais conhecidos no Ocidente (mas sua memória também é cultuada na Igreja Ortodoxa).
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Sebastós, nome de origem grega, significa divino, venerável; o que é perfeitamente adequado à grandeza da vida de morte de São Sebastião. Militou ele tanto no exército regular quanto no exército de Cristo, cumprindo sempre o seu dever, mas repeitando a hierarquia correta, como ensina São Pedro – “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens” (At 5,29).

Oração:
Ó Deus dos Exércitos, que combateis o erro e o pecado, dai-nos a graça da intercessão, e a coragem, de Vosso glorioso Capitão, São Sebastião, para que saibamos obedecer à divina ordem de confortar os irmãos nas suas necessidades e denunciar sem respeitos humanos os erros deste mundo. Por Jesus Cristo Nosso Senhor, Vosso Filho obediente até a morte de Cruz, e Nossa Senhora, poderosa como um exército em linha de batalha. Amém.
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19 de Janeiro

No século III, marcado por violentas perseguições do Império Romano aos católicos, Mário e sua esposa Marta, com os filhos Audífax e Ábaco, saíram da Pérsia em peregrinação a Roma, para visitar os túmulos de São Pedro e São Paulo.

Já nos arredores da cidade, encontraram o sacerdote Valentim, que cuidava de sepultar os corpos decapitados de cerca de 270 mártires da Fé. A família piedosamente se juntou a ele nesta obra de misericórdia. E neste trabalho foram todos descobertos e presos pelas autoridades romanas.

Instados a renegarem o Cristo e adorarem o imperador, negaram-se e foram portanto condenados à morte. Valentim foi condenado também por celebrar o matrimônio cristão, proibido pelas leis romanas. Mário e os dois filhos foram decapitados logo, na via Cornélia, e Valentim um mês depois, no mesmo lugar.

Marta, que ainda não havia sido batizada, foi levada para um poço 21 quilômetros fora dos muros da cidade, e afogada. Seus corpos foram encontradas por uma cristã que, como eles anteriormente, providenciou o sepultamento dos irmãos fiéis, neste caso no túmulo da sua própria família, num terreno da sua residência na mesma Via Cornélia. No local encontram-se ainda hoje as ruínas de uma Igreja, visitada pelos turistas. Os restos mortais dos mártires foram aí encontrados e posteriormente levados como relíquias de veneração para diferentes igrejas na Itália e na Alemanha.

Porém estes mártires ficaram conhecidos e populares no próprio século III, na Europa e em outros lugares, sua história sendo divulgada principalmente entre os católicos, muito em função de um Concílio realizado nos anos 268-270, quando Cláudio era imperador e a perseguição aos cristãos foi bastante reduzida. (Como curiosidade, o nome “Mário” tornou-se muito comum e largamente adotado a partir destes acontecimentos).

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São Mário é considerado um santo da família, uma vez que a manteve unida sob a Fé mesmo diante da perseguição e da morte de todos os seus membros, algo que nos recorda a firmeza e coragem de toda uma família no Antigo Testamento (cf. 2Mc 7). Sim, desde o princípio, Deus dispôs que a família vivesse e crescesse unida na Fé, e que seus membros se articulassem em conjunto no caminhar para Deus, sob a direção de um chefe – como o Corpo Místico de Cristo unido à Cabeça (cf. 1Cor 12,12-31), no qual muitos são os membros da família dos filhos de Deus, mas parte de um mesmo e só corpo que deve se mover em uníssono, em comunhão, para um mesmo fim. Cada parte do Corpo é importante, tem a sua função própria, indispensável e única para o benefício do todo, que partilha dos sofrimentos e sucessos de cada um. São Mário não é “mais” santo do que os demais mártires da sua família (ou do que o sacerdote Valentim), mas é natural que seu nome represente a todos, como legítimo chefe segundo a disposição de Deus para o matrimônio (Gn 3,16) após o Pecado Original. Contudo, quem recebe um cargo de direção é quem mais deve servir, a exemplo de Cristo que se sacrificou pela Sua Igreja (Mc 10,42-45), por isso é admirável que São Mário tenha formado tão bem a sua família na obediência e fidelidade a Deus, dando também o exemplo do martírio para eles – e para nós. O sacerdote também é um pai – “padre” significa “pai” – e neste episódio São Valentim igualmente está incluído como exemplo da integração necessária entre o pastor e o rebanho. Não parece ser simples acaso que, dentre todas as suas funções sacerdotais, a causa registrada da sua condenação, historicamente, fosse justamente a de celebrar o matrimônio como Sacramento, ou, a primeira forma de relacionamento que Deus quis para o ser humano, com Adão e Eva, no Paraíso… o destaque está também na família, unida, com membros que se apoiam, e que partilham mutuamente o ensino da Verdade de Cristo: tanto a família natural quanto a dos filhos de Deus precisa ter membros solidamente formados e participando da mesma vida, do mesmo alimento eucarístico, para que uns ajudando os outros cheguem todos à felicidade completa. O valor intrínseco, transcendental e infinito da família formada sob o matrimônio católico é tão fundamental que sobre ela, especificamente, estão voltados os esforços do mundanismo atual, que a quer destruir através de variadas ideologias de libertinagem, independência, autossuficiência (sob o nome de “liberdade”). Por isso devemos seguir o exemplo da Sagrada Família e dele dar testemunho, como forma concreta de fazer o bem.

Oração:
Senhor, Pai Santo, que nos criastes por infinito amor e nos destes a dignidade de Vossos filhos, algo que nem aos anjos concedestes: pela intercessão de São Mário e companheiros mártires, dai-nos as graças necessárias para Vos sermos fiéis formando e apoiando uns aos outros, na Igreja doméstica da nossa família em comunhão com Vosso Corpo Místico, enterrando o pecado na vivência das virtudes, para que a nossa peregrinação em direção ao destino dos Apóstolos Vos seja agradável e obra de misericórdia para os irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

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12 de Janeiro

12 de Janeiro – Santo Antonio Maria Pucci

Eustáquio nasceu em 16 de abril de 1819, em Vernio, Itália, numa fervorosa família de camponeses. Gostava de auxiliar o pai na igreja e participar da Missa. Aos 18 anos, entrou para o convento dos Servos de Maria (os Servitas), e mudou o nome para Antônio Maria. Sacerdote em 1843, atuou como Definidor Geral da sua comunidade. Em 1847 foi enviado para a paróquia de Santo André em Viareggio, ali ficando como pároco por 48 anos, até a sua morte.

Foi precursor do modo de atuação típico da Ação Católica, ao criar associações para diversas atividades dos leigos: Companhia de São Luís e a Congregação da Doutrina Cristã para os jovens, Companhia Mariana de Nossa Senhora das Dores para os homens, Congregação das Mães Cristãs para as mulheres, além de fundar a Congregação (religiosa) das Irmãs Auxiliares Servas de Maria (as “Manteladas” de Viareggio), direcionadas para a educação dos adolescentes e assistência das crianças enfermas.

Não guardava nada para si próprio, nem mesmo roupas. Apesar da intensa atividade caritativa, rezava sem descuido, e de tal modo, que muitas vezes os paroquianos o viam em êxtase, ficando suspenso ou caminhando sem pôr os pés no chão

Em duas epidemias de cólera, nos anos de 1854 e 1892, Padre Antônio cuidava pessoalmente dos doentes. Na última, contraiu uma pneumonia fulminante ao sair da casa de um deles numa noite fria e tempestuosa, falecendo em 12 de janeiro.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

O pastor, o bom pastor, deve conhecer e dar a vida pelas suas ovelhas. Direcionar convenientemente as atividades dos leigos é um dos aspectos deste pastoreio, e Santo Antônio Maria soube fazê-lo através da iniciativa de criar associações adequadas. Mas, sobretudo, soube fazê-lo da santidade de vida, na caridade aos doentes e necessitados, e ainda mais na oração, pura e efetiva: sem esta, nenhuma atividade dá frutos para a Vida. Grande apreço e amor demos ter aos párocos, e muitas orações devem ser a eles dedicadas.

Oração:

Deus Providente, concedei-nos a graça dos bons pastores na Vossa Igreja, e por intercessão de Santo Antônio Maria Pucci, purificai nossos corações, de modo que possamos como ele sermos elevados da Terra para o Céu através do caminho da oração e da caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

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11 de Janeiro

Teodósio nasceu em 423 na Capadócia (Turquia), recebendo sólida formação cristã na família. Jovem, impressionou-se com a história de Abraão, sentindo-se como ele chamado a partir para o lugar que Deus lhe mostrasse. Fez então uma peregrinação à Terra Santa, onde conheceu São Simeão Estilita, que profetizou ser ele escolhido por Deus como instrumento de salvação de muitos.

Decidiu levar vida religiosa num convento, próximo à torre de Davi, e seus progressos na vida espiritual monástica levaram a que lhe fosse oferecida a provedoria de uma igreja de Nossa Senhora, perto de Belém. Mas as constantes visitas não eram compatíveis com a vida solitária que desejava, e por isso mudou-se para uma gruta isolada, onde viveu 30 anos. Mas sua fama de santidade, pela humildade e caridade, atraiu discípulos, de modo que acabou organizando o regulamento para uma comunidade, que chegou a ter 400 monges. Ali ele construiu uma hospedaria para os peregrinos e um hospital, com setores feminino, masculino e para doentes mentais. Tudo era mantido pela Providência divina, na qual Teodósio confiava ilimitadamente.

O bispo de Jerusalém, conhecendo a santidade e capacidade administrativa de Teodósio, nomeou-o arquimandrita (superior geral) dos monges da Palestina. Juntamente com São Sabas, outro mestre do monaquismo, Teodósio defendeu a Fé contra a heresia monofisita, que negava a distinção das naturezas divina e humana de Cristo; como o imperador Anastásio apoiasse os hereges, foi perseguido e exilado, mas não muito tempo depois voltou a Jerusalém, após a morte do imperador.

 Faleceu em 529, com 105 anos. Seu mosteiro durou mais de um milênio, quando foi destruído pelos muçulmanos. Os monges gregos ortodoxos o reconstruíram no início do século XX.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São Teodósio é considerado um dos maiores líderes do monaquismo oriental do século V. Impressionante é a sua confiança em Deus, que o levou primeiramente a viajar, e, depois, a aceitar uma missão que, a princípio, não era a que desejava: isolando-se em busca de vida solitária, tornou-se organizador de vasta comunidade religiosa, que atendia também a peregrinos, e exigiu a construção e administração de um hospital. Os caminhos da nossa santidade dependem sempre da vontade do Pai, e não da nossa: só a humilde e alegre aceitação dos Seus desígnios garantem a fecundidade espiritual que devemos ter, para benefício nosso e dos irmãos, e maior glória de Deus.

Oração:

Senhor, que nos conduzis nos caminhos dos desertos desta vida, concedei-nos que, como São Teodósio, cujo nome significa “presente de Deus”, sejamos ofertas dignas para a comunidade de todos os Vossos Filhos, através da plena confiança no Vosso querer e plena disponibilidade no Vosso serviço. Por Jesus Cristo, que nos ensinou a rezar “Seja feita a Vossa vontade”, e Nossa Senhora, que nos deu o exemplo de perfeita “serva do Senhor”. Amém.
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10 de Janeiro

Nicanor foi um dos sete diáconos, escolhidos pelos Apóstolos no início da Igreja, para servir ao povo de Jerusalém; os demais são Estevão, Filipe, Prócoro, Timão, Parmenas e Nicolau (At 6,1-7). Destes, temos mais notícias apenas de Estevão, primeiro mártir por Cristo (cf. At 7,55-60) e Filipe, que pregou na Samaria e converteu Simão Mago e um etíope eunuco (fato tradicionalmente considerado como o início da Igreja Ortodoxa Etíope)(At 8,9-13; 26-40).

A necessidade destes diáconos ocorreu porque, naquele período, a Igreja distribuía os auxílios recebidos em comum, mas os judeus que falavam grego alegaram que suas viúvas não estavam recebendo devidamente tais ajudas, sendo preteridas pelos que falavam hebraico. Os Apóstolos decidiram que não era correto que eles mesmos deixassem de pregar a Boa Nova para se encarregar das distribuições, e assim rezaram impuseram as mãos, para este serviço, sobre sete homens bem conceituados.

Acredita-se que São Nicanor tenha sido martirizado em 76, mas não há dados que o confirmem. O Annales Ecclesiastici de Barônio, com algumas informações sobre ele, atualmente é considerado historicamente incorreto.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

O fato de que Nicanor era “bem conceituado” pelos Apóstolos é o suficiente para que entendamos a sua santidade, ainda que a Tradição ou algum escrito não tenham registrado nada mais sobre a sua vida. A escolha deste grupo de diáconos foi certamente abençoada pelo Espírito Santo e formalmente ratificada pelas orações e imposição dos Apóstolos. De fato, será incontável o número de santos no Paraíso, dos quais não haverá qualquer memória ou sequer registro nesta terra. A ação de Deus muito frequentemente, ou ainda certamente na maioria das vezes, ocorre sem qualquer percepção da nossa parte, que infelizmente nem nos damos conta de muito daquilo que Ele já nos permite acessar, quem sabe por isso somos tão facilmente ingratos ao Senhor. “Assim os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”, nos recorda Jesus (Mt 20, 16). O que importa é que, sob as bençãos da Igreja, atuemos conforme nos indica o Espírito nas nossas vocações pessoais, procurando sempre a orientação dos bons pastores para discernir o que Deus nos pede. Isto nos deve bastar para, como o santo diácono, sermos “vencedores” – “Nicanor” é um nome de origem grega com este significado, que foi realizado na prática, e nos lembra de que era comum aos antigos o entendimento de que cada nome pessoal indicava uma missão. Por isso Jesus Cristo é o Salvador Ungido. Interessante também é recordar o simbolismo bíblico do número sete (não propriamente um seu “poder significativo”, que seria uma espécie de idolatria numerológica), que indica a perfeição. Na figura dos sete diáconos, podemos enxergar a perfeição do serviço e dos bens levados aos irmãos e a todos os necessitados, o alimento do corpo e da alma, fundamentalmente a evangelização que é nossa tarefa e glória pelo Batismo, e na caridade.

Oração:

Senhor, que destes a cada um de nós um nome pelo qual seremos reconhecidos no Céu, concedei-nos que pela intercessão de São Nicanor recebamos a imposição das Vossas mãos para cumprir o serviço que nos destinastes, e sejamos felizes no absoluto anonimato das boas obras, pois sem a humildade, origem de todas as virtudes, não poderemos receber ou distribuir as graças e auxílios que devemos aos irmãos, nem ser contados no número dos eleitos, dos Vossos escolhidos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

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09 de Janeiro

09 de Janeiro – Santo Adriano
Adriano nasceu no ano 635 no norte da África, mas com cinco anos mudou-se com a família para Nápoles. Nesta cidade fez-se beneditino e ordenou-se sacerdote.

Adriano foi um homem sábio. Conhecia profundamente as Sagradas Escrituras. Sua inteligência o direcionou para ser embaixador do Papa Vitalino e veio a ser um conselheiro papal.

Indicado para o episcopado, Adriano recusou-se, pois dizia não ter dignidade para ser um bispo da Igreja. Mesmo assim, aceitou ser conselheiro do Bispo Teodoro, um grande amigo que ocupou a sede da diocese de Cantuária, na Inglaterra. Adriano e Teodoro foram evangelizadores altamente bem sucedidos, junto ao povo inglês cuja maioria era pagã. Adriano morreu em 9 de janeiro de 710. A sua sepultura se tornou um lugar de graças, prodígios e peregrinação.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:
A vida missionária é a vocação da Igreja. Sejamos nós apóstolos da paz e da justiça, levando a todos a mensagem do Evangelho de Jesus. Que cada gesto e palavra pronunciada sejam de profundo respeito pelo próximo.
Oração:
Deus de bondade, fazei de nós apóstolos da paz e dai-nos seguir sempre os caminhos do vosso filho Jesus Cristo, que vive e reina para sempre. Amém!
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08 de Janeiro

08 de Janeiro – São Severino
Um discípulo de São Severino, Eugipo, foi também seu biógrafo, mas não soube precisar seu nascimento; pela língua e cultura, provavelmente seria de uma colônia romana do norte da África. Outras informações são mais precisas, como a ida para o Egito e a Síria, ainda jovem, em busca da vida monástica. Em 440, aproximadamente, foi para as regiões do rio Danúbio, hoje Áustria e porções da antiga Iuogoslávia. Ali havia muitas colônias romanas, em parte cristãs, mas ameaçadas pelos invasores bárbaros: hunos, ostrogodos e hérulos.

Dedicou-se especialmente à pregação da penitência e da conversão, no intuito de pacificar os bárbaros e reerguer as comunidades cristãs. Para isso estabeleceu-se próximo a Viena, numa choupana, compartilhada com outro eremita. Também cuidou caridosamente dos pobres, dos doentes e dos prisioneiros, conseguindo a libertação de muitos escravos dos bárbaros. Com isso, acabou por ser reconhecido e respeitado até mesmo pelos invasores. Conta-se que, diante de um período de fome, o povo lhe pediu ajuda, e sua orientação foi justamente a penitência e a caridade para obter a misericórdia de Deus. Ao mesmo tempo, publicamente condenou a atitude de certa viúva muito rica que estocava víveres para vendê-los a preços altos aos carentes. Ela se arrependeu e distribuiu os alimentos aos pobres.
Mudou-se para Viena a pedido da população e dos governantes, fundando então um mosteiro, o primeiro de vários outros; seus discípulos vieram a se tornar seus maiores auxiliares, na evangelização e nas obras de caridade. O rei Odoacro, dos hérulos, o visitou no mosteiro, revelando a intenção de invadir a Itália. Foi dissuadido pela conversa firme e doce de Severino, e, após a morte deste, em 8 de janeiro de 482, o mesmo rei, preocupado com a possibilidade de suas relíquias serem profanadas por novos invasores, as remeteu para um mosteiro beneditino em Nápoles, na Itália. É considerado o apóstolo da Áustria e das regiões banhadas pelo rio Danúbio.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Penitência e caridade (como nos pede insistentemente Nossa Senhora em Suas aparições), firmeza e doçura no apostolado (como age e ensina a agir o Espírito Santo)… nada mais atual do que a experiência de vida deste santo do século V para a atualidade, e para o futuro da humanidade. Os frutos de conversão que assim se obtêm fazem com que a barbárie dos nossos próprios corações, e a de outros, sejam transformadas no zelo não apenas com a vida dos irmãos, mas também com a memória das relíquias, materiais e espirituais, que a Igreja nos dá nos ensinamentos de Deus e especialmente no sacrifício Eucarístico, cuja “memória” é tornar efetivamente presente o sacrifício do Calvário em cada Missa. A preparação destas virtudes, também nos ensina São Severino: oração e recolhimento, mesmo que não necessariamente num mosteiro.

Oração:
Senhor, pelo exemplo e intercessão de São Severino, concedei-nos a graça de jamais guardar avaramente os dons que nos destes para a nossa salvação, mas que sinceramente arrependidos dos nossos pecados, sejamos sempre capazes de distribuir com os irmãos, principalmente os mais necessitados, o pão material e espiritual que diariamente nos dais em Vossa bondade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Pão da Vida, e Nossa Senhora, através da Qual O recebemos. Amém.
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