19 DE MARÇO

São José, esposo de Maria

José era descendente da casa real de Davi, e dele conhecemos apenas as referências dos Evangelhos. Residia em Nazaré e era carpinteiro (um termo genérico, em Grego, designando trabalhadores manuais e/ou relacionados à construção civil). Maria havia-lhe sido prometida em casamento: “A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com José, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo.” (Mateus 1:18-19).

O costume judeu na época era de que os noivos, antes da celebração das bodas, podiam já conviver; ora, José e Maria haviam feito voto de castidade, e a gravidez de Maria o deixou confuso. Mesmo sem duvidar da pureza Dela, sabia que o filho não era seu, e neste caso a lei judaica previa que as adúlteras fossem apedrejadas até a morte. Para evitar isto, José decide fugir em segredo, de modo a que ele fosse culpado, diante da lei, de abandonar a esposa grávida, o que protegeria Maria. Ela, por outro lado, certamente inspirada pelo Espírito Santo, e por humildade, não quis revelar que havia concebido por Deus, como a Escolhida para Mãe do Salvador, confiando em Deus para o que quer que acontecesse.

De fato, “Eis que o Anjo do Senhor manifestou-se a ele em um sonho, dizendo: ‘José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que Nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois Ele salvará o Seu povo dos seus pecados’. (…) José, ao despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em sua casa sua mulher” (Mt 1,21-24).

Estas são as primeiras das Sete Dores e Alegrias de São José, uma oração proposta pela Igreja: 1. Pensar em abandonar Maria / A visão do Anjo Gabriel em sonho. Perto do tempo previsto do nascimento de Jesus, por um decreto de recenseamento do imperador romano, eles foram para Belém, onde Maria deu à luz ao Menino Jesus: 2. Ver o Menino nascer numa gruta fria / O louvor dos anjos, pastores e reis Magos. Como lhe havia sido dito em sonho, Jesus é circuncidado e recebe o nome: 3. A dor da circuncisão de Jesus / A honra de dar-Lhe o nome.

A Lei obrigava ao resgate ritual dos primogênitos e à purificação das mães, de que tanto Jesus quanto Maria estavam naturalmente isentos, mas a Sagrada Família, para dar exemplo e para evitar escândalo, foi ao Templo conforme o costume. Não sendo ricos, ofertaram o mínimo previsto, um par de pombinhos: 4. A profecia de Simeão de dor para Maria e Jesus / A previsão de Ana da Redenção por Jesus.

Em novo sonho, o anjo preveniu José que Herodes queria matar o Menino Jesus e mandou-o levar a família para o Egito: 5. A dor do desterro para o Egito / A queda dos ídolos de seus pedestais. Após quatro anos, o anjo lhe avisa da morte de Herodes e do perigo de Arquelau, ordenando a volta a Israel: 6. A dor de não poder voltar para Jerusalém /A volta para Nazaré. De volta à pátria, a Sagrada Família, conforme a Lei, todos os anos vai ao Templo em Jerusalém para celebrar a Páscoa, e com 12 anos Jesus Se deixa lá ficar na volta – as caravanas eram separadas em homens e mulheres, e José e Maria criam que seu filho estava com o outro; assim, no terceiro dia de marcha, voltam aflitos a Jerusalém, encontrando-O no Templo a ensinar os doutores da Lei: 7. A perda de Jesus no Templo / O reencontro entre os doutores. Esta é a última vez que José é mencionado nas Sagradas Escrituras, e assume-se que faleceu antes de Jesus iniciar a Sua vida pública.

A missão de São José incluiu a proteção de Maria e Jesus, dar a Ele a descendência de Davi (necessário, para cumprir as promessas; segundo a Lei e perante a sociedade, José garante que Jesus é filho de Davi) e o nome próprio, educá-Lo e mantê-Lo, ensinar-Lhe um ofício. Dar-lhe o amor, a segurança e a orientação de um pai, como todo filho necessita. Por exercer esta indispensável providência, José (como Jesus e Maria) também tem uma imagem no Antigo Testamento, José do Egito, filho de Jacó, que proveu aos necessitados (“Ide a José, e fazei tudo que ele vos disser”, cf Gen 41,55).

A dignidade de José só está abaixo da de Deus e de Maria. A ele Deus confiou Suas riquezas: Jesus e Maria, portanto é o único homem à Sua altura, e por isso chamado na Bíblia de Justo, o que a Igreja entende como um grau máximo de santidade. Como esposo e pai adotivo, o chefe da Sagrada Família, a ele serviam e obedeciam a Mãe de Deus e o próprio Deus Encarnado, que quis obedecer-lhe. Assim como Nossa Senhora, José, por desígnio divino, recebeu a mais alta responsabilidade e honra possível a um ser humano, a guarda e o cuidado de Cristo Redentor, mas, também como Ela, disse livremente “sim” à sua missão; por isso é, de todos, o varão mais digno da humanidade.

Recebe deste modo o culto especial de protodulia (dulia é o culto devido a Deus, hiperdulia o devido a Maria), o primeiro a ser venerado na hierarquia dos Santos. É verdade que Jesus disse, “(…) de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”, o que significa que João, último representante da promessa do Antigo Testamento, é o maior dentre os antigos, mas, a partir da Encarnação, José está muito acima dele.

Santo Agostinho, Doutor da Igreja, compara os outros santos às estrelas, mas São José ao Sol. Ainda dois aspectos da dignidade de São José: o divino lar que ele dirigia com autoridade de pai foi o berço da Igreja nascente, pois Maria é Mãe de Jesus e portanto do Seu Corpo Místico; e une em si e na sua santidade tanto a realeza de legítimo sucessor de Davi quanto a humildade servil do trabalhador comum, algo que compartilha com o próprio Jesus. Reinar é servir, a Deus e aos irmãos.

Se Jesus recorreu a José, quanto mais nós, pecadores. Em outras palavras, quando José apresenta a Cristo a necessidade de algum devoto seu, Ele também no Céu obedece a Seu pai terreno, como obedece a Maria Sua Mãe, nossos dois maiores intercessores. Pois em função da missão e predestinação de São José e da Virgem Maria, que requeriam uma santidade total, Deus lhe concedeu todas as graças, e tem diante de Deus privilégios únicos. Isto foi revelado a Santa Águeda; e Santa Teresa de Ávila testemunha que nunca lhe pediu nada que não fosse atendido: ao contrário de outros santos, padroeiros de causas específicas, São José socorre em tudo.

A Igreja teve, portanto, extremo cuidado para que São José fosse honrado como convém. As mesmas indulgências, concedidas pela Igreja a quem faz com as devidas disposições o mês de Maria (maio), são concedidas a quem faz o mês de São José (março); como os sábados são dedicados a Maria, as quartas-feiras a são a ele; da mesma forma que há uma devoção especial às sete dores e aos sete gozos de Maria, há também uma devoção especial às sete dores e aos sete gozos de São José; da mesma forma que para Maria, existem para ele rosários, coroinhas ladainhas, orações, jaculatórias e hinos, a fim de honrá-Lo e invocá-Lo; a Igreja pede que se diga nas invocações “Jesus, José e Maria”, sem separá-los.

Embora os primeiros registros devocionais a São José sejam do ano 800, sua figura ficou escondida nos primeiros séculos do cristianismo, para que se firmasse melhor a origem divina de Jesus. Mas já na Idade Média São Bernardo, Santo Alberto Magno e São Tomás de Aquino lhe dedicaram tratados. Desde então, seu culto cresce continuamente, como deve ser.

Inúmeras são as exaltações a São José. Ele é padroeiro e guarda da Igreja Católica; padroeiro, intercessor, advogado e modelo das famílias cristãs, modelo para os pais; patrono dos carpinteiros, operários e trabalhadores, e da justiça social; patrono dos moribundos e das almas atribuladas; terror dos demônios, que dele fogem quando invocado; patrono de várias dioceses e lugares. Várias imagens veneradas de São José receberam uma coroação canônica por um Papa; seu nome está no cânon da missa, imediatamente após o da Virgem Maria; e tem seu nome nas três outras orações eucarísticas. A festa de 19 de março normalmente cai no meio da Quaresma, por isso a Igreja abre neste dia uma exceção litúrgica e celebra com paramentos brancos a sua festa, retirando o roxo penitencial.

 Em muitas imagens de São José ele carrega um lírio, símbolo da sua castidade e pureza, dom de quem vive unido a Jesus – “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). Em antigas representações ele tem a aparência de um idoso, prática piedosa mas completamente errada e até perniciosa: São José foi casto por opção de santidade, como a Virgem Maria, e não por senilidade.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:

O nome José significa em Hebraico “Deus acrescenta”, ou, “cumula de bens”. Aceitando a sua missão, São José cumula a Humanidade dos maiores bens possíveis, Maria e Jesus, portanto seu papel é primordial na História da Salvação: nada mais há para acrescentar. Devemos, sim, é imitar-lhe o exemplo de silêncio e obediência, silêncio na alma para ter pronta obediência a Deus. Nem uma única palavra sua foi registrada nos Evangelhos, sinal de que, se obedecemos como o Senhor nos pede, nenhum alarde é preciso, mas apenas os louvores necessários, como nas poucas palavras de Maria. Em nenhuma Igreja, mesmo que consagradas a outros santos, devem faltar as imagens de Maria e José, bem como, óbvia e necessariamente, o Crucifixo e imagens de Jesus. Se o nome de José está no cânon da Missa, em destaque, também fisicamente a sua figura deve ser venerada. É preciso pedir sempre a este intercessor supremo. Santa Ágata, numa revelação, esclarece que muitos vão lamentar não lhe terem pedido as graças, principalmente espirituais, de que necessitam. Por isso, assim como quando os egípcios carentes de alimentos imploravam ao Faraó que lhes desse comida, e este lhes dizia: “Ide a José”, hoje, quando os povos são invadidos por um neopaganismo que nega a Deus e a Seu Cristo, que abandona a Igreja e a ataca; quando o sensualismo toma conta das mentes e dos meios de comunicação; e as misérias humanas afloram em toda parte, inclusive na Igreja, mais ainda devemos clamar: socorrei-nos São José, dai-nos o alimento da Salvação que vem do Pão do Céu, e que a vós em tudo atende!

Oração:
Glorioso São José, filho diletíssimo do Pai, esposo da Mãe do universo, pai de Nosso Senhor Jesus Cristo – que a vós nada pode negar, intercessor perpétuo e efetivo diante da Santíssima Trindade, cuidai de nós como o fizestes com a Sagrada Família, protegendo-nos de todos os males, educando-nos na Fé, ensinando-nos a trabalhar como o Senhor deseja, e protendo o Corpo Místico de vosso Filho, a Igreja, que abraçais com o mesmo carinho dedicado ao Menino Jesus; provede o necessário alimento do nosso espírito, as vestes de pureza de que precisamos para entrar e estar em vossa Casa, e especialmente velai pelas famílias, hoje tão atormentadas pelos demônios e pelos enganos mundanos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que é vosso Filho, e Nossa Senhora, vossa infinitmente amada esposa. Amém.
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18 DE MARÇO

18 de Março – São Cirilo de Jerusalém

Cirilo nasceu por volta do ano 315 em Jerusalém ou em seus arredores. Teve um lar cristão, com uma vida financeira confortável, e recebeu uma sólida formação nas Sagradas Escrituras e em matérias humanísticas. Em 348 foi eleito bispo, patriarca de Jerusalém. Enormes foram suas contribuições para o ensinamento da sã Doutrina.

Deixou diversos escritos, como a descoberta da Cruz e da rocha que fechava o Santo Sepulcro, mas os mais famosos deles, sua obra-prima, foram as “Catequeses”, que estão entre os mais preciosos tesouros da antiguidade cristã; duas importantes constituições dogmáticas do Concílio Vaticano II, a Lumen Gentium sobre a Igreja, e a Dei Verbum sobre a Revelação Divina, foram inspiradas em seus escritos.

Suas catequeses foram redigidas como parte da preparação dos catecúmenos para o batismo, à qual se dedicou por muitos anos e com muito cuidado. Elas tratam com rigor doutrinal e profundidade, mas de forma simples e direta, temas como o pecado, os Sacramentos, o Credo e outros pontos essenciais da Fé. Constituem-se de uma Introdução, 23 “Aulas Catequéticas”, “Orações Catequéticas” ou “Homilias Catequéticas”, e cinco “Catequeses Mistagógicas”.

As “Aulas Catequéticas”, ministradas na Quaresma, instruem sobre os principais tópicos da fé e da prática cristã. Cada aula baseia-se num texto das Escrituras e inclui admoestações contra concepções pagãs, judias e erros heréticos. Elas são de grande importância para o entendimento do método de ensino e das práticas litúrgicas geralmente utilizados na época, provavelmente o seu mais completo registro sobrevivente. As “Catequeses Mistagógicas”, ministradas durante a semana de Páscoa para os que haviam recebido o batismo (neófitos), têm este nome por tratarem dos “mistérios” , ou seja, os Sacramentos do Batismo, Confirmação e Eucaristia.

O episcopado de Cirilo, entre 350 e 386, sofreu interrupções por conta das perseguições arianas, num total de 16 anos. A heresia ariana negava a divindade de Jesus. Foi exilado pela primeira vez em 357, pelo bispo ariano Acácio de Cesareia da Palestina, que pretendia que a sede de Jerusalém fosse submetida à sua: convocou um concílio, sem a presença de Cirilo, acusando-o formalmente de vender propriedades da Igreja para ajudar os pobres, e lhe impôs um retiro forçado na cidade de Tarso, na Cilícia. Mas em 359 o concílio episcopal de Selêucia reinstalou Cirilo e depôs Acácio. Foi expulso pela segunda vez em 360, por causa das pressões de Acácio sobre o imperador filo-ariano, Constâncio. Retornou com a morte do soberano. Em 367 o imperador ariano Valente o condenou ao mais longo – 11 anos – e cruel exílio, encerrado definitivamente quando Graciano assumiu o trono em 378. Assim, em 381, Cirilo pôde participar do II Concílio Ecumênico de Constantinopla, que o confirmou na sede de Jerusalém, e quando foi proclamado o Credo Niceno-Constantinopolitano, que explicitava e corrigia em definitivo o erro ariano.

 São Cirilo morreu em 386, provavelmente no dia 18 de março, com 71 anos. Foi proclamado Doutor da Igreja.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Ide ao mundo inteiro, proclamai o Evangelho a todas as criaturas (Mc 16,15).” Esta é uma ordem explícita de Jesus, Ressuscitado, aos Apóstolos. A catequese é uma obrigação e a maior caridade que se pode fazer, pois muitas almas não chegam a Deus simplesmente porque não há quem lhes transmita a Verdade (cf. Rm 10,14-17). É preciso difundir a Fé pelo exemplo e pela palavra, em harmonia e coerência, mas se a nossa imperfeição muitas vezes atrapalha os bons exemplos, a palavra de Deus está sempre certa (incluindo a advertência sobre estas falhas no exemplo). Não se pode pretender – o que seria imemso pecado! – levar os outros a Deus sem nos esforçarmos ao máximo para sermos os primeiros a viver o que vamos pregar, mas mesmo Cristo (cf. Mt 23,3) orientou a que se seguisse a lei de Deus, mesmo que os fariseus, que a ensinavam, não a cumprisse. Essencial é sempre pregar, quando conveniente ou não – cf. 2Tm 4,1-7 –, pois, como admoesta São Paulo, virão tempos em que os homens não suportarão a Boa Nova da Verdade e buscarão mestres que ensinem segundo as paixões das suas próprias fantasias, a tarefa pastoral mais importante no tempo de São Cirilo era catequizar os pagãos; mas as palavras de São Paulo parecem escritas especialmente para os nossos dias, e, infelizmente, não apenas para outros, mas primeiramente para os católicos, dentre os quais há quem pensa poder “escolher” só alguns pontos da Doutrina e não seguir o resto. Agir de acordo com a própria consciência é um direito, mas é questão de simples honestidade, intelectual e espiritual, assumir que não se é católico, quando não se quer seguir – ou mesmo conhecer de verdade – o ensinamento de Deus e da Igreja. Conhecer a Fé não exige uma titulação acadêmica em Teologia, mas interesse e empenho sinceros de saber o Catecismo e nele sempre mais se aprofundar, dentro das possibilidades de cada um. Não se pode amar o que não se conhece; e não conhecer corretamente a Deus e o que Ele ensina, talvez por desinteresse ou comodismo, é já um caminho de escolher não amá-Lo.

Oração:
Senhor Deus, que Vos fizestes Verbo, Encarnado para escrever a salvação em nossos corações, concedei-nos por intercessão de São Cirilo ouvir com amor e atenção a Vossa Palavra, guardá-La na alma e proclamá-La por nossas vozes e ações, sendo como dizia este santo “portadores de Cristo”, de modo a termos nossos nomes grafados no Livro da Vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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17 DE MARÇO

17 DE MARÇO – São Patrício
São Patrício nasceu em 380, na Grã-Bretanha. Apesar de ter nascido em família religiosa, Patrício confessa que até os 16 anos não tinha jamais preocupado seriamente com o serviço de Deus. Além disso, desde pequeno, tinha um verdadeiro horror ao estudo.

Com apenas dezesseis anos, foi preso por piratas irlandeses e vendido como escravo. O adolescente, vendo-se só e abandonado, no sofrimento, solidão e desamparo, voltou-se para Deus.

Os seis anos de cativeiro de Patrício tornaram-se uma remota preparação para seu futuro apostolado. Ele adquiriu um perfeito conhecimento da língua céltica, na qual um dia iria anunciar as boas novas da Redenção. Como seu senhor era um grande sacerdote druida, ele também se familiarizou com todos os detalhes do druidismo.

Patrício era cristão e, depois de muitos descaminhos, conseguiu fugir e chegar na França. Na França, nosso santo dirigiu-se à abadia de São Martinho de Tours, onde viveu quatro anos, tendo sempre visões divinas que lhe mostravam a Irlanda como o país onde deveria ir semear a Fé. São Patrício formou-se como padre missionário, chegando em missão até na Inglaterra. Agora impelido pelo Espírito, São Patrício foi sagrado bispo e destinado para anunciar o Reino aos irlandeses e conseguiu a conversão de todos na Irlanda.

Sobre são Patrício, são contados muitos fatos miraculosos. Dizem que um chefe pagão quis matá-lo à espada. Mas, ao desferir o golpe, seu braço ficou paralisado, só voltando ao normal quando ele, contrito, se converteu. Doou ao apóstolo um estábulo, que foi transformado no primeiro santuário erigido por São Patrício na Irlanda, junto ao qual fundou um mosteiro que se tornaria seu lugar de recolhimento.

Eram tantos os milagres, bênçãos e fatos maravilhosos que acompanhavam o apostolado de São Patrício, que ele mesmo exclama em sua autobiografia:

“De onde provêm essas maravilhas? Como os filhos da Irlanda, que jamais haviam conhecido o verdadeiro Deus e adoravam ídolos impuros, tornaram-se um povo santo, uma geração de filhos de Deus”?

Mas o método do Santo bispo não passou pela política, nem sangue dos mártires, nem pelos milagres e, sim, pela construção de numerosos mosteiros, fazendo que a ilha passasse a ser conhecida como “Ilha do Mosteiros”. Faleceu na paz, no dia 17 de março de 461, depois de 30 anos de frutuoso apostolado na Ilha dos Santos, deixando atrás de si inúmeros santos formados em sua escola.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:
A escolha de Deus não é pautada pela beleza ou inteligência. Deus escolhe os que quer e garante aos vocacionados as qualidades necessárias ao exercício da missão. São Patrício era um adolescente rebelde que conheceu o sofrimento e, por ele, converteu-se a Deus. Depois de muitas desventuras, encontrou paz vivendo em um mosteiro. Mas, para ele, estava reservada a cruz da missão, e Patrício tornou-se o grande evangelizador da Irlanda. Fez desta ilha sua casa e nela construiu não só mosteiros de pedra, mas fez do coração dos povos celtas um grande santuário. Deixemos que Deus modele nossa vida e cubra de graça todas nossas fraquezas. Com o auxílio do Mestre seremos certamente grandes missionários.

Oração:
Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Patrício, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
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16 DE MARÇO

16 de Março – Santo Hilário de Aquiléia –

Hilário viveu no século III, em Aquiléia, cidade da região de Veneza, Itália. Educado no Catolicismo, desde muito cedo resolveu abandonar as coisas do mundo para dedicar-se ao estudo das Sagradas Escrituras. Tornou-se diácono, e depois, por aclamação popular, foi feito bispo. Era um pastor zeloso, sábio e prudente, de enorme piedade. A um seu discípulo, Taciano, fez seu diácono.

No período de 283 e 284 era imperador de Roma Marco Aurélio Numeriano, jovem de pendor intelectual, interessado em literatura e oratória, mas fraco para governar um império em crise como o da época. Um seu edito obrigou os cristãos a sacrificar aos deuses pagãos. Em Aquiléia, o sacerdote idólatra Monofantos insistiu com o prefeito, Berônio, que primeiramente prendesse e pressionasse à apostasia Hilário e Taciano, cristãos de destaque, mas o bispo, depois de reafirmar a sua Fé, acrescentou: “Quanto aos demônios, vãos e ridículos, que chamais deuses, não lhes ofereço sacrifícios.” As seduções e ameaças da autoridade civil não surtiram efeito.

Hilário foi então levado ao grandioso templo de Hércules, onde foi despido e barbaramente açoitado. Em seguida, o deitaram sobre um cavalete e, com garras pontiagudas de ferro, golpearam-lhe as costas até que os órgãos internos ficaram aparentes. Enquanto isso, o bispo cantava hinos ao Senhor. Por fim, Berônio, sem resultados, cansou-se do bizarro espetáculo e mandou jogar Hilário na prisão, onde continuaram os maus tratos. No dia seguinte, o mesmo processo foi aplicado em Taciano; no cárcere, bispo e diácono, em alegre reencontro, rezaram para que Deus confundisse os pagãos.

Aconteceu então que uma neblina baixou sobre a cidade, e o majestoso templo de Hércules desabou completamente, revelando até mesmo as fundações. Muitos pagãos fugiram, e outros, literalmente, morreram de medo. Berônio, mais uma vez instado por Monofantos, ordenou a imediata decapitação de Hilário, Taciano e outros seis católicos, entre eles Félix, Largo e Dionísio. Era o dia 16 de março de 284.

As relíquias de Hilário e Taciano foram posteriormente levadas para a cidade próxima de Gorizia, de onde são padroeiros.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Quanto aos demônios, vãos e ridículos, que chamais deuses, mas não o são, não lhes ofereço sacrifícios.” Os ídolos pagãos continuam a existir hoje, porém, como a maior arma do diabo é fazer crer aos homens que ele não existe, atualmente os deuses mundanos não têm, usualmente, um nome ou identificação religiosa: mas poder, ganância, prazeres, dinheiro, etc., todos são sinônimos de satanás, na medida em que afastam de Deus. Note-se que estes apetites terrenos têm origem no erro espiritual: Monofantos atiçando Berônio. Diante disso, o que fazer? A firmeza de Santo Hilário e seus companheiros mártires de Fé é uma resposta direta. Só em Deus a Igreja e seus filhos fiéis podem vencer os suplícios desta vida. Mais ainda, vencer com alegria. De fato, “hilário” em Português significa uma situação que provoca muitos risos, e a origem latina e grega do nome, hilaris e hilaros respectivamente, significa “alegre”. Ora, a verdadeira e máxima alegria, personificada no santo bispo, é fazer a vontade de Deus e receber assim a recompensa do Céu, onde “…me encherás de alegria em Tua presença” (At 2,28). É preciso cuidar sempre, e com ênfase neste tempo quaresmal, das nossas almas, voltarmo-nos para Deus: pois se a simples sombra do Seu poder foi suficiente para que em Aquiléia morressem apavorados muitos pagãos, não podemos sequer imaginar o que acontecerá aos Seus perseguidores quando as majestades suntuosas deste mundo, e os seus templos que aparentam força hercúlea – “mas não o são” – tiverem suas entranhas reveladas diante do Senhor, seja na morte pessoal, seja na parúsia. Nesta ocasião, serão reveladas as entranhas de misericórdia do Senhor, mas também a Sua justiça, para os que aqui expõem as suas vidas, corpo e alma, para o bem como Santo Hilário, ou para o vazio como as fundações mundanas.

Oração:
Senhor Deus, Todo Poderoso, concedei-nos pela intercessão de Santo Hilário de Aquiléia, seu diácono Taciano e companheiros mártires, a alegria do reencontro definitivo Convosco, após termos vencido alegremente os golpes das garras deste mundo, suas seduções e ameaças, pela permanência fiel na Vossa obediência, testemunho e oração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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15 DE MARÇO

15 de Março – São Clemente Maria Hofbauer
João Evangelista Hofbauer, nascido e batizado a 26 de dezembro de 1751, nasceu em Tasswitz, pequena aldeia rural da Morávia, na atual República Tcheca. Ficou conhecido também pelo seu nome moraviano, Pavel (“João”). Nono dos 12 filhos de uma família humilde, muito simples e pobre. Seu pai era açougueiro.

Ainda criança, adorava rezar o rosário com a família, chamando-a para isso; foi um fervoroso devoto de Nossa Senhora. Seu pai morreu quando ele tinha apenas 6 anos de idade; a mãe então segurou um crucifixo diante dele, e disse: “De agora em diante, Ele é seu pai. Cuide para que você nunca O aflija pelo pecado”.

Quando jovem, não pôde frequentar muito a escola, mas cedo começou a estudar Latim, o que fez até aos 14 anos de idade. Em 1767 foi enviado para uma padaria, a aprender a profissão de padeiro, e em 1770 foi trabalhar na padaria de um mosteiro Premonstratense, o mosteiro dos Monges Brancos em Kloster Bruck. Nesta época, por causa da guerra, havia fome e muitos desabrigados, que procuravam ajuda no mosteiro. João trabalhou dia e noite para socorrê-los. Ali também pôde estudar. Mas não sentiu afinidade com a Ordem, e em 1771, seguiu para um local retirado em Mühlfrauen, vivendo como eremita e tomando o nome de Clemente Maria.

Não ficou lá muito tempo, voltando ao seu ofício de padeiro, em Viena, Áustria. Na famosa padaria onde estava, conheceu duas senhoras ricas e piedosas, que se ofereceram para pagar seus estudos eclesiásticos, pois sendo pobre não conseguia custeá-los. Iniciou a universidade, estudando Filosofia, e logo discerniu que não era esta a sua vocação.

Em 1784, em peregrinação a Roma com um estudante amigo, Tadeu Huebl, chegaram ao mosteiro Redentorista recentemente instalado em São julião, no Monte Esquilino, onde foram recebidos. Decidiram entrar para a vida religiosa e ficaram como candidatos. Após breve noviciado, foram ordenados em março de 1785, em Alatri. Clemente estava com 34 anos, e com Tadeu voltou a Viena, onde pretendia estabelecer uma casa da Congregação. Mas o imperador José II da Áustria, anticlerical, estabeleceu leis que inviabilizavam o projeto. Deslocaram-se então para Varsóvia, na Polônia, onde lhes foi confiada a igreja de São Beno (ou Benone), abandonada como o estado da fé dos paroquianos: indiferentes e tíbios, sem instrução religiosa ou vida sacramental.

Alarmado com esta situação, Clemente iniciou, com Tadeu e mais seis irmãos, uma intensa atividade pastoral, a “Missão Perpétua”, um programa diário de pregações, instruções, confissões e devoções, que atraíram multidões. Explicitavam, assim, o seu carisma, associados, congregados, para serem instrumentos da Redenção, redentoristas. Clemente era um “leão no púlpito” e um “cordeiro no confessionário”, dizendo com clareza a verdade nos sermões, mas acolhendo os penitentes como pai carinhoso. Ficou também conhecido como o “padre que benzia terços”, por sua imensa devoção mariana, e chamava o Rosário de sua “biblioteca”, explicando que por essa devoção conseguia tudo que pedia a Deus.

Seus 20 anos de atividade na Polônia provocaram uma gigantesca transformação, duradoura e eficaz, atraindo inclusive numerosos candidatos à vida religiosa. Tal êxito, em boa parte, foi por causa do mesmo recurso que utilizaria depois em Viena: a valorização da beleza da liturgia e das cerimônias, que estimulavam o senso do sagrado.

Fundou também um orfanato, em 1787, que funcionou até 1808, quando Napoleão Bonaparte, numa época de restrições religiosas, pressionou para que os redentoristas fossem expulsos da Polônia. A igreja de São Beno foi fechada e os 40 redentoristas que lá moravam foram presos por um mês até serem exilados. Com sofrimento, mas resignação cristã, Clemente viu na situação um sinal da Providência.

De volta a Viena, São Clemente já no ano seguinte trabalhou como capelão de um hospital, para atender aos soldados feridos na invasão napoleônica à cidade. Por seu zelo, o arcebispo pediu-lhe para cuidar de uma pequena Igreja dos italianos, onde ficou por quatro anos, até ser nomeado capelão do convento das Irmãs Ursulinas, em julho de 1813. Suas pregações atraíram milhares de pessoas, em especial jovens e intelectuais, artistas e pessoas ricas. Toda semana acontecia uma grande conversão.

Clemente deseja expandir a Congregação, solicitando permissão para estabelecer os redentoristas na Áustria, mas as políticas maçônicas anticlericais de então o impediam, tanto antes em Varsóvia como agora em Viena. Acabou por isso sendo proibido de pregar e ameaçado de expulsão. Mas o Papa Pio VII, resistindo à pressão, concedeu que fosse fundada uma comunidade redentorista na Áustria. A permissão, contudo, só chegou no dia da sua morte. De toda a forma, foi a partir da Província Austríaca que a Congregação se expandiu para todo o mundo.

Após 12 anos renovando a vida cristã da Áustria, sobretudo de Viena, São Clemente morreu nesta mesma cidade, no dia 15 de março de 1820. É considerado o segundo fundador e principal propagador da Congregação Redentorista. Recebeu o título de Apóstolo de Viena, sendo seu patrono, e também dos padeiros.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A história de São Clemente é um belo e orgânico desenvolvimento da vida de fé. A família do simples açougueiro lhe deu carne e sangue espirituais para, no esforço do trabalho e estudo, buscar com sinceridade, sem acomodações e apesar das dificuldades, a sua verdadeira vocação – o empenho favorece a Providência – em tudo Clemente amadureceu na resignação cristã, confiando na Providência com a virtude teologal da Esperança, e por isso viu num exílio um sinal para expandir a Fé a outros irmãos necessitados; para os fiéis, os fracassos são sempre sinais de sucessos, seja porque implicam numa perseguição (sinal de boa atividade da Igreja), como a da maçonaria contra os redentoristas, seja porque impelem a melhorias pessoais, ou a quem mais precisa. Pela Fé, Clemente jamais desanimou do serviço ao Cristo – da Caridade – concretizando assim, harmoniosamente, a trindade de virtudes fundamentais para a vida da alma. E isto aconteceu porque as boas sementes da formação católica, na família, germinaram como o trigo, que gera o pão, que o jovem Clemente distribuiu aos pobres na fome material, para mais tarde dar-lhes o pão Eucarístico que sacia a alma. Mas a germinação depende de quem regue, e de quem rogue: se a mãe terrena lhe mostra um novo Pai, a Mãe Celeste lhe oferece o Filho, na devoção ao Rosário que lhe faz tudo conseguir. Assim o pequeno João desabrocha na plenitude do seu nome (ao qual uniu Maria), clemente e evangelista, nome pessoal que, como Jesus (= Salvador) Cristo (= Ungido), significa a missão que lhe é própria. Missão escolhida de forma consciente e livre, gratuitamente (Hofbauer = gratuito). Altíssima é a beleza da perfeição dos desígnios de Deus, e contemplá-la nos eleva a Ele! A Beleza, que leva a Deus, coroa e mostra a aguda percepção das almas no apostolado de São Clemente, que cuidava com arte da Liturgia e das cerimônias, com respeito a e para a Glória de Deus, e para mais fácil e agradavelmente conduzir o povo ao que é sagrado: belo e necessário, também, é que o imitemos, hoje, por amor a Deus e ao próximo, e para o bem de nossas almas.

Oração:
Senhor, concedei-nos, por intercessão de São Clemente Maria Hofbauer, a total confiança em Vós, de modo a, como ele, diariamente iniciarmos o trabalho de purificação das nossas almas com o pouco que temos, e perseverando no empenho e na Fé, alcançarmos o grande objetivo da Salvação, como instrumentos da Vossa caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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14 DE MARÇO

14 de Março – Santa Matilde
Santa Matilde nasceu por volta de 890, na região de Westfália, Saxônia (no norte da Alemanha). Filha do conde Teodorico de Ringelheim (também conhecido como Dietrich da Vestfália ou Dietrich de Saxe) e Reinilda da Frísia (ou Reinhild da Dinamarca), ambos de nobre estirpe. Foi primorosamente educada pela avó, a abadessa Matilde do mosteiro beneditino de Herford na Westfália.

Aos 14 anos, em 909, casou-se com Henrique I, duque da Saxônia e depois rei da Germânia (Alemanha), com o qual teve cinco filhos: Edwiges da Saxônia, depois esposa do duque Hugo, o Grande; Oto, mais tarde rei e imperador; Gergerba da Saxônia, casada com Gilberto de Lotaríngia e, em segundas núpcias, com o rei Luís IV da França; Henrique I da Baviera; e Bruno, o mais moço, que veio a ser arcebispo de Colônia na Alemanha e se tornou um grande santo.

Matilde dedicava-se à oração e à meditação, inclusive durante a noite. Seu patrimônio era usado em favor dos necessitados, e frequentemente visitava os doentes, servia os pobres e obtinha a liberdade para os presos; a estes procurava também que sinceramente se arrependessem e penitenciassem. O rei estava de acordo com ela nestas atividades, e sob sua influência, também em questões políticas, ele fez um reinado bom para o povo e em geral pacífico. Ele favoreceu as artes, a construção de igrejas e proporcionou grandes obras caritativas. Restabeleceu a ordem interna do reino, e venceu os eslavos, húngaros e dinamarqueses, readquirindo o reino da Lotaríngia (parte da Europa central). A estes povos, Matilde procurava conquistar também para a Fé.

Em 936 morreu Henrique I, quase repentinamente, e sérios problemas perturbaram a rainha e o reino. Houve uma disputa sucessória pelo trono entre Oto, o primeiro filho homem e indicado ao trono, e o irmão Henrique, que Matilde apoiava, porque Oto havia nascido quando Henrique I era ainda duque, e não rei; logo, o primeiro filho homem do rei Henrique era o seu filho homônimo. A disputa tomou as proporções de uma guerra civil, gerando desgosto e tristeza para Matilde, e foi vencida por Oto, coroado como imperador Oto I, em Roma.

Oto e Henrique se uniram, porém para uma repugnante decisão: entenderam, injustamente, que a sua mãe e rainha gastava muito do erário real com obras de caridade, e de comum acordo a exilaram e confiscaram seus bens. Matilde foi para o convento de Quedlimburgo em Engern, na Baixa Saxônia.

Depois disso, o reino começou a sofrer invasões, rebeliões e desastres naturais. Oto e Henrique compreenderam que sua injustiça estava sendo punida, e, procurando Matilde, pediram-lhe, de joelhos, perdão pelos seus atos.

Desde antes da viuvez, Matilde rezava muito, além do ofício de toda noite, e jamais deixou de ofertar algo nas Missas. Todos os dias apresentava ao padre sua oferenda de pão e de vinho para a salvação de toda a Igreja. Como viúva, oferecia o Santo Sacrifício pelos pecados do esposo falecido, colocando intenções para ele, pelo resto da vida, no oitavo e no trigésimo dia da sua morte, e no dia do seu aniversário. E, de volta à corte, Santa Matilde dedicou-se ainda mais às obras de caridade.

Agora, com o apoio de Oto, fundou muitas Igrejas e mosteiros, e também hospitais. Nas suas viagens, levava círios para distribuir nas igrejas, e alimentos para os pobres. Nas cidades onde passava o inverno, providenciava uma fogueira para os pobres e viajantes, que eventualmente ela mesma servia. Dava a eles roupa ou alimento conforme a necessidade. Não passava um dia sem, pessoalmente, praticar alguma obra de caridade.

No mesmo ano da fundação de um grande mosteiro, 955, faleceu o filho Henrique, duque da Baviera.

Em 967, em Northause, onde fundara um mosteiro de três mil religiosas, teve o último encontro com os filhos e os netos. Ali, intuindo a própria morte, despediu-se deles. Voltou então ao mosteiro de Quedlimburgo, onde adoeceu. Doou seus últimos bens aos bispos e sacerdotes, confessou-se com o neto, arcebispo de Maiença, e faleceu a 14 de março de 968, sendo sepultada ao lado do marido.

 É desta Santa Matilde que descenderam os reis de Portugal e, portanto, também a Família Imperial do Brasil.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Amor a Deus, à família e ao próximo, especialmente os mais necessitados, resultando numa imensa caridade: este poderia ser um resumo do perfil de Santa Matilde. E deveria ser também o perfil essencial de todo católico. A sua maior riqueza, o seu coração, ela o compartilhou com todos, em perfeita escala hierárquica. E sua maior caridade foi abrigar Deus no coração, para isto um coração tem que ser imenso. Foi assim muito mais rainha de si própria dos que dos súditos, isto é, reinou mais sobre si mesma ao escolher servir com fidelidade a Deus, do que ordenando a vida dos súditos: com estes, seguindo o exemplo de Cristo, colocou em prática a máxima de que reinar é servir, e servir é reinar. Sua caridade imensa se refletiu na imensa fidelidade a Deus, nos imensos auxílios ao Seu Corpo Místico, a Igreja; no imenso cuidado ao esposo, a quem sempre ajudou, e aos filhos, particularmente num imenso gesto de perdão; nas imensas esmolas que distribuiu aos mais necessitados. Imensidade, grandeza – nobreza – de coração. Que o Brasil possa desfrutar da imensidade espiritual desta linhagem.

Oração:
Senhor, Deus de suma majestade, concedei-nos por intercessão de Santa Matilde um coração imenso de espaço para Vós, e portanto esvaziado de egoísmos, para que assim, repletos de Vossa real presença, possamos reger a alma com os decretos da Vossa caridade, e assim ganhar a coroa imperecível do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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13 DE MARÇO

13 de Março – Santa Eufrásia

Eufrásia nasceu em Constantinopla, hoje Istambul na Turquia, por volta de 380. Era filha única de pais ricos e convertidos ao Cristianismo, parentes do então imperador romano Teodósio. Assim ela passou a infância e juventude rodeada pelo luxo e prazeres da corte, que porém não a atraíam. De fato, sua mãe dedicava muito tempo ensinando-lhe o amor por Jesus e o horror do pecado, e seus pais, ainda que com posses, viviam de forma humilde.

Falecido o pai, o ambiente na corte passou a ser de interesseiros em relação a elas. A mãe, buscando um lugar tranquilo onde pudessem se dedicar totalmente a Deus, levou-a para o Egito, onde recomeçaram a vida. Lá, ambas dedicavam-se à caridade junto aos pobres, à visita a hospitais e a conventos. Com dez anos, Eufrásia desejou permanecer num convento de religiosas que a acolhia. A mãe consentiu, e as irmãs em breve se impressionaram com a sua maturidade precoce, acompanhado-as na rotina com disciplina e pontualidade. Ali ela cresceu, com uma vida regular, na prática do jejum e das orações.

Mas após o falecimento da mãe, o imperador a procurou, oferecendo-lhe um vantajoso casamento com um senador, através do qual a sua fortuna aumentaria ainda mais. Eufrásia recusou, reafirmando o desejo de manter-se virgem e seguir a vida religiosa. Em contrapartida, pediu a Teodósio que distribuísse aos pobres tudo o que herdara. Seguiu assim no convento, servindo com humildade as irmãs. Foram escritos relatos de que inúmeras graças e milagres aconteciam por sua intercessão, por exemplo a cura de menino moribundo quando ela fez sobre ele o sinal da Cruz.

Praticava um rigoroso jejum, passando sem comer dias inteiros, e evitando carnes, ovos, óleo e leite. Jamais provava vinho ou algo que lhe agradasse o paladar. Mas seus maiores desafios vieram de problemas no convento, como os desmandos de uma abadessa doentia e as acusações infundadas de uma irmã.

Em 12 de março de 412 a superiora teve uma visão, avisando-a de que Eufrásia iria morrer e ser proclamada santa. Eufrásia acreditou, embora fosse jovem e nada sentisse de mal. Por isso pediu para receber os últimos Sacramentos. No dia seguinte, efetivamente, ela começou a ter uma febre muito alta, e faleceu, sendo sepultada no próprio convento.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A vida aparentemente isenta de grandes acontecimentos de Santa Eufrásia é típica daquela santidade que em geral passa desapercebida do mundo, ávido de turbulências e agitações notáveis – mesmo para os cristãos. Um resumo superficial poderia indicar que era rica e passou a infância sem problemas, descobriu bem cedo sua vocação religiosa que não teve oposição, e passou a vida quase toda no recolhimento de um convento. Mas ao contrário, desde a infância teve que se esforçar, claro que com a ajuda dos pais, para fugir às seduções cortesãs do ambiente em que habitava, à facilidade de uma vida fútil pela riqueza, ao assédio de interesseiros na sua virgindade e fortuna; ao desconforto de mudar para uma terra e cultura distantes, onde conheceu as mazelas humanas e não o ócio, a decisão precoce de se separar da mãe e de se submeter a uma rígida disciplina; à pressão de um imperador e à tentação de manter uma enorme herança, às dificuldades de uma vida em comunidade reclusa, onde é necessária a obediência mesmo quando não é equilibrada a direção, e onde as pequenas asperezas da limitada convivência cotidiana se agigantam, sem que necessariamente estejam ausentes a falsidade, a má-fé, a inveja, o orgulho… sem contar com as dores naturais da perda dos pais por cima das penitências que, se bem que escolhidas livremente, não deixaram de exigir constância e empenho em enfrentar responsavelmente estes grandes desconfortos. E, naturalmente e mais importante, tudo isto feito por amor a Deus e ao próximo, não por algum tipo de fuga ou egoísmo, mas com a busca e esforço desde tenra idade no exercício interior de direcionar a alma para Deus. Esta não é uma batalha menos heroica do que outras santas vidas repletas de fatos e acontecimentos chamativos; e é a batalha pela santidade da imensa maioria dos católicos, que de forma discreta, sem buscar alarde nos seus atos, devem ser heroicos no dia a dia comum.

Oração:
Senhor Deus, imutável e constante no Vosso amor, dai-nos a graça de buscar, por intercessão de Santa Eufrásia, somente Vos servir, sem desejar aparecer para o mundo ou alimentar o próprio orgulho, mas, atentos à vida normal dos irmãos, percebermos as suas necessidades e servi-los a partir da sincera comunhão Convosco. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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12 DE MARÇO

12 de Março – São Gregório de Nissa
Gregório nasceu por volta de 335 – 340 em Cesaréia da Capadócia, região da Anatólia na Turquia. Era um de 12 irmãos, dos quais Basílio, Macrina e Pedro de Sebaste, além de seus avós, também foram canonizados. Além disso, São Gregório Nazianzeno era amigo próximo da família.

Tinha pendor para o estudo, e interessou-se inicialmente pela filosofia de Platão, mas também por outras escolas pagãs. Talvez por essas influências, e pelo gosto do magistério, abandonou a iniciada carreira eclesiástica, passando a ensinar retórica e casando-se com uma mulher, Teosebéia, muito piedosa e de muito mérito. Os irmãos ficaram desconcertados com esta decisão, e São Basílio procurou alertá-lo do que era na verdade um erro; mas só com a ajuda de São Nazianzeno Gregório ele reconheceu o fato, e, de comum acordo, separou-se da esposa (Nazianzeno, em seu elogio fúnebre, a chamou de “ornamento da Igreja” e “glória do século”). Retornou à Igreja, abraçando o sacerdócio.

Em 371 ou 372, vagando a Sé de Nissa, pequena localidade da Capadócia, foi indicado como bispo, mas só a muito custo aceitou, por se achar indigno. Assumido o encargo, desempenhou-o com todo o zelo, vivendo na pobreza, socorrendo os necessitados e combatendo heroicamente as heresias da época, especialmente o arianismo. Isto, naturalmente, incomodou estes hereges, que eram muito influentes então, e logo o acusaram de heresia a Demóstenes, governador do Ponto, também ariano. Gregório foi preso, deixando-se levar pacificamente, mas, ao constatar que não haveria qualquer diálogo por parte dos hereges, fugiu. O imperador, Valente, outro ariano, exilou-o.

Em Nissa foi convocado um “concílio” ariano que condenou formalmente Gregório, acusando-o de dilapidar os bens da diocese, além de ter sido eleito de forma irregular. Foi deposto e substituído, e passou quatro anos sem poder voltar à sua sé. Mas tudo é Providência divina: durante este período, em todos os lugares por onde passava era chamado para pacificar, ordenar a ortodoxia e a disciplina nas várias Igrejas, com tal proveito que São Nazianzeno o comparou ao sol, que, sem se deter em nenhum lugar, leva o calor, a luz e a fecundidade a todos.

Vencido pelos godos, morreu o imperador Valente, queimado numa barca, e o trono foi assumido por Graciano, seu sobrinho católico. Imediatamente foram repatriados os bispos exilados, e em 378 Gregório foi recebido triunfalmente em Nissa. Mas logo no ano seguinte foi chamado a um concílio em Antioquia, que decidiu enviar os melhores representantes da Igreja para diferentes regiões a fim de reestabelecer a ordem eclesiástica nas províncias antes afetadas pelo arianismo. Coube a Gregório visitar a Arábia e a Palestina, que pacificou.

Em 381, destacou-se no Concílio Ecumênico de Constantinopla, onde definiu-se a doutrina trinitária, esclarecendo-se definitivamente os erros do arianismo (cujo negava a divindade de Cristo). Nesta ocasião, conheceu São Jerônimo, Doutor da Igreja; e fez a oração fúnebre de São Melécio de Antioquia, presidente do Concílio, então falecido.

Já idoso, São Gregório de Nissa faleceu entre 394 e 400, havendo discordância entre as fontes. 

Seu legado lhe valeu o título de Doutor da Igreja. De fato, foi um dos pais da teologia mística e um dos pioneiros em resgatar elementos da filosofia platônica conciliáveis com o Catolicismo, precedendo a síntese de Santo Agostinho. Em vida, era conhecido como “o Filósofo”, e era prestigiado na corte imperial pela sua eloquência. É de sua autoria a primeira exposição sistemática da Doutrina Católica (particularmente na obra Oratio Catechetica Magna), depois do trabalho de Orígenes, porém com maior peso.

Abordou com profundidade temas como a Trindade, as duas naturezas de Cristo, divina e humana (“…enquanto o Senhor recebe a marca de escravo, o escravo é honrado com a glória do Senhor”), a virgindade de Maria (reconhecendo o valor da castidade, arrependia-se amargamente do próprio casamento), a criação do ser humano, etc.. São mais de 20 obras, e um vasto número de sermões, panegíricos e discursos sobre vários temas, além da biografia da irmã, Santa Macrina. Suas considerações muito contribuíram para a Teologia, e superaram as preocupações doutrinárias do seu tempo.

Pela santidade, doutrina e ortodoxia, São Gregório de Nissa, seu irmão mais velho São Basílio Magno e São Gregório Nazianzeno são conhecidos como a tríade dos “Luminares da Capadócia” ou “Capadocianos”, na seguinte fórmula: “Basílio é o braço que atua; Gregório Nazianzeno, a boca que fala; e Gregório de Nissa, a cabeça que pensa”.

Outro aspecto, importantíssimo, e destacado por Bento XVI, é o enorme valor que São Gregório de Nissa dá à oração.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Mesmo entre santos, sutis podem ser as tentações, a sedução do conhecimento, que pode levar inclusive ao estudo e influência de ideias erradas, inicialmente desviou a vocação profunda de São Gregório de Nissa; e embora a sua legítima esposa fosse pessoa honrada, tanto que acedeu em separar-se do marido por causa justíssima, e elogiada por outro santo, este casamento, contrário à sua aspiração maior, levou-o a lamentar a perda da castidade. Ou seja: o diabo, através de uma situação perfeitamente legal e em si correta, preparava o desvio de Gregório da santidade, e não fosse o auxílio dos irmãos e amigos tanto da família de sangue quanto da Igreja, esta teria perdido uma referência inigualável, com inimaginável prejuízo espiritual, em todos os tempos. Não à toa São Gregório de Nissa entendeu o valor infinito da oração: através das suas e dos demais, pôde ser reconduzido ao plano que Deus lhe havia preparado, para a sua santificação nesta vida no auxílio aos irmãos e a sua felicidade infinita no Céu. Uma situação que nos convida a pensar no empenho em rezar e nas escolhas que vamos fazendo, com a certeza de que, mesmo errando – e nunca o evitaremos completamente – é possível sempre obedecer a Deus e alcançar a felicidade.

Oração:
Senhor Deus, que continuamente nos livrais dos perigos desta vida e orientais nossos caminhos, concedei-nos pela intercessão de São Gregório de Nissa o seu mesmo zelo pela ortodoxia da Fé, combatendo sem medo os erros do nosso século, e nunca desperdiçar as ocasiões para fazer o bem aos irmãos, ainda que sejam originadas de injustiças. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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11 DE MARÇO

11 de Março – Santos Rufo e Zózimo

Muito pouco se sabe a respeito da biografia destes santos do primeiro século. As informações disponíveis são do Martirológio Romano e de uma referência de São Policarpo. Consta que eram discípulos de Jesus.

A verdadeira Fé havia sido levada a Filipos por São Paulo, sendo a primeira comunidade cristã que fundou na Europa e para a qual escreveu uma carta constante do Cânon bíblico. Parece que Rufo e Zózimo acompanhavam São Paulo nessa ocasião. A cidade, cujo nome homenageava Felipe II, pai de Alexandre Magno, era localizada no leste da antiga província da Macedônia, a 13 km do mar Egeu, no topo de uma colina (atualmente, Grécia). A maioria dos cristãos era ali formada, na época, por ex-pagãos, e também, em menor número, convertidos do judaísmo. Ali também foram perseguidos os cristãos.

São Policarpo (69 – 155 d.C.), exalta os mártires locais, em carta aos fiéis do lugar, enquanto seguia para a Turquia, ele mesmo a caminho do martírio: “Estou muito satisfeito convosco em Nosso Senhor Jesus Cristo, por terdes recebido os modelos da verdadeira caridade. Eu vos exorto a obedecerdes e a exercerdes a vossa paciência, aquela que tendes visto com vossos próprios olhos, não só nos bem-aventurados Inácio, Rufo e Zózimo, mas também em outros vossos concidadãos, no próprio Paulo e nos outros Apóstolos. Estejam certos de que todos estes não têm corrido em vão, mas na fé e na justiça, que eles estão juntos do Senhor, no lugar que lhes é devido pelos sofrimentos que suportaram. Porque eles não amaram o século presente, mas Aquele que por nós morreu e que para nós foi ressuscitado por Deus.”

São Rufo e São Zózimo foram condenados a serem devorados pelas feras no circo romano, em 107.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Embora ter sido discípulo direto de Jesus seja um privilégio, também nós, pela graça batismal, somos Seus discípulos, e ainda hoje devemos estar prontos a dar a vida por Ele. Da mesma forma, com o auxílio dos santos, a exemplo de São Rufo e São Zózimo (cujo nome significa “guerreiro abnegado”), temos o dever de tornar elevadas espiritualmente, como Filipos geograficamente, as nossas cidades. Para isso é necessário “não amar o século presente”, mas sim “Aquele que por nós morreu e ressuscitou”. Não importa se para o mundo não ficarão registros nossos, nem mesmo uma referência epistolar: Rufo e Zózimo são conhecidos e reconhecidos por Cristo, e não é outro o objetivo da vida e trabalhos que aqui fazemos, senão o de “correr na fé e na justiça para estarmos juntos ao Senhor”. Assim foi o exemplo de todos os peregrinos desta vida, Paulo, Inácio, Policarpo, Rufo, Zózimo…

Oração:

Senhor Deus, que sabeis recompensar aqueles que Vos são fiéis, concedei-nos pela intercessão de São Rufo e São Zózimo participar ativamente e até a morte na fundação de estadias temporais onde os irmãos Vos possam conhecer, e assim participar da morada definitiva que nos preparastes no Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

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10 DE MARÇO

São Simplício
O Santo deste dia foi um excelente Papa da Igreja Católica, num período difícil da história da Igreja, pois ocorria a queda do Império Romano. São Simplício liderou o rebanho de Cristo do ano de 468 a 483.

Simplício viveu num período em que toda a Roma e toda a Itália foram invadidas por vários povos bárbaros: visigodos, hunos, vândalos. Nosso santo foi elevado à Cátedra de Pedro e como Papa viu a ruína do Império, mas experimentou a assistência do Espírito Santo contra as heresias que invadiam o mundo cristão: Nestorianismo, que dizia ser o Cristo Homem diferente do Cristo Deus e o Monofisismo, que pregava duas naturezas do Cristo, onde a divina suprimia a humana.

Com a queda do Império Romano em 476, Roma tornou-se a cidade dos Papas. Em meio aos conflitos dos bárbaros por causa do poder, foram os Papas as autoridades máximas no campo moral e jurídicopromovendo a paz e a justiça.

Por fim, São Simplício faleceu no ano de 483, na cidade de Roma. Ele soube conciliar a luta diária no interno e externo da Igreja militante e entrou vitorioso na Igreja Triunfante. 
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:
Nos momentos de dificuldades nós sentimos de perto o quanto é importante a união com Jesus Cristo. São Simplício viveu num momento histórico conturbado, mas nunca perdeu a esperança de que as coisas seriam melhores. Manteve uma fé firme e procurou realizar em tudo o desejo de Cristo, promovendo a paz e a reconciliação dos povos. Que Deus atenda os nossos pedidos nos momentos de dificuldades, e que, quando estivermos em paz saibamos elevar a voz e o coração em agradecimento.

Oração:
Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Simplício governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
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09 DE MARÇO

09 de Março -São Domingos Sávio
O santo de hoje viveu o lema “Antes morrer do que pecar”.

Nascido em Turim, na Itália, no ano de 1842, Domingos conheceu muito cedo Dom Bosco e participou do Oratório – lugar de formação integral – onde seu coração se apaixonou por Jesus e Nossa Senhora Auxiliadora.

Pequeno na estatura, mas gigante na busca de corresponder ao chamado à santidade, foi um ícone da alegria de ser santo. Um jovem comum, que buscava cumprir os seus deveres e amava a vida de oração.

Com a saúde fragilizada, faleceu com apenas 15 anos.

São Domingos Sávio, rogai por nós.
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08 de Março

08.Março – São João de Deus
Neste dia, lembramos a vida de João Cidade que depois de viver longa aventura distante de Deus, aventurou-se ao Evangelho e hoje, é aclamado como São João de Deus, o patrono dos hospitais.

João nasceu em Évora, Portugal, em 1495; com oito anos fugiu de casa e foi para a Espanha, onde fez obras e vivenciou inúmeras aventuras. Começou João suas histórias, cuidando do rebanho, depois com os estudos tornou-se administrador, mas encantado pelo militarismo, tornou-se soldado e combateu na célebre batalha de Pávia, onde saiu vitorioso ao lado de Carlos V.

Certa vez foi morar em Granada e lá abriu um pequeno negócio de livros, sendo que, ao mesmo tempo, passou a ouvir o grande santo pregador João de Ávila, que no Espírito Santo suscitou a conversão radical de João. Do encontro com Cristo, começou sua maior aventura, que consistiu em construir com Cristo uma história de santidade.

Renunciou a si mesmo, assumiu a cruz e se colocou radicalmente nos caminhos de Jesus, quando no distribuir os bens aos pobres, e acabou sendo lançado num hospital de loucos por parte dos conhecidos, já que João começava a ter inúmeras atitudes voluntariamente estranhas, que visavam não o manicômio, mas a penitência pela humilhação.

Como tudo concorre para o bem dos que amam a Deus, acabou sendo providencial o tempo que João passou sofrendo naquele hospital, pois diante do tratamento desumano que davam para os pobres e doentes mentais, o Senhor suscitou no coração de João o carisma para lidar com os doentes na caridade e gratuidade.

Desta forma, São João, experimentando a vida na Providência, passou a acolher numa casa alugada, indigentes e doentes, depois entregou-se ao cuidado exclusivo num hospital fundado por ele em Granada (Espanha) e assistido por um grupo de companheiros que, mais tarde, constituíram a Ordem Hospitalar de São João de Deus, o qual entrou no céu em 1550.
São João de Deus, rogai por nós!
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
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