06 DE MAIO

06 DE MAIO – São Domingos Sávio
Domingos Sávio nasceu em 2 de abril de 1842, em Turim, na Itália e morreu de uma doença incurável quando tinha pouco mais de 15 anos. Ele é padroeiro das mulheres grávidas e dos cantores infantis.

Seus pais eram camponeses muito pobres, mas cristãos muito devotos. Domingos cresceu querendo ser sacerdote e santo.

Foi aceito no colégio de Dom Bosco em Valdocco para estudar e assumiu para si a espiritualidade salesiana, marcada por uma vida alegre e responsável. Ele fazia trabalhos simples como varrer o chão e tinha especial paciência e cuidado com os jovens mais travessos.

Quando fez a primeira comunhão ele disse: “Confessarei e comungarei com frequência, meus amigos serão Jesus e Maria, antes morrer do que pecar”.

No dia 8 de dezembro de 1854, quando foi proclamado o dogma da Imaculada Conceição, Domingos Sávio se consagrou a Nossa Senhora, para confiar a ela o seu caminho de santidade. Em 1856, fundou a “Companhia da Imaculada”, uma ação apostólica de grupo, na qual junto com seus amigos, rezavam e cantavam para a Virgem Maria.

Na biografia de Domingos Sávio escrita por São João Bosco ele narra que em várias ocasiões viu Domingos extasiado depois de receber a Comunhão.

Certa vez Domingos pediu a Dom Bosco a permissão para ir a sua casa. Seu formador lhe perguntou o motivo e o jovem respondeu: “Minha mãe está muito delicada e a Virgem quer curá-la”.

Dom Bosco perguntou de quem tinha recebido notícias e Domingos respondeu que de ninguém, mas que ele sabia. O sacerdote, que já conhecia seus dons, deu-lhe dinheiro para a viagem.

Sua mãe estava grávida e com fortes dores e a criança com dificuldade de nascer, ambos poderiam morrer, quando o jovem chegou para vê-la, abraçou-a fortemente, beijou-a e lhe deu um escapulário, depois foi embora. O bebê nasceu bem e sua mãe recuperou a força.

Tempo depois, Domingos disse à sua mãe que conservasse e emprestasse aquele escapulário às mulheres grávidas que necessitassem. Assim se fez e muitas afirmavam ter obtido graças de Deus com a ajuda do escapulário de Nossa Senhora.

Domingos tinha dons espirituais extraordinários, reconhecia a necessidade das pessoas e conseguia profetizar o futuro.

Ele foi diagnosticado com tuberculose. No dia 9 de março de 1857, Domingos, pediu ao pai para rezar com ele, terminada a oração, disse estar tendo uma linda visão e morreu.

Domingos Sávio tinha dois sonhos na vida, tornar-se padre e alcançar a santidade. O primeiro não conseguiu porque a terrível doença o levou antes, mas o sonho maior foi alcançado com uma vida exemplar.

Ele foi canonizado em 1957 pelo Papa Pio XII que o definiu como “pequeno, porém um grande gigante de alma”. Suas relíquias são veneradas na basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Torino, Itália, perto das de São João Bosco. A sua festa foi marcada para o dia 6 de maio.

Textos: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R I Colaboração: Nathália Queiroz de Carvalho Lima

Reflexão:

São Domingos Sávio mostra-nos na sua pequena trajetória de vida, que se cultivarmos o amor a Deus, o amor e o respeito ao próximo e a tolerância com alguns contratempos, poderemos evitar diversos acontecimentos dramáticos como os que vem acontecendo nas escolas, alunos agredindo professores, brigando entre si, crianças e adolescentes sem limites e sem horizontes na vida. Que a vida de São Domingos Sávio inspire muitos jovens a buscar a verdadeira felicidade que é viver uma vida de entrega e amor a Deus e aos irmãos, aspirando sempre a santidade.

Oração:

São Domingos Sávio, que com sua firme resolução “quero ser santo” obteve na juventude o esplendor da santidade, obtenha também para nós a perseverança nas boas resoluções para fazer de nossas almas o templo vivo do Espírito Santo e merecer um dia a bem-aventurança eterna no céu. Que assim seja, Amém!
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05 DE MAIO

05 DE MAIO -Santo Ângelo
Santo Ângelo nasceu em Jerusalém, em 1185. Seus pais eram judeus e se converteram após Nossa Senhora ter avisado Ângelo, durante as orações, que ele teria um irmão, o que lhes parecia impossível porque eram idosos. Mas, isto aconteceu. Os pais de Ângelo receberam o batismo junto com a criança, à qual deram o nome de João.

Desde pequeno Ângelo mostrou ter dons extraordinários, principalmente o dom da profecia e dos milagres. Entrou para a Ordem do Carmo aos 25 anos e durante cinco anos viveu no monte Carmelo, mesmo lugar onde também viveu o profeta Elias.

Foi ordenado sacerdote em 1218, e logo depois foi a Roma para defender os interesses de sua Ordem. Segundo a tradição, Ângelo e os primeiros carmelitas foram para Roma a fim de obterem do Papa Honório III a aprovação da Regra do Carmelo. Em Roma, conheceu Francisco de Assis, de quem previu morte pelo martírio.

Dali partiu para a Sicília, a fim de converter os hereges cátaros que acreditavam que o homem na sua origem havia sido um ser espiritual e para adquirir consciência e liberdade, precisaria de um corpo material, sendo necessárias várias reencarnações para se libertar. Eram dualistas e acreditavam na existência de dois deuses, um do bem (Deus) e outro do mal (Satã), que teria criado o mundo material e mal.

Estas ideias contrariavam a fé católica e foram consideradas heresias. Na Sicília, lutando contra a ideia dos cátaros, Santo Ângelo converteu a amante de um rico senhor que levava vida de pecado. Por vingança, este mandou matá-lo. Santo Ângelo foi morto em 05 de maio de 1220, enquanto pregava na Igreja de São Tiago de Licata. Venerado pela população, logo uma igreja foi erguida no lugar de seu martírio, onde foi sepultado o seu corpo. A Igreja canonizou o mártir Santo Ângelo em 1498. Porém, somente em 1662, as suas relíquias foram transladadas para a igreja dos Carmelitas.

Sua veneração se manteve até os nossos dias, sendo invocado pelo povo e devotos nas situações de suas dificuldades. Os primeiros padres carmelitas da América difundiram a sua devoção, construindo igrejas, nomeando as aldeias que se formavam e expandiram o seu culto, que também chegou ao Brasil.

Textos: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R I Colaboração: Nathália Queiroz de Carvalho Lima

Reflexão:

A fé do cristão deve ser enraizada na história. Mais do que louvores ao Senhor, o serviço ao próximo é parte essencial da vida dos seguidores de Cristo Jesus. Santo Ângelo soube conjugar fé e obras, agindo sempre em favor daqueles mais abandonados e lutando pela verdade da fé na Igreja. Morreu defendendo a justiça. Mereceu a coroa da santidade. Para nós, fica o exemplo de Santo Ângelo, que nos convida a viver a nossa fé com plenitude e fidelidade.

Oração:

Ó Deus de admirável providência, que, no mártir Santo Ângelo destes ao vosso povo pastor corajoso e forte, concedei-nos, pela sua intercessão, ajuda nas tribulações e firme constância na fé. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!
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04 DE MAIO

04 DE MAIO – São Floriano
Floriano nasceu em Zeiselmer, povoado da Alta-Áustria, no século III. Era oficial romano, administrador militar servindo numa legião imperial da região do Rio Danúbio, em Nórica (atualmente parte da Áustria e da Alemanha).

A rápida disseminação do Catolicismo no Império Romano ocorreu em parte pela sua boa rede de estradas e pelo envio de soldados para as diversas áreas do império. Muitos militares se converteram, entre eles Floriano.

Nesta época ocorria a duríssima perseguição de Dioclesiano aos cristãos, que incluía a morte para os que não renegassem o Cristo e sacrificassem aos deuses pagãos, bem como a destruição de qualquer escrito da Palavra de Deus. Juntamente a 40 soldados, Floriano declarou-se cristão a Aquilino, comandante militar no vale do Rio Danúbio, em Lorch (atual Áustria); foi agredido a pauladas e teve arrancada a carne das espáduas.

Mas, não renunciando à Fé ele e os demais, foram todos condenados à morte. A sentença cumpriu-se com os condenados sendo atirados do alto de uma ponte ao rio Enns, próximo a Lorch, com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço, em 4 de maio de 304.

Seu corpo foi levado pelas águas, recolhido numa margem por cristãos e enterrado num local que no século VIII foi doado à Igreja por um presbítero, Reginolfo, que incluía as terras “do lugar aonde foi enterrado o precioso mártir Floriano”.

Em 1138, o rei polaco Casimiro e o bispo Gedeão, de Cracóvia, pediram ao Papa Lúcio III a doação de algumas relíquias de mártires, seguindo entre elas as de São Floriano; por este motivo, ele é padroeiro da Polônia, e também de Linz no norte da Áustria, e ainda outros países da Europa Central.

Seu culto foi muito divulgado, especialmente entre soldados, na Idade Média. É também invocado contra os incêndios, sendo padroeiro dos bombeiros europeus e norte-americanos, pois ele teria criado um destacamento de legionários, conhecido como “combatentes do fogo”, para apagar os constantes incêndios nas modestas construções de acampamento. Sua imagem o representa embraçando um recipiente de onde a água cai sobre habitações queimando.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Pode-se dizer que São Floriano viveu e morreu na sua própria “casa”, hoje Áustria, ainda que sob o Império Romano; o mesmo se aplica a nós, que devemos viver, neste mundo, na nossa “casa” – mais ainda, “Corpo”, Místico e também material – que é a Igreja, e na qual queremos permanecer igualmente para sempre. Isto implica em que devemos combater, como num verdadeiro exército, as pressões mundanas e despóticas que nos querem afastar de Deus e consequentemente de nós mesmos, que somos Sua imagem e semelhança. A água do Batismo que caiu sobre cada um de nós deve constantemente apagar as chamas do pecado que nunca deixarão de nos tentar consumir durante o nosso serviço, neste posto avançado que é a terrena existência, e o apoio mútuo entre as legiões de Cristo deve formá-las, à semelhança de Nossa Senhora, “como um exército em ordem de batalha” (cf. Ct 63.9). Não poucos foram os mártires cristãos entre os legionários romanos, e como eles é preciso militar na obediência antes a Deus do que aos homens (cf. At 5,28-30).

Oração:
Senhor, Deus dos Exércitos, concedei-nos pela intercessão de São Floriano, e seus companheiros mártires, a união na Vossa obediência, e a graça de administrar as nossas vidas na lógica da conversão diária e perseverante, de modo a que em qualquer momento e situação, nas pequenas ou decisivas situações, tenhamos o destemor de confessar a Fé por obras e palavras, para a Vossa glória, o bem dos irmãos, e a nossa salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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03 DE MAIO

03 DE MAIO – São Filipe e São Tiago Menor

Filipe nasceu em Betsiada da Galiléia, no reino de Israel, mesma cidade de São Pedro e Santo André, e talvez fosse pescador como eles. Tem origem judaica e nome grego, sendo discípulo de São João Batista, mas foi chamado a ser Apóstolo por Cristo no mesmo dia que Pedro e André; consta que era casado e com três filhos, e seguir Jesus foi de consentimento mútuo e doloroso para ele e para a família.

Aparece sempre em quinto lugar nas listas dos Apóstolos, indicando uma preferência de Jesus, talvez por segui-Lo imediatamente após o convite (“Segue-me”, Jo 1,43). Logo chamou Natanael (São Bartolomeu), e em resposta às suas dúvidas, disse: “Vem e vê!” (Jo 1,46), o que segundo Bento XVI mostra que agiu como verdadeira testemunha, não apenas apresentando uma teoria, mas convidando para uma experiência pessoal.

A ele Se dirige Jesus na multiplicação dos pães e dos peixes (Jo 6,5-7), outra sugestão de Sua preferência. Com Santo André, próximo da Paixão, intercede junto ao Cristo por alguns gregos que O queriam ver (Jo 12,20-22), provavelmente porque falava o idioma, demonstrando assim já caridade para com os pagãos (por isso é muito querido na Grécia e padroeiro do país).

Contudo é chamado à atenção por Nosso Senhor na Última Ceia, após pedir a Ele que mostre o Pai, pois “isto nos basta”: “Filipe, há tanto tempo que convivo convosco e ainda não Me conheces? Quem Me viu, viu o Pai. (…) Não crês que estou no Pai e o Pai está em Mim? (…) Se não, crede ao menos em razão das obras” (Jo 14,7-11).

A Tradição diz que após Pentecostes pregou na Ásia Menor a gregos, citos e partos, obtendo muitas conversões. Chegando a Hierápolis, na Frígia (centro-oeste da atual Turquia), foi martirizado, por lapidação ou crucificado de cabeça para baixo num cruz em forma de “X”; isto por volta dos anos 80, quando ocorre a conversão de São Policarpo, que foi seu discípulo.

Tiago “Menor” é assim diferenciado de outro Apóstolo, Tiago Maior, irmão de São João Evangelista e filho de Zebedeu, não porque fosse inferior em santidade, mas porque o segundo participou de algumas situações específicas que ganharam destaque, como a Transfiguração e o chamado à vigília com Cristo no Horto das Oliveiras.

Tiago Menor era filho de Alfeu e primo de Jesus, fisicamente parecido como o Senhor (um dos motivos pelos quais Judas Iscariotes precisou indicar Jesus aos romanos quando da Sua prisão); de fato, São Paulo se refere a ele como “irmão” de Jesus, um termo que indicava o parentesco próximo na língua hebraica (e erroneamente interpretado de forma literal pelos protestantes, que por isso alegam que Nossa Senhora teria mais de um filho…). São Judas Tadeu e São Simão Cananeu, igualmente Apóstolos, eram seus irmãos consanguíneos. Por sua conduta exemplar, recebeu o apelido de “o Justo”.

Após a Ressurreição, Jesus lhe aparece especificamente (cf. 1 Cor 15,7). É considerado o primeiro bispo de Jerusalém, e São Paulo o cita mesmo antes de Pedro (“Tiago, Pedro e João, considerados colunas da Igreja”, Gl 2,9) a este respeito. Nesta função, seu parecer no Concílio de Jerusalém que presidiu no ano 50 foi acatada, ao afirmar que os convertidos pagãos não precisavam ser circuncidados para pertencer à Igreja (At 15,13).

Na sua carta constante no cânon bíblico está fundamentado o Sacramento da Unção dos Enfermos, e também a essencial afirmação de que “a fé sem obras é morta” (Tg 2,14-19; 5,14-15), ou seja, crer sem praticar as boas obras e obedecer aos ensinamentos de Cristo não é suficiente para a salvação (o que levou Lutero, ao querer justificar a sua heresia de que basta a fé para a salvação – “sola fide” – a não incluir, com outros documentos, esta carta na sua versão da Bíblia, versão esta que, por sua vez – “sola escriptura” – alegou ser fonte única da palavra de Deus, ignorando a Tradição que necessariamente a precede e justifica).

Flavio Josefo, famoso historiador romano, registrou que o Sumo Sacerdote judeu Anano, filho de Anás, aproveitando o intervalo entre a deposição de um Procurador romano e a chegada do seu sucessor, decretou em 62 a pena de morte por lapidação para São Tiago Menor, na época já muito idoso.

 As relíquias de São Filipe e de São Tiago Menor foram sepultadas na Basílica dos Santos Doze Apóstolos em Roma, inicialmente dedicada somente a eles; por este motivo sua festa é celebrada no mesmo dia.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
Consolador é vermos que nossos altos e baixos na vida espiritual têm paralelo na conduta dos próprios Apóstolos: por exemplo, à grandiosa primeira atitude de São Filipe para com Jesus, de “segui-Lo imediatamente” e abandonar tudo o mais, seguiu-se a posterior repreensão de “há tanto tempo que convivo convosco e ainda não me conheceis”. De fato, somos verdadeiramente capazes de gestos generosos, mas há quanto tempo nós, a grande maioria dos católicos, convive com o Cristo, na oração e Eucaristia, mas não O conhece realmente, pois sequer lembramos das Suas obras, que devemos imitar na caridade com o próximo, ou dos Seus – atualíssimos – milagres, que devem na Fé acabar com nossas dúvidas e hesitações? Ao menos, perseveremos e cresçamos como os Apóstolos, que mesmo nas suas misérias humanas, contando com a infinita e misericordiosa bondade de Deus, escolheram por Ele, apesar de tudo. Só assim seremos “irmãos de Cristo” – da Sua família – semelhantes a Ele… não “de aparência”, mas “na aparência” da vida interior e exterior de resoluta caridade: “parentesco” entende-se como “parecer por laços de íntima união”.

Oração:
Senhor, nosso Mestre e Pai, concedei-nos pelos exemplos e intercessão de São Filipe e São Tiago Menor seguir-Vos como eles o fizeram, testemunhas do Vosso amor a ponto de Vos dar a conhecer pelo convívio direto Convosco, pois queremos morrer para uma vida sem obras concretas de Fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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02 DE MAIO

02 DE MAIO – Santo Atanásio –
Atanásio, de raríssima inteligência, nasceu em Alexandria do Egito no ano de 296. Esta cidade era na época o mais importante centro comercial e cosmopolita do Império Romano. Em 319, o bispo Alexandre ordenou Atanásio diácono; ele já conhecia a língua grega, bem como gramática e retórica, em função de sua boa formação e educação.

Em 325, como secretário e assessor deste mesmo bispo, Atanásio participou do I Concílio Ecumênico de Nicéia, que condenou a heresia ariana (o arianismo afirmava erroneamente que Cristo não tinha a mesma substância do Pai, sendo inferior a Ele). Seus discursos, embasados em perfeita argumentação bíblica e com doutrina lúcida, expuseram todos os erros dos hereges, condenando irrevogavelmente seus falsos ensinamentos. Definiu-se assim solenemente o Credo rezado até hoje. O brilho, clareza e evidência na sua contestação da heresia deixou a todos admirados, e despertou o ódio dos arianos.

Três anos depois, com a morte de Alexandre, o povo e o clero colocaram Atanásio como seu sucessor. Seu bispado, de 45 anos (328 a 373), teve 17 deles no exílio em cinco ocasiões diferentes, por causa das perseguições promovidas sob quatro imperadores diversos, pela influência dos arianos, ainda ativos, e dos quais era o mais vigoroso opositor.

Além disso, por cerca de seis vezes teve que fugir para não ser morto pela população da cidade. Nos primeiros anos, ainda teve a oportunidade de visitar as igrejas da sua diocese (que incluía o Egito e a Líbia) e de se encontrar e conviver com eremitas e monges do deserto, como São Pacômio e Santo Antão.

O primeiro exílio ocorreu entre 335 e 337. Melécio de Licópolis e seguidores, que não haviam aceitado o Concílio de Nicéia, o acusou de maus tratos, e Eusébio de Nicomédia, ariano, o depôs no I Concílio de Tiro de 335; o caso foi levado ao imperador Constantino I em Constantinopla, onde Atanásio foi acusado de interferir com o suprimento de cereais do Egito (!) e exilado sem julgamento formal pelo imperador, em Augusta dos Tréveros (Tréveris, Alemanha), na Gália Bélgica.

Segundo exílio (339 a 346): com a morte de Constantino, Atanásio voltou à Alexandria, mas em 338 Constâncio II, filho e sucessor do imperador, renovou o banimento. Atanásio foi para Roma, protegido por Constante, imperador romano do Ocidente, e pelo Papa Júlio I, que num sínodo de 341 inocentou Atanásio. Este foi então para Sárdica, encontrar-se com Santo Ósio e participar de um Concílio, mas Eusébio e seguidores convenceram Constâncio II a ordenar a pena de morte se Atanásio voltasse para Alexandria. Mas em 346 Constante garantiu a volta à sua Sé, onde foi recebido como herói e iniciou uma década de paz e prosperidade.

A morte de Constante em 350 tornou Constâncio II o único imperador, e ele impôs ao santo bispo o terceiro exílio (356 a 361), no Alto Egito, para onde Atanásio fugiu, escondendo-se em diferentes mosteiros e eremitérios. Voltou em 361 depois da morte do imperador, e convocou um concílio tratando da Trindade, que definiu penas leves para os bispos arianos arrependidos e outras severas para os líderes heréticos.

O quarto exílio (362 a 363) foi determinado pelo novo imperador Juliano o Apóstata, e passado no Alto Egito até a morte dele, em 363. Dois anos depois, outro imperador ariano, Valente, exilou ainda pela quinta vez Atanásio, entre 365 e 366, até que autoridades locais conseguissem a suspensão da pena. Durante esse tempo, Atanásio escondeu-se no túmulo de sua família nos subúrbios da cidade, saindo apenas às noites para cuidar do seu rebanho.

Estas idas e vindas, e seguidas perseguições, originaram a expressão latina “Athanasius contra mundum” (“Atanásio contra o mundo”).

Nos seus últimos anos, o santo bispo cuidou dos prejuízos causados por tanto tempo à sua Sé. Retomou seus escritos e pregações, sedimentando as conclusões do Concílio de Nicéia sobre a divindade de Cristo e a Trindade. Em 373, tendo consagrado seu sucessor, Pedro II de Alexandria, faleceu aos 2 de maio, dormindo, com 77 anos, e reconhecido por toda a Igreja.

Além da sua firmeza na ortodoxia da Fé e sua heróica perseverança em defendê-la diante de todas as perseguições, pessoalmente Santo Atanásio demonstrava igualmente inúmeras virtudes santas. Era humilde, verdadeiro, acessível a todos, doce, compassivo, afável e sem cólera, amável nas prédicas e na conduta; caridoso com os pobres, condescendente com os humildes, intrépido contra os soberbos; repreendia com doçura, era indulgente sem fraqueza, firme sem dureza; fervoroso e assíduo nas orações, jejuava austeramente, sendo incansável nas vigílias. Para tudo isso, preparou-se na meditação do mistério da Encarnação de Cristo, dos Seus sofrimentos e morte, de modo a imitá-Lo na conduta.

Outra grande contribuição de Santo Atanásio foi impulsionar, no Ocidente, a vida monacal. No seu exílio em Roma, foi acompanhado por dois monges santos e exemplares, Amônio e Isidoro, que conquistaram mesmo os não fiéis, e assim o monaquismo começou a florescer a partir das Gálias, sob a influência do santo bispo.

Atanásio foi um profundo e fecundo escritor, apesar das dificuldades criadas pelos frequentes deslocamentos. Sua primeira obra, em dois volumes, anterior a 319, foi “Contra os Pagãos – Sobre a Encarnação do Verbo de Deus”, as primeiras obras clássicas de teologia clássica mais desenvolvida.

A “Carta sobre os Decretos do Concílio de Nicéia” (“De Decretis”) é uma referência histórica e teológica importante. Outras cartas são: “Cartas a Serapião”, tratando da divindade do Espírito Santo, com base na Tradição, na Fé e ensinamentos dos Apóstolos e dos santos padres; carta a Epiteto de Corinto, que antecipa a futura controvérsia sobre a divindade de Cristo; e uma carta ao monge Dracônio, instando-o a assumir o bispado.

Entre 346 e 356, uma década de paz, escreveu “Apologia Contra os Arianos”, “Quatro Orações contra os Arianos”, “Apologia a Constâncio”, “Apologia por sua Fuga” e “História dos Arianos”. Em 367, na “39ª Carta Pascal”, foi o primeiro a listar os 27 livros do Novo Testamento reconhecidos pela Igreja Católica. Sua obra mais conhecida é a biografia de Santo Antão (“Vita Antonii” ou “Antônio, o Grande”), importante para popularização do ascetismo e traduzida em diversas línguas. Atanásio foi o primeiro patriarca de Alexandria a escrever não só em Grego mas também em Copta.

Suas obras são reconhecidas pela Igreja, que o declarou Doutor. Grande teólogo, grande na Fé e nas obras, São Gregório de Nazianzeno o chamou de “Pilar da Igreja”; é também reconhecido como Pai da Ortodoxia. Como o seu cânon do Novo Testamento é o mais parecido com o das modernas igrejas protestantes, muitos dos seus teólogos o chamam de “Pai do Cânon”.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
A vida de Santo Atanásio é grandiosa, e imensa a sua obra em favor da Igreja. Na oração e na ação, sempre exemplar, mostra como devemos conhecer e defender a Fé e a Doutrina, não importa quais sejam as dificuldades. Essencialmente, o que ele fez foi imitar a Cristo, o que também nós devemos buscar, incansável e perseverantemente, de modo a obtermos as graças necessárias de Deus para agir coerentemente a ele nesta vida. Constância e aprofundamento no conhecimento e serviço de Deus, eis um seu legado para a nossa vida prática.

Oração:
Pai de amor constante e zeloso por nós, Seus indignos filhos, concedei-nos por intermédio de Santo Atanásio a firmeza para exercermos as nossas obrigações nesta vida, tudo direcionando para Vós que sois a Verdade, de tal modo que, escrevendo no exílio deste mundo a apologia das obras de caridade pelo exemplo e serviço ao próximo e à Igreja, mereçamos a Vossa acolhida infinita no reconhecimento de ter “nosso nome contra o mundo” e a Vosso favor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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29 DE ABRIL

29 de Abril – Santa Catarina de Sena

Catarina Benincasa nasceu na cidade de Siena (Sena), Itália, 24ª filha de 25 irmãos, em 1347. De família pobre, sua infância foi difícil, com desenvolvimento frágil e doenças recorrentes, sem poder estudar. Mas com sete anos já falava das visões que tinha nos momentos de oração, e fazia rigorosas penitências, desaprovadas pelos pais; quis consagrar sua virgindade a Deus. Aos 15 anos entrou como irmã leiga na Ordem Terceira de Dominicana, continuando a ter êxtases durante as orações contemplativas, o que levou à conversão de centenas de pessoas.

Era a época do chamado “exílio de Avignon” (1305-1376), quando o Papado estava sediado nesta cidade francesa, e não em Roma. Esta situação levou à interferência do governo francês na Igreja, e por fim ao Grande Cisma do Ocidente, que a partir de 1378 produziu dois antipapas, Clemente VII e Bento XII, em oposição ao legítimo pontífice Urbano VI.

Catarina apoiava o verdadeiro Papa, mas inconformada com a triste situação da Igreja e inspirada por Deus, iniciou um movimento para que a vida eclesiástica voltasse à normalidade. Viajou por toda a Itália e outros países, pregando vigorosamente, e, como não sabia escrever, ditava cartas que eram endereçadas a reis, príncipes, governantes católicos, bispos e cardeais. Seu tema principal era a volta do Papado para Roma, mas também a pacificação da Itália, a necessidade de Cruzadas, a reforma da Igreja e a pureza de costumes dos membros do clero, lembrando a estes sua dignidade de “ministros do sangue de Cristo”. Por fim, em 1376 foi a Avignon e conseguiu que o Papa, então Gregório XI, antecessor imediato de Urbano VI, voltasse para Roma, em 1377.

Catarina cuidou também dos enfermos da peste, que chegou a matar um terço de toda a população europeia. Suas pregações eram ouvidas por grandes teólogos que viajavam para receber a profundidade dos seus ensinamentos. Fundou um mosteiro; e ditou muitas e importantes obras, incluindo cartas (das quais se conservam aproximadamente 400), orações e o livro “Diálogo sobre a Divina Providência”, uma conversa entre uma alma em ascensão a Deus e o próprio Deus. Seus escritos têm enorme valor místico, teológico e histórico.

Desde 1375, Catarina portava os estigmas, incruentos, de Cristo, e segundo testemunhas revivia semanalmente a Paixão do Senhor.

Santa Catarina faleceu em 29 de abril de 1380, em consequência de um derrame. É Doutora da Igreja e patrona da Itália com São Francisco de Assis. E também padroeira da Europa, junto com São Bento, os irmãos Santos Cirilo e Metódio, Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein, judia convertida, morta no campo de concentração de Auschwitz em 1942).
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A verdadeira sabedoria vem de Deus, e por isso entre os Doutores da Igreja temos intelectuais do porte de São Tomás de Aquino mas também Santa Catarina de Sena, que pouco estudou e não sabia escrever. Algumas obras se tornam mais destacadas por causa da fragilidade de quem as pratica; assim, não chama tanto a atenção como cruzado São Luís, rei de França, na guerra contra os muçulmanos, quanto a jovem Joana d’Arc comandando os exércitos franceses na Guerra dos Cem Anos. Deus escolhe o que é fraco no mundo para confundir os fortes (cf. 1Cor 27,29)… e deixar claro que é o Seu poder que conduz o mundo. A extraordinária atividade de Santa Catarina de Sena, quando os grandes da época se debatiam, perdidos em controvérsia, é um grito do Senhor contra a prepotência humana. Neste sentido, particularmente ao clero – como hoje – foi fundamental a advertência para a retomada da pureza dos costumes e da consciência da sua alta vocação. Santa Catarina acreditava que a saúde do rebanho dependia da conversão e do bom exemplo dos pastores, o que vale para todas as fases da História. Somos todos chamados à grandeza da vida em Cristo e com Cristo, e por isso ela proclamava: “Não nos contentemos com as coisas pequenas. Deus quer coisas grandes! Se vocês fossem o que deveriam ser, incendiariam toda a Itália!”, isto é, com o fogo do Espírito Santo, com o assumirmos a nossa identidade de Imagem e Semelhança de Deus. Não fomos criados para a mediocridade, particularmente a espiritual, nem para os mesquinhos interesses mundanos. Somos filhos do Rei dos reis, e nossa grandeza está exatamente em servi-Lo no amor e cuidado ao próximo – seja isto efetivado no doar de um pão ou na admoestação a um Papa.

Oração:
Senhor Deus, cuja infinita bondade guia com sabedoria os rumos da História, tirando sempre o Bem ainda que dos maiores erros humanos, concedei-nos por intercessão de Santa Catarina de Sena a graça de Vos deixar agir em nós conforme Vos agrada, para podermos ser estigma de caridade na vida dos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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28 DE ABRIL


28 de Abril – São Pedro Chanel

Pedro Chanel nasceu em Cuet, próximo a Belley, França no ano de 1803, de uma família do campo. Foi batizado pelos próprios pais em 16 de julho, memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo; ele manteve por toda a vida grande devoção a Nossa Senhora. Era simples e educado, e o pároco de Cras-sur-Reyssouze notou a vocação religiosa do menino, convidando-o a estudar na escola do Seminário da sua paróquia. Ao ser crismado, quis acrescentar ao nome o do seu protetor, São Luís Gonzaga, e descobrindo que sua mãe o consagrara antes do nascimento à Virgem, adotou também o de Maria: Pedro Luís Maria Chanel.

Com 21 anos entrou para o Seminário Maior em Bourg, onde começou a desejar ser missionário, e depois de três anos, em 1827, ordenou-se padre. Foi nomeado vice-pároco em Ambérieu e depois pároco em Crozet. Duas vezes pediu ao bispo para abraçar a vida missionária, sem obter a permissão. Porém conheceu o padre Jean-Claude Colin, com o qual, e outros sacerdotes, fundou uma nova Congregação, a Sociedade de Maria, cujo carisma era a evangelização missionária dos não cristãos. Foi assim um dos primeiros membros da Congregação dos Maristas, aprovada em 1836.

Em 1835 a Santa Sé pediu voluntários à diocese de Lyon para uma missão na Oceania, e os maristas aceitaram. Embarcou Pedro em 1837 para Futuna, com um confrade, o Irmão Delorme. Levaram mais de um ano para chegar a esta ilha do Oceano Pacífico, no arquipélago de Willis, onde o rei Niuliki os recebeu e hospedou na sua própria casa. Iniciaram os missionários o aprendizado da língua e dos costumes locais. A primeira Missa, em dezembro, foi celebrada em segredo na cabana construída para eles, e que depois se tornaria uma capela. Mas Pedro decidiu convidar para a Missa de Natal o rei e sua família. O evento foi muito apreciado, e logo muitos ilhéus vieram pedindo uma repetição. Aos poucos, Pedro dedicou-se à visitação das aldeias e ao cuidado dos idosos e enfermos, com bondade e mansidão, o que o tornou conhecido e atraiu a atenção para a Fé católica. Em dois anos, surgiram os primeiros pedidos para o Batismo.

A popularidade dos sacerdotes incomodou os idosos da ilha, desejosos de manter sua religião, tradições e costumes, bem como o rei Niuliki, temeroso de perder sua autoridade: impediu as missões, incitou que os religiosos fossem insultados, maltratados e roubados, promoveu a perseguição dos catecúmenos; Pedro e Delorme chegaram a ficar sem comida. Por fim tiveram que sair da ilha. Mas ao saber da conversão do próprio filho, o rei mandou matar os padres, executados a golpes de tacape em 28 de abril de 1841. Pedro foi o primeiro mártir marista e da Oceania.

Em 1842, novos missionários chegaram a Futuna, construindo uma igreja no local do martírio, e em 1844 toda a ilha havia se convertido, tornando-se inclusive um centro de evangelização missionária para outras ilhas. Atualmente pertencente à França, Futuna é um local turístico e pacífico. São Pedro Chanel é padroeiro da Oceania.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Não há dúvida de que o testemunho é o melhor método de evangelização. Em primeiro lugar vem sempre a caridade, a bondade, e depois as explicações, como fez São pedro Chanel. Mas o esplendor do culto público, particularmente o Santo Sacrifício da Missa, que torna visível e materializada a presença de Cristo nas espécies eucarísticas, também é fundamental. Também no Brasil, o primeiro contato com a celebração da Missa cativou os indígenas, ainda que não a compreendessem, entendendo porém o seu caráter sagrado. Os Sacramentos realizam as graças de Deus, e por isso são necessários os sacerdotes, escolhidos por Deus para cuidar do povo indefeso diante do pecado. Roguemos ao Pai pela vocação e santidade de muitos sacerdotes, pois de fato “a messe é grande e os operários são poucos” (cf. Lc 10,2).

Oração:
Senhor, Deus do universo, que nos enviais a todos os lugares como missionários do Vosso amor, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Chanel a graça de jamais sermos uma ilha apartada de Vós, mas um oceano de virtudes para cercar de cuidados as necessidades dos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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22 de ABRIL

22 de Abril – São Caio

Caio nasceu na cidade de Salona (hoje Solin) na Dalmácia (hoje Croácia), no século III. Parece ter tido parentesco com o imperador Dioclesiano, nascido na mesma cidade, sendo sua família nobre, e viveu em Roma. Não se sabe como abraçou o cristianismo, mas fez-se sacerdote, como um dos seus dois irmãos, e na sua casa (pois não era permitida à Igreja ter propriedades) ambos celebravam Missas, distribuíam a Eucaristia, enfim, ministravam os Sacramentos e acolhiam pobres e doentes.

Eleito Papa em 283, Caio foi pontífice durante 13 anos, num período de trégua das perseguições aos cristãos. Organizou a carreira eclesiástica, determinando a sequência de leitor, subdiácono, exorcista, acólito, hostiário, diácono, sacerdote e bispo. Dividiu os bairros de Roma sob a responsabilidade de diáconos. Construiu novas igrejas, ampliou os cemitérios cristãos, e foi o primeiro Papa a reunir representantes da Igreja e do império para tratar da cobrança de tributos aos cristãos. E conteve os que desejavam violentamente vingar a morte de Papas anteriores. Seu maior desafio foi o combate às heresias que surgiram entre o clero.

Com o tempo, a tolerância de Dioclesiano com a Igreja foi diminuindo, até se estabelecer uma das maiores perseguições de todos os tempos. Influiu para isto a negativa de Caio às pretensões do imperador de tornar Susana, sua sobrinha, a futura nora. Susana se tornaria mártir; e Caio e seus dois irmãos foram condenados à morte. Há duas versões para a morte de Caio, uma por decapitação, outra por maus tratos. Em qualquer caso, o Martirológio Romano faz o elogio do seu martírio, com falecimento a 22 de abril de 296.

Reflexão:
Como todos os Papas do início do Cristianismo, São Caio teve que lutar em várias frentes, como a organização interna da Igreja, tanto espiritual quanto material, o combate às heresias, e as dificílimas relações com os imperadores romanos. Muitos deles tiveram pouquíssimo tempo à frente da Santa Sé, e grande parte deles foi mártir. Variaram, contudo, os motivos das condenações, algumas mais religiosas, outras mais políticas, ou mais pessoais. São Caio interferiu em defesa de Susana, sua sobrinha virgem e cristã, contra os interesses políticos de Dioclesiano, que procurava na própria família uma esposa para o seu protegido e sucessor Galério. A descoberta, pelo imperador, de que este seu ramo familiar era católico o levou a condenar todos à morte. No entanto, Caio, do Latim Caius, feliz, de fato alegrou-se no martírio, por saber colocar o serviço a Deus antes da subserviência aos caprichos e interesses humanos, e corajosamente defender a livre escolha religiosa da sua sobrinha. Também hoje necessitamos seguir o seu exemplo, servindo fielmente a Igreja e amparando os irmãos de Fé eventualmente perseguid

Oração:
Pai de amor e misericórdia, que não poupastes o Vosso Filho nem o sofrimento de Vossa Mãe na obra da nossa Redenção, concedei-nos por intercessão de São Caio viver agora e na vida infinita inseparavelmente unidos ao Sangue salvador de Cristo, não cedendo às pretensões mundanas sequer do sangue de parentesco carnal, pois nossa verdadeira família está somente no Corpo Místico de Jesus. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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27 DE ABRIL

Santa Zita, Virgem
Zita nasceu no povoado de Monsagrati, próximo à cidade de Lucca, itália, em 1218. De família pobre e com muitos irmãos, foi cedo, aos 12 anos, trabalhar para uma nobre família desta cidade. O acordo comum nesta época era o trabalho em troca não de salário, mas de comida, roupa, e eventualmente de um dote para casar – um regime de semi-escravidão. Assim viveu Zita por 30 anos.

Seus patrões não tinham o costume de acolher bem os empregados, e inicialmente ela foi maltratada, também por outros criados. Tudo suportava com humildade e espírito de caridade, apoiando-se na oração e tendo como norma de conduta o questionamento: “Isto agrada ou não agrada a Deus?”. Dentro das suas parcas possibilidades, dividia com os pobres o que recebia em roupas, alimentos e dinheiro, ficando conhecida entre eles.

Paulatinamente, sua atitude caridosa foi notada pelos patrões, assim como os seus bons serviços, de tal modo que deles recebeu a administração da casa e demais empregados. Se conquistara a simpatia e confiança dos senhores, despertou a inveja e ciúme de criados. Uma serviçal, ambicionando o seu lugar, a acusou injustamente de distribuir sem permissão itens da despensa da casa para os pobres, instigando o senhor a questioná-la, quando ela de fato levava algo embrulhado no avental – doações para os pobres, mas não roubadas, o que de qualquer modo seria difícil de provar. Zita respondeu que eram flores, e de fato, ao abrir o avental, grande volume delas caiu ao chão, milagrosamente inocentando-a.

Em outra ocasião, véspera de Natal, cedeu por empréstimo um caro manto do patrão a um mendigo que congelava à entrada da igreja de São Frediano. Foi recriminada no dia seguinte, mas logo um desconhecido que chegara à cidade bateu à porta, devolvendo o manto. O entendimento popular foi de que um anjo o fizera, e a porta daquela igreja passou a ser conhecida como Porta do Anjo.

Zita participava diariamente das Missas, trabalhava bem e honestamente, e ajudava os mais necessitados, atividades que caracterizaram a sua vida. Aos 60 anos, faleceu, em 27 de abril de 1278. Milagres aconteceram sobre o seu túmulo, e o corpo foi colocado na basílica de São Frediano em Lucca, onde foi constatado incorrupto na exumação feita em 1652. O local é um centro de peregrinação onde são alcançadas bênçãos, graças e milagres.
Santa Zita é padroeira de Lucca e das empregadas domésticas.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:
O que agrada e o que não agrada a Deus? A Ele agradam a simplicidade, humildade, honestidade, obediência… a nossa decisão de, como Santa Zita, consultá-Lo com sinceridade no nosso coração, em tudo o que fazemos… a oração, o trabalho e a caridade, tripé que sustenta invariavelmente a vida e as ações de todos os santos, quaisquer que sejam as suas particularidades, e é o reflexo concreto das virtudes teologais da Fé, da Esperança e da Caridade que regem a vida católica. Oração, trabalho e caridade são efetivamente o resumo da vida de Santa Zita, bem como o amor que colocou nas mais simples das suas ações, amor que santifica tudo o que fazemos. Também Nossa Senhora trabalhou, como Santa Zita, nas lidas domésticas, e nos Seus menores gestos derramou amor infinito e perfeito – por isso cada um deles teve maior valor para Deus do que o sacrifício de um mártir, como explica São Luís Maria Grignon de Montfort no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”. Trabalhemos com igual diligência e amor na Casa de Deus, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, de modo a mantê-la limpa da imundície do pecado e repleta com o “bom perfume de Cristo” (2Cor 2,15) que floresce das boas obras.

Oração:
Deus Todo-Poderoso e Deus de Amor, de Quem somos servos inúteis, concedei-nos pela intercessão de Santa Zita a graça de imitá-la no amor com que viveu a humildade, a oração, o trabalho e a caridade, para que quando finalmente questionados sobre as nossas obras também possamos apresentar, com as Vossas bênçãos, flores da nossa dedicação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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26 DE ABRIL

26 de Abril – Santo Anacleto

Anacleto ou Cleto nasceu em Atenas, na Grécia, filho de Antíoco, segundo o que diz o Liber Pontificalis (livro das biografias dos Papas de São Pedro até Papa Estevão V no século XV). Depois de séculos de controvérsia o Anuário Pontifício de 1947 estabeleceu que a figura do Papa Anacleto coincide com a de Cleto, ou seja, são a mesma pessoa.

Ele era discípulo de São Pedro, viveu no período dos imperadores romanos Vespasiano, Tito e Domiciano; este último tendo desencadeado uma perseguição violenta contra os cristãos.

Foi o terceiro Papa da história tendo seu pontificado ocorrido durante o reinado do imperador Tito. Enquanto ele era papa, aconteceu em 24 de agosto de 79 a erupção do Monte Vesúvio que causou a destruição das cidades de Estábia, Ercolano e Pompeia, uma cidade onde já havia uma grande comunidade de cristãos.

Durante seu pontificado, ordenou 25 sacerdotes, construiu um memorial a São Pedro, que o teria ordenado sacerdote.

Anacleto teria sido sepultado no dia 26 de abril de 88 na Necrópole do Vaticano, próximo ao túmulo de São Pedro.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Ao celebrarmos a memória de Santo Anacleto, estamos celebrando também a sucessão apostólica na condução da Igreja Católica através dessa linha ininterrupta de Papas iniciada por São Pedro até os dias de hoje. Garantindo assim, a unidade da Igreja Católica, sua continuidade e conservando intacto o “depósito da fé”, que recebeu do Senhor.

Oração:

Glorioso e Eterno Senhor, peço-vos, pela intercessão de Vosso Servo, o Papa Santo Anacleto, que construiu o túmulo de São Pedro, nosso primeiro Papa, a graça de ser sempre um defensor do papado e de cumprir, com zelo apostólico, os deveres do fiel cristão. Amém.
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25 DE ABRIL

25 de Abril – São Marcos Evangelista
João Marcos era judeu da tribo de Levi, e sua mãe, já viúva, com boas condições materiais, ajudou os primeiros cristãos em sua casa, para onde dirigiu-se São Pedro ao ser milagrosamente liberto da prisão, em Jerusalém (cf. At 12,12).

Por isso ela é conhecida como Maria, mãe de João Marcos, ou Maria de Jerusalém, numa das primeiras famílias cristãs da cidade. Neste episódio, Marcos ainda era uma criança. Segundo a Tradição, foi batizado por São Pedro, e certamente conheceu Jesus e todos os Apóstolos.

Marcos era primo de São Barnabé, amigo de São Paulo, e em 44 ambos o seguiram na sua primeira viagem apostólica. Mas depois de Chipre, Marcos não conseguiu prosseguir, voltando para Jerusalém. Por este motivo, São Paulo não quis sua companhia na segunda viagem missionária, separando-se de Barnabé, que levou o primo consigo.

Mas posteriormente Marcos auxiliou São Paulo em Roma, quando este foi preso pela primeira vez, e em 66, novamente preso, Paulo escreve a Timóteo pedindo que lhe envie Marcos, por este lhe ser muito útil no apostolado: assim vê-se que São Paulo reconhecera o valor deste evangelista, perdoando-o da primeira fraqueza.

Também em Roma, Marcos trabalhou com São Pedro, que o chamava de “meu filho” (cf. 1Pd 5,13). Provavelmente ali escreveu seu Evangelho, o mais antigo e curto dos quatro e baseado nos relatos de São Pedro, no ano 67 ou 68, dirigindo-se primariamente aos cristãos latinos convertidos do paganismo.

A Tradição diz que São Marcos foi pregar em Chipre após as mortes de São Pedro e São Paulo. A seguir viajou para a Ásia Menor e Egito, fundando em Alexandria uma das igrejas que mais se desenvolveram.

Teria sido martirizado entre 68 e 72, enquanto celebrava uma Missa de Páscoa, de acordo com um documento do século IV chamado Atos de Marcos. Seu corpo foi posteriormente levado para Veneza, sendo depositado na sua famosa catedral. Outras relíquias suas estão no Cairo, no Egito, na igualmente denominada Catedral de São Marcos, sede do patriarcado copta-ortodoxo.

 São Marcos é venerado como santo na Igreja Católica, na Igreja Ortodoxa e na Igreja Copta, sendo padroeiro de Veneza.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
São Marcos teve a vivência única de acompanhar desde a infância a origem da Igreja, tendo a casa da sua própria família se tornado um centro do Cristianismo. Também marcantes são as suas experiências missionárias, com e sem São Paulo, e o serviço que prestou a São Pedro, em Roma. Foi escolhido e inspirado por Deus para escrever o, cronologicamente, primeiro Evangelho, ditado diretamente por São Pedro (em datas estimadas que variam entre os anos 44 e 67-68, segundo diferentes fontes), mais curto que os demais, e base para os outros Evangelhos sinópticos (“que têm a mesma visão”, no caso, muitos elementos em comum, referindo-se aos Evangelhos de São Mateus e São Lucas). Foi escrito em Grego, uma das línguas mais faladas da época, num estilo simples, espontâneo e com muita vivacidade, destacando os fatos (Mateus, por exemplo, tem mais discursos) e oferecendo muitos pormenores. Pode-se identificar duas grandes partes na obra; a primeira (até Mc 9,27-29) apresenta, gradualmente, Jesus como o Filho de Deus, o Messias poderoso e inequívoco, por isso o destaque dado aos milagres de Cristo. E a segunda destaca o Messias como sofredor. É preciso conhecer, viver e divulgar o Evangelho. Para isso foi escrito. Não se trata de uma consulta breve e ocasional, ou cultura superficial: disso depende a nossa salvação. A representação tradicional de São Marcos por um leão remete ao início do seu Evangelho, com a missão de São João Batista. Este é apresentado como “a voz que grita no deserto”, analogamente ao poderoso rugido de um leão. Há dois leões que combatem por nossa alma: o da tribo de Judá, Jesus, e aquele citado por São Pedro (1Pd 5,8), que deseja nos devorar, o diabo. O primeiro é livre e vem espontaneamente nos proteger, o segundo, amarrado (cf. Santo Agostinho, “O demônio é como um cão preso na coleira, Cristo o prendeu; só morde quem dele se aproxima”) só nos morderá se dele, também livremente, nos aproximarmos…

Oração:
Senhor Deus, que por Vossa Palavra inspirastes os escritos de São Marcos, concedei-nos a sua mesma proximidade com a mensagem de Jesus, e por sua intercessão fazei também da nossa casa um centro cristão, onde, através da perseverança na missão, como ele sirvamos a Pedro, isto é, à Igreja, comunicando a todos a Boa Nova. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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24 DE ABRIL

São Fidelis de Sigmaringen

Marcos Reyd nasceu na cidade de Sigmaringen, região da Suábia, Alemanha, em 1577. Era de família nobre. Jovem de inteligência brilhante e vocação acadêmica, estudou na Universidade de Friburgo, Suíça, onde formou-se em Filosofia, Direito Civil e Canônico, Advocacia e “Licenciatura” (como Professor), em 1601.

Em 1604 foi nomeado tutor de três jovens da nobreza, com os quais viajou durante seis anos pela Europa. A eles procurou passar os valores da Fé católica, também com o exemplo da frequência às Missas, auxílio aos pobres e doentes. Depois disso, trabalhou como advogado em Colmar, na região da Alsácia (atualmente no nordeste da França, na fronteira com a Suíça e a Alemanha, e historicamente disputada entre franceses e germânicos).

Ali ficou conhecido como “advogado dos pobres”, pois atendia gratuitamente aos que não podiam lhe pagar. Desgostou-se com algumas injustiças que não pode impedir; e, temendo não resistir às tentações do mundo, decidiu aos 34 anos retirar-se para um convento e se tornar sacerdote.

Em 1612 entrou para a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Friburgo, doando parte dos seus bens à biblioteca e ao seminário da diocese (para beneficiar os sacerdotes com menos recursos), e o restante aos pobres. Ao fazer os votos perpétuos, adotou o nome de Fidélis. Sua vida religiosa caracterizou-se pelo amor à austeridade, penitência e humilhações.

Não bebia vinho, usava sempre o cilício, era dócil ao seu diretor espiritual. Auxiliou corajosamente os enfermos da peste. Escreveu muito e bem, tornando-se um grande mestre da espiritualidade franciscana por sua profundidade espiritual e teológica. Excelente pregador, visitou muitas cidades alemãs e suíças, também em regiões rurais; os bons frutos surgiram e a notícia chegou a Roma. O Papa Gregório XV o enviou então para a Suíça, reduto de heréticos calvinistas, na tentativa de trazê-los de volta à Igreja.

Enfrentou muitas ameaças de morte e cansaços, e em 1622, acompanhado por outros oito dominicanos, chegou ao Cantão de Prétigout, que estava sob domínio austríaco. Tendo convertido muitos hereges, incluindo nobres, despertou a ira dos calvinistas, que planejaram matá-lo e iniciar uma revolta contra o imperador austríaco. Fidélis não temia por sua vida, e profeticamente deixou escrito que seria assassinado, mas avisou os austríacos do levante, querendo evitar batalhas e mortes. Por isso os hereges o acusaram de ser espião da Áustria.

 Em 24 de abril, após celebrar uma Missa na aldeia de Grush, iniciou-se uma batalha entre grisões (suíços) e austríacos; Fidélis ainda conseguiu ir pregar na vizinha Sevis, mas na volta a Grush uma tropa suíça o reteve e tentou obrigá-lo a se tornar calvinista. Negou-se e foi atingido por um golpe de espada. De joelhos, rezou perdoando seus assassinos, e um segundo golpe o matou. Em fúria, os soldados ainda apunhalaram o corpo e cortaram uma perna. Posteriormente, o comandante da tropa arrependeu-se e abjurou a heresia.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Advogar a causa de Cristo e Sua Igreja exige que o católico seja fiel, “Fidelis”, e de fato não é por outro nome que são conhecidos os filhos de Deus. As primeiras experiências de vida de Marcos Reyd o confrontaram com as falhas da justiça humana, a ponto de, na sua consciência sensível, perceber o perigo de também ele não resistir aos apelos mundanos. Este primeiro passo, a decisão de buscar a Verdade acima de qualquer outra coisa, é sempre decisiva, e por isso, com maturidade de idade e espírito, ele humildemente foi buscar forças na vida consagrada. Pôde, então, mais seguramente chamar-se “Fidelis”, pois com o amparo da oração e da penitência preparou a alma para a missão de pregar frutuosamente. Não fugiu da certeza da morte, considerando ser mais importante para o bem daqueles para quem pregava a sua permanência (embora esta não fosse uma obrigação absoluta); como Cristo, perdoou os seus assassinos, e de fato, por causa disso, salvou mais uma alma: a salvação de um único irmão já justifica toda uma vida de apostolado, pois Deus mesmo sofreria a Paixão ainda que só um de nós aceitasse a Redenção: cada um de nós tem para o Pai um valor infinito. A nossa própria fidelidade a Ele, para ser infinita no Céu, deve ser provada e escolhida nesta vida.

Oração:
Senhor, Justo Juiz, que em nosso benefício enviastes do Céu o Espírito Santo Paráclito, isto é, Advogado e Defensor, concedei-nos por intercessão de São Fidélis de Sigmaringen a humildade de reconhecermos as nossas fraquezas diante dos apelos do mundo, para buscarmos com sinceridade o auxílio que vem somente de Vós, e assim podermos ser fortalecidos para fazer o bem aos irmãos conforme ordenais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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