O Papa aos coroinhas

O Papa aos coroinhas da França: servir a Igreja é uma bela aventura

Mais de dois mil coroinhas chegaram a Roma para sua grande peregrinação, acompanhados por sacerdotes e bispos. Uma ocasião para Francisco exaltar sua experiência de serviço e reconhecer neles “apóstolos”, testemunhas para seus coetâneos. O Papa os convidou a seguir seus sonhos, mesmo que consistam no “chamado” do Senhor.

Gabriella Ceraso/Mariangela Jaguraba – Vatican News

Adiada duas vezes por causa da Covid, finalmente se realiza a peregrinação a Roma de mais de dois mil coroinhas franceses. Eles foram recebidos pelo Papa Francisco, nesta sexta-feira (26/08), na Sala Paulo VI, no Vaticano, e o Pontífice se deteve com eles sobre o tema que os guia nessa experiência, nas “pegadas das muitas testemunhas de Cristo que, ao longo dos séculos, vieram a Roma para se regenerarem na fé”. “Um encontro de partilha, oração e descontração”, lembrou Francisco, “com o lema “Vem, serve e vai!”, “bonito e expressivo”.

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O chamado na Igreja

“Vem”: o Senhor o chama. Assim, o Papa começa sua reflexão sobre o chamado dos jovens dentro da Igreja e sobre seu lugar e seu testemunho, encorajando-os em sua escolha:

Vocês escolheram ser ministrantes do altar, e eu gostaria de agradecer-lhes do fundo do meu coração pelos esforços, e às vezes as renúncias que fazem para se dedicar a este compromisso de coroinhas, enquanto muitos de seus amigos preferem dormir nas manhãs de domingo, ou praticar esportes. Vocês não imaginam o quanto vocês podem ser um modelo, um ponto de referência para muitos jovens da sua idade. Vocês podem realmente se orgulhar do que fazem. Não tenham vergonha de servir o Altar, mesmo que estejam sozinhos, mesmo que estejam crescendo. É uma honra servir a Jesus quando Ele doa sua vida por nós na Eucaristia.

Ir e servir os irmãos para difundir o amor de Jesus

O serviço é, portanto, “testemunho concreto do Evangelho” e é “apostolado” que atrai, nas palavras do Papa aos coroinhas de 10 a 18 anos que vêm de diferentes dioceses da França. “Mas, servir a missa requer um seguimento: ‘Serve e vai’!”

Vocês sabem que Jesus está presente nas pessoas dos irmãos que encontramos. Depois de servir Jesus na missa, Ele envia vocês a servi-lo nas pessoas que encontram durante o dia, especialmente se são pobres e desfavorecidas, porque Ele está especialmente unido a elas. Talvez vocês tenham amigos que vivem em bairros difíceis ou que passam por grandes sofrimentos, até mesmo vícios; talvez conheçam jovens que são desarraigados, migrantes ou refugiados. Peço-lhes que os acolham generosamente, para tirá-los da solidão e que façam amizade com eles.

Proximidade e não relações virtuais que se separam da realidade

Coragem, espontaneidade e entusiasmo são os instrumentos com os quais o Papa convida esses jovens a conquistar outros, a difundir o amor, o perdão, a proximidade de Jesus a cada um. “Insisto nisso, proximidade: proximidade entre vocês, proximidade aos membros de suas famílias, proximidade aos outros jovens”, para não cair no ‘egoísmo’ ou nos ‘grupos restritos’:

Evitem cair na tentação do voltar-se para si mesmos, do egoísmo, de se fecharem no seu mundo, nos grupos restritos, nas redes sociais virtuais. É melhor preferir amizades reais, não virtuais, que são ilusórias e aprisionam vocês, separando-os da realidade.

Risco de hoje: não ter raízes

Outro aspecto que Francisco sugere aos coroinhas, é o da relação com os idosos, com os avós. “Para quem tem a sorte de ter avô e avó é precioso aproveitar de sua presença, de seus conselhos e suas experiências. Muitas vezes são eles que os acompanham à missa e falam com vocês de Deus. Os idosos são um recurso necessário para sua maturidade humana”, disse o Papa aos ministrantes.

Hoje, corre-se o risco de não saber mais de onde vem, de perder as raízes, perder a orientação. Digam-me, como vocês pensam construir seu futuro, planejar sua vida, se não têm raízes fortes que os ajudem a permanecer de pé e ligado à terra? É fácil “voar para longe” quando não se tem onde ficar, onde se fixar. Procurem suas raízes, aprendam a conhecer e amar sua cultura, sua história, para dialogar na verdade com aqueles que são diferentes de vocês, orgulhando do que vocês são e respeitando o que os outros são.

Construir bases sólidas para uma vida que “cresce em Cristo”: esta é a idade justa, explicou o Papa aos ministrantes, convidando-os a olhar para os seus corações. “Não desistam dos sonhos e não tenham medo de responder ao chamado do Senhor se o serviço ao Altar o despertar”:

Não tenham medo! Alimentem esse chamado em seu coração, e um dia, tenham a coragem de falar sobre isso com alguém em quem vocês confiam. Como é bonito ver jovens comprometidos generosamente com o Reino de Deus, a serviço da Igreja! É uma bela aventura!

Por isso, a entrega a Maria que, desde menina, tinha sonhos e projetos, mas “ao chamado de Deus, se fez serva com o seu ‘sim’ generoso, fecundo e alegre”, concluiu o Papa.
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A fé verdadeira

Papa: a fé verdadeira é um fogo aceso para nos manter despertos e laboriosos

“Nas nossas comunidades arde o fogo do Espírito, a paixão pela oração e pela caridade, a alegria da fé, ou arrastamo-nos no cansaço e no hábito?”, questionou o Papa, recordando que a fé não é uma “canção de ninar” que nos embala para nos fazer adormecer. Antes pelo contrário, devemos ser inflamados pelo fogo do amor de Deus com o desejo de lançá-lo no mundo, para que cada um possa descobrir a ternura do Pai e experimentar a alegria de Jesus, que dilata o coração e torna a vida mais bela!

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

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“O Evangelho não deixa as coisas como estão; quando passa e é ouvido e ecebido, as coisas não permanecem como estão. O Evangelho provoca a mudança e convida à conversão.”

A passagem de Lucas do Evangelho deste XX Domingo do Tempo Comum: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!”, inspirou a reflexão do Papa no Angelus dominical. E logo no início de sua locução, dirigindo-se aos peregrinos reunidos na Praça São Pedro, perguntou “de que fogo” Jesus está falando e qual o significado dessas palavras para nós hoje.

Jesus – explicou Francisco – veio trazer o Evangelho ao mundo, a boa nova do amor de Deus. Neste sentido, o Evangelho “é como um fogo, porque se trata de uma mensagem que, quando irrompe na história, queima os velhos equilíbrios de viver, desafia a sair do individualismo, a vencer o egoísmo, a passar da escravidão do pecado e da morte para a nova vida do Ressuscitado.”

Evangelho provoca a mudança e convida à conversão

Ou seja, o Evangelho não deixa as coisas como estão, “quando passa, é ouvido e recebido, as coisas não permanecem como estão. O Evangelho provoca a mudança e convida à conversão:

Não oferece uma falsa paz intimista, mas acende uma inquietude que nos coloca em caminho, nos impele a abrir-nos a Deus e aos irmãos. É precisamente como o fogo: enquanto nos aquece com o amor de Deus, quer queimar os nossos egoísmos, iluminar os lados obscuros da vida – todos os temos – , consumir os falsos ídolos que nos escravizam.

Fogo do Espírito Santo transforma e purifica

E como Jesus é inflamado por esse fogo do amor de Deus, se entrega em primeira pessoa, até a morte de cruz, para fazê-lo arder no mundo:

Ele está cheio do Espírito Santo, que é comparado ao fogo, e com a sua luz e a sua força revela o rosto misericordioso de Deus e dá plenitude aos que são considerados perdidos, derruba as barreiras das marginalizações, cura as feridas do corpo e da alma, renova uma religiosidade reduzida a práticas externas. Por isso é fogo: transforma, purifica”

Mas, “o que significa para nós então essa palavra de Jesus, do fogo?”,
perguntou o Santo Padre:

Ela nos convida a reacender a chama da fé, para que ela não se torne uma realidade secundária, ou um meio de bem-estar individual, que nos faz fugir dos desafios da vida e do compromisso na Igreja e na sociedade.

Fé não é uma “canção de ninar”, é fogo

Francisco então cita um teólogo, que dizia que “a fé em Deus não nos conforta como gostaríamos”, ou seja, dando-nos uma “ilusão paralisante ou uma satisfação serena, mas nos permitir agir”:

A fé, em suma, não é uma “canção de ninar” que nos embala para nos fazer adormecer. A fé verdadeira é um fogo, um fogo aceso para nos manter despertos e laboriosos mesmo durante a noite!”

Baseado nisso, o Papa propõe alguns questionamentos:

Sou apaixonado pelo Evangelho? Leio o Evangelho com frequência? Levo-o comigo? A fé que professo e celebro me coloca em uma tranquilidade bem-aventurada ou acende em mim o fogo do testemunho? Podemos perguntar-nos isto também como Igreja: nas nossas comunidades arde o fogo do Espírito, a paixão pela oração e pela caridade, a alegria da fé, ou arrastamo-nos no cansaço e no hábito, com o rosto embotado e a lamentação nos lábios e as fofocas a cada dia?

Deixar-se inflamar pelo fogo do amor de Deus

E então, o convite para examinarmos em nossa vida, se “somos inflamados pelo fogo do amor de Deus e queremos “lançá-lo” no mundo, levá-lo a todos, para que cada um possa descobrir a ternura do Pai e experimentar a alegria de Jesus, que dilata o coração e torna a vida bela.

Ao concluir,  o pedido a rezar à Virgem Santa nesta intenção: “Que ela, que acolheu o fogo do Espírito Santo, interceda por nós.”
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Dia da Criação

Dia da Criação: o convite do Papa a responder com os fatos ao “grito da Terra”

Estamos chegando a um ponto de ruptura, por isso é necessária uma conversão ecológica individual e comunitária. Em vista do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, em 1º de setembro, Francisco renova seu apelo à consciência dos fiéis e à comunidade internacional, apostando em dois eventos programados para o segundo semestre: a COP 27 sobre o clima e a COP15 sobre a biodiversidade.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Foi divulgada esta quinta-feira a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, no dia 1º de setembro.

Este Dia inaugura o “Tempo da Criação”, que vai até 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis – uma iniciativa ecumênica inspirada pelo Patriarcado de Constantinopla que une os cristãos em torno da necessidade de uma conversão ecológica.

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O tema deste ano é “Escuta a voz da criação”. Esta voz, lamenta o Papa na mensagem, se tornou um “grito amargo”, ou melhor, um coro de gritos em decorrência dos maus-tratos humanos: grita a Mãe Terra, gritam as criaturas, gritam os mais pobres e, entre eles, os povos indígenas, e grita a futura geração. Esses clamores provocados pelos nossos excessos consumistas, à mercê de um antropocentrismo despótico, que provocam, por sua vez, as mudanças climáticas.

Diante deste quadro, é preciso limitar o colapso dos ecossistemas e há uma única opção segundo Francisco: arrependimento e mudança dos estilos de vida e dos modelos de consumo e produção. Não só em âmbito individual, mas também comunitário. Esta catástrofe ecológica, afirma o Pontífice merece a mesma atenção que outros desafios globais, como as graves crises sanitárias e os conflitos bélicos.

Um pedido, “em nome de Deus”

Por isso, o Papa cita dois eventos de fundamental importância promovidos pelas Nações Unidas: a COP27 sobre o clima, programada para o mês de novembro no Egito, e a COP15 sobre a biodiversidade, que se realizará em dezembro no Canadá.

Francisco recorda a adesão da Santa Sé ao Acordo de Paris, que prevê limitar o aumento da temperatura a 1,5°C e para reduzir a zero, com a maior urgência possível, as emissões globais dos gases de efeito estufa. A finalidade é caminhar rumo à direção mais respeitadora da criação e do progresso humano integral de todos os povos presentes e futuros, um progresso fundado na responsabilidade, na prudência/precaução, na solidariedade e atenção aos pobres e às gerações futuras.

“Na base de tudo, deve estar a aliança entre o ser humano e o meio ambiente que, para nós fiéis, é espelho do amor criador de Deus.”

Eis então o apelo do Papa:

“Repito: Quero pedir, em nome de Deus, às grandes empresas extrativas – mineiras, petrolíferas, florestais, imobiliárias, agro-alimentares – que deixem de destruir florestas, zonas húmidas e montanhas, que deixem de poluir rios e mares, que deixem de intoxicar as pessoas e os alimentos.”

Dívida ecológica

Neste processo de conversão, aponta Francisco, não se pode negligenciar as exigências da justiça, especialmente para com os trabalhadores mais afetados pelo impacto das mudanças climáticas.

Neste sentido, escreve ainda o Papa, “é impossível não reconhecer a existência duma ‘dívida ecológica’ das nações economicamente mais ricas, que poluíram mais nos últimos dois séculos”. Por outro lado, os países menos ricos não estão isentos de suas responsabilidades. “É necessário agirem todos, com decisão. Estamos a chegar a um ponto de ruptura.”

A mensagem conclui-se com um convite de Francisco, para que neste “Tempo da Criação” as cúpulas COP27 e COP15 possam unir a família humana. “Choremos com o grito amargo da criação, escutemo-lo e respondamos com os fatos para que nós e as gerações futuras possamos ainda alegrar-nos com o canto doce de vida e de esperança das criaturas.”
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Mensagem do Papa

O Papa: a Igreja na Amazônia testemunha a sinodalidade

Francisco se alegra pelo compromisso “das Igrejas Particulares da Amazônia Brasileira, por meio de suas comunidades, em levar adiante as indicações da última Assembleia Sinodal, testemunhando ao mesmo tempo, pela já enraizada e bela tradição dos encontros das Igrejas Locais, a vivência da sinodalidade – como expressão de comunhão, participação e missão – à qual toda a Igreja é chamada”.

Vatican News

O Papa Francisco enviou uma carta aos participantes do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal – 50 anos do Encontro de Santarém (1972 – 2022). O evento teve início nesta segunda-feira (06/06) e prossegue até o próximo dia 9, no Seminário Pio X, em Santarém (PA), com o objetivo de celebrar e recordar o Documento de Santarém que, 50 anos atrás, traçou linhas pastorais importantes para a missão da Igreja na Amazônia.
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“Com o coração repleto de alegria e esperança, dirijo-me a todos os participantes do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, pois é motivo de especial alento para mim saber que sonhamos juntos “com comunidades cristãs capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazônia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazônicos”. Ao mesmo tempo, saber que esse encontro faz memória daquele ocorrido nesse mesmo local há 50 anos, é ocasião de intensa ação de graças ao Altíssimo pelos frutos da ação do Divino Espírito Santo na Igreja que está na Amazônia – durante estas últimas 5 décadas – e por quanto a mesma inspira”, escreve o Papa na mensagem.

Francisco recorda que “aquele “Encontro de Santarém” propôs linhas de evangelização que marcaram a ação missionária das comunidades amazônicas e que auxiliaram na formação de uma sólida consciência eclesial. As intuições daquele encontro serviram também para iluminar as reflexões dos padres sinodais, no recente Sínodo para a região Pan-Amazônica, como recordei na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia, ao descrevê-lo como uma das “expressões privilegiadas” do caminhar da Igreja com os povos da Amazônia. De fato, nas conhecidas “linhas prioritárias”, frutos do recordado encontro, encontram-se esboçados os sonhos para a Amazônia que foram reafirmados no último sínodo”.

O Papa se alegra pelo compromisso “das Igrejas Particulares da Amazônia Brasileira, por meio de suas comunidades, em levar adiante as indicações da última Assembleia Sinodal, testemunhando ao mesmo tempo, pela já enraizada e bela tradição dos encontros das Igrejas Locais, a vivência da sinodalidade – como expressão de comunhão, participação e missão – à qual toda a Igreja é chamada”. Francisco recorda “com carinho e gratidão a participação intensa dos que vieram do Brasil a Roma trazendo vitalidade, força e esperança para as sessões do Sínodo de 2019”.

“Sejam corajosos e audaciosos”, exorta Francisco, “abrindo-se confiadamente à ação de Deus que tudo criou, nos deu a si mesmo em Jesus Cristo, e nos inspira através do Espírito a anunciar o Evangelho com novo empenho e a contemplar a beleza da criação, ainda mais exuberante nessas terras amazônicas, onde se experimenta a presença luminosa do Ressuscitado”.

“Ao depositar tais votos aos pés de Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia – que jamais nos abandona nas horas escuras, envio-lhes, queridos irmãos e irmãs, de todo o coração, a Benção Apostólica, pedindo também que, por favor, continuem a rezar por mim e pela missão que o Senhor me confiou”,
conclui o Papa.
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Francisco:

Francisco: devemos ser peritos em humanidade,
acender fogueiras de ternura

No único compromisso na parte da tarde deste sábado, 2 de abril, no âmbito da 36ª Viagem Apostólica Internacional de seu pontificado, o Papa Francisco presidiu um encontro de oração em um dos lugares de fé mais importantes da República de Malta: o Santuário de Ta ‘Pinu. A Igreja se encontra na ilha de Gozo a segunda maior ilha do arquipélago de Malta.

Silvonei José – Vatican News

Segundo a tradição “uma voz convidou a recitar “três Ave Marias, uma para cada dia que meu corpo permaneceu no túmulo”. Quem a ouviu em 22 de junho de 1883 foi Carmela Grima, uma agricultora da ilha de Gozo. Ela confidenciou o prodigioso acontecimento a um amigo seu, Francisco Portelli, que revelou à jovem que tinha ouvido as mesmas palavras nas proximidades do mesmo local, lugar hoje da Igreja de Ta ‘Pinu, que agora é um Santuário, e que acolheu o Papa Francisco na tarde deste sábado.

Na sua homilia durante o encontro de oração Francisco iniciou refletindo sobre a hora de Jesus, que no Evangelho de João é a hora da morte na cruz. Francisco disse que não constitui a conclusão da história, mas marca o início duma vida nova. Na cruz, contemplamos o amor misericordioso de Cristo, que estende os braços para nós e, através da sua morte, abre-nos à alegria da vida eterna.

“Irmãos e irmãs, a partir deste Santuário de Ta’ Pinu, podemos meditar juntos sobre o novo início que brota da hora de Jesus. Também neste lugar, antes do edifício esplêndido que vemos hoje, havia só uma capelinha em estado de abandono. Já estava aliás decidida a sua demolição: parecia o fim”.

Mas uma série de acontecimentos mudou o rumo das coisas, como se o Senhor quisesse dizer a esta população: «Não serás mais chamada a “Desamparada”, nem a tua terra a “Deserta”; antes, serás chamada: “Minha Dileta”, e a tua terra a “Desposada”». Aquela capelinha tornou-se o Santuário nacional, meta de peregrinos e fonte de vida nova.

Francisco recordou que esteve ali como peregrino, também São João Paulo II, cujo aniversário da morte ocorre hoje. Um lugar que parecia perdido, hoje regenera fé e esperança no Povo de Deus.

Mas que significa voltar àquele início? Que significa tornar às origens? perguntou Francisco.

“Antes de mais nada, disse Francisco, trata-se de voltar a descobrir o essencial da fé. Tornar à Igreja das origens não significa olhar para trás para copiar o modelo eclesial da primeira comunidade cristã. Não podemos «saltar a história», como se o Senhor não tivesse falado e feito grandes coisas também na vida da Igreja dos séculos seguintes. Nem significa sermos demasiado idealistas, imaginando que naquela comunidade não haveria dificuldades quando, pelo contrário, lemos que os discípulos discutem e chegam mesmo a litigar entre eles, e nem sempre entendem os ensinamentos do Senhor”.

Voltar às origens significa, disse o Papa, antes, recuperar o espírito da primeira comunidade Cristã, isto é, voltar ao coração e redescobrir o centro da fé: a relação com Jesus e o anúncio do seu Evangelho ao mundo inteiro. Isto é o essencial!

Francisco destacou que a Igreja maltesa gloria-se duma história preciosa da qual extrair tantas riquezas espirituais e pastorais. “Todavia, a vida da Igreja – tenhamo-lo sempre presente – nunca é só «uma história passada a recordar», mas um «grande futuro a construir», dócil aos desígnios de Deus”.

O Santo Padre afirmou “não nos pode bastar uma fé feita de usos e costumes recebidos por tradição, de celebrações solenes, belas iniciativas populares, momentos fortes e emocionantes; precisamos duma fé fundada e renovada no encontro pessoal com Cristo, na escuta diária da sua Palavra, na ativa colaboração na vida da Igreja, na alma da piedade popular”.

Francisco disse em seguida que a crise da fé, a apatia da prática religiosa sobretudo no pós-pandemia e a indiferença de muitos jovens relativamente à presença de Deus não são questões que devemos «açucarar» pensando que, apesar de tudo, ainda subsiste um certo espírito religioso. Na realidade, às vezes o suporte exterior pode ser religioso, mas por trás desses andaimes a fé vai envelhecendo.

O Papa advertiu então que é preciso vigiar para que as práticas religiosas não se reduzam à repetição dum repertório do passado, mas expressem uma fé viva, aberta, que difunda a alegria do Evangelho.

O Santo Padre destacou então que também os malteses iniciaram, através do Sínodo, um processo de renovação, e lhes agradeceu por este caminho. Este é o momento de voltar àquele começo, ao pé da cruz, olhando para a primeira comunidade Cristã, para ser uma Igreja que tem a peito a amizade com Jesus e o anúncio do seu Evangelho, e não a busca de espaço e atenções.

“Não tenhais medo de empreender – como já fazeis – percursos novos de evangelização e anúncio, talvez até arriscados, mas que tocam a vida”.

Francisco voltou então mais uma vez para as origens, para Maria e João junto da cruz. Nos primórdios da Igreja, temos o seu gesto de mútua entrega. Com efeito, o Senhor confia cada um deles aos cuidados do outro: João a Maria e Maria a João. Realmente não se tratou dum simples gesto de compaixão – Jesus teria confiado a sua Mãe a João, para que Ela não ficasse sozinha depois da morte d’Ele – mas duma indicação concreta do modo como viver o mandamento supremo: o do amor. O culto a Deus passa pela proximidade ao irmão.

Quão importante é na Igreja o amor entre os irmãos e o acolhimento do próximo!

“Caríssimos, o mútuo acolhimento, não como pura formalidade, mas em nome de Cristo, é um desafio permanente. É-o antes de mais nada para as nossas relações eclesiais, porque a nossa missão produz fruto se trabalharmos na amizade e na comunhão fraterna”.

Mas o acolhimento é também o teste decisivo para verificar quão efetivamente esteja permeada a Igreja pelo espírito do Evangelho.

Maria e João acolhem-se não no refúgio ameno do Cenáculo, mas junto da cruz, naquele lugar tenebroso onde se era condenado e crucificado como criminoso. Também nós não podemos acolher-nos apenas entre nós à sombra das nossas belas igrejas, enquanto fora muitos irmãos e irmãs sofrem e são crucificados pelo sofrimento, a miséria, a pobreza e a violência.


“No rosto destes pobres, é o próprio Cristo que Se apresenta a vós. Esta foi a experiência do Apóstolo Paulo que, depois dum terrível naufrágio, foi calorosamente acolhido pelos vossos antepassados…. Eis o Evangelho que somos chamados a viver: acolher, ser peritos em humanidade, acender
fogueiras de ternura quando o frio da vida paira sobre aqueles que sofrem”.

 Enfim o agradecimento do Papa aos numerosos missionários malteses “que espalham a alegria do Evangelho por todo o mundo, aos inúmeros sacerdotes, às religiosas e aos religiosos e a todos vós”.

“Como disse o vosso bispo D. Teuma, sois uma ilha pequena mas de coração grande. Sois um tesouro na Igreja e para a Igreja”.
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Ucrânia, o Papa:

 cessem os ataques e prevaleça a negociação e o bom senso

O Santo Padre lançou este domingo, 6 de março, após a oração mariana do Angelus, um novo apelo em favor da Ucrânia, para que seja garantido o acesso às zonas de guerra e assegure realmente os corredores humanitários. O Pontífice agradece a todos os envolvidos no acolhimento de refugiados e aos jornalistas comprometidos em relatar a crueldade da guerra. Francisco relança a ação diplomática da Santa Sé para as negociações de paz

Raimundo de Lima – Vatican News

 Ouça e reportagem com a voz do Papa Francisco

Após a oração mariana do Angelus neste I Domingo da Quaresma, o Papa Francisco fez mais um novo premente apelo em favor da paz na Ucrânia:

Correm rios de sangue e lágrimas na Ucrânia. Não se trata apenas de uma operação militar, mas de guerra, que semeia morte, destruição e miséria. As vítimas são cada vez mais numerosas, assim como as pessoas que fogem, especialmente mães e crianças. A necessidade de assistência humanitária neste país atormentado está crescendo dramaticamente a cada hora.

 Assegurar corredores humanitários

O Pontífice dirigiu seu veemente apelo a fim de que sejam realmente assegurados os corredores humanitários e para que seja garantido e facilitado o acesso das ajudas às zonas sitiadas, para oferecer o socorro vital aos nossos irmãos e irmãs oprimidos por bombas e pelo medo.

“Agradeço a todos aqueles que estão acolhendo refugiados. Acima de tudo, imploro que os ataques armados cessem e que prevaleçam a negociação e o bom senso. E um retorno ao respeito ao direito internacional!”
Agradecimento aos jornalistas

O Papa dirigiu um agradecimento particular aos jornalistas que, colocando em risco a própria vida, contam a dura realidade da guerra:

E também gostaria de agradecer às jornalistas e aos jornalistas que colocam suas vidas em risco para garantir a informação: obrigado, irmãos e irmãs, por seu serviço! Um serviço que nos permite estar perto da tragédia daquela população e nos permite avaliar a crueldade de uma guerra. Obrigado, irmãos e irmãs.

 Esforço diplomático da Santa Sé a serviço da paz

O Papa concluiu ressaltando o esforço diplomático da Santa Sé para colocar-se a serviço da paz:

A Santa Sé está pronta para fazer tudo, para colocar-se a serviço desta paz. Nestes dias, dois cardeais foram à Ucrânia, para servir o povo, para ajudar. O cardeal Krajewski, esmoleiro, para levar ajuda aos necessitados, e o cardeal Czerny, prefeito (interino) do Dicastério (para o Serviço) do Desenvolvimento Humano Integral. Esta presença dos dois cardeais ali é a presença não só do Papa, mas de todo o povo cristão que quer se aproximar e dizer: ‘A guerra é uma loucura! Parem, por favor! Vejam esta crueldade.

 

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Dia de oração

O Papa convoca Dia de oração e jejum em 2 de março: a paz de todos está ameaçada

Na Audiência geral desta quarta-feira o Papa Francisco falou da sua tristeza sobre o agravamento da situação na Ucrânia e convocou um Dia de oração e jejum pela paz.

Silvonei José – Vatican News

“Peço a todas as partes envolvidas para que se abstenham de qualquer ação que possa causar ainda mais sofrimento às populações, desestabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional”. Dessa maneira o Papa Francisco no final da Audiência Geral, falou sobre a situação na Ucrânia, apelando “aos que têm responsabilidade política para fazer um sério exame de consciência diante de Deus, que é o Deus da paz e não da guerra” e que “quer que sejamos irmãos e não inimigos”. “Mais uma vez, a paz de todos está ameaçada por interesses de parte”.

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Tenho uma grande tristeza em meu coração com o agravamento da situação na Ucrânia. Apesar dos esforços diplomáticos das últimas semanas, cenários cada vez mais alarmantes estão se abrindo. Como eu, muitas pessoas ao redor do mundo estão experimentando angústia e preocupação. Mais uma vez, a paz de todos está ameaçada por interesses de parte. Gostaria de apelar aos responsáveis políticos para que façam um sério exame de consciência diante de Deus, que é o Deus da paz e não da guerra, o Pai de todos, não apenas de alguns, que quer que sejamos irmãos e não inimigos. Peço a todas as partes envolvidas que se abstenham de qualquer ação que possa causar ainda mais sofrimento às populações, desestabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional.

E o Papa Francisco fez um apelo a todos, crentes e não crentes:

 Jesus nos ensinou que à insistência diabólica, à diabólica insensatez da violência se responde com as armas de Deus: com a oração e o jejum. Convido a todos a fazerem no próximo 2 de março, Quarta-feira de Cinzas, um dia de jejum pela paz. Encorajo, de modo especial os crentes a se dedicarem intensamente à oração e ao jejum naquele dia. Que a Rainha da Paz preserve o mundo da loucura da guerra.
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Papa: o olhar materno

Papa: o olhar materno é o caminho para renascer. Ferir uma mulher é ultrajar a Deus

A homilia do Papa Francisco na missa na Solenidade de Maria Santíssima é uma homenagem a todas as mães e mulheres. “Há necessidade de pessoas capazes de tecer fios de comunhão, que contrastem os numerosos fios de arame farpado das divisões.”

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

O ano novo começa sob o signo de Maria, com o Papa Francisco presidindo à celebração eucarística na Basílica Vaticana.

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 Na Solenidade da Mãe de Deus, o Pontífice dedicou sua homilia a Maria e a todas as mães que, como ela, suportam o “escândalo da manjedoura”.

Esta foi a expressão usada por Francisco para falar do nascimento de Jesus. O Filho de Deus nasce sem nenhuma via preferencial, nem sequer um berço! Como então harmonizar o trono do rei e a pobre manjedoura? Como conciliar a glória do Altíssimo e a miséria de um estábulo?

“Que há de mais duro, para uma mãe, do que ver o
 seu filho sofrer a miséria?”

 Escândalos da manjedoura

E mesmo assim, Maria – diz o Evangelho – guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração» (Lc 2, 19). As adversidades, aliás, têm o poder de fazer amadurecer a fé e também nós temos que lidar com “escândalos da manjedoura”, com o choque entre expectativa e realidade.

Mas hoje a Mãe de Deus nos ensina a tirar proveito deste choque, pois não se pode ressuscitar sem cruz. “É como um parto doloroso, que dá vida a uma fé mais madura.”

 Para superar o choque entre o ideal e o real, é preciso fazer como Maria: guardar e meditar. Aceitar e superar, como fazem as mães mundo afora:

 “Este olhar inclusivo, que supera as tensões guardando e meditando no coração, é o olhar das mães; é o olhar com que muitas mães abraçam as situações dos filhos. É um olhar concreto, que não se deixa condicionar pelo desconsolo nem se deixa paralisar perante os problemas, mas os coloca num horizonte mais amplo.”

O Papa cita as mães que assistem um filho doente ou em dificuldade: “Quanto amor há nos seus olhos, banhados de lágrimas, que ao mesmo tempo sabem inspirar motivos de esperança!”

É isto que fazem as mães: sabem superar obstáculos e conflitos, sabem infundir a paz. “Há necessidade de pessoas capazes de tecer fios de comunhão, que contrastem os numerosos fios de arame farpado das divisões.”

 

Francisco então indica o modelo a seguir:

“O olhar materno é o caminho para renascer e crescer. As mães, as mulheres olham o mundo não para o explorar, mas para que tenha vida.”

E enquanto as mães dão a vida e as mulheres guardam o mundo, o apelo do Papa é para que todos se empenhem em promover as mães e proteger as mulheres.

 

“Quanta violência existe contra as mulheres! Basta!
Ferir uma mulher é ultrajar a Deus, que tomou
de uma mulher a humanidade”

“No início do Ano Novo, coloquemo-nos sob a proteção desta mulher, a Mãe de Deus, que é nossa mãe. Que Ela nos ajude a guardar e meditar tudo, sem ter medo das provações, na jubilosa certeza de que o Senhor é fiel e sabe transformar as cruzes em ressurreições”, foram os votos do Pontífice.

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Mensagem de Natal

Papa: neste Natal, pedir a Jesus a graça da pequenez

Pequenez foi a palavra que o Papa Francisco escolheu para marcar o Natal de 2021. Enquanto vamos atrás de poder, sucesso, visibilidade e força, Jesus vem ao mundo para indicar o caminho contrário, feito de humildade, ternura e serviço. Em sua homilia, o Pontífice fez também um forte apelo em prol dos trabalhadores.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Pedir a Jesus a graça da pequenez: este foi o convite que o Papa Francisco dirigiu os fiéis do mundo inteiro ao presidir na Basílica Vaticana à tradicional Missa do Galo.

Em sua homilia, o Pontífice ressaltou os contrastes contidos na narração do nascimento de Cristo: grandeza e pequenez, riqueza e pobreza, nobreza e exclusão são aspectos presentes no Evangelho de Lucas.

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Jesus nasce para servir

O episódio começa com o imperador César Augusto na sua grandeza, que ordena o recenseamento de toda a terra. De lá, leva-nos a Belém, onde, de grande, não há nada: apenas um menino pobre envolto em panos, rodeado por pastores. Ali está Deus, na pequenez.

“Eis a mensagem: Deus não cavalga a grandeza, mas desce na pequenez. A pequenez é a estrada que escolheu para chegar até nós.”

Fixemo-nos no centro do presépio, convidou o Papa: vamos deixar para trás luzes e decorações e vamos contemplar o Menino para nos questionar se somos capazes de acolhê-lo.

“É o desafio de Natal: Deus revela-Se, mas os homens não O compreendem. Faz-Se pequeno aos olhos do mundo… e nós continuamos a procurar a grandeza segundo o mundo, talvez até em nome Dele. Deus abaixa-Se… e nós queremos subir para o pedestal. O Altíssimo indica a humildade… e nós pretendemos sobressair. Deus vai à procura dos pastores, dos invisíveis… nós buscamos visibilidade. Jesus nasce para servir… e nós passamos os anos atrás do sucesso. Deus não busca força nem poder; pede ternura e pequenez interior.”

A graça da pequenez

 Eis o que devemos pedir a Jesus no Natal, prosseguiu Francisco: a graça da pequenez.

Pequenez significa acreditar que Deus quer vir às pequenas coisas da nossa vida, quer habitar nas realidades cotidianas, nos gestos simples que realizamos em casa, na família, na escola, no trabalho.  

Pequenez significa também aceitar a nossa fraqueza e erros e se entregar a Ele, na certeza de que Deus nos ama como somos, nas nossas fragilidades.  

Acolher a pequenez significa ainda abraçar Jesus nos pequenos de hoje. Ou seja, amá-Lo nos últimos e servi-Lo nos pobres. São eles os mais parecidos com Jesus. E é nos pobres que Ele quer ser honrado.

Chega de mortes no trabalho!

Jesus nasceu pobre rodeado de pobres, isto é, dos pastores, os “esquecidos da periferia. Estavam lá para trabalhar, porque a sua vida não tinha horário, dependia do rebanho.

“Nesta noite, Deus vem encher de dignidade a dureza do trabalho. Recorda-nos como é importante dar dignidade ao homem com o trabalho, mas também dar dignidade ao trabalho do homem, porque o homem é senhor e não escravo do trabalho. No dia da Vida, repitamos: chega de mortes no trabalho! Empenhemo-nos para que cessem.”

 Em Jesus, tudo se harmoniza

Mas se no presépio há os pastores, há também os Magos, “os eruditos e os ricos”.

Tudo se harmoniza quando, no centro, está Jesus, disse o Papa, convidando a voltar para Belém para reencontrar a essencialidade da fé.

“Olhemos os Magos que vêm em peregrinação e, como Igreja sinodal, a caminho, vamos a Belém, onde está Deus no homem e o homem em Deus; onde o Senhor ocupa o primeiro lugar e é adorado; onde os últimos ocupam o lugar mais próximo Dele; onde pastores e Magos estão juntos numa fraternidade mais forte do que qualquer distinção. Que Deus nos conceda ser uma Igreja adoradora, pobre e fraterna. Isto é o essencial.”

Ponhamo-nos a caminho e voltemos a Belém, porque a vida é uma peregrinação, concluiu Francisco. Nesta noite, acendeu-se uma luz, suave, que nos lembra a nossa pequenez. É a luz de Jesus que ninguém jamais apagará.
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Advento

Advento, tempo de concretizar a fé no serviço aos outros, diz Papa no Angelus

“A cada um é dirigida uma palavra específica, que diz respeito à situação real de sua vida. Isso nos oferece um ensinamento precioso: a fé se encarna na vida concreta. Não é uma teoria abstrata e generalizada, ela toca a carne e transforma a vida de todos”, disse o Papa Francisco no Angelus deste III Domingo do Advento, tempo de preparação com alegria para o Senhor que vem.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

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“O que é bom fazer por mim e pelos irmãos? Como posso contribuir para o bem da Igreja, da sociedade? O Tempo do Advento é para isso: parar e perguntar-se como nos preparar para o Natal.”

Ao ouvir a pregação de João, “multidões, publicanos e soldados” fazem a pergunta: “Que devemos fazer?”

E é justamente a partir deste questionamento que o Papa Francisco desenvolve a sua reflexão, com indicações precisas sobre como nos prepararmos para o Natal, também cumprindo a missão que a vida – que é um dom de Deus – tem para nós.

Dirigindo-se aos milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro em um belo domingo de sol e céu azul, com a temperatura por volta dos 10 graus, Francisco começa explicando que a pergunta “que devemos fazer?” brota de “um coração tocado pelo Senhor”, “entusiasmado pela sua vinda”.

 E para melhor inserir quem o escuta na compreensão deste contexto de espera pela vinda do Senhor, Francisco propõe um exemplo bastante prático: a forma como nos preparamos para receber uma pessoa muito querida:

 Para recebê-la como se deve, vamos limpar a casa, preparar o melhor almoço possível, quem sabe um presente. Enfim, vamos nos preparar. Assim é com o Senhor, a alegria pela sua vinda nos faz dizer: que devemos fazer?

A cada um é dada uma missão

Mas Deus – acrescenta o Papa – “eleva este questionamento ao nível mais alto: o que fazer da minha vida? Para que sou chamado? O que me realiza?”.

E ao nos propor a pergunta inicial, o Evangelho nos recorda que “a vida tem uma missão para nós”:

A vida não é sem sentido, não é deixada ao acaso. Não! É um dom que o Senhor nos dá, dizendo-nos: descubra quem és, e trabalhe para realizar o sonho que é a tua vida!

Cada um de nós – não o esqueçamos – é uma missão a ser realizada.”

O que posso fazer por Jesus e pelos outros

Assim, não devemos ter medo de perguntar ao Senhor, e também aos irmãos – como sugerido nos Atos dos Apóstolos – e repetir com frequência: “que devo fazer?”:

O que é bom fazer por mim e pelos irmãos? Como posso contribuir com isto? Como posso contribuir para o bem da Igreja, o bem da sociedade? O Tempo do Advento é para isso: parar e perguntar-se como nos preparar para o Natal. Estamos ocupados com tantos preparativos, com os presentes e coisas que passam, mas perguntemo-nos o que fazer por Jesus e pelos outros!

Uma fé concreta, que toque a carne a transforme a vida

Da pergunta inicial, o Papa parte então para as respostas de João Batista, que variam segundo o grupo a que responde. Da mesma forma, a cada um de nós, “é dirigida uma palavra específica, que diz respeito à situação real de sua vida”:

“Isso nos oferece um ensinamento precioso: a fé se encarna na vida concreta. A fé não é uma teoria abstrata, uma teoria generalizada, não! A fé toca a carne e transforma a vida de cada um. Pensemos na concretude de nossa fé. Eu, a minha fé: é algo abstrato ou concreto? Levo-a em frente no serviço aos outros?”


Assumir um compromisso dentro da minha realidade

 Ao concluir, o Santo Padre propõe algumas perguntas que poderíamos nos fazer  sobre “o que posso fazer concretamente nestes dias que estamos próximos ao Natal? Como posso fazer minha parte?” – pedindo que “assumamos um compromisso concreto, ainda que pequeno, que se adapte à nossa realidade de vida, e procuremos concretizá-lo para nos prepararmos para este Natal”:

“Por exemplo: eu posso ligar para aquela pessoa sozinha, visitar aquele idoso ou aquele doente, fazer alguma coisa para servir um pobre, alguém necessitado. Ou ainda: talvez eu tenha que pedir um perdão, ou dar em perdão, uma situação a esclarecer, uma dívida a pagar. Talvez eu tenha negligenciado a oração e depois de muito tempo é hora de me aproximar ao perdão do Senhor. Encontremos alguma coisa concretoa e vamos realizá-la!”

“Que nos ajude Nossa Senhora – disse o Papa no final – em cujo ventre Deus se fez carne.”
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Mensagem do Papa

O Papa: encontro e diálogo, estilo de vida que ajuda a crescer na amizade social

Depois de sublinhar a palavra diálogo, no centro da saudação do presidente da Academia Sueca, o Pontífice ressaltou que “a longa crise da pandemia está prejudicando a capacidade de dialogar com os outros”.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (19/11), no Vaticano, os membros da Academia Sueca que anualmente premia os vencedores do Prêmio Nobel de Literatura.


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Depois de sublinhar a palavra diálogo, no centro da saudação do presidente do organismo, o Pontífice ressaltou que “a longa crise da pandemia está prejudicando a capacidade de dialogar com os outros”.

Isto certamente se deve tanto aos períodos de confinamento quanto ao fato de toda essa situação ter afetado as pessoas, muitas vezes de forma inconsciente. Cada um se encontra um pouco mais distante do outro, um pouco mais fechado, talvez mais desconfiado; ou simplesmente estamos menos inclinados a nos encontrar, a trabalhar lado a lado, com a alegria e o esforço de construir algo juntos. Portanto, a primeira coisa é tomar consciência desta realidade, que ameaça cada um de nós como pessoas, enfraquecendo a nossa capacidade de relacionamento e empobrecendo a sociedade e o mundo. Mesmo não intencionalmente, esta tendência pode levar à cultura da indiferença.

Segundo o Papa, “a prática cotidiana do encontro e do diálogo” é “um estilo de vida que não vira notícia, mas ajuda a comunidade humana a ir adiante, a crescer na amizade social”, conforme indicado no sexto capítulo da Encíclica Fratelli tutti, “Diálogo e amizade social”.

Aos acadêmicos, que atribuem os prestigiosos Prêmios Nobel, o Papa partilhou “esta escolha do diálogo social como via principal para uma nova cultura”.

 

O desenvolvimento penetrante das redes sociais corre o risco de substituir o diálogo com uma multiplicidade de monólogos, muitas vezes com tons agressivos. Em vez disso, o diálogo social “pressupõe a capacidade de respeitar o ponto de vista do outro”, com sinceridade e sem dissimulação.

 

“Diálogo não é sinônimo de relativismo, ao contrário, uma sociedade é tanto mais nobre quanto mais cultiva a busca da verdade e está enraizada em verdades fundamentais, quando reconhece que «todo ser humano possui uma dignidade inalienável». Este princípio pode ser compartilhado por todos”, disse ainda Francisco.

“Com base nisso, somos chamados a promover a cultura do encontro”, disse ainda o Papa, concluindo com um trecho da Encíclica Fratelli tutti: «Armemos os nossos filhos com as armas do diálogo! Ensinemos-lhes a boa batalha do encontro!»
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Assis: a programação do Papa

Assis: a programação do Papa com os pobres

Será um encontro de oração e testemunho: assim a Sala de Imprensa da Santa Sé comunicou a programação do Papa Francisco em Assis no próximo dia 12 de novembro por ocasião do Dia Mundial dos Pobres. Serão cerca de três horas passadas junto com 500 pessoas em situação de pobreza de toda a Europa, um tempo curto mas intenso de escuta e oração

Vatican News

A Sala de Imprensa da Santa Sé comunicou a programação do Papa Francisco em Assis no próximo dia 12 de novembro por ocasião do Dia Mundial dos Pobres. Será um encontro de oração e testemunho na terra natal de São Francisco.

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A chegada

A chegada do Papa está prevista para as 9 horas da manhã de helicóptero. O Santo Padre será acolhido pelas Autoridades locais em seguida os pobres presentes formarão um “abraço” ideal no átrio da Basílica para lhe dar as boas-vindas. 

Um grupo de cerca de 500 pessoas em situação de pobreza de diferentes partes da Europa lhe entregará simbolicamente o manto e o bastão do Peregrino, indicando que todos eles vieram como peregrinos aos lugares de São Francisco, para ouvir sua palavra. De lá caminharão juntos em procissão em direção à Basílica. A princípio, Francisco, refazendo os gestos do Santo de Assis, fará uma pausa para rezar na Porciúncula, um dos lugares mais importantes da vida do frade, que naquela época gostava de acolher seus confrades, os muitos pobres e onde Santa Clara decidiu consagrar-se ao Senhor. No mesmo local, também fará um gesto significativo: no final da celebração, abençoará uma pedra previamente retirada da Portiuncula para ser doada a alguns representantes do abrigo para os sem-teto “Rosas de São Francisco” de Trsat, na Croácia, fundado em 2007 pela fraternidade local da Ordem Franciscana Secular de Trsat, na cidade de Rijeka.

Na Basílica
Também na Basílica haverá um momento de escuta: os testemunhos de seis pessoas pobres (dois franceses, um polonês, um espanhol e dois italianos) aos quais o Papa responderá. Depois, às 10h30 da manhã haverá um intervalo para oferecer um lanche aos presentes e às 11h o retorno à Basílica para um momento de oração e a distribuição de presentes do Santo Padre aos pobres. Após as saudações, Francisco retornará ao Vaticano de helicóptero enquanto as 500 pessoas presentes serão recebidas para o almoço pelo Bispo de Assis, Dom Domenico Sorrentino. 

“Sempre tereis pobres entre vós”

Este momento do Papa com os pobres – explica o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização – prepara, juntamente com uma série de iniciativas, o próximo Dia Mundial de 14 de novembro desejado por Francisco precisamente para exortar a Igreja e os fiéis a “sair” ao encontro da pobreza nos vários significados em que ela se manifesta no mundo moderno e a estender a mão aos mais necessitados. O fio condutor será o lema escolhido para o Dia: “Sempre tereis pobres entre vós”. (Mc 14,7). 
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