Conte com os Amigos

Como é bom saber que temos amigos, nos tempos digitais então, quantos amigos!

Uma amizade destas, inclusive, se conquista com muita facilidade, com alguns cliques e curtidas.  Mas quando falamos de amizade de verdade… Essas são difíceis, raras e a sua manutenção só se faz com muita dedicação, paciência e afeto. Se você não tiver tempo para cultivar uma amizade, esqueça-a, pois ela vai morrer. A distância até permite longos abraços entre aqueles que foram próximos um dia, naquele reencontro marcado, naquele dia de festa.

Mas a amizade necessita de cumplicidade, precisa de ouvidos, bocas e copos. Amizade de verdade necessita de olhar se cruzando, passadas compassadas, gargalhadas sem filtro.

Se você só tiver tempo para seus próprios afazeres e não se preocupar em ouvir, consolar e afagar o amigo, saiba que você só terá fortuitos relacionamentos e ficará cercado de pessoas cheias de interesse em algo que você possa dar a elas, enquanto tiver para dar.

Todos precisam compartilhar o que tem de melhor e mais precioso, é a lei da evolução.

Sem dúvida que, hoje em dia, o nosso maior patrimônio chama-se tempo.

Mas é um equívoco pensar que se o tempo é seu, ele deve ser gasto apenas com suas próprias necessidades. Somos seres formatados para relacionamentos, para a troca afetiva.

Se o seu tempo não for compartilhado com seus melhores amigos certamente você irá se sentir solitário em bem pouco tempo, suas materialidades vazias vão gritar do fundo de um poço escuro e vão mostrar sua ineficácia.

Trabalhamos demais hoje, fato. Trabalhamos demais para não sermos ultrapassados, pois a competição é feroz e intensa. Mas não perca o bom senso, nem todos querem sua vaga, nem todos te perseguem ou querem te prejudicar.

Alguns querem apenas compartilhar um vinho, contar as novidades ou dividir seus problemas. E se você acha que essa última parte não lhe interessa, isso também pode lhe custar caro.

Não acredite que você nunca vai precisar de um ombro amigo. Todos nós, em diversos momentos da vida, vamos precisar de um. Aprecie, é bom precisar daquele amigo que nos acolhe, nos diverte, não nos julga e nos aceita, assim, singelamente.

O trabalho traz a satisfação para nosso ego, é onde podemos mostrar nossa competência e expertise, mas neste meio podemos também nos corromper pela vaidade e pelo aceno sedutor do poder. Até o trabalho, sem amizade, o trabalho é só trabalho.

Desprezar amigos por causa da falta de tempo, pelo egoísmo de não querer saber dos seus problemas ou por achar que seu trabalho é mais importante do que o ócio salutar de um bate-papo, notícia urgente para você, você só terá a sorte a te acompanhar pelos caminhos da vida.

E sabe o que a sorte significa? Nada! A sorte é nada quando você nada tiver!

Então, solte o cinto, relaxe, puxe a cadeira e se sente, descalce os pés e peça dois cafés…

É hora de regar as amizades, é hora de esquecer que você não tem tempo.

Não conte com a sorte, conte com os amigos!
Dra. Silvana Leonel

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Santíssima Trindade

Solenidade da Santíssima Trindade

Ele é a eterna surpresa. Nosso Deus não é o Deus dos filósofos, mas é o Pai de Jesus Cristo, é o próprio Cristo, é o Espírito de Amor.
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

Hoje, de um modo especial, celebramos Deus. Mas quem é Deus? Como explicá-lo? Como defini-lo? Como conhecê-lo?
Ouça e compartilhe

 
Nenhuma pergunta sobre Deus pode ser respondida por nós humanos. Deus nos supera!

Temos noção de quem Ele é, mas não conseguimos defini-lo. É impossível! Ele é a eterna surpresa. Nosso Deus não é o Deus dos filósofos, mas é o Pai de Jesus Cristo, é o próprio Cristo, é o Espírito de Amor.

Para conhecê-lo deveremos abrir a Sagrada Escritura, principalmente o Novo Testamento, e ver o que Jesus, o Verbo Encarnado, nos diz.

O Evangelho de hoje, tirado de São João, nos fala que Deus é o Amigo do Homem, não apenas o seu Criador, mas o seu Redentor, aquele que o protege e que foi capaz de sofrer e morrer para que o Homem tivesse a plena felicidade.

Já São Paulo em sua Carta aos Coríntios nos orienta sobre a resposta a ser dada ao Deus Amigo. O homem deverá deixar-se transfigurar através  dos dons, das qualidades divinas, especialmente pelo amor, pelo perdão e pelo serviço.

Falar com Jesus é falar com Deus. Sua bondade foi tanta que Ele se revelou a nós na pessoa de Jesus.

Filipe, quem me vê, vê o Pai. Dirijamo-nos ao Deus de Amor, a esse Deus que, por amor, rasgou seu coração, e sintamos a plenitude de seu querer bem a nós. Se o mandamento se resume em amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo, do mesmo modo como Ele nos amou, saibamos que antes de tudo o Senhor não só nos criou, mas, por amor a nós, se entregou até a morte.
O Espírito é escuta e disponibilidade.
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Um Mês com Maria

Maio: mês de Maria   –   
As referências dos Evangelhos e do Atos dos Apóstolos a Maria, Mãe de Jesus, apesar de poucas, deixam ver muito desta privilegiada criatura, escolhida para tão alta missão. São Paulo, na Carta aos Gálatas (4,4), dá a entender claramente que, no pensamento divino de nos enviar o Seu Filho, quando os tempos estivessem maduros, uma Mulher era predestinada a no-Lo dar. Para que se compreenda a presença da Virgem Maria nesta predestinação divina, a Igreja, na festa de 8 de dezembro, aplica à Mãe de Deus aquilo que o livro dos Provérbios (8, 22) diz da sabedoria eterna: “Os abismos não existiam e eu já tinha sido concebida. Nem fontes das águas haviam brotado nem as montanhas se tinham solidificado e eu já fora gerada. Quando se firmavam os céus e se traçava a abóboda por sobre os abismos, lá eu estava junto dele e era seu encanto todos os dias”. Era, pois, a predestinada nos planos divinos.

Para se perceber melhor o perfil materno de Nossa Senhora, três passagens bíblicas podem esclarecer isso. A primeira é a das Bodas de Caná, que realça a intercessora. Quando percebeu – o olhar feminino que tudo vê e tudo observa – estar faltando vinho, sussurra no ouvido do Filho sua preocupação e obtém, quase sem pedir, apenas sugerindo, o milagre da transformação da água em generoso vinho. Ela é, de fato, a mãe que se interessa pelos filhos de Deus que são seus filhos.

Outra passagem do Evangelho esclarecedora da personalidade de Maria é a que nos mostra seu silêncio e sua humildade. O anjo a encontra na quietude de sua casa, rezando, para dizer-lhe que fora escolhida por Deus para dar ao mundo o Emanuel, o Salvador. Ela se assusta com a mensagem celeste, porque, na sua humildade, nunca poderia ter pensado em ser escolhida do Altíssimo. Acolhe assim, por vontade divina, a palavra do mensageiro, silenciosamente, sem dizer, nem sequer ao noivo, José, o que nela se realizava. Deus tem o direito de escolher e por isso ela diz apenas o generoso “sim” que a tornou Mãe de Deus.

O terceiro traço de Maria-Mãe é sua corajosa atitude diante do sofrimento. Ao apresentar o seu Jesus no templo, ouve a assustadora profecia do velho Simeão: “Uma espada de dor transpassará a tua alma”. Pouco mais tarde, estreitando ao peito o Menino Jesus, deve fugir para o Egito com o esposo, para que a crueldade de Herodes não atingisse a Criança que – pensava ele, Herodes – lhe poderia roubar o trono. Quando seu Filho tem doze anos, desencontra-se dele e, ao achá-Lo após três dias, queixa-se amorosamente: “Por que fizeste isto? Eu e teu pai te procurávamos, aflitos”. Sua coragem se confirma na Paixão e Crucifixão de Jesus. De pé, ali no Calvário, sofre e associa-se ao sacrifício do Redentor. É a mulher forte, a mãe corajosa e firme, a quem a dor não derruba. De fato, a espada de Simeão lhe atravessara a alma e o coração. É a Senhora das Dores.

Maio, mês dedicado a Nossa Senhora, pela piedade cristã, é um convite para voltarmos nosso olhar a esta Mãe querida para pedir-lhe que abra as mãos maternas em bênção de carinho sobre nossos passos nesta difícil escalada da Jerusalém celeste.
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A Vida me ensinou

A Vida me ensinou

A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim, para lhes mostrar que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir; aprender com meus erros. Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.
A ser forte quando os que amo estão com problemas; ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho; ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar os que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos; perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor; a alegrar quem precisa; a pedir perdão; a sonhar acordado; a acordar para a realidade (sempre que fosse necessário); a aproveitar cada instante de felicidade; a chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para “ver e ouvir estrelas”, embora nem sempre consiga entendê-las; a ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser; a abrir minhas janelas para o amor; a não temer o futuro;
Me ensinou a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesma tenho que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.
(Charles Chaplin)

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A Cruz e a liberdade

A cruz deve ser interpretada só a partir da vida de Jesus. Na verdade, ela é a síntese de sua missão. Durante séculos, criou-se a tendência de encará-la como um evento separado do seu ministério. O biblista passionista Donald Senior (1940-2022) esforçou-se por denunciar esta falsa análise que individualiza a cruz como um evento independente, sem qualquer relação com a atuação profética de Jesus. Nesta meditação, tentaremos mostrar que a Cruz está estreitamente ligada com o agir messiânico de Jesus, com a sua singularidade de viver a fé, sua relação com a religião e a política de Israel, ou seja, a Cruz é a máxima expressão da liberdade de Jesus diante da vida, tornando-se o resultado de suas decisões que condicionam o desfecho final de sua existência.

A liberdade de Jesus reside na sua autenticidade. Diante das várias circunstâncias da vida, Jesus é livre para escolher percorrer o seu próprio caminho, exatamente aquele marcado pela cruz. Esta sua decisão lhe fornece todo o sentido de seus gestos. No entanto, não faltaram outras propostas que poderiam desviá-lo ou até mesmo encurtar o caminho de sua meta (em Israel existiam vários movimentos messiânicos que aqui encaramos como propostas de vida). Se Jesus tivesse aderido à proposta de Pedro, aquela que recusa o tomar a própria cruz, certamente ele teria perdido toda a sua liberdade e autenticidade.

Pensemos um pouco mais sobre a estreita relação entre a cruz e a liberdade. Na cruz, mesmo que Jesus sofra fisicamente e experimenta o total abandono, ele permanece livre e feliz, visto que se dá conta de ter perseverado em seu propósito. É evidente que Ele sofre, mas com autenticidade porque não se desviou de seu projeto de vida. Em outras palavras: uma vez que Jesus tinha claro para si mesmo o porquê de sua existência, então as circunstâncias que lhe faziam sofrer tornaram-se um elemento secundário.

A partir deste horizonte de compreensão, ou seja, se para levarmos a cabo o nosso projeto de vida temos que caminhar com a consciência de um porquê que traz todo o sentido, então não nos resta senão aceitarmos que a liberdade autêntica não renuncia jamais ao caminho da cruz. Isto significa que uma liberdade que renuncia a experiência da cruz, será sempre falsa e inautêntica.

Dou um exemplo clássico desta visão cristã da vida. Cito Santo Agostinho de Hipona (354-430). No sermão 75 ele diz o seguinte:  “Portanto, é necessário estarmos no navio, ou seja, sermos transportados pela madeira de um lenho, para poder atravessar o mar. O madeiro que carrega a nossa fraqueza é a cruz de nosso Senhor, da qual trazemos o sinal em nossa fronte, e que nos impede de ser engolidos pelo mundo. Sofremos as agitações das ondas, mas é o Senhor que nos transporta”. A existência só se atravessa com segurança se, em nossa liberdade, não renunciamos a cruz.

Quem é livre possui um autoconhecimento de si mesmo, ou seja, é alguém que alcançou a maturidade humana. Jesus também é assim, pois ele percorre as etapas do desenvolvimento de uma personalidade sadia, aprende a discernir e a tomar decisões, assumindo as consequências. Para tanto, ele cresceu no caminho da Graça à medida que orientava todas as suas decisões para a vontade de Deus. Justo por isso, no episódio do Getsêmani a sua natureza humana entrou completamente na lógica da vontade divina e, a partir daquele momento, a vontade dele tornou-se uma só naquela do Pai. O Getsêmani foi a escolha decisiva para a liberdade que culminou no evento da cruz.
Pe. Ademir Guedes Azevedo, cp.

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Reflexão

Um homem morava no deserto e tinha quatro filhos ainda adolescentes   –

Querendo que seus filhos aprendessem a valiosa lição da não precipitação nos julgamentos, os enviou para uma terra onde havia muitas árvores. Mas ele os enviou em diferentes épocas do ano. O primeiro filho foi no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão e o mais novo no outono. Quando o último deles voltou, o pai os reuniu e pediu que relatassem o que tinham visto. O primeiro filho disse que as árvores eram feias, meio curvadas, sem nenhum atrativo. O segundo filho discordou e disse que na verdade as árvores eram muito verdes e cheias de brotinhos, parecendo ter um bom futuro. O terceiro filho disse que eles estavam errados, porque elas estavam repletas de flores, com um aroma incrível e uma aparência maravilhosa. Já o mais novo discordou de todos e disse que as árvores estavam tão cheias de frutos que até se curvavam com o peso, passando a imagem de algo cheio de vida e substância.

Aquele pai então explicou aos seus filhos adolescentes que todos eles estavam certos. Na verdade eles viram as mesmas árvores em diferentes estações daquele mesmo ano. Ele disse que não se pode julgar uma árvore ou pessoas por apenas uma estação ou uma fase de sua vida. Ele explicou que a essência do que elas são a alegria, o prazer, o amor, mas também as fases aparentemente ruins que vêm daquela vida só podem ser medidas no final da jornada quando todas as estações forem concluídas.

Se você desistir quando chegar o “inverno”, você vai perder as promessas da primavera, a beleza do verão e a plenitude do outono. Não permita que dor de apenas uma “estação” destrua a alegria de todas as outras. Não julgue a vida por apenas uma fase. Persevere através dos caminhos dificultosos, e épocas melhores virão com certeza! Viva de forma simples e ame generosamente, importe-se profundamente, fale educadamente… E deixe o restante com Deus!

A felicidade mantém você doce. Dores mantêm você humano. Quedas te mantêm humilde. Sucesso te mantém brilhando. Provações te mantêm forte. Mas, somente Deus te mantém prosseguindo.
https://cmisericordia.com.br/

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Reflexão 6º Domingo

Reflexão para o 6º Domingo do Tempo Comum   – 

No Evangelho vemos a proposta sobre a justiça do Reino dos Céus. Como vimos no domingo passado, somos chamados a sinalizar a aliança de sal, a perene, que não se corrompe. Essa aliança de Deus com cada um dos seres humanos é alimentada por todos nós batizados, que assumimos o projeto do Senhor.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
Deus nos criou livres e depende de nós a escolha que nos fará felizes. O que dependia do Senhor já foi feito. Ele nos criou à sua imagem e semelhança, ou seja, livres, tendo no íntimo de nosso ser buscar o bem e evitar o mal. Somos feitos pelo Sumo Bem, evidentemente, só poderemos estar voltados para a prática do bem. Contudo o Senhor, exatamente porque nos criou à sua imagem e semelhança, nos fez livres. Como diz a leitura do Livro do Eclesiástico “Diante de ti, Ele colocou o fogo e a água; para o que quiseres, tu podes estender a mão. Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir”.
Consequentemente, cada um de nós é sujeito de sua felicidade ou desgraça, à medida que tiver feito escolhas a favor da vida ou da morte.

Ouça e compartilhe

Evidentemente, tendo herdado o pecado original, sabemos também que a nossa natural inclinação ao bem foi atingida, de modo que, muitas vezes, como nos diz São Paulo, “não faço o bem que quero, mas o mal que não quero”.

No Evangelho vemos a proposta sobre a justiça do Reino dos Céus. Como vimos no domingo passado, somos chamados a sinalizar a aliança de sal, a perene, que não se corrompe. Essa aliança de Deus com cada um dos seres humanos é alimentada por todos nós batizados, que assumimos o projeto do Senhor. Também faz parte de nossa opção aceitarmos essa vocação dada por Jesus, de colaborarmos com Deus na construção da nova sociedade, do Reino de Justiça.

Por fim, a Primeira Carta aos Coríntios nos fala que a perfeição está na sabedoria, mas não na sabedoria deste mundo, muito menos na de seus poderosos, pois ela está voltada para a morte, para a destruição. A Sabedoria de Deus, ao contrário, seu plano de amor em benefício dos homens, está escondida e foi destinada para nossa glória, é o projeto de Deus, sua opção pelos simples, pelos marginalizados. Os poderosos não a conheceram porque, mantendo sua opção, condenaram Jesus à morte e o crucificaram. Contudo, “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu” escreve São Paulo.

Concluindo, a liturgia deste domingo nos exorta a mantermos nossa missão, nossa vocação optando livremente pelo anúncio do projeto de Deus, de anunciar a construção de uma nova sociedade onde a sabedoria de Deus triunfará e os marginalizados deste mundo a conhecerão. Aliás, à medida em que optamos por fazer a vontade de Deus, já desfrutamos no próprio ato de fazer o bem, a alegria e a felicidade que almejamos. 
http://www.vaticannews.cn/

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Conte com os Amigos

Como é bom saber que temos amigos, nos tempos digitais então, quantos amigos!

Uma amizade destas, inclusive, se conquista com muita facilidade, com alguns cliques e curtidas.  Mas quando falamos de amizade de verdade… Essas são difíceis, raras e a sua manutenção só se faz com muita dedicação, paciência e afeto. Se você não tiver tempo para cultivar uma amizade, esqueça-a, pois ela vai morrer. A distância até permite longos abraços entre aqueles que foram próximos um dia, naquele reencontro marcado, naquele dia de festa.

Mas a amizade necessita de cumplicidade, precisa de ouvidos, bocas e copos. Amizade de verdade necessita de olhar se cruzando, passadas compassadas, gargalhadas sem filtro.

Se você só tiver tempo para seus próprios afazeres e não se preocupar em ouvir, consolar e afagar o amigo, saiba que você só terá fortuitos relacionamentos e ficará cercado de pessoas cheias de interesse em algo que você possa dar a elas, enquanto tiver para dar.

Todos precisam compartilhar o que tem de melhor e mais precioso, é a lei da evolução.

Sem dúvida que, hoje em dia, o nosso maior patrimônio chama-se tempo.

Mas é um equívoco pensar que se o tempo é seu, ele deve ser gasto apenas com suas próprias necessidades. Somos seres formatados para relacionamentos, para a troca afetiva.

Se o seu tempo não for compartilhado com seus melhores amigos certamente você irá se sentir solitário em bem pouco tempo, suas materialidades vazias vão gritar do fundo de um poço escuro e vão mostrar sua ineficácia.

Trabalhamos demais hoje, fato. Trabalhamos demais para não sermos ultrapassados, pois a competição é feroz e intensa. Mas não perca o bom senso, nem todos querem sua vaga, nem todos te perseguem ou querem te prejudicar.

Alguns querem apenas compartilhar um vinho, contar as novidades ou dividir seus problemas. E se você acha que essa última parte não lhe interessa, isso também pode lhe custar caro.
Não acredite que você nunca vai precisar de um ombro amigo. Todos nós, em diversos momentos da vida, vamos precisar de um. Aprecie, é bom precisar daquele amigo que nos acolhe, nos diverte, não nos julga e nos aceita, assim, singelamente.

O trabalho traz a satisfação para nosso ego, é onde podemos mostrar nossa competência e expertise, mas neste meio podemos também nos corromper pela vaidade e pelo aceno sedutor do poder. Até o trabalho, sem amizade, o trabalho é só trabalho.

Desprezar amigos por causa da falta de tempo, pelo egoísmo de não querer saber dos seus problemas ou por achar que seu trabalho é mais importante do que o ócio salutar de um bate-papo, notícia urgente para você, você só terá a sorte a te acompanhar pelos caminhos da vida.

E sabe o que a sorte significa? Nada! A sorte é nada quando você nada tiver!

Então, solte o cinto, relaxe, puxe a cadeira e se sente, descalce os pés e peça dois cafés…

É hora de regar as amizades, é hora de esquecer que você não tem tempo.

Não conte com a sorte, conte com os amigos!
Dra. Silvana Leonel
www.silvanaleonel.com.br

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Reflexão-Domingo

Reflexão para o XXVIII Domingo do Tempo Comum

A cura é sinal do poder de Deus e de sua compaixão, oferecendo a salvação a todos e manifestando o seu amor aos que mais sofrem, como os leprosos ou os estrangeiros.

Cardeal Dom Sérgio da Rocha – arcebispo de Salvador, primaz do Brasil

“Busca de Deus com fé e gratidão”

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Com a Liturgia deste 28° Domingo do Tempo Comum, temos muito que aprender com a atitude dos dez leprosos, assim como do sírio Naamã. Eles buscam a Deus!  “Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” é o grito que os dez dirigem a Jesus. A cura de Naamã, no tempo do profeta Eliseu, é também um forte sinal da busca sincera por Deus da parte daquele homem. Em ambos os casos, o poder de Deus se manifesta, mas a atitude de fé é fundamental.

A narrativa do Evangelho se conclui com a palavra de Jesus àquele que retornou para agradecer: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou” (Lc 17,19). S. Lucas apresenta aquele samaritano como modelo de fé, de gratidão e louvor, tendo já apresentado outro samaritano como modelo de caridade. Semelhante testemunho de fé é destacado na figura de outro estrangeiro, Naamã, o sírio. Os textos meditados ressaltam a gratidão, como consequência da fé e do reconhecimento da ação de Deus. Naamã insiste em retribuir a Eliseu o grande bem recebido. O homem que retornou para agradecer Jesus é elogiado.

A resposta divina encontra-se no centro da narrativa. A cura é sinal do poder de Deus e de sua compaixão, oferecendo a salvação a todos e manifestando o seu amor aos que mais sofrem, como os leprosos ou os estrangeiros. As consequências da cura alcançada são ressaltadas.  Naamã declara que não ofereceria mais sacrifícios a outros deuses, mas somente ao Senhor (2Rs 5,17). O samaritano glorifica a Deus, prostra-se diante de Jesus com fé e gratidão, alcançando a graça de ser salvo. São Lucas destaca que os dez foram curados, mas que o samaritano foi salvo pela fé em Cristo.

Glorificamos também a Deus, recorrendo ao belo hino da segunda carta de S. Paulo a Timóteo, que nos motiva a viver na fidelidade a Cristo.

Neste mês missionário, rezemos também por tantos missionários que doam a sua vida a serviço da Igreja na Amazônia, especialmente pelos sacerdotes e missionários que lá atuam. Sejamos todos missionários, através da oração e do testemunho de vida cristã!
https://www.vaticannews.va/

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Sair de si ao encontro

Sair de si ao encontro do – outro é o caminho cristão

É belo pensar a vida humana como um caminho. Do nascer à passagem para a vida eterna, somos caminhantes. E vamos aprendendo a caminhar. É uma construção pessoal e coletiva. Um dos exercícios mais difíceis para cada um de nós é o caminho de sair de nós mesmos para os outros. É o êxodo de uma vida enclausurada no interesse próprio para uma vida que se deixa afetar pelo outro, seja na alegria ou na dor. Chamamos a esta capacidade de compaixão. Superar a indiferença Uma das grandes dificuldades humanas de nosso tempo é a indiferença e aquilo que o Papa Francisco chamou de “autorreferencialidade” ou “consciência isolada”. Olhar o mundo e a vida a partir de si mesmo. Ignorar o que se passa ao redor. É o império do individualismo e subjetivismo. Minha vida, meus valores, meu projeto, minhas preocupações. Esta é uma vida triste! Disse-nos o Papa Francisco: “Quando a vida interior fecha-se nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem.” (EG 2). Mas o que me move a sair e ir ao encontro do outro? A Filosofia diria que é o “rosto do outro” (E. Levinas) que me interpela, questiona, inquieta e move a agir. A Psicologia nos ensina que aprendemos a amar à medida que somos acolhidos e amados. A Teologia nos apresenta Deus, que sai de si e vem constantemente ao encontro do ser humano, nos visita, nos ama. Acreditamos que a acolhida de Deus que nos visita nos move a sair de nos mesmos e irmos ao encontro do outro e oferecer este amor. Diz S. Paulo, “o amor de Cristo nos impele” (2Cor 5,14). Isto porque fazemos a experiência da gratuidade. “Se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o comunicar aos outros?” (EG 8), nos diz o Papa. Jesus Cristo compassivo Olhemos a vida e os ensinamentos de Jesus Cristo e veremos que sua vida foi descentrada: voltada para o Pai e o Reino de Deus. Por causa deles, pela paixão que teve pelo Reino, compadeceu-se dos sofredores, amou os excluídos, curou os doentes, mostrou a exemplaridade do Bom Samaritano, resumiu todo seu ensinamento no serviço, no lava-pés. Exemplificou com o símbolo do grão de trigo, que ao cair na terra morre para poder dar fruto (cf. Jo 12, 24), falando de si mesmo, de sua morte na cruz. Jesus, que nos revela o verdadeiro rosto do ser humano, mostrou-nos que nas relações humanas o outro tem precedência sobre o eu. Assim, o ser humano alcança a tão almejada felicidade. Nunca buscando-a em primeiro lugar. Ela virá como consequência de uma vida feita serviço, amor aos outros. Ainda as palavras de Jesus: “quem perder a sua vida por mim, a encontrará” (Mc 8,35).
Dom Adelar BaruffiBispo de Cruz Alta


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Pensar o impensável?

Pensar o impensável? A vida e o tempo

– Foi-me solicitado escrever alguns pensamentos sobre a vida e o tempo, destinados aos jovens de hoje. Eis o que escrevi:

“Meus caros jovens,

Considerem a vida, o valor supremo, acima do qual só há o Gerador de toda vida, aquele Ser que faz ser todos os seres. Os cientistas, especialmente o maior deles que se ocupou do tema da vida, o russo-belga I. Prigogine, afirmou: podemos conhecer as condições físico-químico-geológicas que permitiram o irromper a vida há 3,8 bilhões de anos. O que ela seja, no entanto, permanece um mistério.

Mas podemos seguramente dizer que o sentido da vida é viver, simplesmente viver, mesmo na mais humílima condição. Viver é realizar, a cada momento, a celebração desse evento misterioso do universo que pulsa em nós e quiçá em muitas outras partes do universo.

A vida é sempre uma vida com e uma vida para. Vida com outras vidas, com vidas humanas, com vidas da natureza e com vidas que por acaso existirem no universo e que um dia puderem se comunicar conosco. E vida para dar-se e unir-se a outras vidas para que a vida continue vida e sempre se perpetue.

Mas a vida é tomada por uma pulsão interior que não pode ser freada. A vida quer irradiar, se expandir e se encontrar com outras vidas. A vida é só vida quando é vida com e vida para.

Sem o com e sem o para a vida não existiria como vida assim como a conhecemos, envolta em redes de relações includentes e para todos os lados.

A pulsão irrefreável da vida faz com que ela não queira só isso e aquilo. Quer tudo. Quer até a Totalidade, quer o Infinito. No fundo, a vida quer ser eterna.

Ela carrega dentro de si um projeto infinito. Este projeto infinito a torna feliz e infeliz. Feliz porque encontra, ama e celebra outras vidas e tudo o que está ao seu redor, mas é infeliz porque tudo o que encontra, ama e celebra é finito, lentamente se desgasta, cai sob o poder da entropia e acaba desaparecendo. Apesar dessa finitude em nada enfraquece a pulsão pelo Infinito e pelo Eterno.

Ao encontrar esse Infinito repousa, experimenta uma plenitude que ninguém lhe pode dar, mas que só ela pode desfrutar e celebrar. O infinito em nós é o eco de um Infinito maior que sempre nos chama e nos convoca.

A vida é inteira, mas incompleta. É inteira porque dentro dela está tudo: o real e o potencial. Mas é incompleta porque o potencial ainda não se fez real. E como o potencial é ilimitado, o nosso tipo limitado de vida não comporta o ilimitado. Por isso nunca se faz completa para sempre. Permanece como abertura e espera para uma completude que quer e deve, um dia, acontecer. É um vazio que reclama ser plenificado. Caso contrário a vida não teria sentido. Como disse alguém: “A vida é oceânica demais para caber numa doutrina petrificada no tempo”. Não seria a morte o momento de encontro do finito com o Infinito?

Eis que com a vida, surge o tempo. Que é o tempo? O tempo é a espera daquilo que pode vir a acontecer. Essa espera é a nossa abertura, capaz de acolher o que pode vir, fazer-nos mais inteiros e menos incompletos.

Viva intensamente cada momento do tempo! O passado já não existe porque passou, o futuro não existe porque ainda não veio. Só existe o presente. Viva-o com absoluta intensidade, valorize cada momento, ele traz o futuro para o presente e enriquece o passado.

Cada momento é a irrupção do eterno. Só pode ser vivido. Não pode ser apreendido, aprisionado e apropriado. Só ele é. Um dia foi (o passado) e um dia será (o futuro). Do tempo nós só conhecemos o passado. O futuro nos é inacessível porque ainda não é. Nós, no entanto, vivemos o “é” do presente que nunca nos é concedido prendê-lo. Ele simplesmente passa por nós e se vai. Ele possui a natureza da eternidade que é um permanente “´é”. O tempo assim significa a presença fugaz da eternidade. Nós estamos imersos na eternidade.

Viva esse “é” como se fosse o primeiro e o último. Assim você mesmo se eterniza. E eternizando-se participa Daquele que sempre é sem passado nem futuro. Um é eterno.

Podemos falar do tempo, mas ele é impensável. Esse é eterno está vinculado ao que as tradições espirituais e religiosas da humanidade designaram como Mistério, Tao, Shiva, Alá, Olorum, Javé, Deus, nomes que não cabem em nenhum dicionário e estão para além de nosso entendimento. Diante dele afogam-se as palavras. Só o nobre silêncio é digno.

Mesmo assim cada um deve dar-lhe o nome que é o nome de sua participação n’Ele e de sua total abertura a Ele. Esse nome fica inscrito em todo o seu ser temporal, mas principalmente pulsa em seu coração. Então, o seu coração e o coração d’Aquele que eternamente é, formam um só e imenso coração”.

Dedico este texto ao prof. Wilian Martinhão que organizou um livro “O tempo, o que é? Uma história dos tempos” para o qual eu fiz a Apresentação que me permito publicá-la antes de a obra vir à lume.


Leonardo Boffteólogo, filósofo e escritor

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Francisco de Assis

Francisco de Assis, o amigo

Francisco de Assis, amigo de Clara, amigo de Leão, de Rufino, de Ângelo, de Jacoba de Settesoli, dos animais, do sol, da lua, da água e do vento. Francisco amigo de tudo o que podia dividir com ele uma nova vida. Sua amizade é vitalidade de fraternidade, sair e chegar para perto de tudo que se constitui um novo modo de relacionar-se. Seu jeito peregrino encontra no caminho valores que aproximam pessoas e todo ser criado. Amizade como comunhão de mesma busca, reúne amigos que dividem sonhos.
Amigo tem essa energia que vem da liberdade da escolha feita pelo coração e não pela ancestralidade, embora certos amigos já estão destinados à nossa vida desde os inícios dos tempos. Clara de Assis, por exemplo, parecia uma conhecida desde as origens das intuições. Amigos fazem parte dos sonhos que Deus sonhou para nós. Aproximam confidências de fé e amor, trazem a benéfica energia de coragem, de potência das coisas que brotam do coração, capaz de criar e transformar.
Amigo não precisa de coisas, mas de corações. Permeavam os encontros de humanidade e santidade. Amigo não tem referência de sangue biológico ou parental, mas recebe nas veias uma transfusão de ideais parecidos, de laços, direitos conquistados na partilha, distância vivida na intensa proximidade.
Francisco amigo nos ensinou a levar a individualidade e a totalidade para fazer a festa de estar juntos. Com seus amigos fez encontros decisivos e eles escreveram uma Legenda toda de sua vida. Amizade é olhar no espelho e ver tantas faces sorrindo na mesma transparência e dizendo que a cruz e mais leve quando não é carregada sozinha. Por isso, é testamentário dizer que o Senhor nos deu amigos-irmãos, construtores da Paz e facilitadores do Bem!
Feliz dia para quem todo dia se faz Amigo!
https://franciscanos.org.br/

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